18 de janeiro de 2015

Domingo II do Tempo Comum

Que procurais?

Vinde ver.

A liturgia do 2º Domingo do Tempo Comum propõe-nos uma reflexão sobre a disponibilidade para acolher os desafios de Deus e para seguir Jesus.
A primeira leitura apresenta-nos a história do chamamento de Samuel. O chamamento é sempre uma iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. Ao homem é pedido que se coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a voz e os desafios de Deus. “Fala, Senhor; o teu servo escuta. “Escutar” não significa apenas ouvir com os ouvidos; mas significa, sobretudo, acolher no coração e transformar aquilo que se ouviu em compromisso de vida. O que Samuel está aqui a dizer a Deus é que está disposto a acolher os seus apelos e desafios e a comprometer-Se com eles, que aceita embarcar no desafio profético e ser um sinal vivo de Deus, voz “humana” de Deus, na vida e na história do seu Povo.
Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus. Aplicado ao domínio da vivência da sexualidade – um dos campos onde as falhas dos cristãos de Corinto eram mais notórias – isto significa que certas atitudes e hábitos desordenados devem ser totalmente banidos da vida do cristão. O “culto” a Deus não passa pela prática de um conjunto de ritos externos, mais ou menos pomposos, mais ou menos solenes, mas por um compromisso de vida que afeta a pessoa inteira e que diz respeito à relação do crente com os outros irmãos e consigo próprio.
O Evangelho descreve o encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos. Quem é “discípulo” de Jesus? Quem pode integrar a comunidade de Jesus? Na perspetiva de João, o discípulo é aquele que é capaz de reconhecer no Cristo que passa o Messias libertador, que está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e da entrega, que aceita o convite de Jesus para entrar na sua casa e para viver em comunhão com Ele, que é capaz de testemunhar Jesus e de anunciá-l’O aos outros irmãos. em encontra Jesus e experimenta a comunhão com Ele, não pode deixar de se tornar testemunha da sua mensagem e da sua proposta libertadora. Trata-se de uma experiência tão marcante que transborda os limites estreitos do próprio eu e se torna anúncio libertador para os irmãos. O encontro com Jesus, se é verdadeiro, conduz sempre a uma dinâmica missionária.

Liturgia da Palavra do Domingo II do Tempo Comum

I Leitura                 1 Sam 3, 3b-10.19

«Falai, Senhor, que o vosso servo escuta»

A leitura do Evangelho continua ainda a fazer a “manifestação” ou “epifania” do Senhor. E apresenta-O hoje como Aquele que vem chamar os homens para os reunir em volta de Si. A palavra de Jesus é a voz do Pai chamando os homens à grande assembleia do seu povo. Mas antes de o Filho vir ao mundo, já a palavra de Deus se fizera ouvir e chamava os homens. E os que a ouviram e lhe responderam ficaram sendo o modelo dos verdadeiros discípulos do Senhor, como Samuel.

Salmo     39 (40

Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade.

II Leitura:             1 Cor 6, 13c-15a.17-20

«Os vossos corpos são membros de Cristo»

A Primeira Epístola aos Coríntios, por ser bastante longa, é lida, repartida em três partes, no princípio do Tempo Comum de cada um dos três anos A, B, e C. Continuamos, por isso, este ano, a leitura começada no ano anterior. A passagem que hoje se lê fala-nos do respeito que havemos de ter pela pessoa humana total. A fé cristã não se afirma apenas no espírito, mas também no corpo, templo, como é, do Espírito de Deus, e destinado à glória futura que em nós se há-de manifestar.

Aclamação ao Evangelho                        Jo 1, 41.17b

Encontramos o Messias, que é Jesus Cristo.
Por Ele nos veio a graça e a verdade.

Evangelho             Jo 1, 35-42

«Foram ver onde morava e ficaram com Ele»

Jesus vem ao mundo. A sua vinda é dom gratuito, que quer ser aceite pelos homens. De facto, se muitos O não reconheceram, outros O procuraram e ficaram junto d’Ele. A alguns, o Senhor chama-os a segui-l’O, de mais perto, para o serviço em favor do seu reino e da salvação dos homens. Este chamamento exige, por vezes, transformação profunda na vida: a Simão até o nome lhe foi mudado.

O Evangelho deste domingo diz-nos, antes de mais, o que é ser cristão… A identidade cristã não está na simples pertença jurídica a uma instituição chamada “Igreja”, nem na receção de determinados sacramentos, nem na militância em certos movimentos eclesiais, nem na observância de certas regras de comportamento dito “cristão”… O cristão é, simplesmente, aquele que acolheu o chamamento de Deus para seguir Jesus Cristo.
O que é, em concreto, seguir Jesus? É ver n’Ele o Messias libertador com uma proposta de vida verdadeira e eterna, aceitar tornar-se seu discípulo, segui-l’O no caminho do amor, da entrega, da doação da vida, aceitar o desafio de entrar na sua casa e de viver em comunhão com Ele. Essa adesão só pode ser radical e absoluta, sem meias tintas nem hesitações. Os dois primeiros discípulos não discutiram o “ordenado” que iam ganhar, se a aventura tinha futuro ou se estava condenada ao fracasso, se o abandono de um mestre para seguir outro representava uma promoção ou uma despromoção, se o que deixavam para trás era importante ou não era importante; simplesmente “seguiram Jesus”, sem garantias, sem condições, sem explicações supérfluas, sem “seguros de vida”, sem se preocuparem em salvaguardar o futuro se a aventura não desse certo.A aventura da vocação é sempre um salto, decidido e sereno, para os braços de Deus.
O encontro com Jesus nunca é um caminho fechado, pessoal e sem consequências comunitárias… Mas é um caminho que tem de me levar ao encontro dos irmãos e que deve tornar-se, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, anúncio e testemunho. Quem experimenta a vida e a liberdade que Cristo oferece, não pode calar essa descoberta; mas deve sentir a necessidade de a partilhar com os outros, a fim de que também eles possam encontrar o verdadeiro sentido para a sua existência. “Encontrámos o Messias” deve ser o anúncio jubiloso de quem fez uma verdadeira experiência de vida nova e verdadeira e anseia por levar os irmãos a uma descoberta semelhante.

