27 de julho de 2014

Domingo XVII do Tempo Comum

A liturgia deste domingo convida-nos a refletir nas nossas prioridades, nos valores sobre os quais fundamentamos a nossa existência. Sugere, especialmente, que o cristão deve construir a sua vida sobre os valores propostos por Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, rei de Israel. Salomão tinha consciência de que a autoridade é um serviço que deve ser exercido com “sabedoria” e que o objetivo final desse serviço é a realização do bem comum. Ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem “sábio” que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efémeros.
A segunda leitura convida-nos a seguir o caminho e a proposta de Jesus. Esse é o valor mais alto, que deve sobrepor-se a todos os outros valores e propostas. O projeto salvador de Deus está aberto a todos aqueles que querem acolhê-l’O. Paulo sublinha que se trata de um dom gratuito de Deus e que esse dom está previsto desde toda a eternidade.
No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas, Jesus recomenda aos seus seguidores que façam do Reino de Deus a sua prioridade fundamental. Todos os outros valores e interesses devem passar para segundo plano, face a esse “tesouro” supremo que é o Reino. O Reino proposto por Jesus (esse mundo de paz, de amor, de fraternidade, de serviço, de reconciliação que Jesus veio anunciar e oferecer) é um “tesouro” precioso, que os seguidores de Jesus devem abraçar, antes de qualquer outro valor ou proposta. Os cristãos são, antes de mais, aqueles que encontraram algo de único, de fundamental, de decisivo: o Reino. Ora, quando alguém encontra um “tesouro” como esse, deve elegê-lo como a riqueza mais preciosa, o valor fundamental pelo qual se renuncia a tudo o resto e pelo qual se está disposto a pagar qualquer preço. O Reino não é um condomínio fechado, onde só há gente escolhida e santa, mas é uma realidade onde o mal e o bem crescem simultaneamente. Deus não tem pressa de condenar e destruir. Ele não quer a morte do pecador; por isso, dá ao homem o tempo necessário e suficiente para amadurecer as suas opções e para fazer as suas escolhas.
O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que “compreende”. Ora, “compreender”, em Mateus, significa “prestar atenção” e comprometer-se com o ensinamento proposto. Os cristãos são, pois, convidados a descobrir a realidade do Reino, a entender as suas exigências, a comprometerem-se com os seus valores.

Liturgia da Palavra do Domingo XVII do Tempo Comum


I Leitura                                 1 Reis 3, 5.7-12

«Pediste a sabedoria»

O maior tesouro é a sabedoria. A sabedoria é o dom de saber orientar a vida segundo os critérios de Deus. Mas quem tem a peito pedi-la ao Senhor, antes de todos os outros bens como fez Salomão? De tal modo agradou ao Senhor esta primeira preocupação de Salomão que, juntamente com a sabedoria, a única coisa que ele pedira, o Senhor lhe deu tudo o mais.
               
Salmo     118 (119)
Quanto amo, Senhor, a vossa lei!

II Leitura:                             Rom 8, 28-30

«Predestinou-nos para sermos conformes à imagem do seu Filho»

Deus chamou-nos para nos integrarmos em Cristo. É esse o desígnio que Deus tem sobre nós e que se vai realizando, progressivamente, até chegar à plenitude, a qual só se encontrará na glória celeste. É o que esta leitura quer significar com a sucessiva acção de Deus em nós, pela qual Ele pretende levar-nos a participar plenamente na glória de Cristo
               
Aclamação ao Evangelho                   Mt 11, 25

Bendito sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.


Evangelho:                            Mt 13, 44-52

«Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo»

Com três parábolas, a do tesouro escondido no campo, a do negociante de pérolas e a da rede lançada ao mar, o Senhor ensina-nos o caminho da sabedoria para encontrar o reino dos Céus, como fará o “escriba bem avisado”, de que também nos fala a leitura.

Palavra de Deus para a semana de 28 de julho a 2 de agosto  


28
Seg
Jer 13, 1-11 - Salmo Deut 32, 18-19. 20. 21 - Mt 13, 31-35
Deus Pai nos gerou pela palavra da verdade,
para sermos as primícias das suas criaturas.
29
Ter
S. Marta – MO
Jer 14, 17-22 - Salmo 78 (79) - Jo 11, 19-27
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo:
quem O encontra permanece para sempre.
30
Qua
S. Pedro Crisólogo, bispo e doutor da Igreja – MF
Jer 15, 10. 16-21 - Salmo 58 (59) - Mt 13, 44-46
Eu chamo-vos amigos, diz o Senhor,
porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai.
31
Qui
S. Inácio de Loiola, presbítero – MO
Jer 18, 1-6 - Salmo 145 (146) - Mt 13, 47-53
Abri, Senhor, o nosso coração, para recebermos a palavra do vosso Filho.
1
Sex
S. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja – MO
Jer 26, 1-9 - Salmo 68 (69) - Mt 13, 54-58
A palavra do Senhor permanece eternamente.
Esta é a palavra que vos foi anunciada.

2
Sáb
S. Eusébio de Vercelas, bispo – MF
S. Pedro Juliano Eymard, presbítero – MF
                Jer 26, 11-16. 24 - Salmo 68 (69) - Mt 14, 1-12
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça,
porque deles é o reino dos Céus.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVIII DO TEMPO COMUM


Is 55, 1-3                              «Vinde e comei»

Salmo     144 (145               Abris, Senhor, as vossas mãos e saciais a nossa fome.

Rom 8, 35.37-39                                «Nenhuma criatura poderá separar-nos do amor de Deus,
que se manifestou em Jesus Cristo»

Mt 14, 13-21                        «Todos comeram e ficaram saciados»

Intenções para a Eucaristia de 27 de julho (11:00h)

 Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Ferreira Aguiar; Ricardo Luís e filha; Missa Aniv. Natalício de José Araújo.

Intenções para a Eucaristia de 3 de agosto (10:00h)

João de Jesus Pinto, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Antero Pinto; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, esposa e filho; António Pinto Melo.

Agenda

27 jul a 8 ago
    • Visita da Nossa Senhora da Natividade do Castelinho 

3 ago
    • Eucaristia, igreja, 10:00h



O cristão vive no meio do mundo e é todos os dias desafiado pelos esquemas e valores do mundo; mas não pode deixar que a procura dos bens seja o objetivo número um da sua vida, pois o Reino é partilha. O cristão está permanentemente mergulhado num ambiente em que a força e o poder aparecem como o grande ideal; mas ele não pode deixar que o poder seja o seu objetivo fundamental, porque o Reino é serviço. O cristão é todos os dias convencido de que o êxito profissional, a fama a qualquer preço são condições essenciais para triunfar e para deixar a sua marca na história; mas ele não pode deixar-se seduzir por esses esquemas, pois a realidade do Reino vive-se na humildade e na simplicidade. O cristão faz a sua caminhada num mundo que exalta o orgulho, a independência; mas ele já aprendeu, com Jesus, que o Reino é perdão, tolerância, encontro, fraternidade… O que é que comanda a minha vida? Quais são os valores pelos quais eu sou capaz de deixar tudo? Que significado têm as propostas de Jesus na minha escala de valores?


Quando a tristeza nos tolda a vista e nos impede de sorrir, quando apresentamos semblantes carrancudos e preocupados, quando deixamos transparecer em gestos e em palavras a agitação e o desassossego, quando olhamos para o mundo com os óculos do pessimismo e do desespero, quando só nos deixamos impressionar pelo mal que acontece à nossa volta, já teremos descoberto esse valor fundamental – o Reino – que é paz, esperança, serenidade, alegria, harmonia?