a voz do Senhor,
não fecheis
os vossos corações
Salmo 94
(95)
A liturgia do 4º Domingo do
Tempo Comum garante-nos que Deus não se conforma com os projetos de egoísmo e
de morte que desfeiam o mundo e que escravizam os homens e afirma que Ele
encontra formas de vir ao encontro dos seus filhos para lhes propor um projeto
de liberdade e de vida plena.
A primeira leitura
propõe-nos – a partir da figura de Moisés – uma reflexão sobre a experiência
profética. O profeta é alguém que Deus escolhe, que Deus chama e que Deus envia
para ser a sua “palavra” viva no meio dos homens. Através dos profetas, Deus
vem ao encontro dos homens e apresenta-lhes, de forma bem percetível, as suas
propostas. A
vocação profética é uma vocação que surge por iniciativa de Deus. Ninguém é
profeta por escolha própria, mas porque Deus o chama. O profeta tem de ter
consciência, antes de mais, que é Deus quem está por detrás da sua escolha e do
seu envio. O profeta não pode assumir uma atitude de arrogância e de autossuficiência,
mas tem de se sentir um instrumento humilde através do qual Deus age no mundo.
A segunda leitura convida
os crentes a repensarem as suas prioridades e a não deixarem que as realidades
transitórias sejam impeditivas de um verdadeiro compromisso com o serviço de
Deus e dos irmãos. As realidades terrenas são passageiras e efémeras e não devem, em nenhum
caso, ser absolutizadas. Não se trata de propor uma evasão do mundo e uma
espiritualidade descarnada, insensível, alheia ao amor, à partilha, à ternura;
mas trata-se de avisar que as realidades desta terra não podem ser o objetivo
final e único da vida do homem. Esta reflexão convida-nos a repensarmos as
nossas prioridades, e a não ancorarmos a nossa vida em realidades transitórias.
O Evangelho mostra como
Jesus, o Filho de Deus, cumprindo o projeto libertador do Pai, pela sua Palavra
e pela sua ação, renova e transforma em homens livres todos aqueles que vivem
prisioneiros do egoísmo, do pecado e da morte.
Jesus veio ao encontro dos
homens para os libertar de tudo aquilo que os faz prisioneiros e lhes rouba a
vida. A libertação que Deus quer oferecer à humanidade está a acontecer. O
“Reino de Deus” instalou-se no mundo.
Liturgia da Palavra do Domingo IV do Tempo Comum
I Leitura Deut 18, 15-20
«Farei
surgir um profeta e porei as minhas palavras na sua boca»
A
leitura evangélica vai apresentar Jesus como Mestre a ensinar. É o que também
significa a palavra do profeta, aquele que fala em nome de Deus. Profeta foi no
Antigo Testamento Moisés. Mas é o próprio Moisés quem, nesta leitura, anuncia o
aparecimento de outro profeta, que surgirá depois dele. Todo o povo do Antigo
Testamento o esperou, embora não o tivesse sabido reconhecer na pessoa de Jesus
de Nazaré. Admirável é que Deus fale aos homens por meio de outros homens; mas
as palavras que eles hão-de dizer são as palavras de Deus. Como Deus tudo faz
para que a sua palavra esteja perto de nós
Salmo 94
(95)
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos
corações.
II Leitura: 1 Cor 7, 32-35
«A virgem preocupa-se com os interesses do Senhor, para ser
santa»
O Apóstolo deseja que os cristãos vivam sem estarem
prisioneiros de preocupações que os impeçam de servirem ao Senhor em liberdade
de espírito. Por isso, vê no celibato consagrado ao Senhor, portanto por
motivos de fé e de amor, uma forma superior de consagração de toda a pessoa, em
corpo e espírito, ao serviço de Deus, mas que é sempre um dom seu.
Aclamação ao Evangelho Mt 4, 16
O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz;
para aqueles que habitavam na sombria região da morte uma luz
se levantou.
Evangelho Mc 1, 21-28
«Ensinava-os
como quem tem autoridade»
O
ensino de Jesus reveste-se de autoridade única, porque Ele é o Filho, Enviado
de Deus, e, por isso, as suas palavras são a própria Palavra de Deus. Ele é
realmente o Profeta por excelência. Para os escribas, que ensinavam as
Escrituras, a autoridade vinha-lhes das mesmas Escrituras e da tradição; para
Jesus a autoridade vem-lhe de Ele ser o Filho de Deus e seu Messias. Para o
manifestar, Jesus expulsa o demónio, mostrando assim que o poder demoníaco
cessa diante do seu poder. Ele é “o mais forte”, como noutra passagem se diz.
