27 de julho de 2014

Domingo XVII do Tempo Comum

A liturgia deste domingo convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Salomão tinha consciência de que a autoridade é um serviço que deve ser exercido com “sabedoria” e que o objetivo final desse serviço é a realização do bem comum. Ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem “sábio” que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efémeros.
A segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas. O projeto salvador de Deus está aberto a todos aqueles que querem acolhê-l’O. Paulo sublinha que se trata de um dom gratuito de Deus e que esse dom está previsto desde toda a eternidade.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. O Reino proposto por Jesus (esse mundo de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação que Jesus veio anunciar e oferecer) é um “tesouro” precioso, que os seguidores de Jesus devem abraçar, antes de qualquer outro valor ou proposta. Os cristãos são, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo: o Reino. Ora, quando alguém encontra um “tesouro” como esse, deve elegê-lo como a riqueza mais preciosa, o valor fundamental pelo qual se renuncia a tudo o resto e pelo qual se está disposto a pagar qualquer preço. O Reino não é um condomínio fechado, onde só há gente escolhida e santa, mas é uma realidade onde o mal e o bem crescem simultaneamente. Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador; por isso, dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e para fazer as suas escolhas.
O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que “compreende”. Ora, “compreender”, em Mateus, significa “prestar atenção” e comprometer-se com o ensinamento proposto. Os cristãos são, pois, convidados a descobrir a realidade do Reino, a entender as suas exigências, a comprometerem-se com os seus valores.

Liturgia da Palavra do Domingo XVII do Tempo Comum


I Leitura                                 1 Reis 3, 5.7-12

«Pediste a sabedoria»

O maior tesouro é a sabedoria. A sabedoria é o dom de saber orientar a vida segundo os critérios de Deus. Mas quem tem a peito pedi-la ao Senhor, antes de todos os outros bens como fez Salomão? De tal modo agradou ao Senhor esta primeira preocupação de Salomão que, juntamente com a sabedoria, a única coisa que ele pedira, o Senhor lhe deu tudo o mais.
               
Salmo     118 (119)
Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

II Leitura:                             Rom 8, 28-30

«Predestinou-nos para sermos conformes à imagem do seu Filho»

Deus chamou-nos para nos integrarmos em Cristo. É esse o desígnio que Deus tem sobre nós e que se vai realizando, progressivamente, até chegar à plenitude, a qual só se encontrará na glória celeste. É o que esta leitura quer significar com a sucessiva acção de Deus em nós, pela qual Ele pretende levar-nos a participar plenamente na glória de Cristo
               
Aclamação ao Evangelho                   Mt 11, 25

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.


Evangelho:                            Mt 13, 44-52

«Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo»

Com três parábolas, a do tesouro escondido no campo, a do negociante de pérolas e a da rede lançada ao mar, o Senhor ensina-nos o caminho da sabedoria para encontrar o reino dos Céus, como fará o “escriba bem avisado”, de que também nos fala a leitura.

Palavra de Deus para a semana de 28 de julho a 2 de agosto  


28
Seg
Jer 13, 1-11 - Salmo Deut 32, 18-19. 20. 21 - Mt 13, 31-35
Deus Pai nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos as primícias das suas criaturas.
29
Ter
S. Marta – MO
Jer 14, 17-22 - Salmo 78 (79) - Jo 11, 19-27
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo:
quem O encontra permanece para sempre.
30
Qua
S. Pedro Crisólogo, bispo e doutor da Igreja – MF
Jer 15, 10. 16-21 - Salmo 58 (59) - Mt 13, 44-46
Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.
31
Qui
S. Inácio de Loiola, presbítero – MO
Jer 18, 1-6 - Salmo 145 (146) - Mt 13, 47-53
Abri, Senhor, o nosso coração, para recebermos a palavra do vosso Filho.
1
Sex
S. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja – MO
Jer 26, 1-9 - Salmo 68 (69) - Mt 13, 54-58
A palavra do Senhor permanece eternamente.
Esta é a palavra que vos foi anunciada.

