Quem come
a minha carne
e bebe o
meu sangue
tem a
vida eterna
A liturgia da Comemoração dos Fiéis Defuntos convida-nos a descobrir que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida. No horizonte final do homem não está a morte, o fracasso, o nada, mas está a comunhão com Deus, a realização plena do homem, a felicidade definitiva, a vida eterna.
Na primeira leitura, Isaías
anuncia e descreve o “banquete” que Deus, um dia, vai oferecer a todos os
Povos. Com imagens muito sugestivas, o profeta sugere que o fim último da
caminhada do homem é o “sentar-se à mesa” de Deus, o partilhar a vida de Deus,
o fazer parte da família de Deus. Dessa comunhão com Deus resultará, para o homem,
a felicidade total, a vida definitiva.
Na segunda leitura, Paulo
garante aos cristãos de Tessalónica que Cristo virá de novo, um dia, para
concluir a história humana e para inaugurar a realidade do mundo definitivo;
todo aquele que tiver aderido a Jesus e se tiver identificado com Ele irá ao
encontro do Senhor e permanecerá com Ele para sempre.
No Evangelho, Jesus deixa
claro que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão” que conduz à
vida eterna. Para aceder a essa vida, os discípulos são convidados a “comer a
carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a
assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o
“comer a carne” e beber o sangue” de Jesus) é, ao longo da nossa caminhada pela
terra, um momento privilegiado de encontro e de compromisso com essa vida nova
e definitiva que Jesus veio oferecer.
Participar no encontro
eucarístico, comer a carne e beber o sangue de Jesus é encontrar-se, hoje, com
esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que tornou presente na sua
“carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor, partilha, entrega, até ao
dom total de Si mesmo na cruz (“sangue”). Comer a carne e beber o sangue de
Jesus implica um compromisso com esse mesmo projeto que Jesus procurou
concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas
palavras. O crente que celebra a Eucaristia tem lutar, como Jesus, contra a
injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como Jesus, por
eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem de
construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de
testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor,
serviço, partilha, doação até às últimas consequências. O crente que come a
carne e que bebe o sangue de Jesus torna-se uma fonte de onde brota, para o
mundo e para os homens, a vida eterna.
Liturgia da Palavra do Domingo XXXI do Tempo Comum
Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos
I Leitura Is 25, 6a.7-9
«O
Senhor destruirá a morte para sempre»
O
profeta anuncia que Deus, num futuro sem data marcada, vai oferecer “um
banquete”; e, para esse “banquete”, Deus vai convidar “todos os povos”.
Trata-se, portanto, de uma iniciativa de Deus no sentido de estabelecer laços
“de família” com a humanidade inteira.
Aceitar
o convite de Deus para o “banquete” significará, portanto, participar no culto
a Deus, ser acolhido na casa de Deus, entrar no “espaço íntimo” e familiar de
Deus e sentar-se com ele à mesa.
Salmo 22
(23)
O Senhor é meu pastor: nada me faltará.
II Leitura: 1 Tes 4, 13-18
«Estaremos sempre com o Senhor»
Cristo virá para concluir a história humana e todo aquele que
tiver aderido a Cristo e se tiver identificado com Ele, esteja morto ou esteja
vivo, encontrará a salvação. Se Cristo recebeu do Pai a vida que não acaba,
quem se identifica com Cristo está destinado a uma vida semelhante; a morte não
tem poder sobre ele… Isto deve encher de esperança o cristão, mantendo-o
alegre, sereno e cheio de ânimo.
Aclamação ao Evangelho Jo 6, 51
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu;
quem comer deste pão viverá eternamente.
