29 de março de 2015

Pagela Semana Santa

“Abre a tua porta à alegria do Evangelho”
Caminhada para uma Quaresma com Páscoa

Semana SantaImita
 V/ Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.       R/Ámen.
1. Convite à oração: Esta semana é «santa» e é «grande» pela importância e pelas consequências do grande acontecimento, que celebramos: a entrega de Jesus, a sua Paixão, morte e ressurreição. A melhor forma de rezarmos, nesta semana, é a de vivermos estes acontecimentos, desde o Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa, participando nas celebrações que a Liturgia da Igreja nos oferece e para as quais somos todos convidados a participar.
2. Leitura bíblica: “O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não resisti nem recuei um passo” (cf Is.50,4-7)
3. Breve diálogo sobre este texto:
a) O verdadeiro discípulo segue Jesus. Procura escutar, guardar e cumprir a sua Palavra. Mas o verdadeiro discípulo procura também ter em si «os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» (Fil.2,5): sendo Ele de condição divina, fez-se homem; sendo Ele o Senhor, fez-se servo; sendo o Filho de Deus, fez-se crucificado, por amor, suportando a humilhação da Cruz.
b) Nesta semana, somos desafiados à «Imitação de Cristo», isto é, somos convidados a seguir Jesus, a levar a nossa fidelidade ao seu amor, até ao fim, custe o que custar. Somos convidados a ajudar os outros a suportar o peso da cruz, da solidão, da doença, do desespero. São Paulo diz: «sede meus imitadores como eu o sou de Cristo» (I Cor.11,1). E convida-nos a olhar atentamente “para aqueles” que nos servem de modelo, para não procedermos como “inimigos da cruz de Cristo”, que apenas procuram a sua satisfação imediata. 4. Gesto: Escrever na 6ª porta o nome de três santos, que nos servem de referência, na imitação e no seguimento de Jesus, até ao fim. Durante a semana, participar nas celebrações do Tríduo Pascal.
5. Pai-Nosso
6. Oração conclusiva: Abri, Senhor, nosso Deus, a porta dos nossos ouvidos para escutarmos, como escutam os discípulos. Abri, Senhor, a porta da nossa boca, para que saibamos dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Abri, Senhor, a porta dos nossos corações, para que possamos imitar e seguir os passos do vosso Filho Jesus Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

R/ Ámen!

Domingo de Ramos na Paixão do Senhor


A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. O profeta é o homem da Palavra, através de quem Deus fala; a proposta de redenção que Deus faz a todos aqueles que necessitam de salvação/libertação ecoa na palavra profética. O profeta é inteiramente modelado por Deus e não opõe resistência nem ao chamamento, nem à Palavra que Deus lhe confia; mas tem de estar, continuamente, numa atitude de escuta de Deus, para que possa depois apresentar – com fidelidade – essa Palavra de Deus para os homens. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe. O cristão deve ter como exemplo esse Cristo, servo sofredor e humilde, que fez da sua vida um dom a todos. Esse caminho não levará ao aniquilamento, mas à glória, à vida plena.

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. Na cruz, vemos aparecer o Homem Novo, o protótipo do homem que ama radicalmente e que faz da sua vida um dom para todos. Porque ama, este Homem Novo vai assumir como missão a luta contra o pecado – isto é, contra todas as causas objetivas que geram medo, injustiça, sofrimento, exploração e morte. Assim, a cruz mantém o dinamismo de um mundo novo – o dinamismo do “Reino”


Liturgia da Palavra do Domingo de Ramos na Paixão do Senhor


I Leitura                                 Is. 50, 4-7

«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»

Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.

 Salmo   21 (22)
Meu Deus, meu Deus,
porque me abandonastes?


II Leitura:             Filip 2, 6-11

«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória de “Senhor”, que é a própria glória de Deus.

Aclamação ao Evangelho                   Filip 2, 8-9

Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.

Evangelho             Mc 14, 1 – 15, 47

O Evangelho de São Marcos é o mais antigo, porque escrito antes dos outros, e é também o mais breve, não só na história da Paixão como em todo ele. Este evangelista aponta com bastante realismo alguns episódios fruto de especial observação de situações particulares e até pitorescas, como a que envolve o servo do sumo sacerdote aquando da prisão de Jesus.

