31 de agosto de 2014

Domingo XXII do Tempo Comum

Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-Me.


Mt 16, 24


A liturgia deste Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir a “loucura da cruz”: o acesso a essa vida verdadeira e plena que Deus nos quer oferecer passa pelo caminho do amor e do dom da vida (cruz). Na primeira leitura, um profeta de Israel - Jeremias - descreve a sua experiência de “cruz”. Seduzido por Deus, Jeremias colocou toda a sua vida ao serviço de Deus e dos seus projetos. Nesse “caminho”, ele teve que enfrentar os poderosos e pôr em causa a lógica do mundo; por isso, conheceu o sofrimento, a solidão, a perseguição… O amor por Deus e pela sua Palavra está tão vivo no coração do profeta que é inútil resistir. A Palavra de Deus é um fogo devorador, que consome o coração do profeta e que não o deixa demitir-se da missão e esconder-se numa vida cómoda e instalada. Ao profeta resta, portanto, continuar ao serviço da Palavra, enfrentando o seu destino de solidão e de sofrimento, na esperança de, ao longo da caminhada, reencontrar esse amor de Deus que um dia o seduziu e ao qual o profeta nunca saberá renunciar. É essa a experiência de todos aqueles que acolhem a Palavra de Deus no seu coração e vivem em coerência com os valores de Deus.
                A segunda leitura convida os cristãos a oferecerem toda a sua existência de cada dia a Deus. Paulo garante que é esse o sacrifício que Deus prefere. O que é que significa oferecer a Deus toda a existência? Significa, de acordo com Paulo, não nos conformarmos com a lógica do mundo, aprendermos a discernir os planos de Deus e a viver em consequência. Na sua relação com Deus, com os outros homens e com o mundo, o cristão deve renunciar aos caminhos do egoísmo, do orgulho, da autossuficiência, da injustiça e do pecado; e deve procurar conhecer os projetos de Deus, acolhê-los no coração e viver em coerência total com as suas propostas.
 No Evangelho, Jesus avisa os discípulos de que o caminho da vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas passa pelo amor e pelo dom da vida. Quem quiser ser discípulo de Jesus, tem de “renunciar a si mesmo”, “tomar a cruz” e seguir Jesus no seu caminho de amor, de entrega e de dom da vida. Renunciar a si mesmo significa renunciar ao seu egoísmo e autossuficiência, para fazer da vida um dom a Deus e aos outros. O cristão não pode viver fechado em si próprio, preocupado apenas em concretizar os seus sonhos pessoais, os seus projetos de riqueza, de segurança, de bem-estar, de domínio, de êxito, de triunfo… O cristão deve fazer da sua vida um dom generoso a Deus e aos irmãos. Só assim ele poderá ser discípulo de Jesus e integrar a comunidade do Reino. A cruz é a expressão de um amor total, radical, que se dá até à morte. Significa a entrega da própria vida por amor. “Tomar a cruz” é ser capaz de gastar a vida – de forma total e completa – por amor a Deus e para que os irmãos sejam mais felizes.

Liturgia da Palavra do Domingo XXII do Tempo Comum


I Leitura                 Jer 20, 7-9

«A palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião de insultos...»

Apesar de falar em nome de Deus ao povo de Israel, o profeta só deste recebe insultos, ameaças e perseguição. Sentiu então a tentação de abandonar essa sua missão profética, apesar de sentir o coração abrasado do zelo do Senhor. Nesta luta interior, o amor foi mais forte que o desânimo, porque mais forte que os insultos dos homens é a palavra de Deus.
                               
Salmo     62 (63)
A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.

II Leitura:             Rom 12, 1-2

«Oferecei-vos como vítima viva»

O culto verdadeiramente cristão nasce da fé e atinge toda a vida do homem renascido em Cristo. Como Cristo, o cristão é homem novo, vive, por isso, uma vida nova; não se conforma já com este mundo, mas vive do Espírito de Deus e faz de toda a sua vida uma oferta viva, agradável a Deus.                         
               
Aclamação ao Evangelho                   Ef 1, 17-18

Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo,
ilumine os olhos do nosso coração,
para sabermos a que esperança fomos chamados.
               
