diz o
Senhor,
para
que o meu nome esteja neste lugar para sempre.
2
Cr 7, 16
Segundo uma tradição que remonta ao século XII, celebra-se neste dia o
aniversário da dedicação da basílica de Latrão, construída pelo imperador
Constantino. Inicialmente foi uma festa exclusivamente da cidade de Roma; mais
tarde, estendeu-se à Igreja de rito romano, com o fim de honrar a basílica que
é chamada «a igreja mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe» e como sinal de
amor e unidade para com a Cátedra de Pedro que, como escreveu S. Inácio de
Antioquia, «preside à assembleia universal da caridade».
A Basílica de S. João de
Latrão, cuja “dedicação” ou consagração aconteceu no ano de 320, é a catedral
do Papa, enquanto Bispo de Roma. Ela é a “mãe de todas as igrejas”, o símbolo
das Igrejas de todo o mundo, unidas à volta do sucessor de Pedro. A Festa da
Dedicação da Basílica de Latrão convida-nos a tomar consciência de que a Igreja
de Deus (que a Basílica de Latrão simboliza e representa) é hoje, no meio do
mundo, a “morada de Deus”, o testemunho vivo da presença de Deus na caminhada
histórica dos homens.
Na primeira leitura, o profeta Ezequiel,
dirigindo-se ao Povo de Deus exilado na Babilónia, anuncia a chegada de um
tempo de salvação e de graça, em que Deus vai estabelecer a sua morada no meio
dos homens e vai derramar sobre a humanidade sofredora vida em abundância.
No Evangelho, Jesus apresenta-Se como o Novo
Templo, o “lugar” onde Deus reside no mundo e onde os homens podem fazer a
experiência do encontro com Deus. É através de Jesus que o Pai oferece aos
homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer
– estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora,
o faz.
Na segunda
leitura, Paulo recorda aos cristãos de Corinto (e aos cristãos de todos os
tempos e lugares) que são, no mundo, o Templo de Deus onde reside o Espírito.
Animados pelo Espírito, os cristãos são chamados a viver numa dinâmica nova,
seguindo Jesus no caminho do amor, da partilha, do serviço, da obediência a
Deus e da entrega aos irmãos; vivendo dessa forma, eles tornam Deus presente e
atuante no meio da cidade dos homens.
Liturgia da Palavra do Domingo XXXII do Tempo Comum
Dedicação da Basílica de Latrão – FESTA
I Leitura Ez 47, 1-2.8-9.12
«Vi
a água sair do templo e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos»
Desse
Novo Templo que vai surgir e que será a habitação de Deus no meio do seu Povo,
o profeta “vê” brotar um rio de águas profundas e impetuosas. A água é um símbolo
universal de vida, de fecundidade, de abundância, de felicidade; no entanto,
essa simbologia torna-se, ainda, mais significativa para um Povo marcado pela
dura experiência do deserto, onde a falta ou a abundância de água é, em termos
bem dramáticos, a diferença entre a morte e a vida.
Salmo 45
(46)
Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a morada santa do
Altíssimo.
II Leitura: 1 Cor 3, 9c-11.16-17
«Vós sois templo de Deus»
É à acção de Deus que se deve a constituição da comunidade cristã
de Corinto. Paulo – que esteve no início histórico da comunidade – colocou o
alicerce e outros ajudaram a erguer o edifício; mas, por detrás da acção dos
homens (de Paulo ou de qualquer outro), está Deus e o seu projecto de salvação
para os Coríntios. Portanto, a comunidade cristã de Corinto deve ter
consciência de que é um edifício de Deus
«Vós sois templo de Deus»
Aclamação ao Evangelho 2 Cr 7, 16
Escolhi e consagrei esta casa, diz o Senhor,
para que o meu nome esteja neste lugar para sempre.
Evangelho: Jo 2, 13-22
«Falava do templo do seu Corpo»
Jesus
apresenta-Se como o “novo Templo”. O Templo representava, no universo religioso
judaico, a residência de Deus, o lugar onde Deus Se revelava e onde Se tornava
presente no meio do seu Povo. Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside, onde Se
encontra com os homens e onde Se manifesta ao mundo. É através de Jesus que o
Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não
conseguia fazer – estabelecer relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a
partir de agora, o faz.
Como é que podemos encontrar Deus e chegar até Ele?
Como podemos perceber as propostas de Deus e descobrir os seus caminhos? O
Evangelho que nos é proposto na Festa da Dedicação da Basílica de Latrão
responde: é olhando para Jesus. Nas palavras e nos gestos de Jesus, Deus
revela-Se aos homens e manifesta-lhes o seu amor, oferece aos homens a vida
plena, faz-Se companheiro de caminhada dos homens e aponta-lhes caminhos de
salvação. Somos, assim, convidados a olhar para Jesus e a descobrir nas suas
indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho”, aquela proposta de vida e de
salvação que Deus nunca desistiu de nos apresentar.
Os cristãos são aqueles que aderiram a Cristo, que
aceitaram integrar a sua comunidade, que comeram a sua carne e beberam o seu
sangue, que se identificaram com Ele. Membros do Corpo de Cristo, os cristãos
são pedras vivas desse novo Templo onde Deus Se manifesta ao mundo e vem ao
encontro dos homens para lhes oferecer a vida e a salvação. Esta realidade
supõe naturalmente, para os crentes, uma grande responsabilidade… Os homens do
nosso tempo têm de ver no rosto dos cristãos o rosto bondoso e terno de Deus;
têm de experimentar, nos gestos de partilha, de solidariedade, de serviço, de
perdão dos cristãos, a vida nova de Deus; têm de encontrar, na preocupação dos
cristãos com a justiça e com a paz o anúncio desse mundo novo que Deus quer
oferecer a todos os homens.
