14 de fevereiro de 2016

Domingo III do Advento

13 de Dezembro



“Irmãos: alegrai-vos sempre no Senhor. Novamente vos digo: alegrai-vos. O Senhor está próximo”.


O tema deste 3º Domingo do Advento Domingo pode girar à volta da pergunta: “e nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.

O Evangelho sugere três aspetos onde essa transformação é necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.

A primeira leitura sugere que, no início, no meio e no fim desse “caminho de conversão”, espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos. Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho connosco.
A segunda leitura insiste nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.

O amor é a essência de Deus. Deus nos ama, muito para além das nossas falhas e fraquezas, e seu amor nos transforma, nos torna menos egoístas e mais humanos.
O que renova o mundo e o transforma não é o medo, mas o amor. O medo provoca insegurança, pessimismo, angústia, sofrimento, bloqueamento; o amor é que faz crescer, é que cria dinamismos de superação, é que nos torna mais humanos, é que nos faz confiar, é que potencia o encontro e a comunhão…

Deus não desiste de vir ao nosso encontro e de residir no meio de nós. Ele tem uma proposta de salvação que quer, a todo o custo, apresentar-nos. A constatação de que Deus nos ama e que reside no meio de nós com uma proposta de salvação e de felicidade para todos os que O acolhem não pode provocar senão uma imensa alegria no coração dos crentes. Damos sempre testemunho dessa alegria?

Liturgia da Palavra do Domingo III do Advento


I Leitura Sof 3, 14-18a
«O Senhor exulta de alegria por tua causa»
O convite à alegria, dirigido pelo profeta a Jerusalém, está fundamentado nesta certeza consoladora: Deus, o Rei de Israel e o Salvador, está presente no meio do Seu Povo, apesar das desordens e pecados passados.
Esta presença amorosa de Deus traz consigo o perdão, suspendendo o castigo, afastando o medo e o desalento e dando origem a uma renovação tão maravilhosa que o próprio Deus Se alegrará perante esta nova criação.

Salmo Is 12, 2-3.4bcd.5-6
Povo do Senhor, exulta e canta de alegria.

II Leitura: Filip 4, 4-7
«O Senhor está próximo»
A Religião cristã é uma religião de alegria. É certo que alguns cristãos ficam apenas na Quaresma, esquecidos de que ela é apenas uma etapa na obra redentora, e de que, para além da Paixão e da Ressurreição, Cristo continua a viver no meio de nós, pondo-nos em comunhão com Deus e com os irmãos.
A alegria é uma consequência da nossa fé, um imperativo do Senhor, que S. Paulo reforça. O cristão deve vivê-la, mesmo nas horas más, deve transmiti-la, dando assim testemunho da presença de Deus no mundo.

Aclamação ao Evangelho Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)
O Espírito do Senhor está sobre mim: enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres.

Evangelho Lc 3, 10-18
«Que devemos fazer?»
João Baptista inserindo-se na linha dos profetas do A. T., para os quais a conversão consistia em voltar a viver o amor de Deus e do próximo, indica aos homens das mais diversas classes sociais qual a penitência agradável a Deus – o cumprimento dos seus deveres, em função do amor do próximo.
Mas a conversão, com o abandono do pecado, é também receção do Espírito, ou Amor de Deus, princípio duma vida nova, que se comunica mediante um sinal de conversão – o Batismo. Ninguém é excluído desta conversão, pois todas as situações humanas se podem viver no amor.

Preparando a Liturgia para o Domingo IV do Advento


Miq 5, 1-4a 
«De ti sairá Aquele que há de reinar sobre Israel»

Salmo 79 (80) 
Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar,
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.

Hebr 10, 5-10 
«Eu venho para fazer a vossa vontade»

Lc 1, 39-45 
«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

Palavra de Deus para a Semana 14 A 19 de Dezembro
 


14 Segunda
Num 24, 2-7. 15-17a - Salmo 24 (25) - Mt 21, 23-27
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.

15 Terça
Sof 3, 1-2. 9-13 - Salmo 33 (34) - Mt 21, 28-32
Vinde, Senhor, e não tardeis, perdoai os pecados do vosso povo.

16 Quarta
Is 45, 6b-8. 18. 21b-25 - Salmo 84 (85) - Lc 7, 19-23
Clama com voz forte, arauto da boa nova:
O Senhor vem com poder e majestade.

