1 de fevereiro de 2015

Domingo IV do Tempo Comum

Se hoje ouvirdes
a voz do Senhor,
não fecheis
os vossos corações


Salmo 94 (95)

A liturgia do 4º Domingo do Tempo Comum garante-nos que Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e de morte que desfeiam o mundo e que escravizam os homens e afirma que Ele encontra formas de vir ao encontro dos seus filhos para lhes propor um projeto de liberdade e de vida plena.
A primeira leitura propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a experiência profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, que Deus chama e que Deus envia para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus vem ao encontro dos homens e apresenta-lhes, de forma bem percetível, as suas propostas. A vocação profética é uma vocação que surge por iniciativa de Deus. Ninguém é profeta por escolha própria, mas porque Deus o chama. O profeta tem de ter consciência, antes de mais, que é Deus quem está por detrás da sua escolha e do seu envio. O profeta não pode assumir uma atitude de arrogância e de autossuficiência, mas tem de se sentir um instrumento humilde através do qual Deus age no mundo.
A segunda leitura convida os crentes a repensarem as suas prioridades e a não deixarem que as realidades transitórias sejam impeditivas de um verdadeiro compromisso com o serviço de Deus e dos irmãos. As realidades terrenas são passageiras e efémeras e não devem, em nenhum caso, ser absolutizadas. Não se trata de propor uma evasão do mundo e uma espiritualidade descarnada, insensível, alheia ao amor, à partilha, à ternura; mas trata-se de avisar que as realidades desta terra não podem ser o objetivo final e único da vida do homem. Esta reflexão convida-nos a repensarmos as nossas prioridades, e a não ancorarmos a nossa vida em realidades transitórias.
O Evangelho mostra como Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projeto libertador do Pai, pela sua Palavra e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
Jesus veio ao encontro dos homens para os libertar de tudo aquilo que os faz prisioneiros e lhes rouba a vida. A libertação que Deus quer oferecer à humanidade está a acontecer. O “Reino de Deus” instalou-se no mundo.

Liturgia da Palavra do Domingo IV do Tempo Comum

I Leitura                 Deut 18, 15-20

«Farei surgir um profeta e porei as minhas palavras na sua boca»

A leitura evangélica vai apresentar Jesus como Mestre a ensinar. É o que também significa a palavra do profeta, aquele que fala em nome de Deus. Profeta foi no Antigo Testamento Moisés. Mas é o próprio Moisés quem, nesta leitura, anuncia o aparecimento de outro profeta, que surgirá depois dele. Todo o povo do Antigo Testamento o esperou, embora não o tivesse sabido reconhecer na pessoa de Jesus de Nazaré. Admirável é que Deus fale aos homens por meio de outros homens; mas as palavras que eles hão-de dizer são as palavras de Deus. Como Deus tudo faz para que a sua palavra esteja perto de nós     
Salmo     94 (95)

Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

II Leitura:             1 Cor 7, 32-35

«A virgem preocupa-se com os interesses do Senhor, para ser santa»

O Apóstolo deseja que os cristãos vivam sem estarem prisioneiros de preocupações que os impeçam de servirem ao Senhor em liberdade de espírito. Por isso, vê no celibato consagrado ao Senhor, portanto por motivos de fé e de amor, uma forma superior de consagração de toda a pessoa, em corpo e espírito, ao serviço de Deus, mas que é sempre um dom seu. 

Aclamação ao Evangelho                   Mt 4, 16

O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz;
para aqueles que habitavam na sombria região da morte uma luz se levantou.

Evangelho             Mc 1, 21-28

«Ensinava-os como quem tem autoridade»

O ensino de Jesus reveste-se de autoridade única, porque Ele é o Filho, Enviado de Deus, e, por isso, as suas palavras são a própria Palavra de Deus. Ele é realmente o Profeta por excelência. Para os escribas, que ensinavam as Escrituras, a autoridade vinha-lhes das mesmas Escrituras e da tradição; para Jesus a autoridade vem-lhe de Ele ser o Filho de Deus e seu Messias. Para o manifestar, Jesus expulsa o demónio, mostrando assim que o poder demoníaco cessa diante do seu poder. Ele é “o mais forte”, como noutra passagem se diz.
                

