28 de fevereiro de 2016

Domingo II do Tempo Comum

17 de Janeiro de 2016


«Fazei tudo o que Ele vos disser.»


A liturgia de hoje apresenta a imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus (o marido) estabeleceu com o seu Povo (a esposa). A questão fundamental é, portanto, a revelação do amor de Deus.

A primeira leitura define o amor de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e transforma a esposa, sejam quais forem as suas falhas passadas. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus. O amor de Deus pelo seu Povo é um amor que nada consegue quebrar: nem o nosso afastamento, nem o nosso egoísmo, nem as nossas recusas. Ele está sempre lá, à espera, de forma gratuita, convidando ao reencontro, ao refazer da relação; e esse amor gera vida nova, alegria, festa, felicidade em todos aqueles que são atingidos por ele.

A segunda leitura fala dos “carismas” – dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus. Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade. É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo. A comunidade cristã tem de ser o reflexo da comunidade trinitária, dessa comunidade de amor que une o Pai, o Filho e o Espírito. Como cristãos, somos todos membros de um único corpo, com diversidade de funções e de ministérios. A diversidade de “dons” não pode ser um factor de divisão ou de conflito, mas de riqueza para todos. Os “carismas” são sempre um dom gratuito de Deus, que não depende dos nossos méritos pessoais.

O Evangelho apresenta, no contexto de um casamento (cenário da “aliança”), um “sinal” que aponta para o essencial do “programa” de Jesus: apresentar aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade plenas. Jesus veio revelar-nos Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar os seus filhos. É esse o “vinho” que Jesus veio trazer para alegrar a “aliança”: o “vinho” do amor de Deus, que produz alegria e que nos leva à festa do encontro com o Pai e com os irmãos.            O episódio das “bodas de Caná” anuncia, portanto, o programa de Jesus: trazer à relação entre Deus e os homens o vinho da alegria, do amor e da festa. Este programa – que Jesus vai cumprir paulatinamente ao longo de toda a sua vida – realizar-se-á em plenitude no momento da “Hora” – da doação total por amor.


Liturgia da Palavra do Domingo II do Tempo Comum


I Leitura Is. 62, 1-5

«A esposa é a alegria do marido»

O amor entre Deus e o seu povo é frequentemente comparado, na Sagrada Escritura, ao amor dos esposos. Jerusalém é a imagem de todo o povo de Deus, é a imagem antecipada da própria Igreja. Pelo amor que lhe tem, o Senhor fará dela sua esposa; será essa a glória de Jerusalém, da Igreja, a Esposa de Cristo. Com esta leitura prepara-se a compreensão da leitura do Evangelho deste dia, onde se lê o “sinal” das Bodas de Caná.
           
Salmo 95 (96)

Anunciai em todos os povos as maravilhas do Senhor.

II Leitura 1 Cor 12, 4-11

«Um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe agrada»

Começamos hoje a leitura da terceira parte desta epístola, de que se leu o ano passado a segunda parte. Por ser bastante longa, é assim distribuída por mais de um ano. Ao dirigir-se a uma comunidade onde eram frequentes as divisões, o Apóstolo apela para a unidade, fruto da acção do Espírito de Deus, que é a fonte comum de todos os dons que existem na Igreja. Assim, a unidade na Igreja não provém de qualquer motivo humano, mas do facto de todos os dons que nela existem procederem do mesmo e único Espírito.     
           
Aclamação ao Evangelho Tes 2, 14 

Deus chamou-nos, por meio do Evangelho,
a tomar parte na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Evangelho Jo 2, 1-11

O primeiro milagre de Jesus

O milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná pertence ainda ao ciclo da Epifania. De facto, por meio dele o Senhor Se manifestou. A transformação da água em vinho e o facto de tal ter acontecido num banquete de núpcias e ainda o chamar-lhe o Evangelho um “sinal” leva-nos a perscrutar o mistério desta epifania ou manifestação do Senhor. Aquela não era ainda a hora de Jesus, que havia de chegar na hora da Cruz; mas aquele “sinal” apontava já para lá, para a hora das núpcias do Cordeiro, a hora do sacrifício que sela a Aliança, nova e definitiva, entre Deus e os homens, pelo Sangue de Jesus.
             
           

Preparando a Liturgia o Domingo III do Tempo Comum


Ne 8, 2-4a.5-6.8-10    
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»

Salmo   18 B (19)                   
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida.

1 Cor 12, 12-30                      
«Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um na sua parte»

Lc 1, 1-4; 4, 14-21      
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»


Palavra de Deus para a semana de 18 a 23 de Janeiro


18 Segunda-feira
1 Sam 15, 16-23 - Salmo 49 (50) - Mc 2, 18-22
A palavra de Deus é viva e eficaz,
pode discernir os pensamentos e intenções do coração.´

19 Terça-feira
1 Sam 16, 1-13 - Salmo 88 (89) - Mc 2, 23-28
Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ilumine os olhos do nosso coração,
para conhecermos a esperança a que fomos chamados.

