28 de fevereiro de 2016

Domingo V do Tempo Comum

7 de Fevereiro de 2016



Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de homens. Deixaram tudo e seguiram Jesus.


A liturgia deste domingo leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.

Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta –Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado. Isaías aceita o envio, ainda antes de saber, em concreto, qual é a missão. É o exemplo de quem arrisca tudo e se dispõe, de forma absoluta, para o serviço de Deus. No entanto, é difícil arriscar tudo, sem cálculos nem garantias: é o pôr em causa os nossos projetos e esquemas para confiar apenas em Deus, de forma que Ele possa fazer de nós o que quiser.

A segunda leitura propõe-nos refletir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua ação libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo –o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.

Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”. É desse barco (a comunidade cristã), que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação.

Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar.

Ser cristão é, em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”: é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos.

Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens-salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo.

Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e seguir Jesus.

 
Liturgia da Palavra do Domingo V do Tempo Comum


I Leitura Is 6, 1-2a.3-8

«Eis-me aqui: podeis enviar-me»

Esta leitura apresenta a vocação de Isaías e a sua missão, para introduzir a missão dos Apóstolos, de que falará o Evangelho. A vocação e a missão vêm de Deus, são dom seu. Em presença de tais dons, ao homem compete simplesmente responder e deixar-se enviar, porque a obra a que é enviado é toda de Deus. Foi por isso que o profeta começou por sentir-se envolvido em sinais da presença e da santidade de Deus. E ao reconhecer que Deus o chamava, respondeu a esse chamamento e deixou-se enviar para a missão a que Deus o destinava.

Salmo 137 (138)

Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor.

II Leitura 1 Cor 15, 1-11

«É assim que pregamos e foi assim que acreditastes»

Os cristãos de Corinto, cidade grega de ambiente pagão, deviam sentir a atitude negativa dos grupos no meio dos quais viviam, em relação à ressurreição dos mortos, que até os próprios Judeus só lentamente foram admitindo. Para os cristãos, a morte e a ressurreição de Cristo constitui a base e o fundamento da sua fé. Ao afirmar o mistério pascal de Cristo, S. Paulo apresenta o núcleo central da profissão de fé da Igreja, o “Credo”.

Aclamação ao Evangelho Mt 4, 19

Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de homens.

Evangelho Lc 5, 1-11

«Deixaram tudo e seguiram Jesus»

A disponibilidade verificada no profeta Isaías, vemo-la agora nos Apóstolos. É o Senhor que os envia, mas eles, por seu lado, deixam-se enviar. A obra de Deus está também nas mãos dos homens, porque Deus os quer associar a Si na obra de salvação. É, no fundo, a lei que nasce do mistério da Encarnação: Deus no homem e o homem em Deus. E a única atitude possível para o homem a quem Deus chama e envia é responder como Isaías: “Eis-me aqui”, e como Pedro: “Já que o dizes, lançarei as redes”.

 
Preparando a Liturgia para o Domingo I da Quaresma


Deut 26, 4-10
A profissão de fé do povo eleito.

Salmo 90 (91)
Estai comigo, Senhor, no meio da adversidade.

Rom 10, 8-13
Profissão de fé dos que creem em Cristo.

Lc 4, 1-13
Esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado.


Palavra de Deus para a semana de 8 a 13 de Fevereiro

8 Segunda-feira
1 Re 8, 1-7. 9-13 -Salmo131 (132)-Mc 6, 53-56
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo.

9 Terça-feira
1 Reis 8, 22-23. 27-30 -Salmo 83 (84) -Mc 7, 1-13
Inclinai o meucoração para as vossas ordens
e dai-me a graça de cumprir a vossa lei.

