EDIFICA
A liturgia do 3º Domingo da
Quaresma dá-nos conta da eterna preocupação de Deus em conduzir os homens ao
encontro da vida nova. Nesse sentido, a Palavra de Deus que nos é proposta
apresenta sugestões diversas de conversão e de renovação.
Na primeira leitura, Deus
oferece-nos um conjunto de indicações -“mandamentos”- que devem balizar a nossa
caminhada pela vida. São indicações que dizem respeito às duas dimensões
fundamentais da nossa existência: a nossa relação com Deus e a nossa relação
com os irmãos.
Deus está interessado em
que Israel se liberte definitivamente da escravidão e se torne um Povo livre e
feliz. Ao colocar estes “sinais” no percurso do seu Povo, Deus está a propor ao
Povo um caminho de liberdade e de vida plena. Os mandamentos pretendem ajudar
Israel a deixar a escravidão do egoísmo, da autossuficiência, da injustiça, do
comodismo, das paixões, da cobiça, de exploração… Os mandamentos nascem do amor
de Deus a Israel e procuram indicar ao Povo o caminho para ser feliz. A
resposta do Povo a essa preocupação de Deus será aceitar as indicações e viver
de acordo com esses preceitos. Israel responderá, assim, ao amor de Deus e será
feliz. É essa Aliança que Deus quer fazer com o seu Povo, é esse o “interesse”
de Deus.
Na segunda leitura, o
apóstolo Paulo sugere-nos uma conversão à lógica de Deus… É preciso que
descubramos que a salvação, a vida plena, a felicidade sem fim não está numa
lógica de poder, de autoridade, de riqueza, de importância, mas está na lógica
da cruz – isto é, no amor total, no dom da vida até às últimas consequências,
no serviço simples e humilde aos irmãos. A força e a “sabedoria de Deus”
manifestam-se na fragilidade, na pequenez, na obscuridade, na pobreza, na
humildade.
No Evangelho, Jesus
apresenta-Se como o “Novo Templo” onde Deus Se revela aos homens e lhes oferece
o seu amor. Convida-nos a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações,
no seu anúncio, no seu “Evangelho” essa proposta de vida nova que Deus nos quer
apresentar. O
Templo representava, no universo religioso judaico, a residência de Deus, o
lugar onde Deus Se revelava e onde Se tornava presente no meio do seu Povo.
Jesus é, agora, o lugar onde Deus reside, onde Se encontra com os homens e onde
Se manifesta ao mundo. É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu
amor e a sua vida. Aquilo que a antiga Lei já não conseguia fazer – estabelecer
relação entre Deus e os homens – é Jesus que, a partir de agora, o faz.
Liturgia da Palavra do Domingo III da Quaresma
I Leitura Ex 20, 1-3.7-8.12-17
«A
lei foi dada por Moisés» (Jo 1, 17)
Na
continuação das passagens especialmente significativas da história da salvação,
lemos hoje a história de Moisés, o condutor do povo de Deus através do deserto,
e aquele por meio de quem o Senhor deu a Lei que há de orientar para Si os
passos do seu povo. Moisés é, assim, uma figura de Jesus, o verdadeiro Pastor
do Povo de Deus, como no Tempo da Páscoa O iremos contemplar.
Salmo 18 (19)
Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna.
II Leitura: 1 Cor 1, 22-25
«Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens,
mas sabedoria de Deus para os que são chamados»
O mistério de Cristo crucificado, embora pareça um escândalo,
é, no entanto, a manifestação da sabedoria de Deus, que assim, na aparente
fraqueza do Crucificado, revela o poder salvador da sua graça.
Aclamação ao Evangelho Jo 3, 16
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito;
quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
Evangelho Jo 2, 13-25
«Destruí
este templo e em três dias o levantarei»
O templo arrasado e levantado em três dias é figura da Morte e da
Ressurreição de Jesus. É Ele o templo verdadeiro. Destruído pelos homens, que
Lhe deram a morte, Deus O levantou, mais glorioso do que antes, ao
ressuscitá-l’O de entre os mortos.
Como é que podemos
encontrar Deus e chegar até Ele? Como podemos perceber as propostas de Deus e
descobrir os seus caminhos? O Evangelho deste domingo responde: é olhando para
Jesus. Nas palavras e nos gestos de Jesus, Deus revela-Se aos homens e manifesta-lhes
o seu amor, oferece aos homens a vida plena, faz-Se companheiro de caminhada
dos homens e aponta-lhes caminhos de salvação. Neste tempo de Quaresma – tempo
de caminhada para a vida nova do Homem Novo – somos convidados a olhar para
Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu “Evangelho”
essa proposta de vida nova que Deus nos quer apresentar.
