11 de janeiro de 2015

Festa do Batismo do Senhor

A liturgia deste domingo tem como cenário de fundo o projeto salvador de Deus. No batismo de Jesus nas margens do Jordão, revela-se o Filho amado de Deus, que veio ao mundo enviado pelo Pai, com a missão de salvar e libertar os homens. Cumprindo o projeto do Pai, Ele fez-se um de nós, partilhou a nossa fragilidade e humanidade, libertou-nos do egoísmo e do pecado e empenhou-Se em promover-nos, para que pudéssemos chegar à vida em plenitude.
A primeira leitura anuncia um misterioso “Servo”, escolhido por Deus e enviado aos homens para instaurar um mundo de justiça e de paz sem fim… Investido do Espírito de Deus, ele concretizará essa missão com humildade e simplicidade, sem recorrer ao poder, à imposição, à prepotência, pois esses esquemas não são os de Deus. O “Servo” é um instrumento através do qual Deus atua no mundo para levar a salvação aos homens: Ele é alguém que Deus escolheu entre muitos, a quem chamou e a quem confiou uma missão: trazer a justiça, propor a todas as nações uma nova ordem social da qual desaparecerão as trevas que alienam e impedem de caminhar e oferecer a todos os homens a liberdade e a paz.
A segunda leitura reafirma que Jesus é o Filho amado que o Pai enviou ao mundo para concretizar um projeto de salvação; por isso, Ele “passou pelo mundo fazendo o bem” e libertando todos os que eram oprimidos. Cristo veio trazer a “boa nova da paz” – salvação - a todo o homem e mulher, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social, que aceita a proposta e adere a Jesus. É este o testemunho que os discípulos devem dar, para que a salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra.

No Evangelho, aparece-nos a concretização da promessa profética: Jesus é o Filho/”Servo” enviado pelo Pai, sobre quem repousa o Espírito e cuja missão é realizar a libertação dos homens. Obedecendo ao Pai, Ele tornou-Se pessoa, identificou-Se com as fragilidades dos homens, caminhou ao lado deles, a fim de os promover e de os levar à reconciliação com Deus, à vida em plenitude.

Liturgia da Palavra do Domingo da Festa do Batismo do Senhor

I Leitura                 Is 42, 1-4.6-7

«Eis o meu servo, enlevo da minha alma»

No Batismo que recebeu das mãos de João, Jesus manifesta-Se como sendo Aquele que o profeta anunciara: o Servo de Deus, que desce à água no meio dos pecadores para inaugurar a obra da redenção que o Pai Lhe confiara, e, ao mesmo tempo, o Filho bem amado, sobre quem repousa o Espírito de Deus, para que Ele seja portador da Boa Nova da salvação a toda a Terra.

Salmo     28 (29)

O Senhor abençoará o seu povo na paz.

II Leitura:             Actos 10, 34-38

«Deus ungiu-O com o Espírito Santo»

O Espírito Santo desceu sobre Jesus na hora do Batismo e ungiu-O para que Ele pudesse começar o seu ministério e, por Ele, os homens fossem também batizados não só na água, mas na água e no Espírito. A unção que o Espírito Santo confere a Jesus na hora do seu batismo marca-O como “Messias”, isto é, “Ungido”, ou seja “Cristo”, e, faz d’Ele a fonte da unção com que o mesmo Espírito marcará os “cristãos”, os “ungidos”, membros de Cristo, sua Cabeça.

Aclamação ao Evangelho                   Mc 9, 6

Abriram-se os céus e ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Evangelho             Mc 1, 7-11

«Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência»

O Batismo de Jesus inaugura a sua vida pública. Ao fazer-Se homem, Ele tornou-Se solidário com os homens. Por isso, não receou descer à água do Batismo no meio dos pecadores, mas para os elevar à dignidade de filhos de Deus. Estes dois aspetos estão bem claros no Batismo do Senhor. Jesus desce à água, o Pai apresenta-O como seu Filho, o Céu abre-se e o Espírito Santo desce sobre Ele. A pomba é apenas a imagem sob a qual o Espírito Se manifesta. A palavra do Pai revela, de maneira autêntica, o mistério e a missão de Jesus. O batismo do Senhor é uma das grandes “epifanias” ou “manifestações” de Jesus.

