29 de janeiro de 2013

Domingo III do Tempo Comum


Domingo III do Tempo Comum



O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu
para anunciar a boa nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor.

                                                                                          Lc 4, 18-19

           



           A liturgia  deste domingo coloca  no centro da  nossa  reflexão a  Palavra de Deus: ela é,verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstracta, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.
Na primeira leitura, exemplifica-se como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.
No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.
A segunda leitura apresenta a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.
                                                                                                                                                                                                                                                     Dehonianos    
     





LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO III DO TEMPO COMUM
I Leitura:                              Ne 8, 2-4a.5-6.8-10
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»
O Livro de Neemias  pertence ao período que se segue ao regresso dos exilados judeus da Babilónia. Estamos nos séculos V/IV a.C.; para os habitantes de Jerusalém, é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade sem muralhas e sem portas, uma sombra negra da cidade bela que tinha sido. Neemias vai começar a sua actividade com a reconstrução da muralha e com o combate às injustiças cometidas pelos ricos contra os pobres.Depois, procura restaurar o culto. Neemias reúne todo o Povo “na praça que fica diante da Porta das Águas”, a fim de escutar a leitura da Lei. Trata-se de recordar ao Povo o compromisso fundamental que Israel assumiu com o seu Deus: só assim será possível preparar esse futuro novo que Neemias sonha para Jerusalém e para o Povo de Deus.
Salmo  18 B          As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida
II Leitura:                             1 Cor 12, 12-30
«Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um na sua parte»
A segunda leitura vem na sequência da que lemos no domingo passado. Paulo está preocupado porque, na Igreja de Corinto, os “carismas” (dons de Deus para benefício de toda a comunidade), utilizados em benefício próprio, geravam individualismo, divisão, luta pelo poder, desprezo pelos que aparentemente não possuíam dons especiais. É uma situação intolerável: aquilo que devia beneficiar todos é usurpado por alguns e está a pôr em causa a unidade e a comunhão desta Igreja.              
ALELUIA                                               Lc 4, 18
O Senhor enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres,
a proclamar aos cativos a redenção
 
Evangelho                             Lc 1, 1-4; 4, 14-21
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»
O Evangelho de hoje é constituído por dois textos diferentes. No primeiro ,trata-se de uma investigação cuidada dos “factos que se realizaram entre nós”, a fim de que os crentes verifiquem “a solidez da doutrina em que foram instruídos”. Estamos na década de 80 quando, desaparecidas já as “testemunhas oculares” de Cristo, o cristianismo começa a defrontar-se com uma série de heresias e de desvios doutrinais, que põem em causa a identidade cristã. Era, pois, necessário, recordar aos crentes as suas raízes e a solidez dessa doutrina recebida de Jesus, através do testemunho legítimo que é a tradição transmitida pelos apóstolos.. Na segunda parte, apresenta-se o início da pregação de Jesus,. O cenário de fundo é o do culto sinagogal, no sábado. O serviço litúrgico celebrado na sinagoga consistia em orações e leituras da Lei e dos Profetas, com o respectivo comentário. Os leitores eram membros instruídos da comunidade ou, como no caso de Jesus, visitantes conhecidos pelo seu saber na explicação da Palavra de Deus..
  
PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 28 DE JANEIRO A 02 DE  FEVEREIRO
28  SEG
S. Tomás de Aquino, presbítero e doutor  (Memória)
Hebr 9, 15.24-28 – Salmo 97 – Mc 3, 22-30
«Cristo ofereceu-Se uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão e aparecerá segunda vez para a salvação dos que O esperam»
29 TER
Hebr 10, 1-10 – Salmo 39 – Mc 3, 31-35
«Quem fizer a vontade de Deus
esse é meu irmão, minha irmã e minha Mãe»
PREPARANDO A LITURGIA PARA FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR:
Mal 3, 1-4
«Entrará no seu templo o Senhor a quem buscais»
Salmo 23
 O Senhor do Universo é o Rei da glória
Hebr 2, 14-18
«Devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos»
Lc 2, 22-40
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
30 QUA
Hebr 10, 11-18 – Salmo 109 – Mc 4, 1-20
«O semeador saiu a semear»
31 QUI
S. João Bosco, prersbítero   (Memória
Hebr 10, 19-25 – Salmo 23 – Mc 4, 21-25
«Traz-se a lâmpada para ser posta no candelabro.
Com a medida com que medirdes vos será medido»
01 SEX
Hebr 10, 32-39 – Salmo 36 – Mc 4, 26-34
«O homem lança a semente e dorme,
enquanto ela cresce, sem ele saber como»
02 SAB
Apresentação do Senhor   (Festa)
Mal 3, 1-4 – Salmo 23 – Hebr 2, 14-18 – Lc 2, 22-40
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 27 DE JANEIRO   (09:30h)
·         Mãe de Maria Cândida da Silva; da Associação por Manuel Paulo Mesquita da Silva; Pai e familiares de Fernando Moura; António Araújo, das Lapas; Manuel Pinto da Costa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; José Carlos e seus familiares; Maria Adelaide, de Vila;
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 02 DE FEVEREIRO   (18:30h)
·         João de Jesus Pinto, sua mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Emídio Luís; António Pinto Melo; Helena de Jesus Martins, marido e filho.
31 JAN    - Conferência: Como é que o Sínodo refletiu sobre o Ano da Fé? Associação Católica do Porto, R Passos Manuel, 54, 21:30h
01 FEV    - Reunião Conselho Paroquial de Pastoral, resid. paroq, 21:00h
02 FEV    - Oração de Vésperas do 1º sábado, Igreja, 18:00h
                - Celebração da Eucaristia: Apresentação do Senhor, 18:30h
No Evangelho de Lucas e neste texto em particular, Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de que foi investido do Espírito de Deus e enviado para pôr cobro a tudo o que rouba a vida e a dignidade do homem. A nossa civilização, há vinte e um séculos que conhece Cristo e a essência da sua proposta. No entanto, o nosso mundo continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras. Porque é que a proposta libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma acção imediata (a situação de tantos imigrantes; a situação de tantos idosos, sem amor e sem cuidados, que sobrevivem com pensões de miséria; as crianças de rua e os sem abrigo que dormem nos recantos das nossas cidades; a situação de tantas famílias devastadas pelo desemprego, destruídas pela droga e pelo álcool…)?
  A fidelidade ao “caminho” percorrido por Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus? Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer, em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?
 Repare-se, neste texto, como Jesus “actualiza” a Palavra de Deus proclamada e a torna um anúncio de libertação que toca de muito perto a vida dos homens. Os que proclamam a Palavra, que a explicam nas homilias, têm esta preocupação de a tornar uma realidade “tocante” e um anúncio verdadeiramente transformador e libertador, que atinge a vida daqueles que os escutam?
Dehonianos