Os cristãos são
aqueles que aderiram a Cristo, que aceitaram integrar a sua comunidade, que
comeram a sua carne e beberam o seu sangue, que se identificaram com Ele.
Membros do Corpo de Cristo, os cristãos são pedras vivas desse novo Templo onde
Deus Se manifesta ao mundo e vem ao encontro dos homens para lhes oferecer a
vida e a salvação. Esta realidade supõe naturalmente, para os crentes, uma
grande responsabilidade… Os homens do nosso tempo têm de ver no rosto dos
cristãos o rosto bondoso e terno de Deus; têm de experimentar, nos gestos de
partilha, de solidariedade, de serviço, de perdão dos cristãos, a vida nova de
Deus; têm de encontrar, na preocupação dos cristãos com a justiça e com a paz,
o anúncio desse mundo novo que Deus quer oferecer a todos os homens
Qual é o verdadeiro
culto que Deus espera? Evidentemente, não são os ritos solenes e pomposos, mas
vazios, estéreis e balofos. O culto que Deus aprecia é uma vida vivida na
escuta das suas propostas e traduzida em gestos concretos de doação, de
entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos. Quando somos capazes de sair
do nosso comodismo e da nossa autossuficiência para ir ao encontro do pobre, do
marginalizado, do estrangeiro, do doente, estamos a dar a resposta “litúrgica”
adequada ao amor e à generosidade de Deus para connosco.
Palavra de Deus para a semana de 9 a 14 de março
9
Seg
2 Reis 5,
1-15a - Salmo 41 (42) - Lc 4, 24-30
Eu confio no Senhor, confio na sua palavra,
porque no Senhor está a misericórdia e a redenção
10
Ter
Dan 3, 25.
34-43 - Salmo 24 (25) - Mt 18, 21-35
Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso
11
Qua
Deut 4, 1.
5-9 - Salmo 147 - Mt 5, 17-19
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna
12
Qui
Jer 7,
23-28 - Salmo 94 (95) - Lc 11, 14-23
Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso
13
Sex
Os 14,
2-10 - Salmo 80 (81) - Mc 12, 28b-34
«O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: amarás o
Senhor, teu Deus»
14
Sáb
Os 6, 1-6
- Salmo 50 (51) - Lc 18, 9-14
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os
vossos corações
9
Seg
|
2 Reis 5,
1-15a - Salmo 41 (42) - Lc 4, 24-30
Eu confio no Senhor, confio na sua palavra,
porque no Senhor está a misericórdia e a redenção
|
10
Ter |
Dan 3, 25.
34-43 - Salmo 24 (25) - Mt 18, 21-35
Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso
|
11
Qua
|
Deut 4, 1.
5-9 - Salmo 147 - Mt 5, 17-19
As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida:
Vós tendes palavras de vida eterna
|
12
Qui
|
Jer 7,
23-28 - Salmo 94 (95) - Lc 11, 14-23
Convertei-vos a Mim de todo o coração, diz o Senhor;
porque sou benigno e misericordioso
|
13
Sex
|
Os 14,
2-10 - Salmo 80 (81) - Mc 12, 28b-34
«O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: amarás o
Senhor, teu Deus»
|
14
Sáb
|
Os 6, 1-6
- Salmo 50 (51) - Lc 18, 9-14
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os
vossos corações
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO IV DA QUARESMA
2
Cr 36, 14-16.19-23 A indignação
e a misericórdia do Senhor
manifesta-se
no exílio e na libertação do povo
Salmo 136
(137) Se eu me não
lembrar de ti, Jerusalém,
fique presa a
minha língua
Ef
2, 4-10 Mortos por
causa dos nossos pecados,
salvos pela
graça
Jo
3, 14-21 «Deus enviou
o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»
Intenções para a Eucaristia de 8 de março (10:00h)
Antero Pinto e
filho; Aniversário falecimento de Maria Rosa Vieira e Joaquim Pinto Vieira;
Emídio Luís, Aniversário falecimento de Maria
da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo;
António da Silva Luís, do Lameu; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de
Carvalho de Vila; Familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António
Casimiro Almeida; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; 30.º dia por
Manuel Madureira Vieira; Ricardo Luís e Palmira Pereira de Jesus, do Lameu
Intenções para a Eucaristia de 15 de março (10:00h)
Luísa Pereira e marido,
do Alto; Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e
Silva; Associados da Mensagem de Fátima; Aniversário natalício de António Pinto
Monteiro; Alexandre Medon e filho
Agenda
1 mar
-
Domingo IV Quaresma – Eucaristia,
Igreja, 10:00h
-
Adoração Santíssimo Sacramento, Igreja, 15:00h
Na vida de todos os dias somos, com frequência, seduzidos por
outros “deuses” – o dinheiro, o poder, os afetos humanos, a realização
profissional, o reconhecimento social, os interesses egoístas, as ideologias,
os valores da moda – que se tornam o objetivo supremo, no valor último que
condiciona os nossos comportamentos, as nossas atitudes e as nossas opções. Com
frequência, prescindimos de Deus e instalamo-nos num esquema de orgulho e de
autossuficiência que coloca Deus e as suas propostas fora da nossa vida. A
Palavra de Deus garante-nos: esse não é um caminho que nos conduza em direção à
vida definitiva e à liberdade plena. Tudo aquilo que atenta contra a vida, a
dignidade, os direitos dos nossos irmãos, é algo que gera morte, sofrimento,
escravidão, para nós e para todos os que nos rodeiam e é algo que contribui
para subverter os projetos de vida e de felicidade que Deus tem para nós e para
o mundo. O que é que, nos meus gestos, nas minhas atitudes, nos meus valores, é
gerador de injustiça, de sofrimento, de exploração, de escravidão, de morte,
para mim e para todos aqueles que me rodeiam?