Evangelho: Jo 6, 51-58
«Quem comer deste pão viverá eternamente e Eu o
ressuscitarei no último dia»
Dizer que Jesus é carne
significa que Ele Se tornou pessoa como nós, assumiu a nossa condição de
debilidade, aceitando passar, até, pela experiência da morte. Dizer que o pão
que Ele há-de dar é a sua “carne para a vida do mundo” significa que Jesus fez
da sua vida um dom, uma “entrega” por amor aos homens; e que o momento mais
alto dessa vida feita “dom” e “entrega” é a morte na cruz. Na cruz,
manifestou-se, através da “carne” de Jesus – isto é, através da sua realidade
física – o seu amor, o seu dom, a sua entrega… Ora, é essa realidade que se
manifestou na cruz – realidade de amor, de doação, de entrega – que os discípulos
são convidados a comer e a beber. Comer e beber significam, neste contexto,
“aderir”, “acolher”, interiorizar”, “assimilar”.
A liturgia da comemoração dos Fiéis Defuntos assegura-nos
que Deus tem um projeto de vida definitiva para oferecer aos homens: o caminho
que percorremos nesta terra não termina no fracasso e na morte, mas no encontro
com a vida verdadeira e eterna. Ora, o Evangelho que hoje nos é proposto
confirma e garante esse ensinamento fundamental: cumprindo o seu projeto de
salvação, Deus enviou Jesus ao mundo (Jesus apresenta-Se como “o pão que desceu
do céu”) para que os homens pudessem chegar à vida eterna.
A liturgia deste dia convida-nos, antes de mais, a contemplar
o amor de Deus por nós, a constatar a sua incrível preocupação com a nossa
felicidade e com a nossa realização plena, a descobrir que não estamos perdidos
e abandonados face à nossa fragilidade, debilidade e finitude. Esta constatação
deve levar-nos a encarar, com serenidade e confiança, a nossa caminhada pela
terra, com a certeza de que nos espera, para lá do horizonte deste mundo
imperfeito, a vida verdadeira e definitiva.
Como é que chegamos a adquirir essa vida verdadeira e
definitiva?
O Evangelho deste domingo afirma, categoricamente, que
quem aceita comer a carne e beber o sangue de Jesus viverá eternamente. Ora,
comer a carne e beber o sangue de Jesus é, antes de mais, acolher, assimilar e
interiorizar essa proposta de vida que Jesus nos fez (com a sua Palavra, com o
seu exemplo, com os seus gestos, com o seu amor); é, como Jesus, colocar a própria
vida ao serviço dos projetos de Deus e fazer da própria existência um dom de
amor aos irmãos. Este programa de vida não é, como é notório para qualquer um
de nós, demasiado apreciado numa cultura como a nossa, fortemente marcada pelo
egoísmo, pelo individualismo e pela auto-suficiência.
Que não
restem, contudo, dúvidas: só encontraremos essa vida plena e eterna a que
aspiramos, seguindo Jesus, assimilando os seus valores, fazendo da nossa vida
um serviço a Deus e aos irmãos com quem nos cruzamos nos caminhos do mundo. Se
aceitarmos conduzir a vida de acordo com esses parâmetros, o horizonte final da
nossa caminhada por esta terra não é a morte, mas a vida.
Palavra de Deus para a semana de 3 a 8 de novembro
3
Seg
S. Martinho de Porres, religioso – MF
Filip 2,
1-4 - Salmo 130 (131) - Lc 14, 12-14
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a
verdade, diz o Senhor
4
Ter
S. Carlos Borromeu, bispo – MO
Filip 2,
5-11 - Salmo 21 (22) - Lc 14, 15-24
Vinde a Mim, todos vós
que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei,
diz o Senhor
5
Qua
Filip 2,
12-18 - Salmo 26 (27) - Lc 14, 25-33
Felizes de vós, se sois ultrajados pelo nome de
Cristo,
porque o Espírito de Deus repousa sobre vós
6
Qui
S. Nuno de Santa Maria, religioso – MO
Filip 3,
3-8a - Salmo 104 (105) - Lc 15, 1-10
Vinde a Mim, vós todos
que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei,
diz o Senhor
7
Sex
Filip 3,
17 – 4, 1 - Salmo 121 (122) - Lc 16, 1-8
Quem observa a palavra de Cristo, nesse o amor de Deus
é perfeito
8
Sáb
Filip 4,
10-19 - Salmo 111 (112) - Lc 16, 9-15
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos
enriquecer na sua pobreza.