2
Sáb
S. Eusébio de Vercelas, bispo – MF
S. Pedro Juliano Eymard, presbítero – MF
                Jer 26, 11-16. 24 - Salmo 68 (69) - Mt 14, 1-12
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVIII DO TEMPO COMUM


Is 55, 1-3                              «Vinde e comei»

Salmo     144 (145               Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.

Rom 8, 35.37-39                                «Nenhuma criatura poderá separar-nos do amor de Deus,
que se manifestou em Jesus Cristo»

Mt 14, 13-21                        «Todos comeram e ficaram saciados»

Intenções para a Eucaristia de 27 de julho (11:00h)

 Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Ferreira Aguiar; Ricardo Luís e filha; Missa Aniv. Natalício de José Araújo.

Intenções para a Eucaristia de 3 de agosto (10:00h)

João de Jesus Pinto, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Antero Pinto; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, esposa e filho; António Pinto Melo.

Agenda

27 jul a 8 ago
    • Visita da Nossa Senhora da Natividade do Castelinho 

3 ago
    • Eucaristia, igreja, 10:00h



O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objetivo fundamental, porque o Reino é serviço. O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade. O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?


Quando a tristeza nos tolda a vista e nos impede de sorrir, quando apresentamos semblantes carrancudos e preocupados, quando deixamos transparecer em gestos e em palavras a agitação e o desassossego, quando olhamos para o mundo com os óculos do pessimismo e do desespero, quando só nos deixamos impressionar pelo mal que acontece à nossa volta, já teremos descoberto esse valor fundamental – o Reino – que é paz, esperança, serenidade, alegria, harmonia?

20 de julho de 2014

Domingo XVI do Tempo Comum

A liturgia do 16º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir o Deus paciente e cheio de misericórdia, a quem não interessa a marginalização do pecador, mas a sua integração na comunidade do “Reino”; e convida-nos, sobretudo, a interiorizar essa “lógica” de Deus, deixando que ela marque o olhar que lançamos sobre o mundo e sobre os homens.
A primeira leitura fala-nos de um Deus que, apesar da sua força e omnipotência, é indulgente e misericordioso para com os homens – mesmo quando eles praticam o mal. Agindo dessa forma, Deus convida os seus filhos a serem “humanos”, isto é, a terem um coração tão misericordioso e tão indulgente como o coração de Deus. A “justiça” não é, no Antigo Testamento, a estrita aplicação da lei; mas é, sobretudo, a fidelidade à própria essência. Ora, a essência de Deus é amor, bondade e misericórdia; por isso, ser justo equivale, para Deus, a revelar amor, benevolência e bondade na sua atitude para com os homens. “O justo deve ser amigo dos homens”: se a lógica de Deus é uma lógica de perdão e de misericórdia, o Povo de Deus deve adotar a mesma lógica e assumir atitudes de bondade, de amor, de misericórdia, de tolerância, nas suas relações comunitárias.
A segunda leitura sublinha, doutra forma, a bondade e a misericórdia de Deus. Afirma que o Espírito Santo – dom de Deus – vem em auxílio da nossa fragilidade, guiando-nos no caminho para a vida plena. É Deus que nos dá a força de viver “segundo o Espírito”.

O Evangelho garante a presença irreversível no mundo do “Reino de Deus”. Esse “Reino” não é um clube exclusivo de “bons” e de “santos”: nele todos os homens – bons e maus – encontram a possibilidade de crescer, de amadurecer as suas escolhas, de serem tocados pela graça, até ao momento final da opção definitiva. Com estas parábolas, Jesus responde às objeções daqueles que não acreditavam que da mensagem de um carpinteiro de Nazaré, pudesse surgir uma proposta de vida, capaz de fermentar o mundo e a história. Ele garante-nos que o “Reino” é uma realidade irreversível, que veio para ficar e para transformar o mundo. Escutar estas parábolas é receber uma injeção de ânimo e de esperança, capaz de levar a um compromisso mais sério e mais exigente com o “Reino”.

