28 de fevereiro de 2016

Domingo II da Quaresma

21 de Fevereiro de 2016


Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O.



As leituras deste domingo convidam-nos a refletir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.

A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.

O Deus que se revela a Abraão é um Deus que se compromete com o homem e cujas promessas são garantidas, gratuitas e incondicionais. Diante disto, somos convidados a construir a nossa existência com serenidade e confiança, sabendo que no meio das tempestades que agitam a nossa vida Ele está lá, acompanhando-nos, amando-nos e sendo a rocha segura a que nos podemos agarrar quando tudo o resto falhou.

A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de autossuficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; Neste tempo de transformação e renovação, somos convidados pela Palavra de Deus a ter consciência de que a nossa caminhada em direção ao Homem Novo não está concluída; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.

O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Filho amado do Pai, cujo êxodo (a morte na cruz) concretiza a nossa libertação. O projeto libertador de Deus em Jesus não se realiza através de esquemas de poder e de triunfo, mas através da entrega da vida e do amor que se dá até à morte. O Antigo Testamento (Lei e Profetas) e as figuras de Moisés e Elias apontam para Jesus e anunciam a salvação definitiva que, n’Ele, irá acontecer. Essa libertação definitiva dar-se-á na cruz, quando Jesus cumprir integralmente o seu destino de entrega, de dom, de amor total. É esse o “novo êxodo”, o dia da libertação definitiva do Povo de Deus.

Jesus revela-se como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o plano salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de Si próprio por amor. É dessa forma que se realiza a nossa passagem da escravidão do egoísmo para a liberdade do amor. É esse o caminho que nos conduz, a nós também, à transfiguração em Homens Novos. A “transfiguração” anuncia a vida nova que daí nasce, a ressurreição.


 Liturgia da Palavra do Domingo II da Quaresma


I Leitura Gen 15, 5-12.17-18

Deus estabelece a aliança com Abraão

Toda a história da salvação, desde o princípio até ao fim dos tempos, não é outra coisa senão o estabelecimento de uma aliança entre Deus e os homens, aliança que é oferta gratuita de Deus e que há-de ser aceitação humilde e agradecida da parte do homem. Mas há momentos mais significativos no estabelecimento desta aliança. Um deles, que é o seu ponto de partida mais explícito, é o da Aliança com Abraão, o crente por excelência, que, pela fé, se entrega totalmente à palavra de Deus. Nesta leitura, a aliança é significada por meio de um antigo rito: os animais oferecidos e esquartejados são o gesto do homem e o fogo que passa pelo meio deles é sinal da presença de Deus. Assim, de aliança em aliança, nos encaminhamos para a celebração da nova e eterna aliança na Páscoa do Senhor.

Salmo 26 (27)

O Senhor é a minha luz e a minha salvação.

II Leitura Filip 3, 17 –4,1

Cristo nos transformará à imagem do seu corpo glorioso.

Cristo glorioso é o termo de toda a história humana, o objeto da esperança de toda a nossa vida e a meta para onde se orienta o nosso itinerário quaresmal. Ao tempo da ascese difícil e dolorosa na subida, que acompanha a vida que vivemos neste corpo mortal, responde a vida gloriosa, que já se manifesta no Corpo do Senhor transfigurado. Mas o caminho e a porta da glória passa pela Cruz.

Aclamação ao Evangelho

No meio da nuvem luminosa, ouviu-se a voz do Pai:
«Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».

Evangelho Lc 9, 28b-36

«Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto»

A Transfiguração aparece todos os anos no Segundo Domingo da Quaresma, como anúncio da Ressurreição, de modo que, ao longo deste tempo de preparação pascal, estejamos bem conscientes de que o termo, para onde caminhamos, é Jesus ressuscitado. A Transfiguração, lida neste Domingo depois do Domingo da Tentação, faz com ela uma espécie de preâmbulo, antes de chegarmos à parte central da Quaresma. Mortificação e glorificação, tentação e glória, morte e ressurreição, são de facto, a síntese do mistério pascal que vamos celebrar.


Preparando a Liturgia para o Domingo III da Quaresma


Ex 3, 1-8a.13-15
«O que Se chama ‘Eu sou’ enviou-me a vós»

Salmo 102 (103)
O Senhor é clemente e cheio de compaixão.

1 Cor 10, 1-6.10-12
A vida do povo com Moisés no deserto foi escrita para nos servir de exemplo

Lc 13, 1-9
«Se não vos arrependerdes, morrereis do mesmo modo»


Palavra de Deus para a semana de 22 a 27 de Fevereiro


22 Segunda-feira
1 Pedro 5, 1-4 -Salmo 22 (23) -Mt 16, 13-19
Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja
e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.