3
Seg
|
S. Martinho de Porres, religioso – MF
Filip 2,
1-4 - Salmo 130 (131) - Lc 14, 12-14
Se permanecerdes na minha palavra,
sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a
verdade, diz o Senhor
|
4
Ter |
S. Carlos Borromeu, bispo – MO
Filip 2,
5-11 - Salmo 21 (22) - Lc 14, 15-24
Vinde a Mim, todos vós
que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei,
diz o Senhor
|
5
Qua
|
Filip 2,
12-18 - Salmo 26 (27) - Lc 14, 25-33
Felizes de vós, se sois ultrajados pelo nome de
Cristo,
porque o Espírito de Deus repousa sobre vós
|
6
Qui
|
S. Nuno de Santa Maria, religioso – MO
Filip 3,
3-8a - Salmo 104 (105) - Lc 15, 1-10
Vinde a Mim, vós todos
que andais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei,
diz o Senhor
|
7
Sex
|
Filip 3,
17 – 4, 1 - Salmo 121 (122) - Lc 16, 1-8
Quem observa a palavra de Cristo, nesse o amor de Deus
é perfeito
|
8
Sáb
|
Filip 4,
10-19 - Salmo 111 (112) - Lc 16, 9-15
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos
enriquecer na sua pobreza.
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM
Ez
47, 1-2.8-9.12
«Vi a água sair do templo e todos aqueles a quem
chegou esta água foram salvos»
Salmo
45 (46)
Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a morada
santa do Altíssimo.
1
Cor 3, 9c-11.16-17 «Vós sois
templo de Deus»
Jo
2, 13-22 «Falava do
templo do seu Corpo»
Intenções para a Eucaristia de 1 de novembro (19:30h)
José Vieira Bouça, pais e irmãos; Maria Rosa Bessa de Almeida, pais e irmãos; Maria da Conceição Leal Pinto; Maria da Conceição Alves; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; João de Jesus Pinto, de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Antero Pinto
O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza.
É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque
simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque
sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É,
sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao
Sacrifício de reconciliação, a Missa.
Intenções para a Eucaristia de 9 de novembro (10:00h)
Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António
Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Albino Teixeira Pinto e esposa, de
Requim; Maria da Graça da Glória, marido e filho; António da Silva Luís, do
Lameu; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro
Almeida; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila
Agenda
9 nov
- Eucaristia, igreja, 10:00h
A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projeto
de salvação e de vida para cada homem; e que esse projeto está a realizar-se
continuamente em nós, até à sua concretização plena, quando nos encontrarmos
definitivamente com Deus.
A nossa vida presente não é, pois, um drama absurdo, sem
sentido e sem finalidade; é uma caminhada tranquila, confiante – ainda quando
feita no sofrimento e na dor – em direção a esse desabrochar pleno, a essa vida
total em que se revelará o Homem Novo.
Isso não quer dizer que devamos ignorar as coisas boas deste
mundo, vivendo apenas à espera da recompensa futura, no céu; quer dizer que a
nossa existência deve ser – já neste mundo – uma busca da vida e da felicidade;
isso implicará uma não conformação com tudo aquilo que nos rouba a vida e que
nos impede de alcançar a felicidade plena, a perfeição última (a nós e a todos
os homens nossos irmãos).
Não é possível viver com medo, depois desta descoberta:
podemos comprometer-nos na luta pela justiça e pela paz, com a certeza de que a
injustiça e a opressão não podem pôr fim à vida que nos anima; e é na medida em
que nos comprometemos com esse mundo novo e o construímos com gestos concretos,
que estamos a anunciar a ressurreição plena do mundo, dos homens e das coisas.