9 de novembro de 2014

Domingo XXXII do Tempo Comum: Dedicação da Basílica de Latrão – FESTA

Escolhi e consagrei esta casa,
diz o Senhor,
para que o meu nome esteja neste lugar para sempre.


2 Cr 7, 16

Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia o aniversário da dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais tarde, estendeu-se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que é chamada «a igreja mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».
 A Basílica de S. João de Latrão, cuja “dedicação” ou consagração aconteceu no ano de 320, é a catedral do Papa, enquanto Bispo de Roma. Ela é a “mãe de todas as igrejas”, o símbolo das Igrejas de todo o mundo, unidas à volta do sucessor de Pedro. A Festa da Dedicação da Basílica de Latrão convida-nos a tomar consciência de que a Igreja de Deus (que a Basílica de Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do mundo, a “morada de Deus”, o testemunho vivo da presença de Deus na caminhada histórica dos homens.
 Na primeira leitura, o profeta Ezequiel, dirigindo-se ao Povo de Deus exilado na Babilónia, anuncia a chegada de um tempo de salvação e de graça, em que Deus vai estabelecer a sua morada no meio dos homens e vai derramar sobre a humanidade sofredora vida em abundância.
 No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o Novo Templo, o “lugar” onde Deus reside no mundo e onde os homens podem fazer a experiência do encontro com Deus. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
Na segunda leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto (e aos cristãos de todos os tempos e lugares) que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o Espírito. Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a viver numa dinâmica nova, seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da obediência a Deus e da entrega aos irmãos; vivendo dessa forma, eles tornam Deus presente e atuante no meio da cidade dos homens.

Liturgia da Palavra do Domingo XXXII do Tempo Comum

Dedicação da Basílica de Latrão – FESTA

I Leitura                 Ez 47, 1-2.8-9.12
«Vi a água sair do templo e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos»

Desse Novo Templo que vai surgir e que será a habitação de Deus no meio do seu Povo, o profeta “vê” brotar um rio de águas profundas e impetuosas. A água é um símbolo universal de vida, de fecundidade, de abundância, de felicidade; no entanto, essa simbologia torna-se, ainda, mais significativa para um Povo marcado pela dura experiência do deserto, onde a falta ou a abundância de água é, em termos bem dramáticos, a diferença entre a morte e a vida.
                                                                       
Salmo     45 (46)
Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a morada santa do Altíssimo.


II Leitura:                             1 Cor 3, 9c-11.16-17
«Vós sois templo de Deus»

É à acção de Deus que se deve a constituição da comunidade cristã de Corinto. Paulo – que esteve no início histórico da comunidade – colocou o alicerce e outros ajudaram a erguer o edifício; mas, por detrás da acção dos homens (de Paulo ou de qualquer outro), está Deus e o seu projecto de salvação para os Coríntios. Portanto, a comunidade cristã de Corinto deve ter consciência de que é um edifício de Deus
«Vós sois templo de Deus»
                               
Aclamação ao Evangelho                   2 Cr 7, 16
Escolhi e consagrei esta casa, diz o Senhor,
para que o meu nome esteja neste lugar para sempre.
               
Evangelho:                            Jo 2, 13-22
«Falava do templo do seu Corpo»

Jesus apresenta-Se como o “novo Templo”. O Templo representava, no universo religioso judaico, a residência de Deus, o lugar onde Deus Se revelava e onde Se tornava presente no meio do seu Povo. Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside, onde Se encontra com os homens e onde Se manifesta ao mundo. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
                
Como é que podemos encontrar Deus e chegar até Ele? Como podemos perceber as propostas de Deus e descobrir os seus caminhos? O Evangelho que nos é proposto na Festa da Dedicação da Basílica de Latrão responde: é olhando para Jesus. Nas palavras e nos gestos de Jesus, Deus revela-Se aos homens e manifesta-lhes o seu amor, oferece aos homens a vida plena, faz-Se companheiro de caminhada dos homens e aponta-lhes caminhos de salvação. Somos, assim, convidados a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho”, aquela proposta de vida e de salvação que Deus nunca desistiu de nos apresentar.
Os cristãos são aqueles que aderiram a Cristo, que aceitaram integrar a sua comunidade, que comeram a sua carne e beberam o seu sangue, que se identificaram com Ele. Membros do Corpo de Cristo, os cristãos são pedras vivas desse novo Templo onde Deus Se manifesta ao mundo e vem ao encontro dos homens para lhes oferecer a vida e a salvação. Esta realidade supõe naturalmente, para os crentes, uma grande responsabilidade… Os homens do nosso tempo têm de ver no rosto dos cristãos o rosto bondoso e terno de Deus; têm de experimentar, nos gestos de partilha, de solidariedade, de serviço, de perdão dos cristãos, a vida nova de Deus; têm de encontrar, na preocupação dos cristãos com a justiça e com a paz o anúncio desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens.
Qual é o verdadeiro culto que Deus espera? Evidentemente, não são os ritos solenes e pomposos, mas vazios, estéreis e balofos. O culto que Deus aprecia é uma vida vivida na escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de doação, de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos. Quando nos barricamos atrás de certezas absolutas e de atitudes intransigentes, podemos estar a fechar o nosso coração aos desafios e à novidade de Deus. Quando somos capazes de sair do nosso comodismo e da nossa autossuficiência para ir ao encontro do pobre, do marginalizado, do estrangeiro, do doente, estamos a dar a resposta “litúrgica” adequada ao amor e à generosidade de Deus para connosco.                 