23 Terça-feira
Is 1, 10. 16-20 -Salmo49 (50)-Mt 23, 1-12
Deixai todos os vossos pecados, diz o Senhor;
criai um coração novo e um espírito novo.

24 Quarta-feira
Jer 18, 18-20 -Salmo 30 (31) -Mt 20, 17-28
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor. Quem Me segue terá a luz da vida.

25 Quinta-feira
Jer 17, 5-10 -Salmo 1 -Lc 16, 19-31
Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus com coração nobre
e generoso e produzem fruto pela perseverança.

26 Sexta-feira
Gen 37, 3-4. 12-13a. 17b-28 -Salmo 104 (105) -Mt 21, 33-43. 45-46
Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
  
27 Sábado
Miq 7, 14-15. 18-20 -Salmo 102 (103) -Lc 15, 1-3. 11-32
Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe:
Pai, pequei contra o Céu e contra ti.


21 Fevereiro

S. Pedro Damião, bispo e doutor da igreja

Nasceu em Ravena no ano 1007. Terminados os estudos, dedicou-se ao ensino, mas depressa os abandonou para se fazer eremita em Fonte Avelana. Eleito prior do mosteiro, dedicou-se incansavelmente a fomentar a vida religiosa, não só ali mas também noutras regiões da Itália. Numa época muito difícil, foi bom colaborador dos papas na promoção da reforma da Igreja, ajudando-os com a sua atividade e os seus escritos e com o desempenho de embaixadas. Foi nomeado cardeal e bispo de Óstia pelo papa Estêvão IX. Logo a seguir ao seu falecimento, em 1072, começou a ser venerado como santo.


22 Fevereiro


Cadeira de S. Pedro, apóstolo

A festa da Cadeira de São Pedro era já celebrada neste dia em Roma no século IV, para significar a unidade da Igreja, fundada sobre o Príncipe dos Apóstolos.


23 Fevereiro


S. Policarpo, bispo e mártir

Policarpo foi discípulo dos Apóstolos e bispo de Esmirna, e deu hospedagem a Inácio de Antioquia; partiu para Roma a fim de tratar com o papa Aniceto a questão da festa da Páscoa. Sofreu o martírio cerca do ano 155, queimado vivo no estádio da cidade.


«Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O»

Eis a Quaresma, a ocasião para recuperar energias. Como? Trata-se de ir às fontes, às raízes, aos fundamentos! Esta fonte é Jesus Cristo. “Escutai-O”, diz a voz que se faz ouvir das nuvens: vinde beber a sua Palavra!
O tempo da Quaresma é-nos oferecido, precisamente, como uma ocasião para nos colocarmos mais na escuta da Palavra de Deus que Se fez carne. Oxalá possamos aproveitar para aprofundar o nosso silêncio interior, tornando-nos mais atentos ao que Jesus nos quer dizer, a cada um e a cada uma de entre nós e à nossa comunidade.

 
Intenções para a Eucaristia de 21 de Fevereiro (10h)

António Pereira de Freitas e esposa;
Joaquina da Silva Madureira (falecida na Fundação Sto. António) e marido;
José Gomes de Araújo;
Emídio Ribeiro;
Maria da Conceição Moreira, de Vila;
Manuel Pinto da Costa;
Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade;
Manuel Duarte Moreira.

 
Intenções para a Eucaristia de 28 de Fevereiro (10h)

30º dia por Ana Barbosa Moreira e marido;
Familiares de Conceição Soares;
Maria Deolinda da Silva Pinto e marido;
Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros;
Manuel Alfredo da Fonseca Soares;
Fernando Pinto Melo;
Fernando Moreira Caetano;
Joaquim Moreira e esposa, do Alto;
Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova;
Joaquim Vieira e esposa, das Regadas;
Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova;
Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido;
Alexandre Luís Barros Ferraz.

Da Quaresma à Páscoa: 

Redescobrir e Praticar as Obras de Misericórdia Corporais



2.ª Semana



Referências Bíblicas a partir do Lecionário Dominical C

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspeto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias». Não sabia o que estava a dizer. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: «Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-O». Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho.
Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto.

Obras de Misericórdia Corporais

Dar pousada aos peregrinos!

Propostas de Oração

Oração ao Anjo da Guarda
Santo Anjo do Senhor meu zeloso guardador já que a ti me confiou a piedade.
Divina: hoje e sempre me governa, rege, guarda e ilumina. Ámen!