No episódio do batismo, Jesus aparece como o Filho amado, que o Pai enviou ao encontro dos homens para os libertar e para os inserir numa dinâmica de comunhão e de vida nova. Nessa cena revela-se a preocupação de Deus e o imenso amor que Ele nos dedica… Deus que envia o próprio Filho ao mundo, que pede a esse Filho que Se solidarize com as dores e limitações dos homens e que, através da ação do Filho, reconcilia os homens consigo e fá-los chegar à vida em plenitude. Aquilo que nos é pedido é que correspondamos ao amor do Pai, acolhendo a sua oferta de salvação e seguindo Jesus no amor, na entrega, no dom da vida. Ora, no dia do nosso batismo, comprometemo-nos com esse projeto… Temos, depois disso, renovado diariamente o nosso compromisso e percorrido  esse caminho que Jesus veio propor-nos?
A celebração do batismo do Senhor leva-nos até um Jesus que assume plenamente a sua condição de “Filho” e que se faz obediente ao Pai, cumprindo integralmente o projeto do Pai de dar vida ao homem. É esta mesma atitude de obediência radical, de entrega incondicional, de confiança absoluta que eu assumo na minha relação com Deus?
O episódio do batismo de Jesus coloca-nos frente a frente com um Deus que aceitou identificar-Se com o homem, partilhar a sua humanidade e fragilidade, a fim de oferecer ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Eu, filho deste Deus, aceito ir ao encontro dos meus irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão?
No batismo, Jesus tomou consciência da sua missão (essa missão que o Pai Lhe confiou), recebeu o Espírito e partiu em viagem pelos caminhos poeirentos da Palestina, a testemunhar o projeto libertador do Pai. Eu, que no batismo aderi a Jesus e recebi o Espírito que me capacitou para a missão, tenho sido uma testemunha séria e comprometida desse programa em que Jesus Se empenhou e pelo qual Ele deu a vida?

Palavra de Deus para a semana de 12 a 17 de novembro


12
Seg
Hebr 1, 1-6 - Salmo 96 (97) -  Mc 1, 14-20
Está próximo o reino de Deus;
arrependei-vos e acreditai no Evangelho
13
Ter
S. Hilário, bispo e doutor da Igreja – MF
Hebr 2, 5-12 - Salmo 8 - Mc 1, 21-28
Escutai o que diz o Senhor, não como palavra dos homens,
mas como palavra de Deus.
14
Qua
Hebr 2, 14-18 - Salmo 104 (105) -  Mc 1, 29-39
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor.
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
15
Qui
Hebr 3, 7-14 - Salmo 94 (95) (95) - Mc 1, 40-45
Jesus pregava o Evangelho do reino
e curava todas as enfermidades entre o povo.
16
Sex
Hebr 4, 1-5. 11 - Salmo 77 (78) - Mc 2, 1-12
Apareceu entre nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo.
17
Sáb
S. Antão, abade – MO
Hebr 4, 12-16 - Salmo 18 B (19) - Mc 2, 13-17
O Senhor enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres,
a proclamar aos cativos a redenção.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO II DO TEMPO COMUM


1 Sam 3, 3b-10.19                              «Falai, Senhor, que o vosso servo escuta»

Salmo 39 (40)                                      Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

1 Cor 6, 13c-15a.17-20                     «Os vossos corpos são membros de Cristo»

Jo 1, 35-42                                           «Foram ver onde morava e ficaram com Ele»

Intenções para a Eucaristia de 11 de janeiro (10:00h)


Aniversário falecimento de António Pereira, pais e sogros; Manuel Luís Moreira, de Lage do Monte; Missa da Associação por Fernando Pinto Melo e Alexandre Joaquim Soares; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Alexandre da Silva Azeredo; António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira da Silva Guimarães; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Luísa Pereira e marido, do Alto; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Deolinda Sousa Vieira e marido; de 7.º dia por Palmira Pereira de Jesus

Intenções para a Eucaristia de 18 de janeiro (10:00h)

Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e Silva; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Alexandre Joaquim Soares; Manuel Duarte Moreira; da Associação por Palmira Pereira de Jesus

Agenda


18 jan
    • Domingo II Tempo Comum - Eucaristia, igreja, 10h 
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h


O “Servo” de que fala Isaías é esse “eleito de Deus”, que recebeu a plenitude do Espírito, que veio ao encontro dos homens com a missão de trazer a justiça e a paz definitivas, que sofreu e morreu para ser fiel a essa missão que o Pai lhe confiou. A história do “Servo” mostra-nos, desde já, que Deus atua através de instrumentos a quem Ele confia a transformação do mundo e a libertação dos homens. Tenho consciência de que cada batizado é um instrumento de Deus na renovação e transformação do mundo? Estou disposto a corresponder ao chamamento de Deus e a assumir os meus compromissos quanto a esta questão, ou prefiro fechar-me no meu canto e demitir-me da minha responsabilidade profética?  Convém não esquecer que a missão profética só faz sentido à luz de Deus e que tudo parte da iniciativa de Deus: é Ele que escolhe, que chama, que envia e que capacita para a missão… Aquilo que eu faço, por mais válido que seja, não é obra minha, mas sim de Deus; o meu êxito na missão não resulta das minhas qualidades, mas da iniciativa de Deus que age em mim e através de mim.
Jesus de Nazaré “passou pelo mundo fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio”. Nos seus gestos de bondade, de misericórdia, de perdão, de solidariedade, de amor, os homens encontraram o projeto libertador de Deus em ação… Nós, cristãos, comprometidos com Cristo e com a sua missão desde o nosso batismo, testemunhamos, em gestos concretos, a bondade, a misericórdia, o perdão e o amor de Deus pelos homens? Empenhamo-nos em libertar todos os que são oprimidos pelo demónio do egoísmo, da injustiça, da exploração, da solidão, da doença, do analfabetismo, do sofrimento?