Evangelho:                            Mt 16, 21-27

«Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo»

À vista da Paixão, anunciada por Jesus aos seus discípulos, Pedro como que tenta Jesus, dissuadindo-O de aceitar a Cruz. Jesus rejeita energicamente a sua proposta, e, pelo contrário, apresenta aos discípulos, como programa para eles, o mistério da sua própria Cruz. Quem quiser ser seu discípulo, terá, como o Mestre, de renunciar a si mesmo, tomar a sua cruz e segui-l’O. Assim ganhará a vida; doutro modo, perdê-la-ia, ainda que tivesse ganho todo o mundo.   

Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus?
Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado. Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.

O que é “renunciar a si mesmo”?
É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.

O que é “tomar a cruz”?
É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.        

Palavra de Deus para a semana de 1 a 6 de setembro  


1
Seg
1 Cor 2, 1-5 - Salmo 118 (119) - Lc 4, 16-30
O Espírito do Senhor está sobre Mim:
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres.
2
Ter
1 Cor 2, 10b-16 - Salmo 144 (145) - Lc 4, 31-37
Apareceu no meio de nós um grande profeta: Deus visitou o seu povo.
3
Qua
S. Gregório Magno, papa e doutor da Igreja – MO
1 Cor 3, 1-9 - Salmo 32 (33) - Lc 4, 38-44
O Senhor enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres
e proclamar aos cativos a redenção.
4
Qui
S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja – MO
1 Cor 1, 1-9 - Salmo 144 (145) - Mt 24, 42-51
Vigiai e estai preparados,
porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem.
5
Sex
1 Cor 4, 1-5  Salmo 36 (37)- Lc 5, 33-39
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor; quem Me segue terá a luz da vida.
6
Sáb
1 Cor 4, 6b-15 - Salmo 144 (145) - Lc 6, 1-5
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor;
ninguém vai ao Pai senão por Mim.


PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM


Ez 33, 7-9              «Se não falares ao ímpio, pedir-te-ei contas do seu sangue»

Salmo     94 (95)   Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

Rom 13, 8-10       «A caridade é o pleno cumprimento da lei»

Mt 18, 15-20        «Se te escutar, terás ganho o teu irmão»

Intenções para a Eucaristia de 30 de agosto (19:30h)


·         Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Ferreira Aguiar; José Pinto Marques; Maria da Conceição Alves; Pais e familiares de Maria José Luís do Lameu

Intenções para a Eucaristia de 7 de setembro (10:00h)

·         1.º Aniv. Falec. de Antero Pinto; 30.º dia por Rosa de Jesus Carneiro; Martinho Pinto; João de Jesus Pinto de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós, Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Missa de Ação de Graças

Agenda



6 set
    • Oração de Vésperas 1º Sábado, igreja, 19:00h 

7 set
    • Eucaristia, igreja, 10:00h


Quem são os verdadeiros discípulos de Jesus?
Muitos de nós receberam uma catequese que insistia em ritos, em fórmulas, em práticas de piedade, em determinadas obrigações legais, mas que deixou para segundo plano o essencial: o seguimento de Jesus. A identidade cristã constrói-se à volta de Jesus e da sua proposta de vida. Que nenhum de nós tenha dúvidas: ser cristão é bem mais do que ser batizado. Ser cristão é, essencialmente, seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida. O cristão é aquele que faz de Jesus a referência fundamental à volta da qual constrói toda a sua existência; e é aquele que renuncia a si mesmo e que toma a mesma cruz de Jesus.
 
O que é “renunciar a si mesmo”?
É não deixar que o egoísmo, o orgulho, o comodismo, a autossuficiência dominem a vida. O seguidor de Jesus não vive fechado no seu cantinho, a olhar para si mesmo, indiferente aos dramas que se passam à sua volta, insensível às necessidades dos irmãos, alheado das lutas e reivindicações dos outros homens; mas vive para Deus e na solidariedade, na partilha e no serviço aos irmãos.
 
