21 de janeiro de 2013

Domingo II do Tempo Comum


Domingo II do Tempo Comum
20 de janeiro de 2013

“Fazei tudo o que Ele vos disser”   

Jo 2, 5




            A liturgia de hoje apresenta a imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus estabeleceu com o seu Povo. A questão fundamental é, portanto, a revelação do amor de Deus.

             A primeira leitura define o amor de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e transforma a esposa. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.

             O Evangelho apresenta, no contexto de um casamento, um “sinal” que aponta para o essencial do “programa” de Jesus: apresentar aos homens o Pai que os ama e com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade plenas.

            A segunda leitura fala dos “carismas” – dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus. Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade. É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
            Para São João, os “milagres” são sempre “sinais” que nos reenviam para além da materialidade dos factos. A água é um elemento vital. Mas é, antes de mais, um elemento ordinário e bruto. A água encontra-se na natureza, não precisa de ser fabricada. O vinho é fruto da vinha, mas também do trabalho do homem, como dizemos na Eucaristia. Jesus manda encher as talhas de água, a água que é símbolo da nossa vida ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água ordinária para a transformar com a força do amor. Por este “sinal”, Jesus quer vir ter connosco na nossa vida ordinária, para aí colocar a sua presença de amor, o amor do Pai, o Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas alegrias, os nossos amores, as nossas conquistas humanas, importantes mas tantas vezes efémeras, com os nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem cor, os nossos fracassos e mesmo os nossos pecados, também eles ordinários. E aí, Ele “trabalha-nos” pelo seu amor, no segredo, para fazer brotar em nós a vida que tem o sabor do vinho do Reino. Isto, Ele cumpre-o em particular cada vez que participamos na Eucaristia.                                                                                     Dehonianos

LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO II DO TEMPO COMUM


I Leitura:               Is. 62, 1-5


«A esposa é a alegria do marido»


O amor entre Deus e o seu povo é frequentemente comparado, na Sagrada Escritura, ao amor dos esposos. Jerusalém é a imagem de todo o povo de Deus, é a imagem antecipada da própria Igreja. Pelo amor que lhe tem, o Senhor fará dela sua esposa; será essa a glória de Jerusalém, da Igreja, a Esposa de Cristo. Com esta leitura prepara-se a compreensão da leitura do Evangelho deste dia, onde se lê o “sinal” das Bodas de Caná.


Salmo  95

Anunciai em todos os povos as maravilhas do Senhor


II Leitura:             1 Cor 12, 4-11


«Um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe agrada»


Começamos hoje a leitura da terceira parte desta epístola, de que se leu o ano passado a segunda parte. Por ser bastante longa, é assim distribuída por mais de um ano. Ao dirigir-se a uma comunidade onde eram frequentes as divisões, o Apóstolo apela para a unidade, fruto da acção do Espírito de Deus, que é a fonte comum de todos os dons que existem na Igreja. Assim, a unidade na Igreja não provém de qualquer motivo humano, mas do facto de todos os dons que nela existem procederem do mesmo e único Espírito.


ALELUIA                2 Tes 2, 14


«Deus chamou-nos, por meio do Evangelho,
a tomar parte na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo
»


Evangelho             Jo 2, 1-11


O primeiro milagre de Jesus


O milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná pertence ainda ao ciclo da Epifania. De facto, por meio dele o Senhor Se manifestou. A transformação da água em vinho e o facto de tal ter acontecido num banquete de núpcias e ainda o chamar-lhe o Evangelho um “sinal” leva-nos a perscrutar o mistério desta epifania ou manifestação do Senhor. Aquela não era ainda a hora de Jesus, que havia de chegar na hora da Cruz; mas aquele “sinal” apontava já para lá, para a hora das núpcias do Cordeiro, a hora do sacrifício que sela a Aliança, nova e definitiva, entre Deus e os homens, pelo Sangue de Jesus.

PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 21  A 26 DE  JANEIRO

Seg 21
S. Inês, virgem e mártir

Hebr 5, 1-10 – Salmo 109 - Mc 2, 18-22
«O Noivo está com eles»

Ter 22
S. Vicente, diácono e mártir

Hebr 6, 10-20 - Salmo 110 - Mc 2, 23-28
«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»

Qua 23
Hebr 7, 1-3.15-17 – Salmo 109 - Mc 3, 1-6
«Será permitido ao sábado salvar a vida ou tirá-la?»

Qui 24
S. Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja

Hebr 7, 25 – 8, 6 – Salmo 39 - Mc 3, 7-12
«Os espíritos impuros gritavam: ‘Tu és o Filho de Deus’.
Jesus proibia-os severamente que o dessem a conhecer»

Sex 25
Conversão de S. Paulo, Apóstolo

Act 22, 3-16 ou Act 9, 1-22 - Salmo 116 - Mc 16, 15-18

«Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho»

Sáb 26
Hebr 9, 2-3.11-14 – Salmo 46 - Mc 3, 20-21
«Os seus parentes diziam: ‘Está fora de Si’»

PREPARANDO A LITURGIA PARA O PRÓXIMO DOMINGO:

Ne 8, 2-4a.5-6.8-10
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»

Salmo 18 B

As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida

1 Cor 12, 12-30
«Vós sois corpo de Cristo
e seus membros, cada um na sua parte»



Lc 1, 1-4; 4, 14-21

«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»

INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 20 DE JANEIRO   (09:30h)

·         António Pereira de Freitas e esposa; Associados da Mensagem de Fátima; José de Araújo; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila; António Carneiro Silva e sogro; Manuel Barbosa Araújo; Manuel da Silva Pinto; Martinho da Silva Pereira; Emídio Ribeiro; António José Lino


INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 27 DE JANEIRO   (09:30h)

·         Mãe de Maria Cândida da Silva; da Associação por Manuel Paulo Mesquita da Silva; Pai e familiares de Fernando Moura; António Araújo, das Lapas; Manuel Pinto da Costa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; José Carlos e seus familiares

18 a 25 JAN – Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: “O que exige Deus de nós?” (Miqueias 6,6-8)

24 JAN – Missa de Ação de Graças pelos 48 anos do Sr. Pe. Vales ao        serviço desta paróquia , 19:00h
              – Adoração ao Santíssimo Sacramento, Igreja
É espantoso que o primeiro sinal da vida de Jesus seja numa festa, distante dos lugares religiosos, sem ressuscitar ninguém nem curar cegos ou paralíticos.

 Acontece numa festa que estava prestes a ser um fiasco. De um modo tão discreto que nem os noivos nem o chefe de mesa se dão conta. A palavra da mãe de Jesus grava-se no nosso coração: “Fazei o que Ele vos disser”. É o que Maria está sempre a dizer-nos. E da água que é vida, mas aqui significava mais purificação religiosa, ritualismo infindável que gerava escrúpulos e preconceitos, distinções e méritos, Jesus faz vinho, festa gratuita e abundante, subversão e inconformismo que inverte os esquemas arrumados e aprisionados do amor: “guardaste o vinho bom até agora”. Ah, que graça e que espírito tem este vinho bom tocado por Cristo, e nós, tantas vezes, a beber e a servir “zurrapas” de uma fé acomodada, de uma esperança passiva, de uma caridade “quanto baste”. A hora de Jesus começada na Páscoa é um hoje contínuo, em que a alegria e a festa não são para adiar, em que o que partilhamos é que nos faz felizes.

 Se o vinho que Jesus oferece é a graça e o amor abundante de Deus, podemos encontrá-los na riqueza dos dons que cada um de nós tem e faz crescer na vida que frutifica apesar da crise. E a unidade dos cristãos, pela qual rezamos nestes dias, é tanto maior quanto mais somos como Jesus, a salvar em festa a vida que estava quase a ser desgraça.

Pe. Vítor Gonçalves