26 de outubro de 2014

Domingo XXX do Tempo Comum

Amarás
o Senhor teu Deus
e o próximo

como a ti mesmo


A liturgia do 30º domingo Comum diz-nos, de forma clara e inquestionável, que o amor está no centro da experiência cristã. O que Deus pede – ou antes, o que Deus exige – a cada crente é que deixe o seu coração ser submergido pelo amor.
A primeira leitura garante-nos que Deus não aceita a perpetuação de situações intoleráveis de injustiça, de arbitrariedade, de opressão, de desrespeito pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres e dos mais débeis. A título de exemplo, a leitura fala da situação dos estrangeiros, dos órfãos, das viúvas e dos pobres vítimas da especulação dos usurários: qualquer injustiça ou arbitrariedade praticada contra um irmão mais pobre ou mais débil é um crime grave contra Deus, que nos afasta da comunhão com Deus e nos coloca fora da órbita da Aliança.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã (da cidade grega de Tessalónica) que, apesar da hostilidade e da perseguição, aprendeu a percorrer, com Cristo e com Paulo, o caminho do amor e do dom da vida; e esse percurso – cumprido na alegria e na dor – tornou-se semente de fé e de amor, que deu frutos em outras comunidades cristãs do mundo grego. Dessa experiência comum, nasceu uma imensa família de irmãos, unida à volta do Evangelho e espalhada por todo o mundo grego. A história desta longa cadeia que vai de Jesus à Igreja mostra que o Evangelho se torna um dinamismo de vida e de salvação para todos os povos quando é acolhido na alegria, apesar do sofrimento e da perseguição.
O Evangelho diz-nos, de forma clara e inquestionável, que toda a revelação de Deus se resume no amor – amor a Deus e amor aos irmãos. Os dois mandamentos não podem separar-se: “amar a Deus” é cumprir a sua vontade e estabelecer com os irmãos relações de amor, de solidariedade, de partilha, de serviço, até ao dom total da vida. Tudo o resto é explicação, desenvolvimento, aplicação à vida prática dessas duas coordenadas fundamentais da vida cristã. “Amar a Deus” é pois, na perspetiva de Jesus, estar atento aos projetos do Pai e procurar concretizar, na vida do dia a dia, os seus planos. Ora, na vida de Jesus, o cumprimento da vontade do Pai passa por fazer da vida uma entrega de amor aos irmãos, se necessário até ao dom total de si mesmo.
Assim, na perspetiva de Jesus, “amor a Deus” e “amor aos irmãos” estão intimamente associados. Não são dois mandamentos diversos, mas duas faces da mesma moeda. “Amar a Deus” é cumprir o seu projeto de amor, que se concretiza na solidariedade, na partilha, no serviço, no dom da vida aos irmãos.

Liturgia da Palavra do Domingo XXX do Tempo Comum

I Leitura                 Ex 22, 20-26

«Se fizerdes algum mal à viúva e ao órfão, inflamar-se-á a minha ira contra vós»

O amor de Deus concretiza-se logo no amor do próximo. Esta leitura assinala algumas situações particularmente exigentes, onde se há-de tornar concreto este amor do próximo. A primeira expressão do amor ao próximo é a justiça, sem a qual não há caridade. E não se perca de vista que este texto é do Antigo Testamento, ainda anterior ao próprio Evangelho.                                           
Salmo     17 (18)

Eu Vos amo, Senhor: sois a minha força.

II Leitura:             1 Tes 1, 5c-10

«Convertestes-vos dos ídolos para servir a Deus e esperar o seu Filho»

Esta leitura é como que um certificado de vida cristã, passado pelo Apóstolo à sua querida comunidade de Tessalónica, e que poderá servir de modelo e estímulo a outras Igrejas. Assim ela sirva ainda hoje para a nossa comunidade.
                               
Aclamação ao Evangelho                   Jo 14, 23

Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
               
Evangelho:            Mt 22, 34-40

«Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo»


Uma pergunta frontal posta a Jesus, embora com má intenção, foi ocasião para o Senhor afirmar, de maneira solene e inequívoca, a verdadeira hierarquia dos valores à luz de Deus: o mandamento fundamental é o do amor a Deus e ao próximo. Ao ser interrogado sobre qual era o maior mandamento, Jesus acrescenta também qual é o segundo, não fosse julgar-se que, ao pretender amar-se a Deus, se poderia humilhar o próximo, como parece ter sido intenção daquele que O interrogou.