O que é “tomar a cruz”?
É amar até às últimas consequências, até à morte. O seguidor de Jesus é aquele que está disposto a dar a vida para que os seus irmãos sejam mais livres e mais felizes. Por isso, o cristão não tem medo de lutar contra a injustiça, a exploração, a miséria, o pecado, mesmo que isso signifique enfrentar a morte, a tortura, as represálias dos poderosos.    

24 de agosto de 2014

Domingo XXI do Tempo Comum

E vós, 


quem dizeis que Eu sou?
Mt 16, 15


No centro da reflexão que a liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum nos propõe, estão dois temas à volta dos quais se constrói e se estrutura toda a existência cristã: Cristo e a Igreja.
A primeira leitura mostra como se deve concretizar o poder “das chaves”. Aquele que detém “as chaves” não pode usar a sua autoridade para concretizar interesses pessoais e para impedir aos seus irmãos o acesso aos bens eternos; mas deve exercer o seu serviço como um pai que procura o bem dos seus filhos, com solicitude, com amor e com justiça.
 A segunda leitura é um convite a contemplar a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus que, de forma misteriosa e às vezes desconcertante, realiza os seus projetos de salvação do homem. Ao homem resta entregar-se confiadamente nas mãos de Deus e deixar que o seu espanto, reconhecimento e adoração se transformem num hino de amor e de louvor ao Deus salvador e libertador. Deus é sempre “mais” do que aquilo que o homem possa imaginar: mais sábio, mais poderoso, mais misericordioso… Mesmo quando as coisas parecem não fazer sentido, ao homem resta atirar-se com confiança para os braços de Deus, acolher humildemente a sua Palavra e procurar seguir, com simplicidade e amor os seus caminhos…
 O Evangelho convida os discípulos a aderirem a Jesus e a acolherem-n’O como “o Messias, Filho de Deus”. Dessa adesão, nasce a Igreja – a comunidade dos discípulos de Jesus, convocada e organizada à volta de Pedro. A base firme e inamovível sobre a qual vai assentar a Igreja de Jesus é a fé que Pedro e a comunidade dos discípulos professam: a fé em Jesus como o Messias, Filho de Deus vivo. A missão da Igreja é dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. À Igreja e a Pedro é confiado o poder das chaves – isto é, de interpretar as palavras de Jesus, de adaptar os ensinamentos de Jesus aos desafios do mundo e de acolher na comunidade todos aqueles que aderem à proposta de salvação que Jesus oferece.  

Liturgia da Palavra do Domingo XXI do Tempo Comum

I Leitura                 I Is 22, 19-23

«Porei aos seus ombros a chave da casa de David»

As chaves são o sinal do poder, como se pode ver já nesta leitura do Antigo Testamento. Assim, ela prepara-nos para compreendermos a linguagem de Jesus no Evangelho. Mas já aqui, a maneira como o profeta fala do administrador do palácio real faz entrever Alguém que é mais do que ele, e que terá o poder de abrir e fechar a Casa de David, Casa esta que é, em última análise, o próprio Jesus, e o seu Corpo que é a Igreja. Ele é a chave que abre, e a Porta, por onde se pode entrar, e a Casa que Deus prometeu construir a David.
               
                               
Salmo     137 (138)
Senhor, a vossa misericórdia é eterna:
não abandoneis a obra das vossas mãos.

II Leitura:                             Rom 11, 33-36

«D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas»

No fim de ter exposto o mistério da salvação e particularmente o que pensa sobre os destinos do povo de Israel, S. Paulo conclui com este hino à sabedoria de Deus.
               
Aclamação ao Evangelho                   Mt 16, 18

Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
               
Evangelho:                            Mt 16, 13-20

«Tu és Pedro e dar-te-ei as chaves do reino dos Céus»

A missão da Igreja, e, na Igreja, a dos Apóstolos, é a mesma missão de Jesus: restabelecer a Aliança entre Deus e os homens, ligar e desligar, tornar presente entre os homens de todos os tempos e lugares a missão salvadora de Cristo. Assim, já na terra, eles encontrarão as chaves do reino dos Céus.