Celebrar a paixão e a morte de Jesus é abismar-se na contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil… Por amor, Ele veio ao nosso encontro, assumiu os nossos limites e fragilidades, experimentou a fome, o sono, o cansaço, conheceu a mordedura das tentações, experimentou a angústia e o pavor diante da morte; e, estendido no chão, esmagado contra a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar. Desse amor resultou vida plena, que Ele quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”: esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa notícia que enche de alegria o coração dos crentes.
Contemplar a cruz onde se manifesta o amor e a entrega de Jesus significa assumir a mesma atitude que Ele assumiu e solidarizar-Se com aqueles que são crucificados neste mundo: os que sofrem violência, os que são explorados, os que são excluídos, os que são privados de direitos e de dignidade… Olhar a cruz de Jesus significa denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores, práticas, ideologias; significa evitar que os homens continuem a crucificar outros homens; significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor… Viver deste jeito pode conduzir à morte; mas o cristão sabe que amar como Jesus é viver a partir de uma dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição.
A “angústia” e o “pavor” de Jesus diante da morte, o seu lamento pela solidão e pelo abandono, tornam-n’O muito “humano”, muito próximo das nossas debilidades e fragilidades. Dessa forma, é mais fácil identificarmo-nos com Ele, confiar n’Ele, segui-l’O no seu caminho do amor e da entrega. A humanidade de Jesus mostra-nos, também, que o caminho da obediência ao Pai não é um caminho impossível, reservado a super-heróis ou a deuses, mas é um caminho de homens frágeis, chamados por Deus a percorrerem, com esforço, o caminho que conduz à vida definitiva.             


Palavra de Deus para a semana de 30 de março a 4 de abril


30
Seg
Is 42, 1-7 - Salmo 26 (27) - Jo 12, 1-11
Salve, Senhor, nosso Rei; só Vós tivestes piedade dos nossos erros
31
Ter
Is 49, 1-6 - Salmo 70 (71) - Jo 13, 21-33. 36-38
Salve, Senhor, nosso Rei, obediente ao Pai,
que fostes levado como manso cordeiro à morte na cruz
1
Qua
Is 50, 4-9a - Salmo 68 (69) - Mt 26, 14-25
Salve, Senhor, nosso Rei; só Vós tivestes piedade dos nossos erros

2
Qui
MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR
Ex 12, 1-8. 11-14 - Salmo 115 (116) - 1 Cor 11, 23-26 -  Jo 13, 1-15
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.

3
Sex
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Is 52, 13 – 53, 12 - Salmo 30 (31) - Hebr 4, 14-16 – 5, 7-9 - Jo 18, 1 – 19, 42
Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz.
Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.
4
Sáb
Vigília Pascal na Noite Santa
Gen 1, 1 – 2, 2 - Gen 22, 1-18 - Ex 14, 15 – 15, 1 -  Is 54, 5-14 -  Is 55, 1-11
Bar 3, 9-15. 32 – 4, 4 - Ez 36, 16-17a. 18-28 -Rom 6, 3-11 - Mc 16, 1-8
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a Sua misericórdia

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR


Act. 10, 34a, 37-43             Cristo ressuscitou!

Salmo   117(118)                Este é o dia que o Senhor fez: exultemos e cantemos de alegria.

Col. 3, 1-4                             Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra

I Cor 5, 7b-8ª                       Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado:
celebremos a festa do Senhor

Intenções para a Eucaristia de 29 de março (10:00h)

Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Alexandre Joaquim Soares; Fernando Pinto Melo; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; 5.º Aniversário falecimento de Ricardo Luís e Palmira Pereira de Jesus; 6.º Aniversário falecimento de Margarida Madureira de Almeida; António da Silva Luís, do Lameu

Intenções para a Eucaristia de 5 de abril (8:30h)


João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; José Vieira Bouça e Maria Rosa Bessa de Almeida


Agenda


2 abr
    • Missa Vespertina da Ceia do Senhor, Igreja, 20:30h
3 abr
    • Celebração da Paixão do Senhor, Igreja, 20:30h
4 abr
    • SÁBADO SANTO – Oração de Vésperas 1º Sábado, Igreja, 18:30h
5 abr
    • DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR- Igreja,8:30h

