7 de fevereiro de 2015

Oração em Comunidade: Vésperas: As cinco chagas do Senhor - Festa

ORAÇÃO EM COMUNIDADE



VÉSPERAS
AS CINCO CHAGAS DO SENHOR

Festa


V.           Deus, vinde em nosso auxílio.
R.            Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.


Hino

Cinco chagas, cinco fontes.
Com água de vida eterna,
Onde as almas sequiosas
Podem matar sua sede!

Depois de ressuscitar,
Guardou Cristo estes sinais
Do combate glorioso
Em que venceu o inimigo;

Para que as chagas visíveis
Mostrassem às gerações
A ferida invisível
Do amor mais forte que a morte:

Chagas puras e santíssimas
Que o nosso povo venera
E que na sua bandeira
São penhor da salvação.

Pelas chagas de seu Filho,
louvado seja Deus Pai
E o Espírito divino
Agora e sempre adoremos.

SALMODIA

Ant. 1       Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu.

Salmo            140 (141), 1-9

Senhor, a Vós clamo, socorrei-me sem demora, *
escutai a minha voz quando Vos invoco.

Suba até Vós a minha oração como incenso, *
elevem-se minhas mãos como oblação da tarde.

Guardai, Senhor, a minha boca, *
defendei a porta dos meus lábios.

Não deixeis meu coração inclinar-se para o mal, *
nem praticar a iniquidade com os malfeitores, †
nem tomar parte em seus lautos banquetes.

Castigue-me o justo *
e repreenda-me com misericórdia,
mas o óleo dos ímpios nunca me perfume a cabeça; *
enquanto fazem o mal, não deixarei de rezar.

Os seus chefes foram precipitados contra o rochedo *
e compreenderam como eram suaves as minhas palavras.

Tal como terra cavada e lavrada, *
foram seus ossos dispersos à boca do abismo.

Para Vós, Senhor Deus, se voltam os meus olhos; *
em Vós me refugio, não me desampareis.

Defendei-me do laço que me prepararam, *
defendei-me das ciladas dos malfeitores

Ant. 1       Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu.

Ant. 2       Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos.

Salmo 141 (142)

Em alta voz clamo ao Senhor, *
em alta voz imploro o Senhor.

Ponho diante d’Ele a minha aflição, *
diante d’Ele descubro a minha angústia.

Quando me desfalece o ânimo, *
Vós conheceis o meu caminho.
Na senda que vou trilhando *
esconderam um laço.

Olhai à direita, e vede: *
não há quem se interesse por mim.
Não encontro refúgio, *
não há quem olhe pela minha vida

Clamei por Vós, Senhor; *
disse: Sois o meu abrigo, †
a minha herança na terra dos vivos.

Atendei o meu clamor: *
estou reduzido à miséria.

livrai-me dos meus perseguidores: *
eles são mais fortes do que eu.

Tirai-me desta prisão *
e darei graças ao vosso nome.

Os justos hão-de rodear-me, *
pelo bem que me fizestes

Ant. 2    Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos.

Ant. 3      Mete a tua mão no meu lado e não sejas incrédulo mas fiel.

Cântico                                Filip 2, 6-11

Cristo Jesus, que era de condição divina, *
não Se valeu da sua igualdade com Deus, †
mas aniquilou-Se a Si próprio.

Assumindo a condição de servo, *
tornou-Se semelhante aos homens.

Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, *
obedecendo até à morte e morte de cruz.

Por isso, Deus O exaltou *
e Lhe deu o nome que está acima de todos os nomes,

para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, *
no céu, na terra e nos abismos,

e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, *
para glória de Deus Pai

Ant. 3    Mete a tua mão no meu lado e não sejas incrédulo mas fiel.


Leitura breve                                                                   1 Pedro 2, 21b-24

Cristo sofreu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigamos os seus passos. Ele não cometeu pecado algum, e na sua boca não se encontrou engano. Insultado, não pagava com injúrias; maltratado, não respondia com ameaças. Mas entregava-Se Àquele que julga com justiça. Suportou os nossos pecados no seu Corpo sobre a cruz, a fim de que, mortos para os nossos pecados, vivamos para a justiça. Pelas suas Chagas fomos curados.

Responsório breve

V.  Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.
R.  Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.
V. Que pela vossa paixão remistes o mundo.
R.  Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.
V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
R.  Nós Vos adoramos e bendizemos, Senhor Jesus Cristo.

Cântico Evangélico         Magnificat                         Lc 1,46-55   

Ant.       Jesus apareceu no meio dos seus discípulos e disse-lhes:
A paz esteja convosco. E tendo dito isto, mostrou-lhes
As mãos e o lado.

A minha alma glorifica ao Senhor *
 e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: *
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada                                        todas as gerações.
Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: *
Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração *
sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço*
e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos *
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens *
e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, *
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, *
a Abraão e à sua descendência para sempre.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,*
C             omo era no princípio, agora e sempre. Amen.

Ant.       Jesus apareceu no meio dos seus discípulos e disse-lhes:
A paz esteja convosco. E tendo dito isto, mostrou-lhes
  As mãos e o lado.

Preces
Oremos a Cristo nosso Redentor, que pelas suas Chagas nos salvou; e digamos confiadamente:

Pelas vossas santas Chagas, perdoai-nos, Senhor.

Eterno Rei do mundo, que mostrastes aos Apóstolos as Chagas das mãos e dos pés,
— libertai o coração dos vossos fiéis de toda a dúvida e perturbação.

Supremo Juiz da humanidade, que curastes a incredulidade de São Tomé, fazendo-o tocar a Chaga do vosso lado,
— iluminai os olhos do nosso coração para Vos proclamarmos fielmente nosso Deus e Senhor.

Vítima divina, que, pregado no madeiro da cruz, tomastes sobre Vós o castigo dos nossos pecados,
— convertei-nos a Vós, Pastor e Guarda das nossas almas.

Filho de Deus, que do vosso Coração, ferido pela lança do soldado, fizestes brotar sangue e água,
— renovai continuamente a vossa Igreja com o cálice da salvação e a água da vida eterna.

Cordeiro de Deus, que pela vossa morte merecestes receber o poder, a sabedoria, a honra e a glória,
— fazei que descansem dos seus trabalhos os que morreram na vossa graça.

Pai Nosso…

Oração

Deus de infinita misericórdia, que por meio do vosso Filho Unigénito, pregado na cruz, quisestes salvar todos os homens, concedei-nos que, venerando na terra as suas santas Chagas, mereçamos gozar no Céu o fruto redentor do seu Sangue. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amén.

«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram»

Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse:
«Tenho sede».
Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou:
«Tudo está consumado».
E, inclinando a cabeça, expirou.
Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem da Escritura:
«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Jo 19, 28-37

O culto das Cinco Chagas do Senhor, isto é, as feridas que Cristo recebeu na cruz e manifestou aos Apóstolos depois da ressurreição, foi sempre uma devoção muito viva entre os portugueses, desde os começos da nacionalidade. São disso testemunho a literatura religiosa e a onomástica referente a pessoas e instituições. Os Lusíadas sintetizam (I, 7) o simbolismo que tradicionalmente relaciona as armas da bandeira nacional com as Chagas de Cristo. Assim os Romanos Pontífices, a partir de Bento XIV, concederam para Portugal uma festa particular que ultimamente veio a ser fixada neste dia.