O “homem com um espírito impuro” representa todos os homens e mulheres, de todas as épocas, cujas vidas são controladas por esquemas de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência, de medo, de exploração, de exclusão, de injustiça, de ódio, de violência, de pecado. É essa humanidade prisioneira de uma cultura de morte, que percorre um caminho à margem de Deus e das suas propostas, que aposta em valores efémeros e escravizantes ou que procura a vida em propostas falíveis ou efémeras. Porém, Deus não desistiu da humanidade, Ele não Se conforma com o facto de os homens trilharem caminhos de escravidão e insiste em oferecer a todos a vida plena.
A proposta de Deus torna-se realidade viva e atuante em Jesus. Ele é o Messias libertador que, com a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as suas ações, vem propor aos homens um projeto de liberdade e de vida. Ao egoísmo, Ele contrapõe a doação e a partilha; ao orgulho e à autossuficiência, Ele contrapõe o serviço simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele propõe a tolerância e a misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem limites; ao medo, Ele contrapõe a liberdade; à morte, Ele contrapõe a vida. O projeto de Deus, apresentado e oferecido aos homens nas palavras e ações de Jesus, é verdadeiramente um projeto transformador, capaz de renovar o mundo e de construir, desde já, uma nova terra de felicidade e de paz. É essa a Boa Nova que deve chegar a todos os homens e mulheres da terra.
Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho que Ele percorreu e lutar, se necessário até ao dom total da vida, por um mundo mais humano, mais livre, mais solidário, mais justo, mais fraterno. Os seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu, enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de egoísmo e de morte; mas têm a grave responsabilidade de lutar, objetivamente, contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.


Palavra de Deus para a semana de 2 a 7 de fevereiro

2
Seg
 Apresentação do Senhor – FESTA
Mal 3, 1-4 ou Hebr 2, 14-18 - Salmo 23 (24) - Lc 2, 22-40 ou Lc 2, 22-32
Luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
3
Ter
S. Brás, bispo e mártir – MF               S. Anscário, bispo – MF
Hebr 12, 1-4 - Salmo 21 (22) - Mc 5, 21-43
Cristo suportou as nossas enfermidades e tomou sobre Si as nossas dores.
4
Qua
S. João de Brito, presbítero e mártir – MO
Hebr 12, 4-7. 11-15 - Salmo 102 (103) - Mc 6, 1-6
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
5
Qui
S. Águeda, virgem e mártir – MO
Hebr 12, 18-19. 21-24 - Salmo 47 (48) - Mc 6, 7-13
Está próximo o reino de Deus: arrependei-vos e acreditai no Evangelho
6
Sex
SS. Paulo Miki e Companheiros, mártires – MO
Hebr 13, 1-8 - Salmo 26 (27) - Mc 6, 14-29
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança
7
Sáb
Cinco Chagas do Senhor – FESTA
Is 53, 1-10 - Salmo 21 (22) - Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor e logo saiu sangue e água


PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO V DO TEMPO COMUM


Job 7, 1-4.6-7                      «Agito-me angustiado até ao crepúsculo»

Salmo   146 (147)               Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados.

1 Cor 9, 16-19.22-23         «Ai de mim se não evangelizar!»

Mc 1, 29-39                          «Curou muitas pessoas, atormentadas por várias doenças»

Intenções para a Eucaristia de 1 de fevereiro (10:00h)

Albano Ferraz, do Carreiro; João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Antero Pinto; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Maria Adelaide Pinto Melo; António Antunes, esposa e filho; Pais, sogros e familiares falecidos de Fernando Moura; José Pinto da Silva



Intenções para a Eucaristia de 7 de fevereiro (18:30h)



Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; António da Silva Luís, do Lameu; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Aniversário natalício de Ricardo Luís e 30.º dia de Palmira Pereira de Jesus; Fernando Pinto Melo

Agenda

1 fev
    • Domingo IV Tempo Comum - Eucaristia, igreja, 10:00h
7 fev
    • Oração de Vésperas 1º sábado, igreja, 10:00h
    • Domingo V Tempo Comum - Festa da Palavra - Eucaristia, Igreja, 18:30h        
02 de fevereiro                   FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR

Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria e José levam o Menino ao templo, a fim de ser oferecido ao Senhor. Como toda a oferta implica renúncia, a Apresentação do Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino Filho estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da Redenção.
Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico quando, ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Esta festa já era celebrada em Jerusalém, no século IV. Chamava-se festa do encontro. Em 534, a festa estendeu-se a Constantinopla e, no tempo do Papa Sérgio, chegou a Roma e ao Ocidente. Em Roma, a festa incluía uma procissão até à Basílica de S. Maria Maior. No século X, começaram a benzer-se as velas, acesas em procissão em honra de Cristo que vem como luz das nações e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.