Jesus, o servo de Deus: ele é a Palavra de Deus feita carne, que oferece a sua vida para trazer a salvação/libertação aos homens… A vida de Jesus realiza plenamente esse destino de dom e de entrega da vida em favor de todos; e a sua glorificação mostra que uma vida vivida deste jeito não termina no fracasso, mas na ressurreição que gera vida nova.
Jesus, o “servo” sofredor que faz da sua vida um dom por amor, mostra aos seus seguidores o caminho: a vida, quando é posta ao serviço da libertação dos pobres e dos oprimidos, não é perdida mesmo que pareça, em termos humanos, fracassada e sem sentido. Temos a coragem de fazer da nossa vida uma entrega radical ao projecto de Deus e à libertação dos nossos irmãos? Temos consciência de que, ao escolher este caminho, estamos a gerar vida nova, para nós e para os nossos irmãos?
De acordo com os critérios que presidem à construção do nosso mundo, os grandes “ganhadores” não são os que põem a sua vida ao serviço dos outros, com humildade e simplicidade, mas são os que enfrentam o mundo com agressividade, com autossuficiência e fazem por ser os melhores, mesmo que isso signifique não olhar a meios para passar à frente dos outros. Como pode um cristão conviver com estes valores?
Paulo tem consciência de que está a pedir aos seus cristãos algo realmente difícil; mas é algo que é fundamental, à luz do exemplo de Cristo. Também a nós é pedido, nestes últimos dias antes da Páscoa, um passo em frente neste difícil caminho da humildade, do serviço, do amor:
Os acontecimentos que, nesta semana, vamos celebrar garantem-nos que o caminho do dom da vida não é um caminho de “perdedores” e fracassados: o caminho do dom da vida conduz ao sepulcro vazio da manhã de Páscoa, à ressurreição. É um caminho que garante a vitória e a vida plena.

22 de março de 2015

Pagela Domingo V Quaresma

 “Abre a tua porta à alegria do Evangelho”
Caminhada para uma Quaresma com Páscoa

5ª SemanaRecria-te
 V/ Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.       R/Ámen.
1. Convite à oração: estamos a caminhar para a reta final desta Quaresma, e já sentimos chegarem “os dias em que Cristo dirigiu preces e súplicas com grandes clamores e lágrimas Àquele que O podia livrar da sua morte”. Neste momento de oração, coloquemos o nosso coração, diante da luz de Deus, para que Ele renove o nosso coração, recrie a nossa vida. Rezemos todos: “Senhor, dai-me um coração novo”.  Escutemos a promessa do Senhor, pela voz do profeta Jeremias:
2. Leitura bíblica: “Naqueles dias, diz o Senhor: «Hei de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo». Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas” (Jer.31,31-34).
3. Breve diálogo sobre este texto:
a) O Profeta anuncia o dom de um coração novo, de um coração capaz de se deixar amar, por Deus, para poder amar o próximo. O coração novo é o coração transformado, pelo perdão de Deus. É esse perdão, que torna possível o nosso arrependimento.
b) A Quaresma é um tempo favorável para renovar o nosso coração, para recriar a nossa vida, através do perdão, que o Senhor nos dá, de forma visível, «face a face», no Sacramento da Reconciliação. Estamos a aproveitar ou estamos a adiar ou a ignorar esta possibilidade?
4. Gesto: Escrever na 5ª porta o nome de três pessoas a quem devo pedir ou oferecer o perdão. Durante a semana, procurar um momento de encontro, para realizar um gesto de proximidade, de diálogo, de reconciliação. Se ainda não celebrámos a reconciliação (confissão), vamos cumprir este compromisso.
5. Pai-Nosso
6. Oração conclusiva: (Salmo 50)    Dai-me, Senhor, um coração puro!

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados. Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas. Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme. Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso. Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos, e os transviados hão de voltar para Vós.

