4 de janeiro de 2015

Domingo da Solenidade da Epifania do Senhor


A liturgia deste domingo celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… Ele é uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Cumprindo o projeto libertador que o Pai nos queria oferecer, essa “luz” incarnou na nossa história, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao encontro da salvação, da vida definitiva.
A primeira leitura anuncia a chegada da luz salvadora de Deus, que transfigurará Jerusalém e que atrairá à cidade de Deus povos de todo o mundo. Nesse dia, Jerusalém vai atrair os olhares de todos os que esperam a salvação. Atraídos pela promessa do encontro com a salvação de Deus – convergirão para Jerusalém, inundando-a de riquezas e cantando os louvores de Deus.
No Evangelho, vemos a concretização dessa promessa: ao encontro de Jesus vêm os “magos” do oriente, representantes de todos os povos da terra… Atentos aos sinais da chegada do Messias, procuram-n’O com esperança até O encontrar, reconhecem n’Ele a “salvação de Deus” e aceitam-n’O como “o Senhor”. A salvação rejeitada pelos habitantes de Jerusalém torna-se agora um dom que Deus oferece a todos os homens, sem exceção.
A segunda leitura apresenta o projeto salvador de Deus como uma realidade que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos numa mesma comunidade de irmãos – a comunidade de Jesus. Em Cristo, chegou a salvação definitiva para os homens; e essa salvação não se destina exclusivamente aos judeus, mas destina-se a todos os povos da terra, sem exceção. Agora, judeus e gentios são membros de um mesmo e único “corpo” (o “corpo de Cristo” ou Igreja), partilham o mesmo projeto salvador que os faz, em igualdade de circunstâncias com os judeus, “filhos de Deus” e todos participam da promessa feita por Deus a Abraão  – promessa cuja realização Cristo levou a cabo.


Liturgia do Domingo da Solenidade da Epifania do Senhor

I Leitura                 Is 60, 1-6
«Brilha sobre ti a glória do Senhor»

Como uma cidade, construída sobre um monte, atrai o olhar de todos, ao ser iluminada pelo sol nascente, assim Jerusalém, iluminada pelo Nascimento de Jesus, atrai a si todos os povos, mergulhados na noite do pecado.
Será, porém, na Igreja, nova Jerusalém, que Deus reunirá todos os homens, para lhes dar a salvação. Será n’Ela que se constituirá, definitivamente, a comunidade dos povos. «A luz dos povos é Cristo – Mas a Sua luz resplandece no rosto da Sua Igreja» (LG. n.° 1). Ela é, na verdade, o sinal e o instrumento de união com Deus e de unidade de todo o género humano.

Salmo     71 (72)
Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos da terra.

II Leitura:             Ef 3, 2-3a.5-6
Os gentios recebem a mesma herança prometida

O universalismo de Isaías era um pouco limitado; os estrangeiros não estavam em posição de igualdade com os filhos de Israel. S. Paulo, descrevendo o plano salvífico de Deus, proclama que todos os homens são chamados, igualmente, a ser herdeiros da Promessa.
Como consequência deste chamamento universal para a Fé, toda a separação, toda a discriminação, introduzidas na humanidade por culturas e civilizações, desaparecem. Todos são chamados a formar o verdadeiro Israel e a constituir um só Corpo – o Corpo Místico de Cristo – restabelecendo-se assim o plano primitivo de Deus acerca da humanidade, que era um projeto de unidade e amor.

Aclamação ao Evangelho   Mt 2, 2
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor.

Evangelho             Mt 2, 1-12
«Viemos do Oriente adorar o Rei»

Frente ao mistério do Nascimento de Jesus, S. Mateus procura, sobretudo, contemplá-Lo à Luz do primeiro encontro do mundo pagão com o Salvador, de que os magos são as primícias e os representantes. Sublinhando, de modo expressivo, a universalidade da Mensagem cristã, dirigida a todos os homens, mesmo àqueles que, segundo as conceções estreitas do Judaísmo, viviam fora da Geografia e da História da Salvação, o evangelista mostra como na visita dos Magos, se realizam as profecias do A. T.
Não deixa também de o impressionar, em contraste com o orgulho e cegueira de Herodes e dos sábios de Israel, a boa vontade dos Magos, que, atentos aos sinais dos Tempos, se dispõem a correr a aventura da Fé.

Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo, que acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da Igreja – essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a Jesus e que O reconhecem como o seu Senhor.

Os “magos” são apresentados como os “homens dos sinais”, que sabem ver na “estrela” o sinal da chegada da libertação… Somos pessoas atentas aos “sinais” – isto é, somos capazes de ler os acontecimentos da nossa história e da nossa vida à luz de Deus? Procuramos perceber nos “sinais” que aparecem no nosso caminho a vontade de Deus?

Os “magos” viram a “estrela”, deixaram tudo, arriscaram tudo e vieram procurar Jesus. Somos capazes da mesma atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao nosso sofá, ao nosso colchão especial, à nossa televisão, à nossa aparelhagem, ao nosso computador? Somos capazes de deixar tudo para responder aos apelos que Jesus nos faz através dos irmãos?