10 Quarta-feira
Joel 2, 12-18 -Salmo50 (51)-2 Cor 5, 20 –6, 2 -Mt 6, 1-6. 16-18
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

11 Quinta-feira
Deut 30, 15-20 -Salmo 1 -Lc 9, 22-25
Arrependei-vos, diz o Senhor; está próximo o reino dos Céus.

12 Sexta-feira
Is 58, 1-9ª -Salmo 50 (51) -Mt 9, 14-15
Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor estará convosco.

13 Sábado
Is 58, 9b-14 -Salmo 85 (86) -Lc 5, 27-32
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que se converta e viva.


7 Fevereiro


As Cinco Chagas do Senhor

O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim, os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular, que ultimamente veio a ser fixada neste dia.


8 Fevereiro


S. Jerónimo Emiliano

Nasceu em Veneza no ano 1486. Seguiu a carreira militar, que mais tarde abandonou para se dedicar ao serviço dos pobres, depois de ter distribuído entre eles o que possuía. Fundou a Ordem dos Clérigos Regulares de Somasca, destinada a socorrer as crianças órfãs e os pobres. Morreu em Somasca (Bérgamo), no ano 1537.




Santa Josefina Bakhita, virgem

Natural da região de Darfur, no Sudão, foi raptada ainda criança e, vendida várias vezes nos mercados africanos de escravos, suportou as asperezas cruéis da escravidão. Finalmente liberta, tornou-se cristã e religiosa em Veneza, com as Filhas da Caridade, e passou o resto da sua vida em Cristo, prestando auxílio a toda a gente, em Schio, cidade da província de Vicenza, na Itália.


10 Fevereiro


S. Escolástica, virgem

Irmã de S. Bento nasceu em Núrsia (Úmbria) cerca do ano 480. Consagrou-se a Deus, como seu irmão, e seguiu-o para Cassino, onde morreu aproximadamente em 547.


Intenções para a Eucaristia de 7 de Fevereiro (10h)

Aniversário natalício de Ricardo Luís, esposa e filha;
Ana de Jesus Bernardo;
Pedro Soares;
Albano Ferraz, do Carreiro, e filho Alexandre;
João de Jesus Pinto de Requim, mãe e sogros;
Natália Fernanda da Silva Alves, e seus avós;
Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho;
Maria Rosa Leal Pinheiro;
Emídio Luís, esposa e filho;
António Pinto Melo;
Alexandre da Silva Azeredo;
António da Silva Luís, do Lameu;
Joaquina da Silva Madureira (fal. Na Fundação Sto. António) e marido;
António Antunes esposa e filho;
Antero Pinto e filho;
Missa da Associação por José Pereira de Madureira e por Ana Barbosa Moreira.

 
Intenções para a Eucaristia de 14 de Fevereiro (10h)

Maria Deolinda da Silva Pinto;
António Pereira da Silva Magalhães;
Albano Ferraz e filho Alexandre;
Pai e avós de José Araújo, das Lapas;
Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila;
Manuel Madureira Vieira e pai;
Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida;
Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim;
Luísa Pereira, marido e genro, do Alto;
Carlos André; António Luís, da Pena;
Maria da Conceição Soares;
José Azeredo e Silva.


Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação (2 Cor 6, 2).

Ao entrarmos no tempo santo da Quaresma,
Devemos ter a coragem de atravessar a poeira dos caminhos
Intransitivos do nosso coração,
Isto é, de limpar as mentiras, ódios, raivas, violências, banalidades,
Que tantas vezes preenchem os nossos dias.
A Quaresma é tempo de nos expormos
Ao vendaval criador e purificador do Espírito,
Sem termos a pretensão de o querer transformar em ar condicionado.
Toma em tuas mãos, Senhor,
A nossa terra ardida.
Beija-a.
Sopra nela outra vez o teu alento,
A tua aragem,
E veremos nela outra vez impressa a tua imagem.
Tu sabes bem, Senhor, que somos frágeis.
Mas contigo por perto,
Seremos fortes e ágeis,
Capazes de abrir estradas no deserto,
A céu aberto.
D. António Couto