A essência da mensagem cristã está na “loucura da cruz” –
isto é, na lógica ilógica de um Deus que veio ao encontro da humanidade, que
fez da sua vida um dom de amor e que aceitou uma morte maldita para ensinar aos
homens que a verdadeira vida é aquela que se coloca integralmente ao serviço
dos irmãos, até à morte. No entanto, foi precisamente dessa forma que Deus apresentou
aos homens o seu projeto de salvação e de vida definitiva. Na cruz de Jesus
manifestou-se, plenamente, o poder salvador de Deus.
Neste tempo de Quaresma, somos convidados a voltarmo-nos para
Deus e a redescobrirmos o seu papel fundamental na nossa existência… Quais são
os “deuses” que nos seduzem mais e que condicionam a nossa vida, as nossas
tomadas de posição, as nossas opções? Que espaço é que reservamos, na nossa
vida, para o verdadeiro Deus? O que é que, nos meus
gestos, nas minhas atitudes, é gerador de injustiça, de sofrimento, de
exploração, de escravidão, de morte, para mim e para todos aqueles que me rodeiam?
1 mar
- Domingo IV Quaresma – Eucaristia, Igreja, 10:00h
- Adoração Santíssimo Sacramento, Igreja, 15:00h
Na vida de todos os dias somos, com frequência, seduzidos por
outros “deuses” – o dinheiro, o poder, os afetos humanos, a realização
profissional, o reconhecimento social, os interesses egoístas, as ideologias,
os valores da moda – que se tornam o objetivo supremo, no valor último que
condiciona os nossos comportamentos, as nossas atitudes e as nossas opções. Com
frequência, prescindimos de Deus e instalamo-nos num esquema de orgulho e de
autossuficiência que coloca Deus e as suas propostas fora da nossa vida. A
Palavra de Deus garante-nos: esse não é um caminho que nos conduza em direção à
vida definitiva e à liberdade plena. Tudo aquilo que atenta contra a vida, a
dignidade, os direitos dos nossos irmãos, é algo que gera morte, sofrimento,
escravidão, para nós e para todos os que nos rodeiam e é algo que contribui
para subverter os projetos de vida e de felicidade que Deus tem para nós e para
o mundo. O que é que, nos meus gestos, nas minhas atitudes, nos meus valores, é
gerador de injustiça, de sofrimento, de exploração, de escravidão, de morte,
para mim e para todos aqueles que me rodeiam?
A essência da mensagem cristã está na “loucura da cruz” –
isto é, na lógica ilógica de um Deus que veio ao encontro da humanidade, que
fez da sua vida um dom de amor e que aceitou uma morte maldita para ensinar aos
homens que a verdadeira vida é aquela que se coloca integralmente ao serviço
dos irmãos, até à morte. No entanto, foi precisamente dessa forma que Deus apresentou
aos homens o seu projeto de salvação e de vida definitiva. Na cruz de Jesus
manifestou-se, plenamente, o poder salvador de Deus.
Neste tempo de Quaresma, somos convidados a voltarmo-nos para
Deus e a redescobrirmos o seu papel fundamental na nossa existência… Quais são
os “deuses” que nos seduzem mais e que condicionam a nossa vida, as nossas
tomadas de posição, as nossas opções? Que espaço é que reservamos, na nossa
vida, para o verdadeiro Deus? O que é que, nos meus
gestos, nas minhas atitudes, é gerador de injustiça, de sofrimento, de
exploração, de escravidão, de morte, para mim e para todos aqueles que me rodeiam?