30 de novembro de 2014

Domingo I do Advento

PRIMEIREAR

“O que vos digo a vós,
digo a todos: Vigiai”. (Mc. 13, 37)

Como pede o Papa, devemos ser os primeiros a “tomar a iniciativa, a ir à frente, a ir ao encontro…” (EG24)




A liturgia do primeiro Domingo do Advento convida-nos a equacionar a nossa caminhada pela história à luz da certeza de que “o Senhor vem”. Apresenta também aos crentes indicações concretas acerca da forma devem viver esse tempo de espera.
A primeira leitura é um apelo dramático a Deus que é “pai” e “redentor”, no sentido de vir mais uma vez ao encontro de Israel para o libertar do pecado e para recriar um Povo de coração novo. O profeta não tem dúvidas: a essência de Deus é amor e misericórdia; essas “qualidades” de Deus são a garantia da sua intervenção salvadora em cada passo da caminhada histórica do Povo de Deus. Deus é o “oleiro” e o seu Povo é o barro que o artista modela com amor e cuidado. A imagem leva-nos, precisamente, à criação do homem do barro da terra… O profeta quererá, dessa forma, sugerir que a intervenção salvadora de Deus no sentido de mudar o coração do seu Povo (fazendo que ele deixe os caminhos do egoísmo e da autossuficiência e volte aos caminhos de Deus e da Aliança) é uma nova criação, da qual nascerá uma humanidade nova.
A segunda leitura mostra como Deus Se faz presente na história e na vida de uma comunidade crente, através dos dons e carismas que gratuitamente derrama sobre o seu Povo. Sugere também aos crentes que se mantenham atentos e vigilantes, a fim de acolherem os dons de Deus.
O Evangelho convida os discípulos a enfrentar a história com coragem, determinação e esperança, animados pela certeza de que “o Senhor vem”. Ensina, ainda, que esse tempo de espera deve ser um tempo de “vigilância” – isto é, um tempo de compromisso ativo e efetivo com a construção do Reino. Os discípulos de Jesus não podem, portanto, cruzar os braços, à espera que o Senhor venha; eles têm uma missão – uma missão que lhes foi confiada pelo próprio Jesus e que eles devem concretizar, mesmo em condições adversas. É necessário não esquecer isto: esta espera, vivida no tempo da história, não é uma espera passiva, de quem se limita a deixar passar o tempo até que chegue um final anunciado; mas é uma espera ativa, que implica um compromisso efetivo com a construção de um mundo mais humano, mais fraterno, mais justo, mais evangélico.

Liturgia da Palavra do Domingo I do Advento


I Leitura                 Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7

«Oh se rasgásseis os céus e descêsseis»

O Advento começa com um profundo suspiro de fé e de esperança dirigido ao Senhor, “nosso Pai”, “nosso Redentor”, semelhante aos que subiam da boca e do coração dos nossos antepassados na fé, os santos do Antigo Testamento, que viveram antes da vinda do Filho de Deus. Não vamos agora imaginar-nos nos tempos antes de Cristo; mas vamos criar em nós desejos profundos de que Ele, que já veio ao mundo e está no meio de nós, seja por nós reconhecido e acolhido como nosso Salvador, Ele que, de novo, há-de vir e por quem suspiramos.
                                                                       
Salmo      79 (80)
Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar,
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.

II Leitura:             1 Cor 1, 3-9

Esperamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo

O Advento começa por ser o tempo litúrgico especialmente voltado para a última vinda do Senhor. É o tempo da expectativa, vivido na esperança, aguardando a aparição gloriosa do Senhor, que virá coroar o tempo da Igreja com a glória da sua ressurreição. É, portanto, para esta Igreja tempo de vigilância, para que o Dia do Senhor a encontre irrepreensível.
                               
Aclamação ao Evangelho                   Salmo 84 (85)

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia
e dai-nos a vossa salvação.

Evangelho:            Mc 13, 33-37

«Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa»

A vigilância, já apontada na leitura anterior, é agora inculcada, com todo o rigor, pelo próprio Senhor Jesus. Esta vida é como longa vigília, com os seus tempos sucessivos (as quatro vigílias da noite referidas no texto) aguardando o sol nascente – Cristo – que vem do alto, como todas as manhãs recordamos na Hora de Laudes. A solenidade do Natal, a que o Advento nos conduzirá, vem, em cada ano, antecipar simbolicamente aquela vinda gloriosa do Senhor no último dia, o dia que nos introduz na “vida do mundo que há-de vir”.

