7 de dezembro de 2014

Domingo II do Advento

ENVOLVER-SE
Preparai o caminho
do Senhor, endireitai
as suas veredas.



Mc 1, 3


A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na primeira leitura, um profeta anónimo da época do Exílio garante aos exilados a fidelidade de Deus e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de autossuficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus.
A segunda leitura aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”.
No Evangelho, João Baptista convida os seus contemporâneos (e, claro, os homens de todas as épocas) a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade.
João, o Baptista, afirma claramente que preparar a vinda do Messias passa pela “metanoia” – isto é, por uma transformação total do homem, por uma nova atitude de base, por uma outra escala de valores, por uma radical mudança de pensamento, por uma postura vital inteiramente nova, por um movimento radical que leve o homem a reequacionar a sua vida e a colocar Deus no centro da sua existência e dos seus interesses. Neste tempo de Advento, de preparação para a celebração do Natal do Senhor, trata-se de uma proposta com sentido: preparar a vinda de Jesus exige de nós uma transformação radical da nossa vida, dos nossos valores, da nossa mentalidade.

Liturgia da Palavra do Domingo II do Advento


I Leitura                 Is 40, 1-5.9-11
«Preparai o caminho do Senhor»

O Senhor anuncia ao Seu Povo, através do profeta, a sua libertação do exílio da Babilónia e o seu regresso ao país dos seus antepassados. Por iniciativa amorosa de Deus, a salvação aproxima-se e torna-se, por isso, necessário que a alegre notícia seja proclamada e todos colaborem, seguindo as instruções divinas e abrindo o caminho, através do qual o povo poderá encontrar a salvação e a paz. Iguais disposições devem animar todos aqueles que, no Advento, aguardam a vinda de Deus, em Cristo, para nos libertar do pecado e nos reunir na Igreja, a verdadeira Jerusalém, onde Ele habita.

Salmo     84 (85)                  Mostrai-nos o vosso amor  e dai-nos a vossa salvação..

II Leitura:             2 Pedro 3, 8-14
«Esperamos os novos céus e a nova terra»

Deus executa pela Incarnação, os Seus desígnios de salvação. No entanto, Deus não pode salvar o homem sem a sua colaboração. Para lhe conceder a filiação divina, espera que o homem lhe dê uma resposta, pela fé e se volte para Ele, pela conversão.  O tempo entre a primeira e a segunda vinda é o tempo da paciência de Deus, em que concede ao homem a possibilidade de compartilhar a vida de Deus. Vivendo neste mundo destinado à transfiguração da Parusia, o cristão procura viver em comunhão com Deus, pela oração, pela Eucaristia e na santidade de vida, preparando-se, confiante para o Dia do Senhor.   
                                              
Aclamação ao Evangelho                   Lc 3, 4.6
Preparai o caminho do Senhor,  endireitai as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus.

Evangelho:            Mc 1, 1-8
«Endireitai os caminhos do Senhor»

O cristão não pode fugir para o deserto, alheando-se dos graves problemas do nosso tempo, como a fome, a falta de cultura ou a injustiça, pois Deus deseja que todo o homem seja Seu colaborador na Sua obra da criação, contribuindo, com todas as suas forças para a construção dum mundo melhor. No entanto, o cristão se não quiser atraiçoar a sua missão, tem de manter sempre a espiritualidade do deserto, ensinada pelo Precursor.
«Se os cristãos perdessem o sentido da conversão a Deus, o cristianismo que testemunham, não apresentaria senão o aspecto dum humanismo entre outros e ver-se-ia privado de toda a densidade propriamente religiosa». (Thiery Maertens).   
     

IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA – SOLENIDADE

Mais do que qualquer outro tempo do Ano Litúrgico, o Advento é tempo de Maria, pois é nele que A vemos em mais íntima relação com o Seu filho, ao Qual está unida «por vínculo estreito e indissolúvel» (LG. 53).
Se o Senhor veio ao meio dos homens, se Ele vem ainda, é por meio de Maria. N’Ela se cumpre, na verdade, o mistério do Advento.
Embora, na sua origem e no seu princípio, a Solenidade da Imaculada Conceição, que vem do século XI, não nos apareça em ligação com o Advento, contudo ela é uma verdadeira festa do Advento. Ela é a aurora que precede, anuncia e traz em si o Dia novo, que está para surgir no Natal.
Enaltecendo a Virgem Maria, esta Solenidade, em vez de nos desviar do Mistério de Cristo, leva-nos, pelo contrário, a exaltar a obra da Redenção, ao apresentar-nos Aquela que foi a primeira a beneficiar dos seus frutos, tornando-se a imagem e o modelo segundo o qual Deus quer refazer o rosto da Humanidade, desfigurado pelo pecado.
Assim como na aurora se projeta a luz do sol, de cujos raios ela tira a vida, assim em Maria Imaculada se reflete o poder do Salvador que está para vir: a Seus méritos Ela deve, com efeito, o ter sido «remida de modo mais sublime» (LG. 53).
Festa de Advento, a Solenidade da Imaculada Conceição constitui uma bela preparação para o Natal.                         

