23 de novembro de 2014

Domingo XXXIV do Tempo Comum: Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado
desde a criação do mundo.

Mt 25, 34

No 34º Domingo do Tempo Comum, celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras deste domingo falam-nos do Reino de Deus. Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há de vir.
A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. Deus vai cuidar das suas ovelhas e interessar-se por elas. Deus, o Bom Pastor, irá procurar cada ovelha perdida e tresmalhada, cuidar da que está ferida e doente, vigiar a que está gorda e forte; além disso, julgará pessoalmente os conflitos entre as mais poderosas e as mais débeis, a fim de que o direito das fracas não seja pisado. A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada do crente é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. O Reino de Deus será uma realidade onde o egoísmo, a injustiça, a miséria, o sofrimento, o medo, o pecado, e até a morte (isto é, todos os inimigos da vida e do homem) estarão definitivamente ausentes, pois terão sido vencidos por Cristo. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulo acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos. A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino. “Estar vigilantes e preparados”) consiste, principalmente, em viver o amor e a solidariedade para com os pobres, os pequenos, os desprotegidos, os marginalizados.
Deus não aprova uma vida conduzida por critérios de egoísmo, onde não há lugar para o amor a todos os irmãos, particularmente aos mais pobres e débeis, os famintos, os abandonados, os pequenos, os desprotegidos: todos eles são membros de Cristo e não os amar é não amar Cristo. Deus não condena ninguém. Quem se condena ou não é o homem, na medida em que não aceita ou aceita a vida que Deus lhe oferece.

Liturgia da Palavra do Domingo XXXIV do Tempo Comum

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

I Leitura                 Ez 34, 11-12.15-17

«Quanto a vós, meu rebanho, hei de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»

A figura do Bom Pastor, que se desenha neste oráculo dirigido contra os reis israelitas, maus pastores, nos tempos que antecederam o Exílio, corresponde a um título real. Cristo aplicou a Si mesmo este título de Bom Pastor. Ele veio ao encontro do seu Povo, para cuidar dele e o conduzir à felicidade. Dizer de Cristo que Ele é Rei é outra maneira de O designar como o Pastor do povo de Deus.

                                                                       
Salmo     22 (23)
O Senhor é meu pastor: nada me faltará.


II Leitura:             1 Cor 15, 20-26.28

«Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»

Ressuscitado de entre os mortos, o primeiro entre todos, Cristo, no final dos tempos, tendo submetido a Si todas as coisas criadas, entregará o seu reino ao Pai. E nós, que pertencemos a Cristo, ressuscitados com Ele, também tomaremos parte no seu triunfo total e no seu reino de glória.  
                               
Aclamação ao Evangelho                                   Mc 11, 9.10

Bendito O que vem em nome do Senhor!
Bendito o reino do nosso pai David!

               
Evangelho:            Mt 25, 31-46

«Sentar-Se-á no seu trono glorioso e separará uns dos outros»

Jesus retoma nesta leitura a mesma imagem atribuída a Deus na primeira leitura, a imagem do pastor. O julgamento que se propõe fazer será a libertação final de todos os que foram salvos pelo seu Sangue derramado na Cruz, para com Ele se sentarem no seu trono glorioso, se, neste mundo, tiverem seguido os passos do seu Pastor. Esta leitura é assim um anúncio e um convite.

Quem é que a nossa sociedade considera uma “pessoa de sucesso”?
 Qual o perfil do homem “importante”? Quais são os padrões usados pela nossa cultura para aferir a realização ou a não realização de alguém? No geral, o “homem de sucesso”, que todos reconhecem como importante e realizado, é aquele que tem dinheiro suficiente para concretizar todos os sonhos e fantasias, que tem poder suficiente para ser temido, que tem êxito suficiente para juntar à sua volta multidões de aduladores, que tem fama suficiente para ser invejado, que tem talento suficiente para ser admirado, que tem a pouca vergonha suficiente para dizer ou fazer o que lhe apetece, que tem a vaidade suficiente para se apresentar aos outros como modelo de vida… No entanto, de acordo com a parábola que o Evangelho propõe, o critério fundamental usado por Jesus para definir quem é uma “pessoa de sucesso” é a capacidade de amar o irmão, sobretudo o mais pobre e desprotegido. 
O amor ao irmão é, portanto, uma condição essencial para fazer parte do Reino. Nós cristãos, cidadãos do Reino, temos consciência disso e sentimo-nos responsáveis por todos os irmãos que sofrem? Os que não têm trabalho, nem pão, nem casa, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os imigrantes, perdidos numa realidade cultural e social estranha, vítimas de injustiças e violências, condenados a um trabalho escravo e que, tantas vezes, não respeita a sua dignidade, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os pobres, vítimas de injustiças, que nem sequer têm a possibilidade de recorrer aos tribunais para que lhes seja feita justiça, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os que sobrevivem com pensões de miséria, sem possibilidades de comprar os medicamentos necessários para aliviar os seus padecimentos, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os que estão sozinhos, abandonados por todos, sem amor nem amizade, podem contar com a nossa solidariedade ativa? Os que estão presos a um leito de hospital ou a uma cela de prisão, marginalizados e condenados em vida, podem contar com a nossa solidariedade ativa?                                                       