Liturgia da Palavra do Domingo XVI do Tempo Comum

I Leitura                 Sab 12, 13.16-19

«Após o pecado, dais lugar ao arrependimento»

Esta leitura é fruto da meditação de um homem sábio ao contemplar como Deus actua em presença dos males que rodeiam os homens, que saem até das mãos deles. Deus não age como os homens; não Se vinga, não Se desilude, não desespera. Deus sabe esperar, dando tempo ao tempo, e inspirando aos homens pecadores caminhos de conversão.
               
Salmo     85 (86)
Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

II Leitura:             Rom 8, 26-27

«O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis»

A ação de Deus em nós não é espetacular, não se faz sentir de maneira turbulenta e ruidosa; antes é serena, mas profunda e contínua. Deus atua, pelo seu Espírito, no mais íntimo do coração do homem, se este lho abrir e O acolher. Então, o próprio Espírito de Deus ora em nós, como só Ele sabe e pode orar.
               
Aclamação ao Evangelho                   Mt 11, 25

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.


Evangelho:                            Mt 13, 24-43

«Deixai-os crescer ambos até à ceifa»

O trigo e o joio, o bem e o mal, crescem neste mundo tão entrelaçados, que nunca acabaremos por ser capazes de os separar completamente. Mas, a hora de Deus chegará; justiça será feita, e da maneira mais total e completa. Entretanto, o reino de Deus vai lançando raízes e vai crescendo, sem que o joio o consiga sufocar. Mais uma razão para lhe darmos toda a atenção e a ele nos consagrarmos de alma e coração, com toda a esperança.

Castelinho Jovem

Visita da Nossa Senhora da Natividade do Castelinho

27 de julho a 8 de agosto de 2014

   Os jovens da Pastoral Juvenil Vicarial do Marco de Canaveses propõem uma caminhada com MARIA, recorrendo à devoção a NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE DO CASTELINHO.
   Todos nós, comunidade paroquial de S. Paio de Favões, somos convidados a tomar parte nesta caminhada de Fé e Devoção.

   Calendário de atividades da visita:

27 de julho, 11.00h - Acolhimento junto ao cruzeiro, seguindo em procissão para a Eucaristia
28 de julho, 21.00h - Terço Mariano dinamizado pelas crianças dos 1º, 2º e 3º anos
29 de julho, 21.00h - Vigília Mariana
30 de julho, 21.00h - Terço Mariano dinamizado pelos Adolescentes dos 7º e 8º anos
31 de julho, 21.00h - Terço Mariano dinamizado pelos Adolescentes dos 9º e 10º anos
1 de agosto, 21.00h - Terço Mariano dinamizado pelas Crianças dos 4º, 5º e 6º anos
2 de agosto, 19.00h - Oração Comunitária de Vésperas 1º Sábado
3 de agosto, 21.00h - Reflexão: “Maria, modelo no que ela foi”
4 de agosto, 21.00h -Terço Mariano dinamizado pelas Vicentinas e Mov. Mensag. Fátima
5 de agosto, 21.00h - Terço Mariano dinamizado pelos Acólitos e Zeladoras
6 de  agosto,21.00h - Terço Mariano dinamizado pelos Leitores
7 de agosto, 21.00h  - Terço Mariano dinamizado pelo Grupo Coral
8 de agosto, 21.00h  - Procissão de Velas, Despedida