A Palavra de Deus convida-nos a uma reflexão sobre a lógica e o sentido do poder… Sugere que o poder é um serviço à comunidade. Quem exerce o poder, deverá fazê-lo com a solicitude, o cuidado, a bondade, a compreensão, a tolerância, a misericórdia, e também com a firmeza com que um pai conduz e orienta os seus filhos. Nessa perspetiva, o serviço da autoridade não é uma questão de poder, mas é uma questão de amor. Será impensável considerar que alguém pode desempenhar com êxito cargos de responsabilidade, se não for guiado pelo amor. É esta mesma lógica que os cristãos devem exigir, seja no exercício do poder civil, seja no exercício do poder no âmbito da comunidade cristã.
O exercício do poder só faz sentido enquanto está ao serviço do bem comunitário… O exercício de um cargo público supõe, precisamente, a secundarização dos interesses próprios em benefício do bem comum.
O nosso Deus não é um Deus “domesticado” pelo homem, previsível, fantoche, lógico pelos padrões humanos, que se encaixa nas teorias de uma qualquer igreja ou catequese… O verdadeiro crente não é aquele que “sabe” tudo sobre Deus, que tem respostas feitas sobre Ele, que pretende conhecê-l’O perfeitamente e dominá-l’O; mas é aquele que, com honestidade e verdade, mergulha na infinita grandeza de Deus, abisma-se na contemplação do seu mistério, entrega-se confiadamente nas suas mãos… e deixa que o seu espanto e admiração se transformem num cântico de adoração e de louvor.
Esse Deus omnipotente, que nunca conseguiremos definir, controlar e explicar não é um concorrente ou um adversário do homem, preocupado em afirmar a sua grandeza e omnipotência à custa da humilhação do homem… Mas é um pai, preocupado com a felicidade dos seus filhos e com um projeto de salvação que Ele pretende que os homens acolham. É verdade que muitas vezes não percebemos o alcance desse projeto; mas se virmos em Deus, não um concorrente mas um pai cheio de amor, aprenderemos a não nos fecharmos no orgulho e na autossuficiência e a acolhermos, com gratidão, os seus dons – como um menino que recebe do pai a vida, o alimento, o afeto, o amor. 

Palavra de Deus para a semana de 25 a 30 de agosto  


25
Seg
S. Luís de França – MF     S. José de Calasanz, presbítero – MF
                2 Tes 1, 1-5. 11b-12 -  Samol 95 (96) -  Mt 23, 13-22 
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
26
Ter
2 Tes 2, 1-3a. 14-17 - Salmo 95 (96) - Mt 23, 23-26
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração.
27
Qua
S. Mónica – MO
2 Tes 3, 6-10. 16-18 - Sal 127 (128) - Mt 23, 27-32
Quem observa a palavra de Cristo, nesse o amor de Deus é perfeito.
28
Qui
S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja – MO
1 Cor 1, 1-9 - Salmo 144 (145) - Mt 24, 42-51
Vigiai e estai preparados,
porque na hora em que não pensais  virá o Filho do homem.
29
Sex
Martírio de S. João Baptista – MO
                 1 Cor 1, 17-25; Jer 1, 17-19 - Mc 6, 17-29 (próprio)
Vigiai e orai em todo o tempo,
para vos apresentardes sem temor diante do Filho do homem.
30
Sáb
1 Cor 1, 26-31 – Salmo 32 (33) - Mt 25, 14-30
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM


Jer 20, 7-9            «A palavra do Senhor tornou-se para mim ocasião de insultos...»

Salmo     62 (63)   A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.