Palavra de Deus para a semana de 24 a 29 de novembro


24
Seg
SS. André Dung-Lac, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
Ap 14, 1-3. 4b-5 - Salmo23 (24) - Lc 21, 1-4
Vigiai e estai preparados, para vos apresentardes
sem temor diante do Filho do homem.
25
Ter
S. Catarina Alexandrina, virgem e mártir – MF
Ap 14, 14-19 - Salmo 95 (96) - Lc 21, 5-11
Sê fiel até à morte, diz o Senhor, e dar-te-ei a coroa da vida.
26
Qua
Ap 15, 1-4 - Salmo 97 (98) - Lc 21, 12-19
Sê fiel até à morte, diz o Senhor, e dar-te-ei a coroa da vida.
27
Qui
Ap 18, 1-2. 21-23; 19, 1-3. 9a - Salmo 99 (100) - Lc 21, 20-28
Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
28
Sex
Ap 20, 1-4. 11 – 21, 2 - Salmo 83 (84) - Lc 21, 29-33
Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.
29
Sáb
Ap 22, 1-7 - Salmo 94 (95) - Lc 21, 34-36
«Vigiai, para que possais livrar-vos de tudo isto que está para acontecer»

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO I DO ADVENTO


Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7             «Oh se rasgásseis os céus e descêsseis»

Salmo   79 (80)                                    Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar,
mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.

1 Cor 1, 3-9                                          Esperamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo

Mc 13, 33-37                                       «Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa»

Intenções para a Eucaristia de 23 de novembro (10:00h)

Emídio Ribeiro; António Pereira de Freitas e esposa; José Gomes de Araújo; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da Costa; José Pinto Silva; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade

Intenções para a Eucaristia de 30 de novembro (10:00h)



Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido

Agenda

23 nov
  • Eucaristia, igreja, 10:00h
30 nov
  • Eucaristia, igreja, 10:00h

A imagem bíblica do Bom Pastor é uma imagem privilegiada para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens. Sublinha a sua autoridade e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; mas, sobretudo, sublinha a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. Na nossa cultura urbana, já nem todos entendem a figura do “pastor”; mas todos são convidados a entregar-se nas mãos de Deus, a confiar totalmente n’Ele, a deixar-se conduzir por Ele, a fazer a experiência do seu amor e da sua bondade. É uma experiência tranquilizante e libertadora, que nos traz serenidade e paz. Também aqui, a questão não é se Deus é ou não “pastor” (Ele é sempre “pastor”!); mas é se estamos ou não dispostos a segui-l’O, a deixar-nos conduzir por Ele, a confiar n’Ele para atravessar vales sombrios, a deixar-nos levar ao colo por Ele para que os nossos pés não se firam nas pedras do caminho.
Às vezes, fugindo de Deus, agarramo-nos a outros “pastores” e fazemos deles a nossa referência, o nosso líder, o nosso ídolo. O que é que nos conduz e condiciona as nossas opções?
A nossa vida presente não é um drama absurdo, sem sentido e sem finalidade; é uma caminhada tranquila, confiante – ainda quando feita no sofrimento e na dor – em direção a esse desabrochar pleno, a essa vida total que Deus nos reserva. Como é que aí chegamos? Paulo responde: identificando-nos com Cristo.
A ressurreição de Cristo é o “selo de garantia” de Deus para uma vida oferecida ao projeto do Reino… Demonstra que uma vida vivida na escuta atenta dos projetos do Pai e no amor e no serviço aos homens conduz à vida plena; demonstra que uma vida gasta na luta contra o egoísmo, a opressão e o pecado conduz à vida definitiva; demonstra que uma vida gasta ao serviço da construção do Reino conduz à vida verdadeira… Se a nossa vida for gasta do mesmo jeito, seguiremos Cristo na ressurreição, atingiremos a vida nova do Homem Novo e estaremos para sempre com Ele nesse Reino livre do sofrimento, do pecado e da morte que Deus reserva para os seus filhos.