Domingo V da Quaresma

RECRIA-TE

Se o grão de trigo,
lançado à terra, morrer,
dará muito fruto

Na liturgia do 5º Domingo da Quaresma ecoa, com insistência, a preocupação de Deus no sentido de apontar ao homem o caminho da salvação e da vida definitiva. A Palavra de Deus garante-nos que a salvação passa por uma vida vivida na escuta atenta dos projetos de Deus e na doação total aos irmãos.
Na primeira leitura, Deus apresenta a Israel a proposta de uma nova Aliança. Essa Aliança implica que Deus mude o coração do Povo, pois só com um coração transformado o homem será capaz de pensar, de decidir e de agir de acordo com as propostas de Deus. Ao homem pede-se, naturalmente, que acolha o dom de Deus, que se deixe transformar por Deus, que aceite o desafio de Deus para integrar a comunidade da nova Aliança. Integrar a comunidade da nova Aliança implica, no entanto, renunciar a caminhos de fechamento, de autossuficiência, de recusa, de indiferença face aos desafios e às propostas de Deus.
A segunda leitura apresenta-nos Jesus Cristo, o sumo-sacerdote da nova Aliança, que Se solidariza com os homens e lhes aponta o caminho da salvação. Esse caminho (e que é o mesmo caminho que Jesus seguiu) passa por viver no diálogo com Deus, na descoberta dos seus desafios e propostas, na obediência radical aos seus projetos. Ao fazer da sua vida um dom, uma entrega total, um “sacrifício”, Ele realizou o projeto de refazer a comunhão entre Deus e os homens. Com a sua obediência, Ele ensinou os homens a viver em comunhão total com Deus, a cumprir os projetos de Deus e a amar os irmãos até ao dom total da vida; com a sua obediência, Ele eliminou o egoísmo e o pecado que afastavam os homens de Deus. Sendo, pela sua comunhão total com o Pai e com os homens, o modelo de Homem Novo, Ele tornou-se, para todos aqueles que escutaram a sua mensagem e que O seguiram, “fonte de salvação eterna”.
O Evangelho convida-nos a olhar para Jesus, a aprender com Ele, a segui-l’O no caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. O caminho da cruz parece, aos olhos do mundo, um caminho de fracasso e de morte; mas é desse caminho de amor e de doação que brota a vida verdadeira e eterna que Deus nos quer oferecer. Jesus é o Filho de Deus que veio ao encontro dos homens para lhes apresentar uma proposta de salvação.

Liturgia da Palavra do Domingo V da Quaresma


I Leitura                 Jer 31, 31-34
«Estabelecerei uma aliança nova e não mais recordarei os seus pecados»

Ao longo de toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a estabelecerem com Ele relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de Israel, através de homens extraordinários, que servem de mediadores. À humanidade decaída pelo pecado, que «vivia no terror dos deuses e do destino implacável». Deus ia assim revelando o Seu amor e os Seus desígnios de salvação.
Estas alianças, porém, preparavam e conduziam a uma aliança nova, espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez, o profeta Jeremias anuncia ao Povo de Deus.               

 Salmo   50 (51)                   Dai-me, Senhor, um coração puro.

II Leitura:             Hebr 5, 7-9
«Aprendeu a obediência e tornou-se causa de salvação eterna»

A Aliança anunciada por Jeremias veio a realizar-se pelo mais perfeito dos mediadores – Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens. Porque foi sancionada com o Seu Sangue, Jesus é a própria Aliança: Ele estabeleceu a comunhão perfeita dos homens com Deus.
Realidade definitiva, esta é a Aliança nova. Mas é também eterna. Não há necessidade de se repetir, como as antigas. Pela Eucaristia, feita em Sua Memória, como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os lugares e tempos. Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.     

Aclamação ao Evangelho                   Jo 12, 26
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor,
e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo.

Evangelho             Jo 12, 20-33
«Se o grão de trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»

Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.
Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.
Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal».

O caminho que Jesus aponta aos homens é o caminho do amor radical, do dom da vida, da entrega total a Deus e aos irmãos. Este caminho pode parecer, por vezes, um caminho de fracasso, de cruz; pode ser um caminho que nos coloca à margem desses valores que o mundo admira e consagra; pode parecer um caminho de perdedores e de fracos, reservado a quem não tem a coragem de se impor, de vencer a todo o custo, de conquistar o mundo… No entanto, Jesus garante-nos: a vida plena e definitiva nasce do dom de si mesmo, do serviço simples e humilde prestado aos irmãos (sobretudo aos pequenos e aos pobres), da disponibilidade para nos esquecermos de nós próprios e para irmos ao encontro das necessidades dos outros, da capacidade para nos solidarizarmos com os irmãos que sofrem, da coragem com que enfrentamos tudo aquilo que gera sofrimento e morte.
“Queremos ver Jesus”… Em resposta ao pedido dos Gregos, Jesus anuncia a sua próxima “glorificação”, isto é, a sua morte. Estranha associação esta, da morte com a glória! Mas Jesus explica: “Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto”. Sabemos que, na realidade, o grão enterrado na terra sofre uma profunda transformação. O seu invólucro exterior deve rebentar e acabar por desaparecer para que o germe, até então escondido, possa crescer e produzir novos grãos. Na morte de Jesus acontece a “explosão” da Ressurreição. Os discípulos reconhecem em Jesus a presença imediata de Deus. Então, Ele será glorificado. A “glória” é o “peso”, no sentido de “densidade”, de um ser. A verdadeira glória, a verdadeira densidade do ser de Jesus, é que a sua humanidade é o lugar da incarnação do Filho eterno do Pai. Porque estamos ainda no tempo da germinação secreta, não vemos ainda esta glória do Senhor. Mas acolhendo o testemunho dos apóstolos que “comeram e beberam com Ele depois da sua ressurreição de entre os mortos”, podemos deixar-nos atrair por Jesus, acolher e ver “já” pela fé o seu mistério de glória, e testemunhar assim, no coração do mundo, que Ele, o Filho do homem, é verdadeiramente o Filho de Deus, vencedor da morte.