“O Senhor vem”.
 A nossa caminhada humana não é um avançar sem sentido ao encontro do nada, mas uma caminhada feita na alegria ao encontro do Senhor que vem. Não se trata de uma vaga esperança, mas de uma certeza baseada na palavra infalível de Jesus. O tempo de Advento recorda-nos a realidade de um Senhor que vem ao encontro dos homens e que, no final da nossa caminhada por esta terra, nos oferecerá a vida definitiva, a felicidade sem fim.
 O tempo do Advento é, também, o tempo da espera do Senhor. O Evangelho deste domingo diz-nos como deve ser essa espera… A palavra mágica é “vigilância”: o verdadeiro discípulo deve estar sempre “vigilante”, cumprindo com coragem e determinação a missão que Deus lhe confiou. Estar “vigilante” não significa, contudo, preocupar-se em ter sempre a “alminha” limpa para que a morte não o apanhe com pecados por perdoar; mas significa viver sempre ativo, empenhado, comprometido na construção de um mundo de vida, de amor e de paz. Significa cumprir, com coerência e sem meias tintas, os compromissos assumidos no dia do batismo e ser um sinal vivo do amor e da bondade de Deus no mundo.
É dessa forma que eu tenho procurado viver?
Em concreto, estar “vigilante” significa não viver de braços cruzados, fechado num mundo de alienação e de egoísmo, deixando que sejam os outros a tomar as decisões e a escolher os valores que devem governar a humanidade; significa não me demitir das minhas responsabilidades e da missão que Deus me confiou quando me chamou à existência… Estar “vigilante” é ser uma voz ativa e questionante no meio dos homens, levando-os a confrontarem-se com os valores do Evangelho; é lutar de forma decidida e corajosa contra a mentira, o egoísmo, a injustiça, tudo aquilo que rouba a vida e a felicidade a qualquer irmão que caminhe ao meu lado…
Como me situo face a isto?               

Palavra de Deus para a semana de 1 a 6 de dezembro

1
Seg
Is 4, 2-6 Salmo 121 (122) – Ev Mt 8, 5-11
Vinde libertar-nos, Senhor, nosso Deus;
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.
2
Ter
Is 11, 1-10 - Salmo 71 (72) - Lc 10, 21-24
O Senhor virá com poder e majestade e iluminará os olhos dos seus fiéis. 

3
Qua
S. Francisco Xavier, presbítero, Padroeiro das Missões – MO
Is 25, 6-10a - Salmo 22 (23) - Mt 15, 29-37
O Senhor vem salvar o seu povo:
felizes os que estão preparados para ir ao seu encontro.
4
Qui
S. João Damasceno, presbítero e doutor da Igreja – MF
Is 26, 1-6 - Salmo 117 (118) - Mt 7, 21. 24-27
Procurai o Senhor, enquanto Se pode encontrar,
invocai-O, enquanto está perto.
5
Sex
S. Frutuoso, S. Martinho de Dume e S. Geraldo, bispos – MO
Is 29, 17-24 - Salmo 26 (27) - Mt 9, 27-31
O Senhor virá com poder e majestade e iluminará os olhos dos seus fiéis.
6
Sáb
S. Nicolau, bispo – MF
Is 30, 19-21. 23-26 - Salmo 146 (147) - Mt 9, 35 – 10, 1. 6-8
O Senhor é o nosso legislador, o nosso juiz, o nosso rei:
Ele próprio vem salvar-nos.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO II DO ADVENTO


Is 40, 1-5.9-11                     «Preparai o caminho do Senhor»

Salmo    84 (85)                   Mostrai-nos o vosso amor e dai-nos a vossa salvação.

2 Pedro 3, 8-14                   «Esperamos os novos céus e a nova terra»

Mc 1, 1-8                              «Endireitai os caminhos do Senhor»

Intenções para a Eucaristia de 30 de novembro (10:00h)



Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido

Intenções para a Eucaristia de 6 de dezembro (18:30h)

 João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Antero Pinto; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Maria da Graça da Glória, marido e filho; António da Silva Luís, do Lameu


Agenda

30 nov
  • Eucaristia, igreja, 10:00h

6 dez
  • Oração Vésperas 1º Sábado, igreja 18:00h
  • Eucaristia, igreja, 18:30h

O Livro de Isaías apresenta em pano de fundo um Povo de coração endurecido, rebelde, indiferente, que há muito prescindiu de Deus e deixou de se preocupar em viver de forma coerente os compromissos assumidos no âmbito da Aliança. É um quadro que não difere significativamente daquilo que é a vida de tantos homens e mulheres dos nossos dias. O profeta convida-nos também a reconhecer que só Deus é fonte de salvação e de redenção. Nós, por nós próprios, somos incapazes de superar essa rotina de indiferença, de egoísmo, de violência, de mentira, de injustiça que tantas vezes caracteriza a nossa caminhada pela vida. Deus, o nosso “Pai” e o nosso “redentor”, é sempre fiel às suas “obrigações” de amor e de justiça e está sempre disposto a oferecer-nos, gratuita e incondicionalmente, a salvação. A nós, resta-nos acolher o dom de Deus com humildade e com um coração agradecido.
A comunidade cristã é uma realidade continuamente enriquecida pela vida de Deus. Através dos seus dons, Deus vem continuamente ao encontro dos homens e manifesta-lhes o seu amor. Os crentes devem viver numa permanente atitude de escuta e de acolhimento desses dons. Os dons de Deus destinam-se a promover a fidelidade das pessoas e das comunidades ao Evangelho, de forma a que todos nos identifiquemos cada vez mais com Cristo. O cristão tem de estar sempre vigilante e preparado para acolher o Deus que vem ao seu encontro e lhe manifesta o seu amor através dos seus dons… E tem também de estar sempre vigilante para que os dons de Deus não sejam desvirtuados e utilizados para fins egoístas.
Neste Advento, estou disposto a acolher Jesus e a abraçar as propostas que Deus, através d’Ele, me faz?