22 de junho de 2014

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Quem comer a minha carne e beber
o meu sangue terá a vida eterna;
e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia»

(Jo 6, 54)


A Eucaristia insere-se no âmago da «iniciação cristã», juntamente com o Batismo e a Confirmação, constituindo a nascente da própria vida da Igreja. Com efeito, é deste Sacramento do Amor que derivam todos os caminhos autênticos de fé, de comunhão e de testemunho.
No centro do espaço destinado à celebração da Eucaristia encontra-se o altar, que é uma mesa coberta com uma toalha, e isto faz-nos pensar num banquete. Sobre a mesa há uma cruz, a qual indica que naquele altar se oferece o sacrifício de Cristo: é Ele o alimento espiritual que ali recebemos, sob as espécies do pão e do vinho. Ao lado da mesa encontra-se o ambão, ou seja o lugar de onde se proclama a Palavra de Deus: e ele indica que ali nos reunimos para ouvir o Senhor que fala mediante as Sagradas Escrituras, e portanto o alimento que recebemos é também a sua Palavra.
Na Missa, Palavra e Pão tornam-se uma coisa só, como na Última Ceia, quando todas as palavras de Jesus, todos os sinais que Ele tinha realizado, se condensaram no gesto de partir o pão e de oferecer o cálice, antecipação do sacrifício da cruz, e naquelas palavras: «Tomai e comei, isto é o meu corpo... Tomai e bebei, isto é o meu sangue».
Em grego, «ação de graças» diz-se «eucaristia». É por isso que o Sacramento se chama Eucaristia: é a suprema ação de graças ao Pai, o qual nos amou a tal ponto que nos ofereceu o seu Filho por amor. 
Por conseguinte, a celebração eucarística é muito mais do que um simples banquete: é precisamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério fulcral da salvação. «Memorial» não significa apenas uma recordação, uma simples lembrança, mas quer dizer que cada vez que nós celebramos este Sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia constitui o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito, fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e todo o seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos.
Estimados amigos, nunca daremos suficientemente graças ao Senhor pela dádiva que nos concedeu através da Eucaristia! Trata-se de um dom deveras grandioso e por isso é tão importante ir à Missa aos domingos. Ir à Missa não só para rezar, mas para receber a Comunhão, o pão que é o corpo de Jesus Cristo que nos salva, nos perdoa e nos une ao Pai. É bom fazer isto! E todos os domingos vamos à Missa, porque é precisamente o dia da Ressurreição do Senhor. É por isso que o Domingo é tão importante para nós! E com a Eucaristia sentimos esta pertença precisamente à Igreja, ao Povo de Deus, ao Corpo de Deus, a Jesus Cristo.

Liturgia da Palavra da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

I Leitura                 Deut 8, 2-3.14b-16a
«Deu-te o alimento, que nem tu nem os teus pais tinham conhecido»

Numa época de grande prosperidade económica, em que o povo de Israel corria o risco de se esquecer de Deus e de se fechar no seu egoísmo, o autor sagrado lembra-lhe a experiência do deserto. Durante essa longa caminhada, em que sentiu ao vivo a sua fraqueza, os bens necessários à vida (a alimento, a água, a libertação da escravidão, a proteção no meio dos perigos) não foram dádivas do amor de Deus? Esquecer agora, na abundância, esse amor paternal de Deus, seria uma ingratidão.
Mas seria também uma loucura. O homem, com efeito, não pode viver só de pão. Satisfeita toda a fome que sente (fome de justiça, de liberdade, de paz) ele pode sentir-se ainda infeliz. O alimento espiritual, «a palavra, que sai da boca de Deus» (Mt. 4, 4), é-lhe indispensável para viver sobre a terra.
               
Salmo     147
Jerusalém, louva o teu Senhor.

II Leitura:             1 Cor 10, 16-17
«Há um só pão, formamos um só corpo»

Pão vivo descido do Céu, verdadeiro maná, na caminhada da vida, a Eucaristia realiza a nossa incorporação em Cristo morto e ressuscitado e, por Ele, na Igreja, que é também Corpo de Cristo. O Pão Eucarístico é assim não apenas sinal, mas alimento de unidade entre os cristãos e destes com Deus.
Comungar o Corpo e o Sangue de Cristo é, pois, comungar o amor que Jesus tem pelo Pai e pelos homens. Cada Comunhão devia ser para nós um compromisso de unidade. Unidade que não deve manifestar-se apenas na assembleia litúrgica, mas deve abranger toda a vida.

Aclamação ao Evangelho   Ap 1, 8
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que há-de vir.

Evangelho: Jo 6, 51-58
«A minha carne é verdadeira comida, o meu sangue é verdadeira bebida»

A Eucaristia é tão desconcertante para os homens do nosso tempo, como os sinais realizados por Jesus o foram para os seus contemporâneos. Contudo, aqueles que foram testemunhas da Ressurreição, como João, e aqueles que, hoje, têm fé em Jesus, sabem muito bem que o Filho de Deus feito Homem, vindo para trazer a vida ao mundo, não Se limitou a dar-nos as Suas palavras ou o Seu exemplo. Deu-nos também, na Eucaristia, a Sua Carne e o Seu Sangue, isto é, a Sua Pessoa.