Palavra de Deus para a semana de 21 de julho a 26 de julho  


21
Seg
S. Lourenço de Brindes, presbítero e doutor da Igreja – MF
Miq 6, 1-4. 6-8 - Salmo 49 (50) - Mt 12, 38-42
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações
S. Maria Madalena – MO
22
Ter
Miq 7, 14-15. 18-20 - Salmo 84 (85) - Jo 20, 1. 11-18
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
S. Brígida, religiosa, Padroeira da Europa – FESTA
Gal 2, 19-20 - Salmo 33 - Jo 15, 1-8
23
Qua
Quem permanece em Mim e Eu nele dá fruto abundante
S. Sarbélio Makhluf, presbítero – MF
Jer 2, 1-3. 7-8. 12-13 - Salmo 35 (36) - Mt 13, 10-17
24
Qui
Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
S. Tiago, Apóstolo – FESTA
2 Cor 4, 7-15 - Salmo 125 (126) - Mt 20, 20-28
25
Sex
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça.
26
Sáb
S. Joaquim e S. Ana, pais da Virgem Santa Maria – MO
Jer 7, 1-11 - Salmo 83 (84) - Mt 13, 24-30

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM


1 Reis 3, 5.7-12                   «Pediste a sabedoria»

Salmo     118 (119)              Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

Rom 8, 28-30                      «Predestinou-nos para sermos conformes à imagem do seu Filho»

Mt 13, 44-52                       «Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo»   

Intenções para a Eucaristia de 20 de julho (10:00h)

Maria da Conceição Soares; Emídio Ribeiro; José Gomes de Araújo; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Associados da Mensagem de Fátima; António Pereira de Freitas e esposa; António José Lino; Aniv. Natalício de Margarida Teixeira de Jesus


Intenções para a Eucaristia de 27 de julho (11:00h)

Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Ferreira Aguiar


Agenda

20 jul 
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h 

27 jul 
    • Eucaristia, igreja, 11:00h 

27 jul a 8 ago
    • Visita da Nossa Senhora da Natividade do Castelinho



O “Reino” é uma realidade irreversível, que está em processo de crescimento no mundo, onde cada homem e cada mulher têm o direito de crescer ao seu ritmo, de fazer as suas escolhas, de acolher ou não o dom de Deus, até à opção final e definitiva; onde o amor de Deus, vivo e atuante, vai introduzindo no coração do homem um dinamismo de conversão, de transformação, de renascimento, de vida nova.
Na parábola do trigo e do joio, Jesus garante-nos que os esquemas de Deus não prevêem a destruição do pecador, a segregação dos maus, a exclusão dos culpados. O Deus de Jesus Cristo é um Deus de amor e de misericórdia, sem pressa para castigar, que dá ao homem “todo o tempo do mundo” para crescer, para descobrir o dom de Deus e para fazer as suas escolhas.
A “paciência de Deus” com o joio convida-nos também a rejeitarmos as atitudes de rigidez, de intolerância, de incompreensão, de vingança, nas nossas relações com os nossos irmãos. O “senhor” da parábola não aceita a intolerância, a impaciência, o radicalismo dos “servos” que pretendem “cortar o mal pela raiz” e arrancar o mal. Às vezes, somos demasiados ligeiros em julgar e condenar, como se as coisas fossem claras e tudo fosse, sem discussão, claro ou escuro… A Palavra de Deus convida-nos a moderar a nossa dureza, a nossa intolerância, a nossa intransigência e a contemplar os irmãos com os olhos benevolentes, compreensivos e pacientes de Deus.
Não há o mal quimicamente puro de um lado e o bem quimicamente puro do outro… Mal e bem misturam-se no mundo, na vida e no coração de cada um de nós. Saibamos olhar para o mundo, para os grupos, para as pessoas sem preconceitos, com a mesma bondade, compreensão e tolerância que Deus manifesta face a cada homem e a cada mulher, independentemente das suas escolhas e do seu ritmo de caminhada.




13 de julho de 2014

Domingo XV Tempo Comum

A semente
é a palavra de Deus
e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.

