6 de Março de 2016
“Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha!” (Lc 15, 22)
A liturgia de hoje convida-nos
à descoberta do Deus do amor, empenhado em conduzir-nos a uma vida de comunhão
com Ele.
A primeira leitura convida-nos à
conversão, princípio de vida nova na terra da felicidade, da liberdade e da
paz. Essa vida nova do homem renovado é um dom do Deus que nos ama e que nos
convoca para a felicidade.A Páscoa, celebrada nessa terra livre, marca o início
dessa nova etapa. Israel é, agora, um Povo novo, o Povo eleito, comprometido
com Deus, definitivamente livre da escravidão, que inicia uma vida nova nessa
Terra de Deus onde “corre o leite e o mel”.
A segunda leitura convida-nos a acolher a oferta de amor que Deus nos
faz através de Jesus. Só reconciliados com Deus e com os irmãos podemos ser
criaturas novas, em quem se manifesta o homem Novo.“Em Cristo”, Deus ofereceu
aos homens a reconciliação; aderir à proposta de Cristo é acolher a oferta de
reconciliação que Deus fez. Ser cristão implica, portanto, estar reconciliado
com Deus (isto é, aceitar viver com Ele uma relação autêntica de comunhão, de
intimidade, de amor) e com os outros homens. Isto significa, na prática, ser
uma criatura nova, um homem renovado.
O Evangelho apresenta-nos o
Deus/Pai que ama de forma gratuita, com um amor fiel e eterno, apesar das
escolhas erradas e da irresponsabilidade do filho rebelde. E esse amor lá está,
sempre à espera, sem condições, para acolher e abraçar o filho que decide
voltar. É um amor entendido na linha da misericórdia e não na linha da justiça
dos homens.
A “parábola do pai bondoso e
misericordioso” pretende apresentar-nos a lógica de Deus. Deus é o Pai bondoso,
que respeita absolutamente a liberdade e as decisões dos seus filhos, mesmo que
eles usem essa liberdade para procurar a felicidade em caminhos errados; e,
aconteça o que acontecer, continua a amar e a esperar ansiosamente o regresso
dos filhos rebeldes. Quando os reencontra, acolhe-os com amor e reintegra-os na
sua família. Essa é a alegria de Deus. É esse Deus de amor, de bondade, de
misericórdia, que se alegra quando o filho regressa que nós, às vezes filhos
rebeldes, temos a certeza de encontrar quando voltamos.A parábola pretende ser
também um convite a deixarmos-nos arrastar por esta dinâmica de amor no
julgamento que fazemos dos nossos irmãos. Mais do que pela “justiça”, que nos deixemos guiar pela
misericórdia, na linha de Deus.
Liturgia da Palavra do Domingo IV da Quaresma
I Leitura Jos 5, 9a.10-12
Tendo entrado na terra
prometida, o povo de Deus celebra a Páscoa
Mais um passo na história da
salvação nos é apresentado na primeira leitura deste Quarto Domingo: depois da
travessia do deserto, guiado por Moisés (domingo anterior), o povo de Deus
entra na Terra Prometida e celebra a Páscoa. É também esta a perspectiva do
tempo litúrgico em que nós entrámos: depois dos 40 dias do deserto quaresmal,
celebraremos o mistério da Páscoa, na Terra Santa da Igreja de Cristo. O maná,
a comida do deserto, cessou de cair, quando o povo de Deus chegou à Terra
Prometida, e lá pôde, finalmente, alimentar-se dos frutos daquela nova Terra.
Também a Igreja, depois do jejum da Quaresma, comerá da Ceia do Senhor, na
Eucaristia da Páscoa. Não se trata apenas de uma comparação, mas de um mistério
que todos os anos se renova no meio de nós.
Salmo 33 (34)
Saboreai e vede como o Senhor
é bom.
II Leitura 2 Cor 5, 17-21
«Por Cristo, Deus
reconciliou-nos consigo»
A Páscoa celebra o mistério da aliança que Deus fez com
os homens, e, porque o homem é pecador, esse mistério é também de
reconciliação. Pelo sacrifício de Jesus Cristo, todos os homens são tornados
nova criação, uma vez que são reconciliados com Deus, que é o Criador de todas
as coisas. Este mistério de reconciliação, realizado, de uma vez para sempre,
por Cristo, é-nos agora acessível através da Igreja. A nós pertence, pois,
aceitá-lo e deixar-nos reconciliar, cada um de nós, com Deus, por Cristo, por
meio da Igreja. O Sacramento da Penitência é o sinal sagrado desta
reconciliação. Por meio dele seremos, na Páscoa, novas criaturas.
Aclamação ao Evangelho Lc 15,
18
Vou partir, vou ter com meu
pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Evangelho Lc 15, 1-3.11-32
«Este teu irmão estava morto
e voltou à vida»
Na parábola do filho pródigo
está expresso todo o itinerário do pecador, que, pela penitência, regressa à
comunhão com Deus. Da morte à vida; é precisamente este o movimento de todo o
Mistério Pascal. A parábola põe em relevo sobretudo o amor, paciente e sempre
acolhedor, do Pai, de Deus nosso Pai. Por isso, a esta parábola melhor se
poderia chamar a parábola do Pai misericordioso.
Preparando a Liturgia para o Domingo V da Quaresma
Is 43, 16-21
«Vou realizar uma coisa nova:
matarei a sede ao meu povo»
Salmo 125 (126)
Grandes maravilhas fez por
nós o Senhor.
