16 de novembro de 2014

Domingo XXXIII do Tempo Comum

Permanecei em Mim
e Eu permanecerei em vós,
diz o Senhor.
Quem permanece em Mim
dá fruto abundante.

        Jo 15,4a.5b



A liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum recorda a cada cristão a grave responsabilidade de ser, no tempo histórico em que vivemos, testemunha consciente, ativa e comprometida desse projeto de salvação/libertação que Deus Pai tem para os homens.
A primeira leitura apresenta, na figura da mulher virtuosa, alguns dos valores que asseguram a felicidade, o êxito, a realização. O “sábio” autor do texto propõe, sobretudo, os valores do trabalho, do compromisso, da generosidade, do “temor de Deus”. Mais do que uma mulher virtuosa ideal, o “sábio” autor do texto que nos é proposto exalta todos aqueles – mulheres e homens – que conduzem a sua vida de acordo com os valores do trabalho, do empenho, do compromisso, da generosidade, do “temor de Deus”. São estes valores, na opinião do autor, que nos asseguram uma vida feliz, tranquila e próspera. Numa época em que a cultura do “deixa andar”, da desresponsabilização, do egoísmo se afirma cada vez mais, este texto constitui uma poderosa interpelação… Na verdade, por que caminhos é que chegamos à vida e à felicidade?
Na segunda leitura, Paulo deixa claro que o importante não é saber quando virá o Senhor pela segunda vez; mas é estar atento e vigilante, vivendo de acordo com os ensinamentos de Jesus, testemunhando os seus projetos, empenhando-se ativamente na construção do Reino.
O Evangelho apresenta-nos dois exemplos opostos de como esperar e preparar a última vinda de Jesus. Louva o discípulo que se empenha em fazer frutificar os “bens” que Deus lhe confia; e condena o discípulo que se instala no medo e na apatia e não põe a render os “bens” que Deus lhe entrega.
Nós, os cristãos, somos agora no mundo as testemunhas de Cristo e do projeto de salvação/libertação que o Pai tem para os homens. É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os pecadores do nosso tempo; é com as nossas palavras que Jesus continua a consolar os que estão tristes e desanimados; é com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os imigrantes que fogem da miséria e da degradação; é com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os escravizados e oprimidos; é com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado; é com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm…

Liturgia da Palavra do Domingo XXXIII do Tempo Comum

I Leitura                 Prov 31, 10-13.19-20.30-31

«Põe mãos ao trabalho alegremente»

Esta leitura é um poema em louvor da mulher valorosa. Com o exemplo da mulher forte, a “mulher de valor”, a liturgia de hoje quer apresentar-nos uma lição de fidelidade ao longo de toda a vida. A Igreja é esta mulher de valor, fiel e laboriosa, à espera do seu Senhor; e, na Igreja, cada um de nós, os seus filhos, o há-de ser também.
                                                                       
Salmo     127

Ditoso o que segue o caminho do Senhor.


II Leitura:                             1 Tes 5, 1-6

«Para que o dia do Senhor não vos surpreenda como um ladrão»

A palavra de Deus exige dos cristãos a mesma fidelidade de que já falava a leitura anterior ao querer preparar-nos para o dia da vinda do Senhor, dia que virá como o ladrão, sem se fazer anunciar. Mas a certeza da sua vinda não nos pode deixar adormecidos na escuridão da nossa noite. Somos filhos da luz e do dia; havemos de viver despertos e vigilantes, “enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador”.     
                               
Aclamação ao Evangelho                   Jo 15, 4a.5b

Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós, diz o Senhor.
Quem permanece em Mim dá fruto abundante.

               
Evangelho:                            Mt 25, 14-30

«Foste fiel em coisas pequenas: vem tomar parte na alegria do teu Senhor»

A leitura contínua do Evangelho de S. Mateus ao longo de todo o ano vai deixar-nos hoje em frente do Senhor que regressa para coroar os servos que O esperaram na fidelidade, fazendo render os dons que Ele lhes confiou para que os administrassem como fiéis servidores. São dons que, de uma maneira ou outra, vêm sempre de Deus, mas que são dados aos homens para que eles os utilizem para bem dos próprios homens. Assim Deus será glorificado e o seu reino transformará o mundo.             
                