Palavra de Deus para a semana de 19 a 24 de janeiro

19
Seg
Hebr 5, 1-10 - Salmo 109 (110) - Mc 2, 18-22
A palavra de Deus é viva e eficaz,
pode discernir os pensamentos e intenções do coração.
20
Ter
S. Fabião, papa e mártir – MF          S. Sebastião, mártir – MF
Hebr 6, 10-20 - Salmo 110 (111) - Mc 2, 23-28
Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ilumine os olhos do nosso coração,
para conhecermos a esperança a que fomos chamados
21
Qua
S. Inês, virgem e mártir – MO
Hebr 7, 1-3. 15-17 - Salmo 109 (110) - Mc 3, 1-6
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo.
22
Qui
S. Vicente, diácono e mártir – MF
Hebr 7, 25 – 8, 6 - Salmo 39 (40) - Mc 3, 7-12
Jesus Cristo, nosso Salvador, destruiu a morte
e fez brilhar a vida por meio do Evangelho.
23
Sex
Hebr 8, 6-13 - Salmo 84 (85) - Mc 3, 13-19
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação.
24
Sáb
S. Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja – MO
Hebr 9, 2-3. 11-14 - Salmo 46 (47) - Mc 3, 20-21
Abri, Senhor, os nossos corações, para recebermos a palavra do vosso Filho.


PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO III DO TEMPO COMUM


Jonas 3, 1-5.10                    «Os habitantes de Nínive converteram-se do seu mau caminho»

Salmo  24 (25)                     Ensinai-me, Senhor, os vossos caminhos.

1 Cor 7, 29-31                     «O cenário deste mundo é passageiro»

Mc 1, 14-20                          «Arrependei-vos e acreditai no Evangelho»


Intenções para a Eucaristia de 18 de janeiro (10:00h)

Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e Silva; José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Alexandre Joaquim Soares; Manuel Duarte Moreira; da Associação por Palmira Pereira de Jesus; Menino José Carlos e avó, de Favões; Eva Monteiro Lima, Mário Armindo Soares e Alexandre Joaquim Correia; Aniversário natalício de Fernando Pinto Melo

Intenções para a Eucaristia de 24 de janeiro (18:20h)


Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da Costa; António Pereira de Freitas e esposa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido; 30.º dia por Alexandre Joaquim Soares; 30.º dia por Fernando Pinto Melo; Benilde da Conceição; Emídio Ribeiro; Associados da Mensagem de Fátima; Ação de Graças pelos 50 anos do Sr. Pe. Vales ao serviço da paróquia

Agenda

24 jan
    • Domingo III Tempo Comum - Eucaristia, igreja, 18:30h
    • Adoração Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h

A vocação é sempre uma iniciativa, misteriosa e gratuita, de Deus. A nossa missão vem de Deus e tem de se desenvolver em referência a Deus. São muitas as “vozes” que ouvimos todos os dias, vendendo propostas de vida e de felicidade. Muitas vezes, essas “vozes” confundem-nos, alienam-nos e conduzem-nos por caminhos onde a felicidade não está. Aqueles que partilham connosco a mesma fé e que percorrem o mesmo caminho podem ajudar-nos a identificar a voz de Deus. A nossa comunidade cristã desafia-nos, interpela-nos, questiona-nos, ajuda-nos a purificar as nossas opções e a perceber os caminhos que Deus nos propõe.
Deus chama-nos a acolher a vida nova que Ele nos oferece e a dar testemunho dela em cada instante da nossa existência. A Palavra de Deus que nos é proposta convida-nos, antes de mais, a tomar consciência desse chamamento e a aceitar “embarcar” nessa viagem que Deus nos propõe e que nos conduz ao encontro da verdadeira liberdade e da verdadeira realização. Acolher o chamamento de Deus significa assumir, em todos os momentos e circunstâncias, comportamentos coerentes com a nossa opção por Cristo e pelo Evangelho. O cristão é alguém que se comprometeu a ser um sinal vivo de Deus e a testemunhar diante do mundo – com palavras e com gestos – essa vida de amor, de serviço, de doação, de entrega que Deus, em Jesus, nos propôs. Membro do “corpo” de Cristo, o cristão é “corpo” no qual se manifesta a proposta do próprio Cristo para os homens e mulheres do nosso tempo. Isto obriga-nos a nós, os crentes, a comportamentos coerentes com o nosso compromisso batismal.