Aqueles que, na pobreza da fé, souberem acolher a Cristo, sob o sinal sacramental, unir-se-ão à Sua Morte e Ressurreição, entrarão no Seu mistério, receberão a Vida. 


Dá-nos, Senhor, um coração novo,
capaz de conjugar em cada dia
os verbos fundamentais da Eucaristia:
RECEBER, BENDIZER e AGRADECER,
PARTILHAR e DAR,
COMEMORAR, ANUNCIAR e ESPERAR.

Dá-nos, Senhor, um coração sensível e fraterno,
capaz de escutar
e de recomeçar.

Mantém-nos reunidos, Senhor,
à volta do pão e da palavra.
E ajuda-nos a discernir
os rumos a seguir
nos caminhos sinuosos deste tempo,
por Ti semeado e por Ti redimido.

Ensina-nos, Senhor,
a saber colher
o Teu amor
semeado e redentor,
única fonte de sentido
que temos para oferecer
a este mundo
de que és o único Salvador.

+ António Couto

Palavra de Deus para a semana de 23 a 28 de junho  


23
Seg
2 Reis 17, 5-8. 13-15a. 18 - Salmo 59 (60) - Mt 7, 1-5
A palavra de Deus é viva e eficaz:
conhece os pensamentos e intenções do coração.
24
Ter
NASCIMENTO DE S. JOÃO BAPTISTA – SOLENIDADE
Is 49, 1-6 - Salmo 138 - Act 13, 22-26 - Lc 1, 57-66. 80
Ele veio para dar testemunho da luz
e preparar o povo para a vinda do Senhor.   
25
Qua
2 Reis 22, 8-13; 23, 1-3 - Salmo 118 (119) - Mt 7, 15-20
Permanecei em Mim e Eu em vós, diz o Senhor:
quem permanece em Mim dá muito fruto.
26
Qui
S. Paio, mártir – S. Josemaria Escrivá - MF
                2 Reis 24, 8-17 - Salmo 78 (79) - Mt 7, 21-29
Se alguém Me ama, guardará as minhas palavras, diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
27
Sex
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – SOLENIDADE
Deut 7, 6-11 - Salmo 102 (103) - 1 Jo 4, 7-16 - Mt 11, 25-30
Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor, e aprendei de Mim,
que sou manso e humilde de coração.
28
Sáb
Imaculado Coração da Virgem Santa Maria – S. Ireneu, bispo e mártir – MF
                Is 61, 9-11 - Salmo 1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd - Lc 2, 41-51
Bendita seja a Virgem Santa Maria,
que conservava a palavra de Deus, meditando-a em seu coração.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM

S. PEDRO E S. PAULO , Apóstolos - SOLENIDADE


Actos 12, 1-11   
 «Agora sei realmente que o Senhor me libertou das mãos de Herodes»

Salmo 33 (34)                    
O Senhor libertou-me de toda a ansiedade

2 Tim 4, 6-8.17-18             
«Já me está preparada a coroa da justiça»


Mt 16, 13-19      
«Tu és Pedro e dar-te-ei as chaves do reino dos Céus»

Intenções para a Eucaristia de 22 de junho (10:00h)

António Pereira de Freitas e esposa; Emídio Ribeiro; Maria da Conceição Moreira, de Vila; António Carneiro Silva e sogro; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; António Araújo, das Lapas; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; José Ferreira Águia e seu pai


Intenções para a Eucaristia de 29 de junho (11:00h)

Manuel Vieira Ribeiro; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; José Moreira e esposa; Maria da Conceição Soares.

Agenda



22 jun
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja 15:00h 

26 jun
    • Dia do Padroeiro - Eucaristia, igreja, 19:30h 

29 jun
    • Eucaristia - Festa da Fé das crianças do 6º ano, igreja, 11:00h


Na Eucaristia Cristo oferece sempre de novo o dom de si que já concedeu na Cruz. Toda a sua vida é um gesto de partilha total de si mesmo por amor; por isso, Ele gostava de estar com os discípulos e com as pessoas que tinha a oportunidade de conhecer. Para Ele, isto significava partilhar os seus desejos, os seus problemas, aquilo que agitava as suas almas e vidas. Quando participamos na Santa Missa encontramo-nos com homens e mulheres de todos os tipos: jovens, idosos e crianças; pobres e abastados; naturais do lugar e estrangeiros; acompanhados pelos familiares e pessoas sós...
Eucaristia não é algo que nós fazemos; não é uma nossa comemoração daquilo que Jesus disse e fez. Não! É precisamente uma ação de Cristo! Ali, é Cristo quem age, Cristo sobre o altar! É um dom de Cristo, que se torna presente e nos reúne ao redor de Si, para nos alimentar com a sua Palavra e a sua vida. Isto significa que a própria missão e identidade da Igreja derivam dali, da Eucaristia, e ali sempre adquirem forma. Através da Eucaristia, Cristo quer entrar na nossa existência e permeá-la com a sua graça.
O coração transborda de confiança e de esperança, pensando nas palavras de Jesus, citadas no Evangelho: «Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia» (Jo 6, 54). Vivamos a Eucaristia com espírito de fé, de oração, de perdão, de penitência, de júbilo comunitário, de solicitude pelos necessitados e pelas carências de numerosos irmãos e irmãs, na certeza de que o Senhor cumprirá aquilo que nos prometeu: a vida eterna. Assim seja!