Deus
amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito: quem
acredita n’Ele tem a vida eterna.
A liturgia do 4º Domingo da Quaresma garante-nos que
Deus nos oferece, de forma totalmente gratuita e incondicional, a vida eterna.
A destruição de Jerusalém, o incêndio do Templo e a
deportação do Povo de Deus para a Babilónia são vistas pelo Cronista como o
resultado lógico dos pecados da nação. “Os chefes de Judá, os sacerdotes e o
Povo multiplicaram as suas infidelidades”; ignoraram os avisos enviados por
Deus por intermédio dos profetas e desdenharam os seus apelos… Então, a ira do
Senhor abateu-se sem remédio sobre o seu Povo. Esta primeira leitura diz-nos
que, quando o homem prescinde de Deus e escolhe caminhos de egoísmo e de autossuficiência,
está a construir um futuro marcado por horizontes de dor e de morte. No
entanto, diz o autor do Livro das Crónicas, Deus dá sempre ao seu Povo outra
possibilidade de recomeçar, de refazer o caminho da esperança e da vida nova.
A segunda leitura ensina que Deus ama o homem com um
amor total, incondicional, desmedido; é esse amor que levanta o homem da sua
condição de finitude e debilidade e que lhe oferece esse mundo novo de vida
plena e de felicidade sem fim que está no horizonte final da nossa existência. Da
oferta de salvação que Deus faz ao homem, nasce um homem novo, que pratica boas
obras. As boas obras não são a condição para se receber a salvação, mas o
resultado da ação dessa graça que Deus, no seu amor e na sua bondade, derrama
gratuitamente sobre o homem
No Evangelho, João recorda-nos que Deus nos amou de
tal forma que enviou o seu Filho único ao nosso encontro para nos oferecer a
vida eterna. Somos convidados a olhar para Jesus, a aprender com Ele a lição do
amor total, a percorrer com Ele o caminho da entrega e do dom da vida. É esse o
caminho da salvação, da vida plena e definitiva. Aos homens é sugerido que
acreditem no “Filho do Homem” levantado na cruz, para que não pereçam mas
tenham a vida eterna. “Acreditar” no “Filho do Homem” significa aderir a Ele e
à sua proposta de vida; significa aprender a lição do amor e fazer, como Jesus,
dom total da própria vida a Deus e aos irmãos. É dessa forma que se chega à
“vida eterna”.
Liturgia da Palavra do Domingo IV da Quaresma
I Leitura 2 Cr 36, 14-16.19-23
A
indignação e a misericórdia do Senhor manifesta-se no exílio e na libertação do
povo
No
tempo da Quaresma, a leitura do Antigo Testamento vai referindo os vários
passos da história da salvação, para melhor nos fazer compreender como toda ela
se encaminha para a Páscoa do Senhor, e como Deus salva os homens vindo ao
encontro deles, mesmo nos caminhos por eles tão mal andados. Hoje vemos como os
pagãos invadiram a Terra Santa, destruíram o templo e levaram cativo o povo
para Babilónia, por este povo ter abandonado o Senhor e imitado as acções abomináveis
dos pagãos. Mas, por fim, o próprio rei da Babilónia serviu ao Senhor de
instrumento de salvação em favor do seu povo, dando-lhe de novo a liberdade e
restituindo-o à terra que lhe havia sido tirada.
Salmo 136
(137),
Se eu me não lembrar de ti, Jerusalém, fique presa a minha
língua.
II Leitura: Ef 2, 4-10
Mortos por causa dos nossos pecados, salvos pela graça
A leitura estabelece o contraste entre a situação de morte em
que estávamos por causa das nossas faltas e a salvação que Deus nos oferece em
Cristo Jesus. O Mistério Pascal que Jesus realizou passando, pela morte, à vida
eterna, vivêmo-lo agora nós, que somos membros de Cristo e com Ele morremos,
com Ele ressuscitámos, com Ele subimos para junto do Pai.
