21 de dezembro de 2014

Domingo IV do Advento

FRUTIFICAR 
“Eis a escrava do Senhor;
 faça-se em mim segundo a tua palavra”.

A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projeto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projeto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. Esta “profecia/promessa” tornar-se-á, com o passar do tempo, um dos artigos fundamentais da fé de Israel. Sobretudo em épocas dramáticas de crise e de angústia nacional, a “Aliança davídica” será um “capital de esperança” que ajudará o Povo a enfrentar as vicissitudes da história. O Povo de Deus passará, então, a sonhar com um Messias, da descendência de David, que oferecerá ao Povo de Deus um futuro de liberdade, de abundância, de fecundidade, de paz e de bem-estar sem fim.
A segunda leitura chama a esse projeto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o “mistério”; e, sobretudo, garante que esse projeto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.. É por esse “mistério”, que reflete o amor de Deus pelos homens, que o autor pede que “seja dada glória pelos séculos dos séculos”… E a comunidade interpelada responde: “amen”
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projeto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer “sim” ao projeto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.
“Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Afirmar-se como “serva” significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica. Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projeto de Deus.



Liturgia da Palavra do Domingo IV do Advento

I Leitura                 2 Sam 7, 1-5.8b-12.14a.16
O reino de David permanecerá eternamente na presença do Senhor

O rei David deseja construir um templo em honra de Deus, que abrigue a Arca da Aliança e seja o centro espiritual do seu povo. Embora o Senhor não rejeite o seu nobre projeto, faz-lhe, no entanto, compreender que não é o homem que traça planos a Deus, mas é Deus que associa o homem à realização dos Seus desígnios de salvação. Será, portanto, Deus que construirá uma casa a David, constituído, doravante, depositário pessoal das promessas divinas. Da sua descendência nascerá o Messias, em Quem habita toda a plenitude da Divindade, verdadeiro e vivo templo de Deus no meio dos homens.
Esta Aliança e a fidelidade por ela exigida são mais importantes para o futuro do povo do que um templo material.

Salmo     88 (89)                  Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.

II Leitura:             Rom 16, 25-27
O mistério encoberto desde os tempos eternos foi agora manifestado

Neste hino de louvor e gratidão, com que encerra a Carta aos Romanos, S. Paulo dá glória a Deus, por haver, finalmente, revelado o mistério por excelência – o do acesso à salvação dos pagãos e dos judeus, incapazes, uns e outros, de a alcançar, pelos seus esforços.
Oculto no tempo, esse mistério revela-se no Natal, em que Deus nos deu a conhecer a sabedoria do Seu plano divino: salvar todos os homens e o homem todo por Jesus Cristo. Realiza-se na Cruz e é manifestado pelo anúncio do Evangelho feito pelos Apóstolos, testemunhas e realizadores deste mistério inefável.    

Aclamação ao Evangelho                   Lc 1, 38
Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a vossa palavra.

Evangelho:            Lc 1, 26-38
«Conceberás e darás à luz um Filho»

Maria aceitando ser a Mãe do Salvador, prometido a David, encerra o longo período de expectativa da humanidade. Pela sua fé, pelo seu «sim» generoso, Deus começa a habitar no Seu Povo. Israel, apesar das advertências dos profetas, sonhava multiplicar os santuários, onde habitasse o Seu Deus. Mas só Deus pode escolher e construir uma morada digna d’Ele. E, na verdade, Ele mesmo a escolhe, pobre e humilde, de maneira desconcertante para o orgulho humano. O humilde acolhimento de Maria dá-Lhe a morada, que Ele desejava. O Espírito Santo realiza essa maravilha: Ele faz habitar o Verbo de Deus entre os homens.
Em Maria, a primeira entre os cristãos a comprometer-se na grande aventura da fé, nasce a Igreja, morada de Deus no meio dos homens.

Como é que esse Deus cheio de amor pelos seus filhos intervém na história humana e concretiza, dia a dia, essa oferta de salvação? A história de Maria de Nazaré (bem como a de tantos outros “chamados”) responde, de forma clara, a esta questão: é através de homens e mulheres atentos aos projetos de Deus e de coração disponível para o serviço dos irmãos, que Deus atua no mundo, que Ele manifesta aos homens o seu amor, que Ele convida cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena. Já pensámos que é através dos nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus Se torna presente no mundo e transforma o mundo?
Neste domingo que precede o Natal de Jesus, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um “sim” incondicional aos projetos de Deus. É preciso que, através dos nossos “sins” de cada instante, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer aos nossos irmãos – particularmente aos pobres, aos humildes, aos infelizes, aos marginalizados – a salvação e a vida de Deus.
Diante dos apelos de Deus ao compromisso, qual deve ser a resposta do homem? É aí que somos colocados diante do exemplo de Maria… Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um “sim” total e incondicional. Naturalmente, ela tinha o seu programa de vida e os seus projetos pessoais; mas, diante do apelo de Deus, esses projetos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus e um acolhimento radical dos caminhos de Deus. O testemunho de Maria é um testemunho questionante, que nos interpela fortemente…     Que atitude assumimos diante dos projetos de Deus: acolhemo-los sem reservas, com amor e disponibilidade, numa atitude de entrega total a Deus, ou assumimos uma atitude egoísta de defesa intransigente dos nossos projetos pessoais e dos nossos interesses egoístas?  