Palavra de Deus para a semana de 10 a 15 de novembro


10
Seg
S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja – MO
Tit 1, 1-9 - Salmo 23 (24) - Lc 17, 1-6
Vós brilhais como estrelas no mundo, anunciando a palavra da vida.
11
Ter
S. Martinho de Tours, bispo – MO
Tit 2, 1-8. 11-14 - Salmo 36 (37) - Lc 17, 7-10
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
12
Qua
S. Josafat, bispo e mártir – MO
Tit 3, 1-7 - Salmo 22 (23) - Lc 17, 11-19
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito em Cristo Jesus.
13
Qui
Flm 7-20 - Salmo 145 (146) - Lc 17, 20-25
Eu sou a videira, vós sois os ramos, diz o Senhor:
se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá muito fruto.
14
Sex
2 Jo 4-9 - Salmo 118 (119) - Lc 17, 26-37
Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
15
Sáb
S. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja – MF
3 Jo 5-8 - Salmo 111 (112) - Lc 18, 1-8
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.



PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM


Prov 31, 10-13.19-20.30-31            «Põe mãos ao trabalho alegremente»

Salmo   127                                          Ditoso o que segue o caminho do Senhor

Tes 5, 1-6                                             «Para que o dia do Senhor não vos surpreenda
como um ladrão»

Mt 25, 14-30                                       «Foste fiel em coisas pequenas: vem tomar parte
na alegria do teu Senhor»

Intenções para a Eucaristia de 9 de novembro (10:00h)

Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Maria da Graça da Glória, marido e filho; António da Silva Luís, do Lameu; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila


Intenções para a Eucaristia de 16 de novembro (10:00h)

Menino José Carlos e seus familiares; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; António Pereira da Silva Guimarães; Luísa Pereira e marido, do Alto; Maria da Conceição Soares; Carlos André; José de Azeredo e Silva; Associados da Mensagem de Fátima.


Agenda

16 nov 
    • Eucaristia, igreja, 10:00h
    • Adoração ao Santíssimo, igreja, 15:00h

Deus nunca desiste de Se fazer uma presença amiga e reconfortante na caminhada dos homens e de derramar sobre a humanidade sofredora vida em abundância. Trata-se de uma “boa nova” que devemos ter continuamente presente… As guerras, as injustiças, as convulsões sociais, a depressão económica, os escândalos que abalam a sociedade e que nos fazem desconfiar das instituições, a falência dos líderes em quem confiamos, as notícias diárias sobre a escravatura e o tráfico de seres humanos, a crise de valores, a falta de respeito pela vida humana, desenvolvem em nós sentimentos de angústia, de frustração, de insegurança, de instabilidade, de orfandade. Diante dos dramas que todos os dias nos atingem, sentimo-nos abandonados, perdidos, desnorteados, à deriva… Contudo, para nós, crentes, a certeza de que Deus reside no meio dos homens e derrama continuamente sobre eles vida em abundância é um convite à serenidade, à confiança e à esperança.
Se Deus reside no meio dos homens e derrama sobre eles vida em abundância, porque é existem na história do nosso tempo tantos pontos negros de miséria, de injustiça, de exploração, de sofrimento? Dificilmente conseguiremos, alguma vez, encontrar uma resposta totalmente satisfatória para esta questão… Não é Deus que falha; são os homens que, utilizando a sua liberdade, recusam a vida que Deus lhes oferece e preferem construir a história humana de acordo com esquemas de egoísmo e de pecado.
Para que a presença de Deus na nossa história tenha um impacto real na forma como, dia a dia, se constrói o nosso mundo, é necessário que a humanidade abandone os caminhos do orgulho e da auto-suficiência e aprenda a escutar, com humildade e simplicidade, as propostas e os desafios de Deus.