11 de fevereiro de 2013

Domingo V do Tempo Comum


Domingo V do Tempo Comum

Faz-te ao largo
                                                    Lc 5, 4


A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo.

       Na primeira leitura, encontramos a descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado. Isaías deixa claro que a sua vocação é obra do Deus majestoso e santo, que se manifestou a Isaías e que o convocou para o seu serviço. Isaías oferece-se sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma, a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.

      A segunda leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar testemunho da ressurreição de Cristo que é um facto real, mas ao mesmo tempo algo que a ciência histórica não pode demonstrar, porque corresponde a uma experiência de fé. O que, historicamente, podemos comprovar, é a incrível transformação dos discípulos que, de homens cheios de medo, de frustração e de cobardia, se converteram em arautos destemidos de Jesus, vivo e ressuscitado. A ressurreição é um facto que ocorreu, mas que continua a ocorrer; continua a ter a eficácia primitiva, continua a ser capaz de converter em homens novos, a quantos aceitam Jesus pela fé.

       No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… De pescador de peixes Pedro torna-se pescador de homens, torna-se um homem cheio de confiança. Deixando tudo, como Tiago e João, segue Jesus! Neste quadro, reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.

Dehonianos



LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO V DO TEMPO COMUM
I Leitura:               Is 6, 1-2a.3-8
“Eis-me aqui: podeis enviar-me”
Esta leitura apresenta a vocação de Isaías e a sua missão, para introduzir a missão dos Apóstolos, de que falará o Evangelho. A vocação e a missão vêm de Deus, são dom seu. Em presença de tais dons, ao homem compete simplesmente responder e deixar-se enviar, porque a obra a que é enviado é toda de Deus. Foi por isso que o profeta começou por sentir-se envolvido em sinais da presença e da santidade de Deus. E ao reconhecer que Deus o chamava, respondeu a esse chamamento e deixou-se enviar para a missão a que Deus o destinava.
Salmo  137
Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor
II Leitura:             1 Cor 15, 1-11
“É assim que pregamos e foi assim que acreditastes”
 Os cristãos de Corinto, cidade grega de ambiente pagão, deviam sentir a atitude negativa dos grupos no meio dos quais viviam, em relação à ressurreição dos mortos, que até os próprios Judeus só lentamente foram admitindo. Para os cristãos, a morte e a ressurreição de Cristo constitui a base e o fundamento da sua fé. Ao afirmar o mistério pascal de Cristo, S. Paulo apresenta o núcleo central da profissão de fé da Igreja, o “Credo”.
ALELUIA                Mt 4, 19
Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de homens
Evangelho             Lc 5, 1-11
“Deixaram tudo e seguiram Jesus”
 A disponibilidade verificada no profeta Isaías, vemo-la agora nos Apóstolos. É o Senhor que os envia, mas eles, por seu lado, deixam-se enviar. A obra de Deus está também nas mãos dos homens, porque Deus os quer associar a Si na obra de salvação. É, no fundo, a lei que nasce do mistério da Encarnação: Deus no homem e o homem em Deus. E a única atitude possível para o homem a quem Deus chama e envia é responder como Isaías: “Eis-me aqui”, e como Pedro: “Já que o dizes, lançarei as redes".



PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 11 A 16 DE FEVEREIRO

SEG 11 
Nossa Senhora de Lurdes   (MF)
1 Gen 1, 1-19 – Salmo 103 - Mc 6, 53-56
“Todos os que O tocavam ficavam curados”
TER 12
Gen 1, 20 – 2, 4a, Salmo 8 - Mc 7, 1-13
“Deixais o mandamento de Deus para vos prenderdes à tradição dos homens”
QUA 13
Quarta feira de Cinzas
Joel 2, 12-18 – Salmo 50 - Cor 5, 20 — 6, 2-Mt 6, 1-6.16-18
“Teu Pai, que vê no segredo, te dará a recompensa”

QUI 14
S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo, Padroeiros da Europa  (F)
Actos 13, 46-49 – Salmo 116 - Lc 10, 1-9
“Ide e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’”

SEX 15
Sexta feira depois das Cinzas
Is 58, 1-9a – Salmo 50 - Mt 9, 14-15
“Quando o esposo lhes for tirado, jejuarão”

SAB 16
Sábado depois das Cinzas
Is 58, 9b-14 – Salmo 85 - Lc 5, 27-32
“Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam”

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO I DA QUARESMA

Deut 26, 4-10
A profissão de fé do povo eleito

Salmo 90
Estai comigo, Senhor, no meio da adversidade

Rom 10, 8-13
Profissão de fé dos que crêem em Cristo

 Lc 4, 1-13
«Esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado»

INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 10 DE FEVEREIRO   (09:30h)

Alexandre da Silva Azeredo; António da Silva Luís, do Lameu; José de Araújo; Manuel Joaquim Teixeira; Albano Ferraz, do Carreiro; Luísa Pereira e marido, do Alto; José Ferreira Aguiar; Pais e familiares de Maria de Fátima; de 30.º dia por Manuel Paulo Mesquita da Silva; de 7.º dia por Maria Júlia; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Mário Armindo Soares e Eva Monteiro Lima; Alexandre Joaquim Correia e Hugo Lima

INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 17 DE FEVEREIRO   (09:30h)

António José Lino; Maria da Conceição da Silva, da Quinta; da Associação por Maria Júlia; Rosa Pereira de Jesus; Carlos André; José de Azeredo e Silva; António Monteiro Teixeira; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; António da Silva Luís, do Lameu

    13 FEV    - Quarta Feira de Cinzas, Eucaristia, 20:30h

   14 FEV   - Conferência: Como é que o Sínodo refletiu sobre o Ano da Fé?,                        
                    D. Manuel Clemente, Associação Católica do Porto, 21:30h
   17  FEV  -  Via Sacra, Igreja, 15:00h 
                  - Adoração ao Santíssimo Sacramento, no fim da Via Sacra


O que é ser cristão? Como se segue Jesus? O que é que implica seguir Jesus?
Ser cristão é, em primeiro lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”. É desse barco (a comunidade cristã), que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação (“pôs-Se a ensinar, da barca, a multidão”).
Ser cristão é, em segundo lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas indicações, lançar as redes ao mar. Às vezes, as propostas de Jesus podem parecer ilógicas, incoerentes, ridículas; mas é preciso confiar incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas indicações (“porque Tu o dizes, lançarei as redes”)
Ser cristão é,em terceiro lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”: é o que faz Pedro, ao perceber como a proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. O título “Senhor” (em grego, “kyrios”) é o título que a comunidade cristã primitiva dá a Jesus ressuscitado, reconhecendo n’Ele o “Senhor” que preside ao mundo e à história.
Ser cristão é, em quarto lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens. Para entendermos o verdadeiro significado da expressão, temos de recordar o que significava o “mar” no ideário judaico: era o lugar dos monstros, onde residiam os espíritos e as forças demoníacas que procuravam roubar a vida e a felicidade do homem. Dizer que os seus discípulos vão ser “pescadores de homens” significa que a missão do cristão é continuar a obra libertadora de Jesus em favor do homem, procurando libertar o homem de tudo aquilo que lhe rouba a vida e a felicidade. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do egoísmo, do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que impedem a felicidade do homem.
 Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e seguir Jesus.                                                                                                                                                Dehonianos