Palavra de Deus para a semana de 22 a 27 de dezembro


22
Seg
1 Sam 1, 24-28 - Salmo 1 Sam 2, 1. 4-5. 6-7. 8abcd - Lc 1, 46-56
Ó Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra
23
Ter
Mal 3, 1-4. 23-24 - Salmo 24 (25) - Lc 1, 57-66
Rei das nações e Pedra angular da Igreja,
vinde salvar o homem que formastes do pó da terra.

24
Qua
Is 62, 1-5 - Salmo 88 (89) -  Act 13, 16-17. 22-25 - Mt 1, 1-25 ou Mt 1, 18-25
Reine em vossos corações a paz de Cristo, habite em vós a sua palavra. 
25
Qui
Is 52, 7-10 - Salmo 97 (98) L 2 Hebr 1, 1-6 Jo 1, 1-18 ou Jo 1, 1-5. 9-14
Santo é o dia que nos trouxe a luz. Vinde adorar o Senhor.
Hoje, uma grande luz desceu sobre a terra.
26
Sex
S. Estêvão, Primeiro Mártir – FESTA
Act 6, 8-10; 7, 54-59 - Salmo 30 (31) - Mt 10, 17-22
Bendito O que vem em nome do Senhor;
o Senhor é Deus e fez brilhar sobre nós a sua luz.
27
Sáb
S. João, Apóstolo e Evangelista – FESTA
1 Jo 1, 1-4 - Salmo 96 (97) - Jo 20, 2-8
Nós Vos louvamos, ó Deus; nós Vos bendizemos, Senhor.
O coro glorioso dos Apóstolos canta os vossos louvores.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA DE JESUS, MARIA E JOSÉ - Festa


Sir 3, 3-7.14-17a (gr. 2-6.12-14)           «Aquele que teme a Deus honra os seus pais»

Salmo 127 (128)    Ditosos os que temem o Senhor, ditosos os que seguem os seus caminhos.

Col 3, 12-21                                           A vida doméstica no Senhor.

Lc 2, 22-40 2, 22-40                               «O Menino crescia, e enchia-Se de sabedoria»

Intenções para a Eucaristia de 21 de dezembro (10:00h)

António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira de Freitas e esposa; Associados da Mensagem de Fátima; Emídio Ribeiro; António Carneiro Silva e sogro; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares; Manuel Pinto da Costa; José Pinto da Silva; Pais e marido de Idalina Cândida Ferraz; Aniversário falecimento de Francisca Moreira Pinto



Intenções para a Eucaristia de 28 de dezembro (10:00h)

Manuel Vieira Ribeiro; Albano Ferraz, do Carreiro; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição Aguiar Pinto e marido


Agenda


21 dez
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h
25 dez
    • Natal do senhor - Eucaristia, igreja, 10:00h
28 dez
    • Sagrada família de Jesus, Maria e José - Eucaristia, igreja, 10:00h
A promessa de Deus a David concretiza-se em Jesus… Ele é esse “rei” da descendência de David que Deus enviou ao nosso encontro para nos apontar o caminho para o reino da justiça, da paz, do amor e da felicidade sem fim.
Deus intervém no mundo e concretiza os seus projetos de salvação através de homens a quem Ele confia determinada missão (“tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel”). Estou disponível para que Deus, através de mim, possa continuar a oferecer a salvação aos meus irmãos, particularmente aos pobres, aos humildes, aos marginalizados, aos excluídos do mundo?
Deus tem um plano de salvação para oferecer aos homens. O facto de esse projcto existir “desde os tempos eternos” mostra que a preocupação e o amor de Deus pelos seus filhos não é um facto acidental ou uma moda passageira, mas algo que faz parte do ser de Deus e que está eternamente no projeto de Deus. Não esqueçamos isto: não somos seres abandonados à nossa sorte, perdidos e à deriva num universo sem fim; mas somos seres amados por Deus, pessoas únicas e irrepetíveis que Deus conduz com amor ao longo da caminhada pela história e para quem Deus tem um projeto eterno de vida plena, de felicidade total, de salvação. Tal constatação deve encher de alegria, de esperança e também de gratidão os nossos corações.
Esse projeto de salvação foi totalmente revelado em Jesus Cristo – no seu amor até ao extremo, nos seus gestos de bondade e de misericórdia, na sua atitude de doação e de serviço, no seu anúncio do Reino de Deus. Prepararmo-nos para o Natal significa preparar o nosso coração para acolher Jesus, para aceitar os seus valores, para compreender o seu jeito de viver, para aderir ao projeto de salvação que, através d’Ele, Deus Pai nos propõe.