25 de março de 2016

Domingo V da Quaresma

13 de Março de 2016




“Quem de entre vós estiver sem pecado 

atire a primeira pedra”



A liturgia de hoje fala-nos (outra vez) de um Deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à ressurreição.
A primeira leitura apresenta-nos o Deus libertador, que acompanha com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a liberdade. Esse “caminho” é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre a vida nova.

O nosso Deus é o Deus libertador, que não Se conforma com qualquer escravidão que roube a vida e a dignidade do homem e que está, permanentemente, a pedir-nos que lutemos contra todas as formas de sujeição.

A segunda leitura é um desafio a libertar-nos do“lixo” que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição.

Neste tempo favorável à conversão, é importante revermos aquilo que dá sentido à nossa vida. É possível que detectemos no centro dos nossos interesses algum desse “lixo” de que Paulo fala; mas Paulo convida a dar prioridade ao que é importante –a uma vida de comunhão com Cristo, que nos leve a uma identificação com o seu amor, o seu serviço, a sua entrega.

O Evangelho diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o amor e a misericórdia geram activamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta lógica –a lógica de Deus –que somos convidados a assumir na nossa relação com os irmãos.

O nosso Deus funciona na lógica da misericórdia e não na lógica da Lei; Ele não quer a morte daquele que errou, mas a libertação plena do homem. Nesta lógica, só a misericórdia e o amor se encaixam: só eles são capazes de mostrar o sem sentido da escravidão e de soprar a esperança, a ânsia de superação, o desejo de uma vida nova. A força de Deus (essa força que nos projecta para a vida em plenitude) não está no castigo, mas está no amor.

No nosso mundo, o fundamentalismo e a intransigência falam frequentemente mais alto do que o amor: mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus; desacredita-se, calunia-se, em razão de preconceitos; marginaliza-se em nome da moral e dos bons costumes…Neste caminho quaresmal, Deus desafia-nos à superação de todas as realidades que nos escravizam e sublinha esse desafio com o seu amor e a sua misericórdia; e convida-nos a despir as roupagens da hipocrisia e da intolerância, para vestir as do amor.


Liturgia da Palavra do Domingo V da Quaresma



I Leitura Is 43, 16-21

«Vou realizar uma coisa nova: matarei a sede ao meu povo»

A história da salvação acompanha todos os tempos e o que Deus fez, no passado em favor do seu povo, continua a fazê-lo no presente. Nesta leitura, o Profeta, que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, quer fazer sentir que o que vai agora acontecer não é menos admirável do que o que tinha acontecido na Páscoa antiga, quando o povo saiu do Egipto. Quanto mais admirável não é o que Deus faz agora por nós em Jesus Cristo!


Salmo 125 (126)

Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.


II Leitura Filip 3, 8-14

«Por Cristo, considerei todas as coisas como prejuízo, configurando-me à sua morte»

Esta leitura liga-se hoje à anterior: é em Cristo que vamos encontrar completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da salvação, é n’Ele que a Lei e os Profetas encontram a realização perfeita, é para Ele que toda a história anterior apontava, e semEle nada tem sentido. Quem assim o entender, como S. Paulo o entendeu, há-de considerar a participação no mistério da Páscoa do Senhor como a maior graça de Deus.

Aclamação ao Evangelho

Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor; porque sou benigno e misericordioso.

Evangelho Jo 8, 1-11

«Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra»

A novidade que Deus oferece ao mundo em Jesus Cristo não aparece à custa da destruição do que anteriormente existiu. A graça não vem à custa da morte do pecador. É a partir da história dos homens pecadores que Deus vai fazer surgir a história da salvação, que os há de renovar. É na mulher pecadora que Jesus faz brilhar a luz nova da sua graça. Envelhecida pelo pecado, torna-se, pelo poder do Senhor, nova criatura.

 

Preparando a Liturgia para 

o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor



Is. 50, 4-7 
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»

Salmo 21 (22) 
Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Filip 2, 6-11 
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou.»

Lc 22, 14 – 23, 56 
Narração da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.


Palavra de Deus para a semana de 

14 a 19 de Março



14 Segunda-feira
Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62 -Salmo 22 (23) -Jo 8, 1-11
Eu não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que se converta e viva.

15 Terça-feira
Num 21, 4-9 -Salmo 101 (102)-Jo 8, 21-30
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.

16 Quarta-feira
Dan 3, 14-20. 91-92. 95-Salmo Dan 3, 52. 53. 54. 55. 56 -Jo 8, 31-42
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso 
e produzem fruto pela perseverança.