Palavra de Deus para a semana de 23 a 28 de março


23
Seg
Dan 13, 41c-62 - Salmo 22 (23) - Jo 8, 1-11
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que se converta e viva
24
Ter
Num 21, 4-9 - Salmo 101 (102) - Jo 8, 21-30
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.
25
Qua
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR – SOLENIDADE
Is 7, 10-14; 8, 10 - Salmo 39 (40) - Hebr 10, 4-10 - Lc 1, 26-38
O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós e nós vimos a sua glória
26
Qui
Gen 17, 3-9 - Salmo 104 (105) - Jo 8, 51-59
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações
27
Sex
Jer 20, 10-13 - Salmo 17 (18) - Jo 10, 31-42
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida,
Vós tendes palavras de vida eterna
28
Sáb
Ez 37, 21-28 - Salmo Jer 31, 10. 11-12ab. 13 - Jo 11, 45-56
Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO VI DA QUARESMA


Is. 50, 4-7                             «Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»

Salmo  21 (22)                     Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Filip 2, 6-11                          «Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»

Mc 14, 1 – 15, 47                 Vigiai e orai, para não entrardes em tentação

Intenções para a Eucaristia de 22 de março (10:00h)



Emídio Ribeiro; Aniversário natalício de António da Silva Luís, do Lameu; António Soares de Moura; António Pereira de Freitas e esposa; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da Costa; José Pinto da Silva; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Duarte Moreira; Teresa da Conceição Moreira Mesquita


Intenções para a Eucaristia de 29 de março (10:00h)


Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Alexandre Joaquim Soares; Fernando Pinto Melo; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; 5.º Aniversário falecimento de Ricardo Luís e Palmira Pereira de Jesus; 6.º Aniversário falecimento de Margarida Madureira de Almeida; António da Silva Luís, do Lameu


Agenda

19 mar
    •        
      Domingo de Ramos na Paixão do Senhor-Eucaristia, Igreja, 10:00h


O projeto de uma nova Aliança entre Deus e o seu Povo concretiza-se em Jesus: Ele veio ao mundo para renovar os corações dos homens, oferecendo-lhes a vida de Deus.
Jesus Cristo veio ao nosso encontro, assumiu a nossa humanidade, conheceu as nossas fragilidades, partilhou as nossas dores, medos e incertezas. Ele compreendeu os homens e as suas fraquezas, sem nunca os acusar nem condenar, sem se demitir da sua condição de irmão dos homens. Desta forma, tornou-Se capaz de Se compadecer da nossa miséria e de nos trazer a ajuda necessária para que pudéssemos superar a nossa situação de debilidade. A Palavra de Deus que hoje nos é proposta garante-nos a solidariedade de Cristo em todos os instantes da nossa existência. Não estamos sozinhos, frente a frente com a nossa fragilidade e debilidade; Cristo entende-nos, caminha à nossa frente, pega-nos ao colo quando não conseguimos caminhar.
Toda a vida de Cristo cumpriu-se num intenso diálogo e numa total comunhão com o Pai. Através desse diálogo, Ele pôde discernir a vontade do Pai e conhecer os seus projetos. Pela oração, Ele encontrou forças para obedecer, para dizer “sim” e para concretizar os planos do Pai, mesmo nos momentos mais dramáticos da sua existência terrena. O caminho da doação total ao Pai não é um caminho impossível para os homens (Jesus, tornado homem como nós, demonstrou-o); mas é um caminho que os homens podem percorrer, apesar das suas fragilidades. É esse caminho que Jesus, o homem como nós, nos aponta.