·         O que é “amar a Deus”?
De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor a Deus passa, antes de mais, pela escuta da sua Palavra, pelo acolhimento das suas propostas e pela obediência total aos seus projetos – para mim próprio, para a Igreja, para a minha comunidade e para o mundo. Esforço-me, verdadeiramente, por tentar escutar as propostas de Deus, mantendo um diálogo pessoal com Ele, procurando refletir e interiorizar a sua Palavra, tentando interpretar os sinais com que Ele me interpela na vida de cada dia? Tenho o coração aberto às suas propostas, ou fecho-me no meu egoísmo, nos meus preconceitos e na minha autossuficiência, procurando construir uma vida à margem de Deus ou contra Deus? Procuro ser, em nome de Deus e dos seus planos, uma testemunha profética que interpela o mundo, ou instalo-me no meu cantinho cómodo e renuncio ao compromisso com Deus e com o Reino?
·         O que é “amar os irmãos”?
De acordo com o exemplo e o testemunho de Jesus, o amor aos irmãos passa por prestar atenção a cada homem ou mulher com quem me cruzo pelos caminhos da vida (seja ele branco ou negro, rico ou pobre, nacional ou estrangeiro, amigo ou inimigo), por sentir-me solidário com as alegrias e sofrimentos de cada pessoa, por partilhar as desilusões e esperanças do meu próximo, por fazer da minha vida um dom total a todos. O mundo em que vivemos precisa de redescobrir o amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida…
Na realidade, a minha vida é posta ao serviço dos meus irmãos, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social? Os pobres, os necessitados, os marginalizados, os que alguma vez me magoaram e ofenderam, encontram em mim um irmão que os ama, sem condições?
O Evangelho deste domingo põe as coisas de forma totalmente clara: o essencial é o amor a Deus e o amor aos irmãos. Nisto se resume toda a revelação de Deus e a sua proposta de vida plena e definitiva para os homens.

Palavra de Deus para a semana de 27 de outubro a 1 de novembro


27
Seg
B. Gonçalo de Lagos, presbítero – MF
Ef 4, 32 – 5, 8 - Salmo 1 - Lc 13, 10-17
A vossa palavra, Senhor, é a verdade: consagrai-nos na verdade.
28
Ter
S. Simão e S. Judas, Apóstolos – FESTA
Ef 2, 19-22 - Salmo 18 - Lc 6, 12-19
Nós Vos louvamos, ó Deus; nós Vos bendizemos, Senhor.
O coro glorioso dos Apóstolos canta os vossos louvores.
29
Qua
Ef 6, 1-9 - Salmo 144 (145) - Lc 13, 22-30
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.
30
Qui
Ef 6, 10-20 - Salmo 143 (144) - Lc 13, 31-35
Bendito o que vem em nome do Senhor:
Paz no céu e glória nas alturas.
31
Sex
Filip 1, 1-11 - Salmo 110 (111) - Lc 14, 1-6
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
1
Sáb
TODOS OS SANTOS – SOLENIDADE
Ap 7, 2-4. 9-14 - Salmo 23 (24) - 1 Jo 3, 1-3 - Mt 5, 1-12a
Vinde a Mim, vós todos os que andais cansados e oprimidos
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.



PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM


Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

Job 19, 1.23-27a                 «Eu sei que o meu Redentor está vivo»

Salmo  26 (27)                     O Senhor é a minha luz e a minha salvação.

2 Cor 4, 14 – 5, 1                «As coisas visíveis são passageiras; as invisíveis são eternas»

Mt 11, 25-30                       «Vinde a Mim...Eu vos aliviarei»


Intenções para a Eucaristia de 26 de outubro (10:00h)

António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira de Freitas e esposa; Luís Gonçalo Pinto; José da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido , de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; Emídio Ribeiro

Intenções para a Eucaristia de 1 de novembro (19:30h)

José Vieira Bouça, pais e irmãos; Maria Rosa Bessa de Almeida, pais e irmãos; Maria da Conceição Leal Pinto; Maria da Conceição Alves; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Antero Pinto

 Agenda

1 nov 
    • Oração de Vésperas  1º Sábado, igreja, 19:00h
    • TODOS OS SANTOS, Eucaristia, igreja, 19:30h
2 nov 
    • FIÉIS DEFUNTOS, Eucaristia e Visita ao Cemitério Paroquial, igreja, 10:00h


O apelo a não prejudicar nem oprimir o estrangeiro convida-nos a considerar como acolhemos esses imigrantes que cruzam as nossas fronteiras à procura de melhores condições de vida e que, além da solidão, das dificuldades linguísticas, do desenraizamento cultural, ainda são vítimas do racismo, da xenofobia, da má vontade, da exploração… O apelo a não maltratar nem a fazer qualquer mal à viúva e ao órfão convida-nos a considerar a forma como acolhemos e tratamos os nossos irmãos mais débeis, sem defesa, ou que pertencem a grupos de risco… São as crianças, exploradas, usadas, maltratadas, condenadas precocemente a uma vida de trabalho e impedidas de viver a infância; são os idosos, atirados para lares, condenados em vida a uma existência de sombras, subtraídos ao seu ambiente familiar e às suas relações sociais; são os doentes incuráveis, abandonados, condenados à solidão, que escondemos e que evitamos para não perturbar a nossa boa disposição e o mito de uma vida isenta de sofrimento e de morte… O apelo a não explorar os pobres convida-nos a considerar a situação daqueles que não têm instrução e estão condenados a uma vida de trabalho escravo, ou que têm de viver com salários de miséria, ou que são vítimas da especulação com bens essenciais, ou que são enganados e desrespeitados…
Muitas vezes entendemos a fé como um acontecimento pessoal, que diz respeito apenas a nós próprios e a Deus (“eu cá tenho a minha fé”) e que não nos compromete com os outros. Na realidade, a fé liga-nos a uma longa cadeia que vem de Jesus até nós e que inclui uma imensa família de irmãos espalhados pelo mundo inteiro.
Nenhuma comunidade cristã é uma ilha…