Aclamação ao Evangelho Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito:
quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
Evangelho Jo 3, 14-21
«Deus
enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»
A
partir deste IV Domingo as leituras do Evangelho são tiradas de S. João, tanto
ao domingo como de semana. Hoje ela fala-nos da futura glorificação de Jesus
pela Cruz e Ressurreição. É este o próprio movimento do Mistério Pascal,
primeiro em Jesus, depois nos cristãos pela morte à vida, pela Cruz à glória. A
Quaresma é também o tempo apropriado para entendermos melhor este caminho
providencial de salvação, para depois celebrarmos a Páscoa com mais fé, em
acção de graças a Deus e ao Senhor Jesus Cristo.
O Evangelho deste
domingo convida-nos a contemplar, com João, esta incrível história de amor de
um Deus que não hesitou em enviar ao mundo o seu Filho, o seu único Filho, para
apresentar aos homens uma proposta de felicidade plena, de vida definitiva; e
Jesus, o Filho, cumprindo o mandato do Pai, fez da sua vida um dom, até à morte
na cruz, para mostrar aos homens o “caminho” da vida eterna… e a espantar-nos
com o peso que nós – seres limitados e finitos, pequenos grãos de pó na
imensidão das galáxias – adquirimos nos esquemas, nos projetos e no coração de
Deus.
O amor de Deus
traduz-se na oferta ao homem de vida plena e definitiva. É uma oferta gratuita,
incondicional, absoluta, válida para sempre e que não discrimina ninguém. Aos
homens – dotados de liberdade e de capacidade de opção – compete decidir se
aceitam ou se rejeitam o dom de Deus. Às vezes, os homens acusam Deus pelas
guerras, pelas injustiças, pelas arbitrariedades que trazem sofrimento e morte
que pintam as paredes do mundo com a cor do desespero… O nosso texto, contudo,
é claro: Deus ama o homem e oferece-lhe a vida. O sofrimento e a morte não vêm
de Deus, mas são o resultado das escolhas erradas feitas pelo homem que se
obstina na autossuficiência e que prescinde dos dons de Deus.
Neste texto, João
define claramente o caminho que todo o homem deve seguir para chegar à vida
eterna: trata-se de “acreditar” em Jesus. “Acreditar” em Jesus não é uma mera
adesão intelectual ou teórica a certas verdades da fé; mas é escutar Jesus,
acolher a sua mensagem e os seus valores, segui-l’O nesse caminho do amor e da
entrega ao Pai e aos irmãos. Passa pelo ser capaz de ultrapassar a indiferença,
o comodismo, os projetos pessoais e pelo empenho em concretizar, no dia a dia
da vida, os apelos e os desafios de Deus; passa por despir o egoísmo, o
orgulho, a autossuficiência, os preconceitos, para realizar gestos concretos de
dom, de entrega, de serviço que tragam alegria, vida e esperança aos irmãos que
caminham lado a lado connosco.
Neste tempo de
caminhada para a Páscoa, somos convidados a converter-nos a Jesus e a percorrer
o mesmo caminho de amor total que Ele percorreu.
Palavra de Deus para a semana de 16 a 21 de março
16
Seg
Is 65,
17-21 - Salmo 29 (30) - Jo 4, 43-54
Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor
estará convosco.
17
Ter
S. PATRÍCIO, bispo
Ez 47,
1-9. 12 - Salmo 45 (46) - Jo 5, 1-3a.
5-16
Criai em mim, Senhor, um coração puro,
dai-me de novo a alegria da vossa salvação.
18
Qua
S. CIRILO DE JERUSALÉM, bispo e doutor da Igreja
Is 49,
8-15 - Salmo 144 (145) - Jo 5, 17-30
Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor.
Quem acredita em Mim nunca morrerá.
19
Qui
S. JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM SANTA MARIA – SOLENIDADE
2 Sam 7,
4-5a. 12-14a. 16 - Salmo 88 (89) - Rom 4, 13. 16-18. 22.
Mt 1, 16.
18-21. 24a ou Lc 2, 41-51a.
Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor:
eles Vos louvarão pelos tempos sem fim.
20
Sex
Sab 2, 1a.
12-22 - Salmo 33 (34) - Jo 7, 1-2. 10. 25-30
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus.
21
Sáb
Jer 11,
18-20 - Salmo 7- Jo 7, 40-53
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração
sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança.
16
Seg
|
Is 65,
17-21 - Salmo 29 (30) - Jo 4, 43-54
Buscai o bem e não o mal, para que vivais, e o Senhor
estará convosco.