Mt 16, 21-27        «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo»

Intenções para a Eucaristia de 24 de agosto (10:00h)

Maria da Conceição da Silva, de Requim; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; António Pereira de Freitas e esposa; Missa da Associação por Rosa de Jesus Carneiro; Familiares de Armando Teixeira e esposa, da Lage do Monte;Emídio Ribeiro

Intenções para a Eucaristia de 30 de agosto (19:30h)

Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Ferreira Aguiar; José Pinto Marques

Agenda


30 ago
    • Eucaristia, igreja, 19:30h 

31 ago
    • Visita à cidade de Tomar - Convento de Cristo, Mata dos Sete Montes e Sinagoga – partida às 06:00h e chegada às 20:00h

Quem é Jesus? O que é que “os homens” dizem de Jesus?
Muitos dos nossos conterrâneos veem em Jesus um homem bom, generoso, atento aos sofrimentos dos outros, que sonhou com um mundo diferente; outros vêem em Jesus um admirável “mestre” de moral, que tinha uma proposta de vida “interessante”, mas que não conseguiu impor os seus valores; alguns veem em Jesus um admirável condutor de massas, que acendeu a esperança nos corações das multidões carentes e órfãs, mas que passou de moda quando as multidões deixaram de se interessar pelo fenómeno; outros, ainda, veem em Jesus um revolucionário, ingénuo e inconsequente, preocupado em construir uma sociedade mais justa e mais livre, que procurou promover os pobres e os marginais e que foi eliminado pelos poderosos. Para os discípulos, Jesus foi bem mais do que “um homem”. Ele foi e é “o Messias, o Filho de Deus vivo”. Defini-l’O dessa forma significa reconhecer em Jesus o Deus que o Pai enviou ao mundo com uma proposta de salvação e de vida plena, destinada a todos os homens.
“E vós, quem dizeis que Eu sou?”
É uma pergunta que deve, de forma constante, ecoar nos nossos ouvidos e no nosso coração. Responder a esta questão não significa papaguear lições de catequese ou tratados de teologia, mas sim interrogar o nosso coração e tentar perceber qual é o lugar que Cristo ocupa na nossa existência… Responder a esta questão obriga-nos a pensar no significado que Cristo tem na nossa vida, na atenção que damos às suas propostas, na importância que os seus valores assumem nas nossas opções, no esforço que fazemos ou que não fazemos para o seguir…
Quem é Cristo para mim?

17 de agosto de 2014

Domingo XX do Tempo Comum

Mulher,

é grande a tua fé!

A liturgia deste Domingo reflete sobre a universalidade da salvação. Deus ama cada um dos seus filhos e a todos convida para o banquete do Reino.
Na primeira leitura, Deus garante ao seu Povo a chegada de uma nova era, na qual se vai revelar plenamente a salvação de Deus. No entanto, essa salvação não se destina apenas a Israel: destina-se a todos os homens e mulheres que aceitarem o convite para integrar a comunidade do Povo de Deus.
A segunda leitura sugere que a misericórdia de Deus se derrama sobre todos os seus filhos, mesmo sobre aqueles que, como Israel, rejeitam as suas propostas. Deus respeita sempre as opções dos homens; mas não desiste de propor, em todos os momentos e a todos os seus filhos, oportunidades novas de acolher essa salvação que Ele quer oferecer.
O Evangelho apresenta a realização da profecia de Isaías, apresentada na primeira leitura. Jesus, depois de constatar como os fariseus e os doutores da Lei recusam a sua proposta do Reino, entra numa região pagã e demonstra como os pagãos são dignos de acolher o dom de Deus. Face à grandeza da fé da mulher cananeia, Jesus oferece-lhe essa salvação que Deus prometeu derramar sobre todos os homens e mulheres, sem exceção. Esta mulher, na sua humildade, nem sequer reivindica equiparar-se a esse Povo eleito, convidado por Deus para o banquete do Reino… Ela está disposta a ficar apenas com “as migalhas” que caem da mesa; mas pede insistentemente que lhe permitam ter acesso a essa salvação que Jesus traz. Ao contrário, os fariseus e doutores da Lei, fechados na sua autossuficiência e nos seus preconceitos, rejeitam continuamente essa salvação que Jesus não cessa de lhes oferecer.
No final de toda esta caminhada de afirmação da “bondade” e do “merecimento” desses pagãos que a teologia oficial de Israel desprezava, Jesus conclui: “Mulher, grande é a tua fé. Faça-se como desejas”. A afirmação de Jesus significa: “na verdade tu estás disposta a acolher-Me como o enviado do Pai e a aceitar o pão do Reino, o pão com que Deus mata a fome de vida de todos os seus filhos. Recebe essa salvação que se destina a todos aqueles que têm o coração aberto aos dons de Deus”.
A proposta de Jesus é para todos. A comunidade de Jesus é, verdadeiramente, uma comunidade universal. Aquilo que é decisivo, no acesso à salvação, é a fé – isto é, a capacidade de aderir a Jesus e à sua proposta de vida.