Filip 3, 8-14
«Por Cristo, considerei todas
as coisas como prejuízo, configurando-me à sua morte»
Jo 8, 1-11
«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira
pedra»
Palavra de Deus para a semana de
7 a 12 de Março
7 Segunda-feira
Is 65, 17-21 -Salmo 29 (30) -Jo 4, 43-54
Buscai o bem e não o mal,
para que vivais, e o Senhor estará convosco.
8 Terça-feira
Ez 47, 1-9. 12 -Salmo 45 (46) -Jo 5, 1-3a. 5-16
Criai em mim, Senhor,
umcoração puro,
dai-me de novo a alegria da
vossa salvação
9 Quarta-feira
Is 49, 8-15 -Salmo 144 (145) -Jo 5, 17-30
Eu sou a ressurreição e a
vida, diz o Senhor.
Quem acredita em Mim nunca
morrerá.
10 Quinta-feira
Ex 32, 7-14 -Salmo 105 (106) -Jo 5, 31-47
Deus amou tanto o mundo que
entregou o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a
vida eterna.
11 Sexta-feira
Sab 2, 1a. 12-22 -Salmo 33 (34) -Jo 7, 1-2. 10. 25-30
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus
12 Sábado
Jer 11, 18-20 -Salmo 7 -Jo 7, 40-53
Felizes os que recebem a
palavra de Deus de coração sincero e generoso
e produzem fruto pela
perseverança.
7 de Março
S. Perpétua e S.
Felicidade, mártires
Perpétua e Felicidade, presas em Cartago com outros jovens
catecúmenos no tempo do imperador Septímio Severo: Perpétua, mulher patrícia de
cerca de vinte e dois anos de idade, era mãe de uma criança de peito;
Felicidade, sua escrava, estando grávida, segundo as leis devia ser conservada
até dar à luz; mas, apesar das dores de parto, mostrava-se serena diante das
feras. Passaram ambas do cárcere para o anfiteatro, de rosto alegre, seguras de
que iam para o Céu.
8 de Março
S. João de Deus,
religioso
Nasceu em Montemor-o-Novo (Portugal) no ano 1495. Depois
duma vida cheia de perigos na carreira militar, o seu desejo de perfeição
levou-o a ambicionar coisas maiores e entregou-se ao serviço dos enfermos.
Fundou um hospital em Granada (Espanha) e associou à sua obra um grupo de
companheiros que mais tarde constituíram a Ordem hospitalar de S. João de Deus.
Distinguiu-se principalmente na caridade para com os pobres e os doentes.
Morreu nesta cidade em 1550.
9 de Março
S. Francisca Romana, religiosa
Nasceu em Roma no ano 1384. Casou muito nova e teve três
filhos. Viveu numa época de grandes calamidades; ajudou com seus bens os pobres
e dedicou-se ao serviço dos doentes. Foi admirável na sua actividade em favor
dos pobres e na prática das virtudes, especialmente da humildade e da
paciência. Em 1425 fundou a Congregação das Oblatas com a regra de S. Bento.
Morreu em 1440.
A “parábola do pai bondoso e
misericordioso” convida-nos a não nos deixarmos dominar pela lógica do que é
“justo” aos olhos do mundo, mas pela “justiça de Deus”, que é misericórdia,
compreensão, tolerância, amor. É num Deus que nos ama desta forma que somos
chamados a confiar neste tempo de “metanoia”.
Intenções para a Eucaristia de 6 de Março (10h)
Natália Fernanda da Silva Alves e avós;
Margarida
Teixeirade Jesus, marido e filho;
Maria Rosa Leal Pinheiro;
Emídio luís, esposa
e filho;
António Pinto Melo;
Alexandre da Silva Azeredo;
Aniv. falec.Conceição
Rosa Antunes, marido e filho;
José Pereira Madureira;
Fernando da Rocha Rafael;
Maria Deolinda da Silva Pinto e marido;
7.º dia por Maria Luísa Pinto Moreira
Luís;
Joaquina da Silva Madureira (falecida na Fund.Sto. António) e marido.
Intenções para a Eucaristia de 13 de Março (10h)
Aniv. falec. Alexandre Medon e
filhos António e Manuel;
António da Silva Luís;
Rosa de Jesus Carneiro e
Martinho Pinto, de Carvalho de Vila;
Manuel Madureira Vieira e seu pai;
Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida;
Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim;
Luísa Pereira, marido e genro, do
Alto;
Manuel Duarte Moreira;
Carlos André;
António Luís, da Pena;
Maria da
Conceição Soares;
Da Associação por Maria Luísa Pinto Moreira Luís.
Da Quaresma à Páscoa:
Redescobrir e Praticar as Obras de Misericórdia Corporais
4.ª Semana
Referências Bíblicas a partir do Lecionário Dominical C
Pai, pequei contra o Céu e
contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos:
‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e
sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos,
porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi
reencontrado’. E começou a festa… (Evangelho)
Obras de Misericórdia Corporais
Propostas de Oração
Oração do Pai Nosso
Ser cristão é, antes de mais,
aceitar a proposta de reconciliação que Deus nos faz em Jesus. Significa que
Deus, apesar das nossas infidelidades, continua a propor-nos um projecto de
comunhão e de amor. É “em Cristo” que somos reconciliados com Deus. Na cruz,
Cristo ensinou-nos a obediência total ao Pai, a entrega confiada aos projectos
do Pai e o amor total aos homens nossos irmãos. Dessa lição decisiva deve
nascer o Homem Novo, o homem que vive na obediência aos projectos de Deus e no
amor aos outros. A comunhão com Deus exige a reconciliação com os outros meus
irmãos.