20 Quarta-feira 
1 Sam 17, 32-33. 37. 40-51 - Salmo 143 (144) - Mc 3, 1-6
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo.

21 Quinta-feira
1 Sam 18, 6-9: 19, 1-7 - Salmo 55 (56) -  Mc 3, 7-12
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho.

22 Sexta-feira 
1 Sam 24, 3-21 - Salmo 56 (57) -  Mc 3, 13-19
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação.

23 Sábado
2 Sam 1, 1-4. 11-12. 19. 23-27 - Salmo 79 (80) - Mc 3, 20-21
Abri, Senhor, os nossos corações, para recebermos a palavra do vosso Filho



17 janeiro    

   
S. Antão, abade

Este insigne pai do monaquismo nasceu no Egipto cerca do ano 250. Depois da morte de seus pais, distribuiu os seus haveres pelos pobres e retirou-se para o deserto, onde começou a sua vida de penitente. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, animando os confessores na perseguição de Diocleciano e apoiando S. Atanásio na luta contra os arianos. Morreu no ano 356.


20 janeiro      


S. Fabião, papa e mártir

 Foi eleito bispo da Igreja Romana no ano 236. Recebeu a coroa do martírio no ano 250, ao começar a perseguição de Décio, como testemunha S. Cipriano. Foi sepultado no cemitério de Calisto.


               

S. Sebastião, mártir

Foi martirizado em Roma no começo da perseguição de Diocleciano. O seu sepulcro, na Via Ápia «ad Catacumbas», foi venerado pelos fiéis desde a mais remota antiguidade.



            21 janeiro    

   
S. Inês, virgem e mártir

 Foi martirizada em Roma na segunda metade do século III ou, mais provavelmente, no princípio do século IV. O papa S. Dâmaso adornou com versos o seu sepulcro e muitos santos Padres, seguindo S. Ambrósio, celebraram os seus louvores.


            22 janeiro   


    S. Vicente, diácono e mártir

 Vicente, diácono da Igreja de Saragoça, morreu mártir em Valência (Espanha) durante a perseguição de Diocleciano, depois de sofrer cruéis tormentos. O seu culto logo se propagou por toda a Igreja.


Intenções para a Eucaristia de 17 de Janeiro (10h)


Luísa Pereira, marido e genro, do Alto; 
Carlos André; 
António Luís, da Pena; 
Maria da Conceição Soares; 
José de Azeredo e Silva; 
Joaquina da Silva Madureira (fal. na Fund. Sto. António) e marido; 
Missa da Associação por Maria Deolinda da Silva Pinto; 
Associados da Mensagem de Fátima; 
Ação de Graças a N.ª Sra. da Saúde.

Intenções para a Eucaristia de 24 de Janeiro (10h)


António Pereira de Freitas e esposa; 
Aniversário natalício de Fernando Pinto Melo; 
Aniversário falecimento José Marques; 
Emídio Ribeiro; 
Maria da Conceição Moreira, de Vila; 
Manuel da Silva Pinto e seus familiares; 
Manuel Pinto da Costa; 
Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; 
Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; 
Manuel Alfredo da Fonseca Soares.


Passam-se coisas nesta sala da boda. Maria, com a sua intuição feminina, percebe o embaraço do mestre do banquete: vai faltar vinho. Di-lo a Jesus. Como há trinta anos, ela pede aos serventes o que o anjo lhe havia pedido: “fazei o que Ele vos disser! Tende confiança n’Ele!” E eis que as talhas destinadas às abluções rituais da religião judaica vão servir para manifestar a plenitude do dom de Deus e a nova relação dos homens com Deus. É proposto um novo rito, vai ser selada uma nova Aliança. Uma Aliança que selará para sempre a relação de Deus com a humanidade.

Para São João, os “milagres” são sempre “sinais” que nos reenviam para além da materialidade dos factos. Será bom olhar com mais atenção esta água mudada em vinho. A água é um elemento vital. Mas é, antes de mais, um elemento ordinário e bruto. A água encontra-se na natureza, não precisa de ser fabricada. O vinho é fruto da vinha, mas também do trabalho do homem, como dizemos na Eucaristia. Jesus manda encher as talhas de água, a água que é símbolo da nossa vida ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água ordinária para a transformar. Não com uma varinha mágica, mas com a força do Espírito Santo, com a força do amor. É porque este vinho é melhor que o vinho dos homens… Por este “sinal”, Jesus quer vir ter connosco na nossa vida ordinária, para aí colocar a sua presença de amor, o amor do Pai, o Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas alegrias, os nossos amores, as nossas conquistas humanas, importantes mas tantas vezes efémeras, com os nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem cor, os nossos fracassos e mesmo os nossos pecados, também eles ordinários. E aí, Ele “trabalha-nos” pelo seu amor, no segredo, para fazer brotar em nós a vida que tem o sabor do vinho do Reino. Isto, Ele cumpre-o em particular cada vez que participamos na Eucaristia. Façamos do “tempo ordinário” o tempo do acolhimento do trabalho em nós do Vinhateiro divino!