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17
Ter |
S. PATRÍCIO, bispo
Ez 47,
1-9. 12 - Salmo 45 (46) - Jo 5, 1-3a.
5-16
Criai em mim, Senhor, um coração puro,
dai-me de novo a alegria da vossa salvação.
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18
Qua
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S. CIRILO DE JERUSALÉM, bispo e doutor da Igreja
Is 49,
8-15 - Salmo 144 (145) - Jo 5, 17-30
Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor.
Quem acredita em Mim nunca morrerá.
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19
Qui
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S. JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM SANTA MARIA – SOLENIDADE
2 Sam 7,
4-5a. 12-14a. 16 - Salmo 88 (89) - Rom 4, 13. 16-18. 22.
Mt 1, 16.
18-21. 24a ou Lc 2, 41-51a.
Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor:
eles Vos louvarão pelos tempos sem fim.
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20
Sex
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Sab 2, 1a.
12-22 - Salmo 33 (34) - Jo 7, 1-2. 10. 25-30
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus.
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21
Sáb
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Jer 11,
18-20 - Salmo 7- Jo 7, 40-53
Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração
sincero e generoso
e produzem fruto pela perseverança.
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO V DA QUARESMA
Jer
31, 31-34 «Estabelecerei
uma aliança nova e não mais recordarei os seus pecados»
Salmo 50 (51) Dai-me,
Senhor, um coração puro.
Hebr
5, 7-9 «Aprendeu a
obediência e tornou-se causa de salvação eterna»
Jo
12, 20-33 «Se o grão de
trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»
Intenções para a Eucaristia de 15 de março (10:00h)
Luísa Pereira e marido, do Alto; Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e Silva; Associados da Mensagem de Fátima; Aniversário natalício de António Pinto Monteiro; Alexandre Medon e filho; Aniversário
falecimento de Fernando Madureira Azevedo
Intenções para a Eucaristia de 22 de março (10:00h)
Emídio
Ribeiro; Aniversário natalício de António da Silva Luís, do Lameu; António
Soares de Moura; António Pereira de Freitas e esposa; Maria da Conceição
Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da
Costa; José Pinto da Silva; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade
Agenda
19 mar
-
Celebração Penitencial, Igreja, 19:00h
22 mar
- Domingo V Quaresma - Eucaristia, Igreja,
10:00h
19 mar
- Celebração Penitencial, Igreja, 19:00h
22 mar
- Domingo V Quaresma - Eucaristia, Igreja, 10:00h
A nossa experiência de todos os dias mostra como a
indiferença do homem face a Deus e às suas propostas gera violência, opressão,
exploração, exclusão, sofrimento. Na leitura que o Cronista faz da história do
seu Povo, há um convite claro a escutar Deus e a pautar as opções que fazemos
pelas propostas de Deus. A perspetiva de que a libertação do cativeiro é
comandada por Deus e de que Deus oferece ao seu Povo a oportunidade de um novo
começo, aponta no sentido da esperança. Cá está: o Deus que nos é proposto é um
Deus que abomina o pecado, mas que dá sempre aos seus filhos a oportunidade de
recomeçar, de refazer tudo, de refazer o caminho da esperança e da vida nova. Neste
tempo de Quaresma, este texto abre-nos horizontes de esperança e convida-nos a
embarcar na apaixonante aventura da vida nova.
A vida do homem sobre a terra está marcada pela debilidade,
pela finitude, pelas limitações inerentes à nossa condição humana. A doença, o
sofrimento, o egoísmo, o pecado são realidades que acompanham a nossa
existência, que nos mantêm prisioneiros e que nos roubam a esperança. Parece
que, por nós próprios, nunca conseguiremos superar os nossos limites e alcançar
essa realidade de vida plena, de felicidade total com que permanentemente
sonhamos. O autor da Carta aos Efésios nos recorda: Deus ama-nos com um amor
total, incondicional, desmedido; e é esse amor que nos levanta da nossa
condição, que nos faz vencer os nossos limites, que nos oferece esse mundo novo
de vida plena e de felicidade sem fim a que aspiramos. Não somos pobres
criaturas derrotadas, condenadas ao fracasso, limitadas por um horizonte sem
sentido, mas somos filhos amados a quem Deus oferece a vida plena, a salvação.