O “homem com um
espírito impuro” representa todos os homens e mulheres, de todas as épocas,
cujas vidas são controladas por esquemas de egoísmo, de orgulho, de autossuficiência,
de medo, de exploração, de exclusão, de injustiça, de ódio, de violência, de
pecado. É essa humanidade prisioneira de uma cultura de morte, que percorre um
caminho à margem de Deus e das suas propostas, que aposta em valores efémeros e
escravizantes ou que procura a vida em propostas falíveis ou efémeras. Porém,
Deus não desistiu da humanidade, Ele não Se conforma com o facto de os homens
trilharem caminhos de escravidão e insiste em oferecer a todos a vida plena.
A proposta de Deus
torna-se realidade viva e atuante em Jesus. Ele é o Messias libertador que, com
a sua vida, com a sua palavra, com os seus gestos, com as suas ações, vem
propor aos homens um projeto de liberdade e de vida. Ao egoísmo, Ele contrapõe
a doação e a partilha; ao orgulho e à autossuficiência, Ele contrapõe o serviço
simples e humilde a Deus e aos irmãos; à exclusão, Ele propõe a tolerância e a
misericórdia; à injustiça, ao ódio, à violência, Ele contrapõe o amor sem
limites; ao medo, Ele contrapõe a liberdade; à morte, Ele contrapõe a vida. O
projeto de Deus, apresentado e oferecido aos homens nas palavras e ações de Jesus,
é verdadeiramente um projeto transformador, capaz de renovar o mundo e de
construir, desde já, uma nova terra de felicidade e de paz. É essa a Boa Nova
que deve chegar a todos os homens e mulheres da terra.
Ser discípulo de Jesus é percorrer o mesmo caminho
que Ele percorreu e lutar, se necessário até ao dom total da vida, por um mundo
mais humano, mais livre, mais solidário, mais justo, mais fraterno. Os
seguidores de Jesus não podem ficar de braços cruzados, a olhar para o céu,
enquanto o mundo é construído e dirigido por aqueles que propõem uma lógica de
egoísmo e de morte; mas têm a grave responsabilidade de lutar, objetivamente,
contra tudo aquilo que rouba a vida e a liberdade ao homem.
Palavra de Deus para a semana de 2 a 7 de fevereiro
2
Seg
Apresentação do Senhor – FESTA
Mal 3, 1-4
ou Hebr 2, 14-18 - Salmo 23 (24) - Lc 2, 22-40 ou Lc 2, 22-32
Luz para se revelar às nações e glória de Israel,
vosso povo.
3
Ter
S. Brás, bispo e mártir – MF S. Anscário, bispo – MF
Hebr 12,
1-4 - Salmo 21 (22) - Mc 5, 21-43
Cristo suportou as nossas enfermidades e tomou sobre
Si as nossas dores.
4
Qua
S. João de Brito, presbítero e mártir – MO
Hebr 12,
4-7. 11-15 - Salmo 102 (103) - Mc 6, 1-6
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
5
Qui
S. Águeda, virgem e mártir – MO
Hebr 12,
18-19. 21-24 - Salmo 47 (48) - Mc 6, 7-13
Está próximo o reino de Deus: arrependei-vos e
acreditai no Evangelho
6
Sex
SS. Paulo Miki e Companheiros, mártires – MO
Hebr 13,
1-8 - Salmo 26 (27) - Mc 6, 14-29
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração
sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança
7
Sáb
Cinco Chagas do Senhor – FESTA
Is 53,
1-10 - Salmo 21 (22) - Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor e logo
saiu sangue e água
2
Seg
|
Apresentação do Senhor – FESTA
Mal 3, 1-4
ou Hebr 2, 14-18 - Salmo 23 (24) - Lc 2, 22-40 ou Lc 2, 22-32
Luz para se revelar às nações e glória de Israel,
vosso povo.
|
3
Ter |
S. Brás, bispo e mártir – MF S. Anscário, bispo – MF
Hebr 12,
1-4 - Salmo 21 (22) - Mc 5, 21-43
Cristo suportou as nossas enfermidades e tomou sobre
Si as nossas dores.