Aceitar pôr-se a caminho…
Erguer os olhos: tal é o convite que nos é feito hoje. Uma estrela brilha sempre na noite, se nós a perscrutamos com atenção. Erguer os olhos: descentrar-se de si mesmo, procurar ajuda da parte de qualquer outro, de Deus. Depois de ver a estrela, aceitar pôr-se a caminho. Nos próximos dias, esta estrela será talvez uma caminhada a empreender para sair, encontrar ajuda ou levar ajuda a alguém, tomar uma decisão até aqui adiada…

Um convite ao acolhimento e à abertura…
Festa da salvação para todos os povos, a Epifania convida as comunidades cristãs ao acolhimento e à abertura.           

Palavra de Deus para a semana de 5 a 10 de janeiro


5
Seg
1 Jo 3, 22 – 4, 6 - Salmo 2, 7-8. 10-11 -  Mt 4, 12-17. 23-25
Jesus proclamava o Evangelho do reino
 e curava todas as doenças entre o povo.
6
Ter
1 Jo 4, 7-10 - Salmo 71 (72) - Mc 6, 34-44
O Senhor enviou-me a anunciar aos pobres a boa nova,
a proclamar aos cativos a redenção.

7
Qua
S. Raimundo de Penaforte, presbítero – MF
1 Jo 4, 11-18 - Salmo 71 (72) - Mc 6, 45-52
Glória a Vós, Jesus Cristo, anunciado aos gentios;
glória a Vós, Jesus Cristo, acreditado no mundo.
8
Qui
1 Jo 4, 19 – 5, 4 - Salmo 71 (72) - Lc 4, 14-22a
O Senhor enviou-me a anunciar aos pobres a boa nova,
a proclamar aos cativos a redenção.
9
Sex
1 Jo 5, 5-13 - Salmo 147 - Lc 5, 12-16
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo.
10
Sáb
B. Gonçalo de Amarante, presbítero – MF
1 Jo 5, 14-21 - Salmo 149 - Jo 3, 22-30
O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles
que habitavam na sombria região da morte uma luz se levantou.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO DA FESTA DO BATISMO DO SENHOR

Is 42, 1-4.6-7                       «Eis o meu servo, enlevo da minha alma»

Salmo 28 (29)                      O Senhor abençoará o seu povo na paz.

Atos 10, 34-38                    «Deus ungiu-O com o Espírito Santo»

Mc 1, 7-11                            «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência»


Intenções para a Eucaristia de 3 de janeiro (18:30h)

João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Antero Pinto; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Maria da Conceição Leal Pinto; António Soares de Moura e pais de Maria Elisa; Aniversário falecimento de José de Araújo; António Antunes, esposa e filho


Intenções para a Eucaristia de 11 de janeiro (10:00h)


Aniversário falecimento de António Pereira, pais e sogros; Manuel Luís Moreira, de Lage do Monte; Missa da Associação por Fernando Pinto Melo e Alexandre Joaquim Soares; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Alexandre da Silva Azeredo; António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira da Silva Guimarães; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Luísa Pereira e marido, do Alto; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim

Agenda


10 jan
    • Reinício da catequese infantil, 14:30h, e juvenil, 16:30h 
11 jan
    • Festa do Batismo do Senhor - Eucaristia, igreja, 10:00h


Sejam quais forem as voltas que a história dá, Deus está lá, vivo e presente, acompanhando a caminhada do seu Povo e oferecendo-lhe a vida definitiva. Esta “fidelidade” de Deus aquece-nos o coração e renova-nos a esperança… Caminhamos pela vida de cabeça levantada, confiando no amor infinito de Deus e na sua vontade de salvar e libertar o homem. O projeto de libertação que Jesus veio apresentar aos homens será a luz que vence as trevas do pecado e da opressão e que dá ao mundo um rosto mais brilhante de vida e de esperança. Esta Jerusalém nova, que já “não necessita de sol nem de lua para a iluminar, porque é iluminada pela glória de Deus”, é a Igreja – a comunidade dos que aderiram a Jesus e acolheram a luz salvadora que Ele veio trazer.
Deus tem um projeto de salvação para oferecer ao seu Povo e Cristo é a revelação e a realização plena desse projeto de salvação que não se destina apenas “a Jerusalém” (ao mundo judaico), mas é para ser oferecido a todos os povos, sem exceção.
A Igreja, “corpo de Cristo”, é a comunidade daqueles que acolheram “o mistério”. Nela, brancos e negros, pobres e ricos, ucranianos ou moldavos – beneficiários todos da ação salvadora e libertadora de Deus – têm lugar em igualdade de circunstâncias.
Destinatários, todos, do mistério, somos “filhos de Deus” e irmãos uns dos outros. Essa fraternidade implica o amor sem limites, a partilha, a solidariedade… Sentimo-nos solidários com todos os irmãos que partilham connosco esta vasta casa que é o mundo? Sentimo-nos responsáveis pela sorte de todos os nossos irmãos, mesmo aqueles que estão separados de nós pela geografia, pela diversidade de culturas e de raças?