Palavra de Deus para a semana de 8 a 13 de dezembro

8
Seg
Gen 3, 9-15. 20 - Salmo 97 (98) - Ef 1, 3-6. 11-12 -  Lc 1, 26-38
Ave, Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as mulheres.
9
Ter
S. João Diogo – MF
Is 40, 1-11 - Salmo 95 (96) - Mt 18, 12-14
Está próximo o dia do Senhor; Ele vem salvar-nos.

10
Qua
Is 40, 25-31 - Salmo 102 (103) - Mt 11, 28-30
O Senhor vem salvar o seu povo;
felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
11
Qui
S. Dâmaso I, papa – MF
Is 41, 13-20 - Salmo 144 (145) - Mt 11, 11-15
Desça o orvalho do alto dos céus e as nuvens chovam o justo;
abra-se a terra e germine o Salvador.
12
Sex
Nossa Senhora de Guadalupe – MF
Is 48, 17-19 - Salmo 1 - Mt 11, 16-19
O Senhor está perto, ide ao seu encontro; Ele é o príncipe da paz.
13
Sáb
S. Luzia, virgem e mártir – MO
Sir 48, 1-4. 9-11 - Salmo 79 (80) - Mt 17, 10-13
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas
e toda a criatura verá a salvação de Deus.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO III DO ADVENTO


Is 61, 1-2a.10-11                                                «Exulto de alegria no Senhor»

Salmo     Lc 1, 46-48.49-50.53-54   Exulto de alegria no Senhor.

1 Tes 5, 16-24                                     «Todo o vosso ser – espírito, alma e corpo –
se conserve para a vinda do Senhor»

Jo 1, 6-8.19-28                                    «No meio de vós está Alguém que não conheceis»

Intenções para a Eucaristia de 6 de dezembro (18:30h)

 João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Antero Pinto; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Maria da Graça da Glória, marido e filho; António da Silva Luís, do Lameu


Intenções para a Eucaristia de 8 de dezembro (10:00h)

Madalena Carneiro Pinto, pais e sogros; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Aniversário falecimento de Albano de Sousa e esposa


Intenções para a Eucaristia de 14 de dezembro (10:00h)


  Luís Vieira Azevedo; António Pereira da Silva Guimarães; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Luísa Pereira e marido, do Alto; Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e Silva; Manuel Duarte Moreira 

Agenda

14 dez
    • EucaristiaFesta do Acolhimento do 1º ano, igreja, 10:00h

21 dez
    • Eucaristia, igreja, 10:00h
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h

Menos pedras… Mais carne… Podemo-nos ferir se formos contra as pedras no caminho, ou se uma queda provocar um acidente. Podemos ferir o outro atirando-lhe pedras. Ficamos feridos no mais profundo de nós mesmos se, em lugar do coração, tivermos uma pedra. No seguimento dos profetas, João Baptista veio convencer os seus contemporâneos a arrancar o seu coração se ele for de pedra, para que um coração de carne aí seja colocado. No deserto ou na margem do Jordão, ele pregava a conversão, isto é, a mudança total do coração por meio de um regresso radical para Deus. Ele era sinal da parte de Deus batizando na água, gesto de purificação. Ele testemunhava com a sua total disponibilidade para acolher o Enviado de Deus que batizará no Espírito Santo. O caminho estará pronto para que venha Aquele que falará ao coração do homem pedindo-lhe para amar Deus seu Pai e os homens seus irmãos.
O “estilo de vida” de João constitui uma interpelação pelo menos tão forte como as suas palavras. É o testemunho vivo de um homem que está consciente das prioridades e não dá importância aos aspetos secundários da vida. A nossa vida também está marcada por valores, nos quais apostamos e à volta dos quais construímos toda a nossa existência.
Ao acentuar o carácter decisivo e determinante do apelo de João, Marcos convida-nos a uma resposta objetiva, franca, clara e decidida. Deus espera uma resposta total, radical, decidida, inequívoca à oferta de salvação que Ele faz. Isso significa uma renúncia decidida ao nosso comodismo, à nossa preguiça, ao nosso egoísmo, à nossa autossuficiência e um embarcar decidido na aventura do Reino que Jesus, há mais de dois mil anos, veio propor aos homens