|
4
Qua
|
S. João de Brito, presbítero e mártir – MO
Hebr 12,
4-7. 11-15 - Salmo 102 (103) - Mc 6, 1-6
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
|
5
Qui
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S. Águeda, virgem e mártir – MO
Hebr 12,
18-19. 21-24 - Salmo 47 (48) - Mc 6, 7-13
Está próximo o reino de Deus: arrependei-vos e
acreditai no Evangelho |
6
Sex
|
SS. Paulo Miki e Companheiros, mártires – MO
Hebr 13,
1-8 - Salmo 26 (27) - Mc 6, 14-29
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração
sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança
|
7
Sáb
|
Cinco Chagas do Senhor – FESTA
Is 53,
1-10 - Salmo 21 (22) - Jo 19, 28-37 ou Jo 20, 24-29
Um dos soldados trespassou o lado do Senhor e logo
saiu sangue e água
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO V DO TEMPO COMUM
Job
7, 1-4.6-7 «Agito-me
angustiado até ao crepúsculo»
Salmo
146
(147) Louvai o Senhor,
que salva os corações atribulados.
1
Cor 9, 16-19.22-23 «Ai de mim se
não evangelizar!»
Mc
1, 29-39 «Curou muitas
pessoas, atormentadas por várias doenças»
Intenções para a Eucaristia de 1 de fevereiro (10:00h)
Albano Ferraz, do Carreiro; João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Antero Pinto; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Maria Adelaide
Pinto Melo; António Antunes, esposa e filho; Pais, sogros e familiares
falecidos de Fernando Moura; José Pinto da Silva
Intenções para a Eucaristia de 7 de fevereiro (18:30h)
Emídio Luís, Maria
da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo;
António da Silva Luís, do Lameu; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim;
familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Rosa
de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Aniversário natalício
de Ricardo Luís e 30.º dia de Palmira Pereira de Jesus; Fernando Pinto Melo
Agenda
1 fev
- Domingo IV Tempo Comum - Eucaristia, igreja, 10:00h
7 fev
- Oração de Vésperas 1º sábado, igreja, 10:00h
- Domingo V Tempo Comum - Festa da Palavra - Eucaristia, Igreja, 18:30h
02 de fevereiro FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei
de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria e José levam o Menino ao templo, a fim de ser
oferecido ao Senhor. Como toda a oferta implica renúncia, a Apresentação do
Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá
o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino
Filho estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da
Redenção.
Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante
toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração
para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico
quando, ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do
trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Esta festa já era celebrada em Jerusalém, no século IV.
Chamava-se festa do encontro. Em 534, a festa estendeu-se a Constantinopla e,
no tempo do Papa Sérgio, chegou a Roma e ao Ocidente. Em Roma, a festa incluía
uma procissão até à Basílica de S. Maria Maior. No século X, começaram a
benzer-se as velas, acesas em procissão em honra de Cristo que vem como luz das
nações e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.
1 fev
- Domingo IV Tempo Comum - Eucaristia, igreja, 10:00h
7 fev
- Oração de Vésperas 1º sábado, igreja, 10:00h
- Domingo V Tempo Comum - Festa da Palavra - Eucaristia, Igreja, 18:30h
02 de fevereiro FESTA DA APRESENTAÇÃO DO SENHOR
Quarenta dias após o nascimento de Jesus, em obediência à lei
de Moisés (Ex. 13, 11-13), Maria e José levam o Menino ao templo, a fim de ser
oferecido ao Senhor. Como toda a oferta implica renúncia, a Apresentação do
Senhor é já o começo do mistério do sofrimento redentor de Jesus, que atingirá
o seu ponto culminante no Calvário. Maria e José unem-se à oferta do seu divino
Filho estando a seu lado e colaborando, cada um a seu modo, na obra da
Redenção.
Ao oferecer Jesus, Maria oferece-Se também com Ele. Durante
toda a vida de Jesus, estará sempre ao lado do Filho, dando a Sua colaboração
para a obra da Redenção.
O gesto de Maria, que «oferece», traduz-se em gesto litúrgico
quando, ao celebrarmos a Eucaristia, oferecemos «os frutos da terra e do
trabalho do homem», símbolo da nossa vida.
Esta festa já era celebrada em Jerusalém, no século IV.
Chamava-se festa do encontro. Em 534, a festa estendeu-se a Constantinopla e,
no tempo do Papa Sérgio, chegou a Roma e ao Ocidente. Em Roma, a festa incluía
uma procissão até à Basílica de S. Maria Maior. No século X, começaram a
benzer-se as velas, acesas em procissão em honra de Cristo que vem como luz das
nações e ao encontro de quem a Igreja caminha guiada já por essa mesma luz.