Liturgia da Palavra do Domingo XX do Tempo Comum

I Leitura                 Is 56, 1.6-7

«Conduzirei os filhos dos estrangeiros ao meu santo monte»

A “Casa de Deus”, designada também por “montanha santa”, é agora a sua Igreja, que tem as portas abertas a todos os povos e a todos os homens. A leitura do Evangelho vai demonstrar que é verdadeira esta afirmação, que já vem do Antigo Testamento. O que não significa que a Casa de Deus seja lugar de confusão. Se todos nela têm lugar, é para ali se encontrarem na unidade da mesma fé: trata-se da Casa “do Senhor”, e não apenas de um lugar de encontro de homens.           
                               
Salmo     66 (67)
Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.

II Leitura:             Rom 11, 13-15.29-32

«Os dons e o chamamento de Deus para com Israel são irrevogáveis»

S. Paulo, a propósito da incredulidade dos judeus, que não aceitaram Jesus Cristo, diz que isso acabou por ser ocasião de os pagãos receberem mais depressa o Evangelho; mas, como os dons de Deus são irrevogáveis, dia virá em que também os judeus alcançarão de Deus a graça da conversão a Cristo, visto que foi a eles antes de todos os outros que Deus fez as suas promessas de salvação.
               
Aclamação ao Evangelho                   Mt 4, 2

Jesus proclamava o evangelho do reino e curava todas as doenças entre o povo.              

Evangelho:                            Mt 15, 21-28

«Mulher, é grande a tua fé»

Esta leitura vem culminar as duas anteriores, que excecionalmente coincidem todas no mesmo ponto: Deus dirige o seu apelo a todos os homens, mesmo aos de fora do povo judeu. A mulher cananeia é estrangeira em relação ao povo de Israel, mas, pela fé, tornou-se mais próxima do Senhor do que muitos desse povo, que O rejeitaram. É a fé que aproxima de Deus, e não o sangue.

Vivemos num mundo de contradições.
Por um lado, o intercâmbio de ideias, de experiências, de notícias, o contacto fácil, rápido e direto com qualquer pessoa, em qualquer canto do mundo, contribuem para nos abrir horizontes, para nos ensinar o respeito pela diferença, para nos fazer descobrir a riqueza de cada povo e de cada cultura… Por outro lado, o egoísmo, a autossuficiência, o medo dos conflitos sociais, o sentimento de que um determinado estilo de vida pode estar ameaçado, provocam o racismo e a xenofobia e levam-nos a fechar as portas àqueles que querem cruzar as nossas fronteiras à procura de melhores condições de vida…
No entanto, o nosso Deus convida-nos a abrir o nosso coração à universalidade, à diferença. Os outros homens e mulheres – estrangeiros, diferentes, com outra cor de pele, com outra língua, com outros valores ou com outra religião – são irmãos nossos, que devemos acolher e amar. A Igreja é a comunidade do Povo de Deus. Todos os seus membros são filhos do mesmo Deus e irmãos em Jesus, embora pertençam a raças diferentes, a culturas diferentes e a extratos sociais diferentes.
A misericórdia de Deus não abandona nenhum dos seus filhos, mesmo aqueles que numa determinada fase da caminhada rejeitam as suas propostas. Deus respeita sempre as opções livres dos homens; mas não desiste de propor oportunidades infindáveis de salvação, que só esperam o “sim” do homem.
“Deus escreve direito por linhas tortas”. Do mal, Ele é sempre capaz de retirar o bem. Aquilo que, muitas vezes, nos parece ilógico e sem sentido, talvez faça parte dos projetos de Deus – projetos que nem sempre conseguimos entender e enquadrar nos nossos esquemas mentais.
Temos de aprender a confiar em Deus e na forma como Ele dirige a história, mesmo quando não conseguimos entender os seus projetos.