17 Quinta-feira
Gen 17, 3-9 -Salmo 104 (105)-Jo 8, 51-59
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

18 Sexta-feira
Jer 20, 10-13 -Salmo 17 (18)-Jo 10, 31-42
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida,
Vós tendes palavras de vida eterna.

19 Sábado
2 Sam 7, 4-5a. 12-14a. 16 -Salmo88 (89) -Rom 4, 13. 16-18. 22 -Mt 1,16. 18-21. 24a ou Lc 2, 41-51a
Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor: eles Vos louvarão pelos tempos sem fim. 



19 de Março 


S. José, Esposo da Virgem Santa Maria

Nos desígnios de Deus, José foi o homem escolhido para ser o pai adoptivo de Jesus. É no seio da sua família modestíssima que se realiza, com efeito, o Ministério da Incarnação do Verbo. Intimamente unido à Virgem-Mãe e ao Salvador, José situa-se num plano muito superior ao dos mais profundos místicos: amando Jesus, amava o Seu Deus; toda a ternura respeitosa, com que envolvia Maria, dirigia-se à Imaculada Mãe de Deus.
Figura perfeita do «justo» do Antigo Testamento, homem de uma fé a toda a prova, no cumprimento da sua missão, mostrará sempre uma disponibilidade total, mesmo nos acontecimentos mais desconcertantes.
Protector providencial de Cristo, continua a sê-lo do Seu Corpo Místico. O exemplo da sua vida é sempre actual para todos quantos querem situar a sua vida no âmbito dos desígnios de salvação do Senhor.

A mulher adúltera…
“Esta mulher foi apanhada em flagrante delito de adultério…” “Aquela martirizou o seu filho…” “Aquela deixou-o morrer de fome…” “Aquela outra…” …e as nossas mãos já estão cheias de pedras para a lapidar.
Esta semana, a convite de Jesus, comecemos por olhar onde se situa o nosso pecado… De seguida, em relação a todas estas mulheres de hoje condenadas sem apelo, abramos o nosso coração à compreensão… à misericórdia… e talvez ao apoio na sua angústia.



Intenções para a Eucaristia de 13 de Março (10h)


Aniversário falecimento Alexandre Medon e filhos António e Manuel; 
António da Silva Luís; 
Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; 
Manuel Madureira Vieira e seu pai; 
Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; 
Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; 
Luísa Pereira, marido e genro, do Alto; 
Manuel Duarte Moreira; 
Carlos André; 
António Luís, da Pena; 
Maria da Conceição Soares; 
Da Associação por Maria Luísa Pinto Moreira Luís; 
Anacleto Guedes Moreira.


Intenções para a Eucaristia de 20 de Março (10h)


José de Azeredo e Silva; 
Associados da Mensagem de Fátima; 
António Pereira de Freitas e esposa;
Manuel de Araújo Barbosa; 
Aniversário natalíciode António da Silva Luís, do Lameu; 
António Soares de Moura; 
Emídio Ribeiro; 
Maria da Conceição Moreira, de Vila.


Da Quaresma à Páscoa: 

Redescobrir e Praticar as Obras de Misericórdia Corporais


5.ª Semana



Referências Bíblicas a partir do Leccionário Dominical C

O regresso dos cativos (1ª leitura)
Fazei, regressar, Senhor, os nossos cativos! (Sal.125 /126)
Vai e não voltes a pecar! Evangelho)


Obras de Misericórdia Corporais

Visitar os presos
Assistir aos doentes

Propostas de Oração

Oração do Ato de contrição
Meu Deus, porque sois infinitamente bom e Vos amo de todo o meu coração, pesa-me de Vos ter ofendido e, com o auxílio da Vossa divina graça, proponho firmemente emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Peço e espero o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Ámen



A vida cristã é uma caminhada permanente, rumo à Páscoa, rumo à ressurreição. Neste tempo de Quaresma, somos convidados a deixar definitivamente para trás o passado e a aderir à vida nova que Deus nos propõe. Cada Quaresma é um abalo que nos desinstala, que põe em causa o nosso comodismo, que nos convida a olhar para o futuro e a ir além de nós mesmos, na busca do Homem Novo. O que é que, na minha vida, necessita de ser transformado? O que é que ainda me mantém alienado, prisioneiro e escravo? O que é que me impede de imprimir à minha vida um novo dinamismo, de forma que o Homem Novo se manifeste em mim?