A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na vida dos crentes.
A primeira leitura garante-nos que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e produz sempre efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios. Assim como a chuva e a neve que descem do céu fecundam a terra e multiplicam a vida nos campos, assim a Palavra de Deus não deixará de se concretizar e de criar vida plena para o Povo de Deus.
A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação. É a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver “segundo o Espírito” e para que ele possa construir o “novo céu e a nova terra” com que sonhamos. Se o homem aderir a Cristo e passar a viver “segundo o Espírito”, superará o destino de maldição e de morte em que o pecado o tinha lançado; então, também o resto da criação será libertado e nascerá o novo céu e a nova terra. Até lá, vai nascendo – no meio da dificuldade e da dor – esse Homem Novo, bem como esse Novo Céu e Nova Terra com que todos sonhamos. Porquê na dificuldade e na dor? Porque a vida “segundo o Espírito” supõe a renúncia ao egoísmo, aos interesses mesquinhos, ao comodismo, ao orgulho e a opção por um caminho de entrega e de dom da própria vida a Deus e aos outros.
O Evangelho propõe-nos, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e exorta-nos a ser uma “boa terra”, disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas dêem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Garante-nos também que o “Reino” proposto por Jesus será uma realidade imparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus. Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes… Há aqueles que têm um coração duro como o chão de terra batida dos caminhos: a Palavra de Jesus não poderá penetrar nessa terra e dar fruto. Há aqueles que têm um coração inconstante, capaz de se entusiasmar instantaneamente, mas também de desanimar perante as primeiras dificuldades: a Palavra de Jesus não pode aí criar raízes. Há aqueles que têm um coração materialista, que dá sempre prioridade à riqueza e aos bens deste mundo: a Palavra de Jesus é aí facilmente sufocada por esses outros interesses dominantes. Há também aqueles que têm um coração disponível e bom, aberto aos desafios de Deus: a Palavra de Jesus é aí acolhida e dá muito fruto. Os verdadeiros discípulos (a “boa terra”) identificam-se com aqueles que escutam as parábolas, as entendem e acolhem a proposta do “Reino”.



Liturgia da Palavra do Domingo XV do Tempo Comum

I Leitura                 Is 55, 10-11
«A chuva faz a terra produzir»

Na terceira leitura deste domingo, o Senhor vai comparar a palavra de Deus à semente, que é lançada à terra. Mas, desde já, nesta primeira leitura, nos é dito, pela boca do profeta, que a semente da palavra tem em si mesma uma força divina que a torna eficaz, cheia de capacidade para que possa produzir todo o alimento de que o homem necessita para o seu espírito.        
               
Salmo     64 (65)
A semente caiu em boa terra e deu muito fruto.

II Leitura:             Rom 8, 18-23
«As criaturas esperam a revelação dos filhos de Deus»

O pecado do homem faz com que toda a criação, de que o homem é a cabeça, participe no estado de escravatura a que ele próprio se reduziu, mas a libertação, que de Deus nos vem por Jesus Cristo, há-de estender-se a todas as criaturas e fazer como que uma nova criação. E assim todos e tudo encontrarão a unidade em Deus, por Jesus Cristo.
               
Aclamação ao Evangelho  
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.


Evangelho:            Mt 13, 1-23
«Saiu o semeador a semear»

Jesus fala em parábolas. Hoje apresenta a do semeador. A palavra de Deus, fonte de vida, continua a ser semeada sobre a terra imensa dos homens, e produzirá muito fruto, se essa terra for capaz de a receber. A palavra vem a nós em cada celebração litúrgica, na leitura individual da Sagrada Escritura, no eco que dentro de nós se faz ouvir a partir das vezes em que, no passado, a escutámos, desde os tempos, talvez distantes, da catequese ou da família onde crescemos, e até nos acontecimentos da vida e na própria voz da criação. Tudo nos repete a palavra de Deus.      

Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimo-nos confiantes, otimistas, com o coração a transbordar de esperança; sentimos que o caminho que Deus nos indica é, efetivamente, um caminho de felicidade e de vida plena … Depois, voltamos à nossa vida do dia a dia e reencontramos a monotonia, os problemas, o desencanto; constatamos que os maus, os corruptos, os violentos, parecem triunfar sempre e nunca são castigados pelo seu egoísmo e prepotência, enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são continuamente vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas promessas de Deus? A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde a estas dúvidas. Ela garante-nos: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre caminhos de vida plena, de vida verdadeira, de liberdade, de felicidade, de paz sem fim.   
Vivemos na era do relógio. “Tempo é dinheiro” – dizemos. Passamos a vida numa correria louca, contando os minutos, sem tempo para as pessoas, sem tempo para Deus, sem tempo para nós. Tornamo-nos impacientes e exigentes; achamos que ser eficiente é ter feito ontem aquilo que é pedido para hoje… E achamos que Deus também deve seguir os nossos ritmos. Queremos que Ele aja imediatamente, que nos resolva logo os problemas, que atue de imediato, ao sabor dos nossos desejos e projetos. É preciso, no entanto, aprender a respeitar o ritmo de Deus, o tempo de Deus
No nosso tempo manifesta-se, cada vez mais, uma preocupação séria com a forma como usamos o mundo que Deus nos ofereceu. Aquilo que nos deve mover, no entanto, não é a simples preocupação com o esgotamento dos recursos, ou com a destruição das condições de habitabilidade do nosso planeta; mas o que nos deve mover é a ideia da fraternidade que deve unir o homem e as outras coisas criadas por Deus. Só quando se instalar essa consciência de fraternidade, podemos libertar toda a criação do egoísmo e da exploração em que o homem a encerrou e fazer aparecer o “novo céu e a nova terra” que se estão já a construir-se na terra, na nossa história, sempre que os seguidores de Jesus aceitam o seu convite e se dispõem a viver “segundo o Espírito”.  

Palavra de Deus para a semana de 14 de julho a 19 de julho  


14
Seg
S. Camilo de Lelis, presbítero – MF
Is 1, 10-17 – Salmo 49 (50) - Mt 10, 34 – 11, 1
Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
15
Ter
S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – MO
Is 7, 1-9 - Salmo 47 (48) - Mt 11, 20-24
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.
16
Qua
Nossa Senhora do Carmo – MO
Is 10, 5-7. 13-16 - Salmo 93 (94) - Mt 11, 25-27
Bendito, sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
17
Qui
Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
Is 26, 7-9. 12. 16-19 - Salmo 101 (102) - Mt 11, 28-30
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
18
Sex
B. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
Is 38, 1-6. 21-22. 7-8 - Salmo Is 38 - Mt 12, 1-8
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
19
Sáb
Miq 2, 1-5 - Salmo 9 (10) - Mt 12, 14-21
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM


Sab 12, 13.16-19                

«Após o pecado, dais lugar ao arrependimento»

Salmo     85 (86)                  

Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

Rom 8, 26-27                      

«O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis»

Mt 13, 24-43                       

«Deixai-os crescer ambos até à ceifa»        


Intenções para a Eucaristia de 13 de julho (10:00h)

Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira da Silva Guimarães; Carlos André; Luísa Pereira e marido, do Alto; José de Azeredo e Silva; familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; 30.º dia por Luís Vieira Azevedo; Aniv. Natalício de João Ferreira; José Ferreira Aguiar; Manuel Duarte Moreira.


Intenções para a Eucaristia de 20 de julho (10:00h)

Maria da Conceição Soares; Emídio Ribeiro; José Gomes de Araújo; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Associados da Mensagem de Fátima; António Pereira de Freitas e esposa.

Agenda

20 jul
    • Eucaristia, igreja, 10:00h
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h 

A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida, faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de auto-suficiência, à margem de Deus e das suas propostas.
A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota nessa pequena camada de terra que aí há, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o “Reino”, mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem e entram num jogo de cedências e de meias tintas quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho.
A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles, faz-nos pensar em corações materialistas, comodistas, instalados, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus, fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam.
A semente que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de hoje me faz.