Palavra de Deus para a semana de 18 a 23 de agosto  


18
Seg
Ez 24, 15-24 - Salmo Deut 32, 18-19. 20. 21- Mt 19, 16-22
Bem-aventurados os pobres em espírito,porque deles é o reino dos Céus.
19
Ter
S. João Eudes, presbítero – MF
Ez 28, 1-10 - Salmo Deut 32, 26-27ab. 27cd-28. 30. 35cd-36ab - Mt 19, 23-30
«É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha
do que um rico entrar no reino de Deus»
20
Qua
S. Bernardo, abade e doutor da Igreja – MO
Ez 34, 1-11 - Salmo 22 (23) - Mt 20, 1-16a
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração.
21
Qui
S. Pio X, papa – MO
Ez 36, 23-28 - Salmo 50 (51) - Mt 22, 1-14
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.
22
Sex
Is 9, 1-6 - Salmo 112 (113) - Lc 1, 26-38
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco;
bendita sois Vós entre as mulheres.
23
Sáb
S. Rosa de Lima, virgem – MF
Ez 43, 1-7a - Salmo 84 (85) - Mt 23, 1-12
Um só é o vosso Pai, o Pai celeste; um só é o vosso mestre, Jesus Cristo.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM


Is 22, 19-23          «Porei aos seus ombros a chave da casa de David»

Salmo     137 (138)
Senhor, a vossa misericórdia é eterna: não abandoneis a obra das vossas mãos.

Rom 11, 33-36     «D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas»

Mt 16, 13-20        «Tu és Pedro e dar-te-ei as chaves do reino dos Céus»

Intenções para a Eucaristia de 17 de agosto (10:00h)

Benilde Delfina da Luz Pinto; Pais de António da Luz Pinto; Joaquim Pinto Vieira e esposa; António da Silva Luís, do Lameu; José Ferreira Aguiar; Associados da Mensagem de Fátima; Maria da Conceição Moreira, de Vila; 7.º dia por Rosa de Jesus Carneiro; Almas do Purgatório


Intenções para a Eucaristia de 24 de agosto (10:00h)

Maria da Conceição da Silva, de Requim; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; António Pereira de Freitas e esposa; Missa da Associação por Rosa de Jesus Carneiro

Agenda


17 ago 
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h 

24 ago 
    • Eucaristia, igreja, 10:00h


Quem é que é cristão?
Quem é que pode fazer parte da comunidade de Jesus?
A resposta está implícita na história da mulher cananeia: torna-se membro da comunidade de Jesus quem aceita a sua oferta de salvação, quem acolhe o Reino, adere a Jesus e ao Evangelho.
O que é determinante, para integrar a comunidade do Reino, não é a raça, a cor da pele, o local de nascimento, a tradição familiar, a formação académica, a capacidade intelectual, a visibilidade social, o cumprimento de ritos, a receção de sacramentos, mas a fé: adesão a Jesus e à sua proposta de salvação.
Teoricamente, ninguém põe em causa que a Igreja nascida de Jesus seja uma comunidade aberta a todos os homens e mulheres, de todas as raças, culturas, classes sociais, quadrantes políticos…
Na prática, será que todos encontram na Igreja um espaço de comunhão, de amor, de fraternidade?
Os homens e as mulheres, os casados e os divorciados, os pobres e os ricos, os instruídos e os analfabetos, os conhecidos e os desconhecidos, os bons e os maus, os novos e os velhos, todos são acolhidos na comunidade cristã sem discriminação e todos são convidados a pôr a render, para benefício dos irmãos, os talentos que Deus lhes deu?
Independentemente do que os documentos da Igreja dizem, do que o Papa ou os bispos dizem, o que é que eu faço para que a minha comunidade cristã seja um espaço de fraternidade, onde todos se sentem acolhidos e amados?