17 Quinta
Gen 49, 2. 8-10 - Salmo 71 (72) - Mt 1, 1-17
Ó Sabedoria do Altíssimo, que tudo governais com firmeza e suavidade:
vinde ensinar-nos o caminho da salvação.

18 Sexta
Jer 23, 5-8 - Salmo 71 (72) - Mt 1, 18-25
Ó Chefe da casa de Israel, que no Sinai destes a Lei a Moisés:
vinde resgatar-nos com o poder do vosso braço.

19 Sábado
Jz 13, 2-7. 24-25a - Salmo 70 (71) - Lc 1, 5-25
Ó rebento da raiz de Jessé, sinal erguido diante dos povos:
vinde libertar-nos, não tardeis mais.


13 Dezembro 


S. Luzia, virgem e mártir

Morreu provavelmente em Siracusa, durante a perseguição de Diocleciano. O seu culto estendeu-se, desde a antiguidade, quase a toda a Igreja, e o seu nome foi introduzido no Cânon Romano.


14 Dezembro 


S. João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja

Nasceu em Fontiveros, província de Ávila (Espanha) pelo ano de 1542. Depois de ter passado algum tempo na Ordem dos Carmelitas, foi o primeiro entre os seus irmãos de Religião que, a partir de 1568, persuadido por Santa Teresa de Jesus, se declarou a favor da reforma da sua Ordem, e suportou, por isso, inumeráveis sofrimentos e trabalhos. Morreu em Úbeda no ano 1591, com grande fama de santidade e sabedoria, de que dão testemunho os seus escritos espirituais.


Caminhada de Advento – Natal – 2015-2016


Há mais alegria em dar (-se)! (At 20,35)
Felizes os misericordiosos! (Mt 5,7)




3.ª Semana do Advento
“Seja de todos conhecida a vossa bondade” (Fl 4,5)!

Bondade
- Esvaziar o cabaz familiar ou de grupo para o cabaz paroquial.
- Continuar a encher o cabaz paroquial com os “rolos” (“palhinhas”).

Sê bom!
- Disponibilizar-se para ajudar alguém.
- Visitar, sozinho ou em família, um amigo, um vizinho, um doente, uma pessoa só.

 


Intenções para a Eucaristia de 20 de Dezembro (10h)

José Gomes de Araújo e familiares; Associados da Mensagem de Fátima; Emídio Ribeiro; António Pereira de Freitas e esposa; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Joaquina da Silva Madureira (falecida na Fundação Sto. António) e marido; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros

“E nós, que devemos fazer?”

Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos: ninguém tem o direito de se apropriar deles em seu benefício exclusivo. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem, são obstáculos intransponíveis que impedem o Senhor de nascer no meio de nós. As nossas comunidades e nós próprios damos testemunho desta partilha que é sinal do Reino proposto por Jesus?

Os publicanos eram aqueles que extorquíam dinheiro de modo duvidoso, despojando os mais pobres e enriquecendo de forma ilícita. Que dizer dos modernos esquemas imorais (às vezes lícitos, mas imorais) de enriquecimento rápido? Que dizer da corrupção, do branqueamento de dinheiro sujo, da fuga aos impostos, das taxas exageradas cobradas por certos serviços, das falcatruas? Será possível prejudicar conscientemente um irmão ou a comunidade inteira e acolher “o Senhor que vem”?

“Não exerçais violência sobre ninguém”… E os atos de violência, que tantas vezes atingem inocentes e derramam sangue ou, ao menos, provocam sofrimento e injustiça? E os atos gratuitos de terrorismo, ainda que sejam mascarados de luta pela libertação? E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo, ou a exploração de imigrantes estrangeiros? Neste quadro, é possível acolher Jesus?


Ser cristão é ser batizado no Espírito, quer dizer, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e a sua proposta. O que é que conduz a nossa caminhada e motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso egoísmo e comodismo?