O servo que escondeu os “bens” que o Senhor lhe confiou mostra como não devemos proceder, enquanto caminhamos pelo mundo à espera da segunda vinda de Jesus. Esse servo contentou-se com o que já tinha e não teve a ousadia de querer mais; entregou-se sem luta, deixou-se dominar pelo comodismo e pela apatia… Não lutou, não se esforçou, não arriscou, não ganhou. Todos os dias há cristãos que desistem por medo e cobardia e se demitem do seu papel na construção de um mundo melhor. Limitam-se a cumprir as regras, ou a refugiar-se no seu cantinho cómodo, sem força, sem vontade, sem coragem de ir mais além. Não falham, não cometem “pecados graves”, não fazem mal a ninguém, não correm riscos; limitam-se a repetir sempre os mesmos gestos, sem inovar, sem purificar, sem nada transformar; não fazem, nem deixam fazer e limitam-se a criticar asperamente aqueles que se esforçam por mudar as coisas… Não põem a render os “bens” que Deus lhes confiou e deixam-nos secar sem dar frutos.    
Os dois “servos” da parábola que, talvez correndo riscos, fizeram frutificar os “bens” que o “senhor” lhes deixou, mostram como devemos proceder, enquanto caminhamos pelo mundo à espera da segunda vinda de Jesus. Eles tiveram a ousadia de não se contentar com o que já tinham; não se deixaram dominar pelo comodismo e pela apatia… Lutaram, esforçaram-se, arriscaram, ganharam.
Todos os dias, há cristãos que têm a coragem de arriscar. Não aceitam a injustiça e lutam contra ela; não pactuam com o egoísmo, o orgulho, a prepotência e propõem, em troca, os valores do Evangelho; não aceitam que os grandes e poderosos decidam os destinos do mundo e têm a coragem de lutar objetivamente contra os projetos desumanos que desfeiam esta terra.
Nós, cristãos, membros do “corpo de Cristo”, que nos identificamos com Cristo, temos a responsabilidade de O testemunhar e de deixar que, através de nós, Ele continue a amar os homens e as mulheres que caminham ao nosso lado pelos caminhos do mundo.

Palavra de Deus para a semana de 17 a 22 de novembro


17
Seg
S. Isabel da Hungria, religiosa – MO
Ap 1, 1-4; 2, 1-5a - Salmo 1 - Lc 18, 35-43
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor; quem Me segue terá a luz da vida.
18
Ter
Dedicação das Basílicas de S. Pedro e de S. Paulo, Apóstolos – MF
Ap 3, 1-6. 14-22 - Salmo 14 (15) - Lc 19, 1-10
Deus amou-nos e enviou o seu Filho,
como vítima de expiação pelos nossos pecados.
19
Qua
Ap 4, 1-11 - Salmo 150 - Lc 19, 11-28
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor.
20
Qui
Ap 5, 1-10 - Salmo 149 - Lc 19, 41-44
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.
21
Sex
Apresentação de Nossa Senhora – MO
Ap 10, 8-11 - Salmo 118 (119) - Lc 19, 45-48
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
22
Sáb
S. Cecília, virgem e mártir – MO
Ap 11, 4-12; Sal 143 (144) - Lc 20, 27-40
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho.


PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - SOLENIDADE


Ez 34, 11-12.15-17             «Quanto a vós, meu rebanho,
hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»

Salmo   22 (23)                    O Senhor é meu pastor: nada me faltará.

1 Cor 15, 20-26.28             «Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»

Mt 25, 31-46                       «Sentar-Se-á no seu trono glorioso e separará uns dos outros»


Intenções para a Eucaristia de 16 de novembro (10:00h)

Menino José Carlos e seus familiares; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; António Pereira da Silva Guimarães; Luísa Pereira e marido, do Alto; Maria da Conceição Soares; Carlos André; José de Azeredo e Silva; Associados da Mensagem de Fátima; Aniversário natalício de António Soares de Moura

Intenções para a Eucaristia de 23 de novembro (10:00h)

Emídio Ribeiro; António Pereira de Freitas e esposa; José Gomes de Araújo; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da Costa; José Pinto Silva; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade

Agenda

16 nov 
    • Eucaristia, igreja, 10:00h
    • Adoração ao Santíssimo, igreja, 15:00h
23 nov
    • Eucaristia, igreja, 10:00h

A questão fundamental que os cristãos devem pôr, a propósito da segunda vinda do Senhor, não é a questão da data, mas é a questão de como esperar e preparar esse momento. Paulo deixa claro que o que é preciso é estar vigilante.

 “Estar vigilante” não significa ficar a olhar para o céu à espera do Senhor, esquecendo e negligenciando as questões do mundo e os problemas dos homens; mas significa viver, no dia a dia, de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-se na transformação do mundo e na construção do Reino.

A certeza da segunda vinda do Senhor dá aos crentes uma perspetiva diferente da vida, do seu sentido e da sua finalidade… Para os não crentes, a vida encerra-se dentro dos limites estreitos deste mundo e, por isso, só interessam os valores deste mundo; para os crentes, a verdadeira vida, a vida em plenitude, está para além dos horizontes da história e, por isso, é preciso viver de acordo com os valores eternos, os valores de Deus. Assim, na perspetiva dos crentes, não são os valores efémeros, os valores deste mundo (o dinheiro, o poder, os êxitos humanos) que devem constituir a prioridade e que devem dominar a existência, mas sim os valores de Deus. Quais são os valores que eu considero prioritários e que condicionam as minhas opções?

A certeza da segunda vinda do Senhor aponta também no sentido da esperança. Os cristãos esperam, em serena expectativa, a salvação que já receberam antecipadamente com a morte de Cristo, mas que irá consumar-se no “dia do Senhor”. Os crentes são, pois, homens e mulheres de esperança, abertos ao futuro – um futuro a conquistar, já nesta terra, com fé e com amor, mas sobretudo um futuro a esperar, como dom de Deus.