Qual é o
verdadeiro culto que Deus espera? Evidentemente, não são os ritos solenes e
pomposos, mas vazios, estéreis e balofos. O culto que Deus aprecia é uma vida
vivida na escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de doação,
de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos. Quando nos barricamos
atrás de certezas absolutas e de atitudes intransigentes, podemos estar a
fechar o nosso coração aos desafios e à novidade de Deus. Quando somos capazes
de sair do nosso comodismo e da nossa autossuficiência para ir ao encontro do
pobre, do marginalizado, do estrangeiro, do doente, estamos a dar a resposta
“litúrgica” adequada ao amor e à generosidade de Deus para connosco.
Palavra de Deus para a semana de 10 a 15 de novembro
10
Seg
S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja – MO
Tit 1, 1-9 - Salmo 23 (24) - Lc 17, 1-6
Vós brilhais como estrelas no mundo, anunciando a
palavra da vida.
11
Ter
S. Martinho de Tours, bispo – MO
Tit 2,
1-8. 11-14 - Salmo 36 (37) - Lc 17, 7-10
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o
Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
12
Qua
S. Josafat, bispo e mártir – MO
Tit 3, 1-7
- Salmo 22 (23) - Lc 17, 11-19
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito em Cristo
Jesus.
13
Qui
Flm 7-20 -
Salmo 145 (146) - Lc 17, 20-25
Eu sou a videira, vós sois os ramos, diz o Senhor:
se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá muito fruto.
14
Sex
2 Jo 4-9 -
Salmo 118 (119) - Lc 17, 26-37
Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima.
15
Sáb
S. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja – MF
3 Jo 5-8 -
Salmo 111 (112) - Lc 18, 1-8
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
10
Seg
|
S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja – MO
Tit 1, 1-9 - Salmo 23 (24) - Lc 17, 1-6
Vós brilhais como estrelas no mundo, anunciando a
palavra da vida. |
11
Ter |
S. Martinho de Tours, bispo – MO
Tit 2,
1-8. 11-14 - Salmo 36 (37) - Lc 17, 7-10
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o
Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
|
12
Qua
|
S. Josafat, bispo e mártir – MO
Tit 3, 1-7
- Salmo 22 (23) - Lc 17, 11-19
Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,
porque esta é a sua vontade a vosso respeito em Cristo
Jesus.
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13
Qui
|
Flm 7-20 -
Salmo 145 (146) - Lc 17, 20-25
Eu sou a videira, vós sois os ramos, diz o Senhor:
se alguém permanece em Mim e Eu nele, dá muito fruto.
|
14
Sex
|
2 Jo 4-9 -
Salmo 118 (119) - Lc 17, 26-37
Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa
libertação está próxima.
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15
Sáb
|
S. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja – MF
3 Jo 5-8 -
Salmo 111 (112) - Lc 18, 1-8
Deus chamou-nos por meio do Evangelho,
para alcançarmos a glória de Nosso Senhor Jesus
Cristo.
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM
Prov
31, 10-13.19-20.30-31 «Põe mãos ao
trabalho alegremente»
Salmo
127 Ditoso o que
segue o caminho do Senhor
Tes
5, 1-6 «Para que o
dia do Senhor não vos surpreenda
como um
ladrão»
Mt
25, 14-30 «Foste fiel
em coisas pequenas: vem tomar parte
na alegria do
teu Senhor»
Intenções para a Eucaristia de 9 de novembro (10:00h)
Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; Maria da Graça da Glória, marido e filho; António da Silva Luís, do Lameu; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila
Intenções para a Eucaristia de 16 de novembro (10:00h)
Menino José Carlos e seus familiares; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; António Pereira da Silva Guimarães; Luísa Pereira e marido, do Alto; Maria da Conceição Soares; Carlos André; José de Azeredo e Silva; Associados da Mensagem de Fátima.
Agenda
16 nov
- Eucaristia, igreja, 10:00h
- Adoração ao Santíssimo, igreja, 15:00h
Deus nunca desiste de Se fazer uma presença amiga e
reconfortante na caminhada dos homens e de derramar sobre a humanidade
sofredora vida em abundância. Trata-se de uma “boa nova” que devemos ter
continuamente presente… As guerras, as injustiças, as convulsões sociais, a
depressão económica, os escândalos que abalam a sociedade e que nos fazem
desconfiar das instituições, a falência dos líderes em quem confiamos, as
notícias diárias sobre a escravatura e o tráfico de seres humanos, a crise de
valores, a falta de respeito pela vida humana, desenvolvem em nós sentimentos
de angústia, de frustração, de insegurança, de instabilidade, de orfandade.
Diante dos dramas que todos os dias nos atingem, sentimo-nos abandonados,
perdidos, desnorteados, à deriva… Contudo, para nós, crentes, a certeza de que
Deus reside no meio dos homens e derrama continuamente sobre eles vida em
abundância é um convite à serenidade, à confiança e à esperança.
Se Deus reside no meio dos homens e derrama sobre eles vida
em abundância, porque é existem na história do nosso tempo tantos pontos negros
de miséria, de injustiça, de exploração, de sofrimento? Dificilmente
conseguiremos, alguma vez, encontrar uma resposta totalmente satisfatória para
esta questão… Não é Deus que falha; são os homens que, utilizando a sua
liberdade, recusam a vida que Deus lhes oferece e preferem construir a história
humana de acordo com esquemas de egoísmo e de pecado.
Para que a presença de Deus na nossa história tenha um
impacto real na forma como, dia a dia, se constrói o nosso mundo, é necessário
que a humanidade abandone os caminhos do orgulho e da auto-suficiência e
aprenda a escutar, com humildade e simplicidade, as propostas e os desafios de
Deus.