Domingo V do Tempo Comum
Faz-te ao largo
Lc 5, 4
A liturgia deste domingo leva-nos a reflectir sobre a
nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para
o mundo.
Na primeira leitura, encontramos a
descrição plástica do chamamento de um profeta – Isaías. De uma forma simples e
questionadora, apresenta-se o modelo de um homem que é sensível aos apelos de
Deus e que tem a coragem de aceitar ser enviado. Isaías deixa claro que a sua
vocação é obra do Deus majestoso e santo, que se manifestou a Isaías e que o
convocou para o seu serviço. Isaías oferece-se
sem saber ainda qual a missão que lhe vai ser confiada; manifesta, dessa forma,
a sua disponibilidade absoluta para o serviço de Deus.
A segunda
leitura propõe-nos reflectir sobre a ressurreição: trata-se de uma realidade
que deve dar forma à vida do discípulo e levá-lo a enfrentar sem medo as forças
da injustiça e da morte. Com a sua acção libertadora – que continua a acção de
Jesus e que renova os homens e o mundo – o discípulo sabe que está a dar
testemunho da ressurreição de Cristo que é um facto real, mas ao mesmo tempo
algo que a ciência histórica não pode demonstrar, porque corresponde a uma
experiência de fé. O que, historicamente, podemos comprovar, é a incrível
transformação dos discípulos que, de homens cheios de medo, de frustração e de
cobardia, se converteram em arautos destemidos de Jesus, vivo e ressuscitado. A
ressurreição é um facto que ocorreu, mas que continua a ocorrer; continua a ter
a eficácia primitiva, continua a ser capaz de converter em homens novos, a
quantos aceitam Jesus pela fé.
No Evangelho, Lucas apresenta um grupo de
discípulos que partilharam a barca com Jesus, que acolheram as propostas de
Jesus, que souberam reconhecê-l’O como seu “Senhor”, que aceitaram o convite
para ser “pescadores de homens” e que deixaram tudo para seguir Jesus… De
pescador de peixes Pedro torna-se pescador de homens, torna-se um homem cheio
de confiança. Deixando tudo, como Tiago e João, segue Jesus! Neste quadro,
reconhecemos o caminho que os cristãos são chamados a percorrer.
Dehonianos
LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO V DO
TEMPO COMUM
I Leitura: Is 6, 1-2a.3-8
“Eis-me aqui: podeis enviar-me”
Esta leitura apresenta a vocação de Isaías e a sua
missão, para introduzir a missão dos Apóstolos, de que falará o Evangelho. A
vocação e a missão vêm de Deus, são dom seu. Em presença de tais dons, ao homem
compete simplesmente responder e deixar-se enviar, porque a obra a que é
enviado é toda de Deus. Foi por isso que o profeta começou por sentir-se
envolvido em sinais da presença e da santidade de Deus. E ao reconhecer que
Deus o chamava, respondeu a esse chamamento e deixou-se enviar para a missão a
que Deus o destinava.
Salmo 137
Na presença dos Anjos, eu Vos louvarei, Senhor
II
Leitura: 1 Cor 15, 1-11
“É assim que pregamos e foi assim que acreditastes”
ALELUIA Mt 4, 19
Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de
homens
Evangelho Lc 5, 1-11
“Deixaram tudo e seguiram Jesus”
PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 11 A 16 DE FEVEREIRO
1 Gen 1, 1-19 – Salmo 103 - Mc 6, 53-56
“Todos os que O tocavam ficavam curados”
TER 12
Gen 1, 20 – 2, 4a, Salmo 8 - Mc 7, 1-13
“Deixais o mandamento de Deus para vos prenderdes à tradição dos homens”
QUA 13
Quarta feira de Cinzas
Joel 2, 12-18 – Salmo 50 - Cor 5, 20 —
6, 2-Mt 6, 1-6.16-18
“Teu Pai, que vê no segredo, te dará a recompensa”
QUI 14
S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo,
Padroeiros da Europa (F)
Actos 13, 46-49 – Salmo 116 - Lc 10, 1-9
“Ide e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de
Deus’”
SEX 15
Sexta feira depois das Cinzas
Is 58, 1-9a – Salmo 50 - Mt 9, 14-15
“Quando o esposo lhes for tirado, jejuarão”
SAB 16
Sábado depois das Cinzas
Is 58, 9b-14 – Salmo 85 - Lc 5, 27-32
“Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam”
PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO I
DA QUARESMA
Deut
26, 4-10
A profissão de fé do povo eleito
Salmo 90
Estai comigo, Senhor, no meio da adversidade
Rom 10, 8-13
Profissão de fé dos que crêem em Cristo
«Esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi
tentado»
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 10 DE FEVEREIRO (09:30h)
Alexandre da Silva Azeredo;
António da Silva Luís, do Lameu; José de Araújo; Manuel Joaquim Teixeira;
Albano Ferraz, do Carreiro; Luísa Pereira e marido, do Alto; José Ferreira
Aguiar; Pais e familiares de Maria de Fátima; de 30.º dia por Manuel Paulo Mesquita
da Silva; de 7.º dia por Maria Júlia; Albino Teixeira Pinto e esposa, de
Requim; Mário Armindo Soares e Eva Monteiro Lima; Alexandre Joaquim Correia e
Hugo Lima
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 17 DE FEVEREIRO (09:30h)
António José Lino; Maria da Conceição da Silva, da
Quinta; da Associação por Maria Júlia; Rosa Pereira de Jesus; Carlos André;
José de Azeredo e Silva; António Monteiro Teixeira; José Ferreira Aguiar e
Joaquim Ferreira; António da Silva Luís, do Lameu
13 FEV - Quarta
Feira de Cinzas, Eucaristia, 20:30h
14 FEV - Conferência: Como é que o Sínodo refletiu
sobre o Ano da Fé?,
D. Manuel Clemente, Associação Católica
do Porto, 21:30h
17 FEV - Via Sacra, Igreja, 15:00h
- Adoração ao Santíssimo
Sacramento, no fim da Via Sacra
O que é ser cristão? Como
se segue Jesus? O que é que implica seguir Jesus?
Ser cristão é, em primeiro
lugar, estar com Jesus “no mesmo barco”. É desse barco (a comunidade cristã),
que a Palavra de Jesus se dirige ao mundo, propondo a todos a libertação
(“pôs-Se a ensinar, da barca, a multidão”).
Ser cristão é, em segundo
lugar, escutar a proposta de Jesus, fazer o que Ele diz, cumprir as suas
indicações, lançar as redes ao mar. Às vezes, as propostas de Jesus podem
parecer ilógicas, incoerentes, ridículas; mas é preciso confiar
incondicionalmente, entregar-se nas mãos d’Ele e cumprir à risca as suas
indicações (“porque Tu o dizes, lançarei as redes”)
Ser cristão é,em terceiro
lugar, reconhecer Jesus como “o Senhor”: é o que faz Pedro, ao perceber como a
proposta de Jesus gera vida e fecundidade para todos. O título “Senhor” (em
grego, “kyrios”) é o título que a comunidade cristã primitiva dá a Jesus
ressuscitado, reconhecendo n’Ele o “Senhor” que preside ao mundo e à história.
Ser cristão é, em quarto
lugar, aceitar a missão que Jesus propõe: ser pescador de homens. Para
entendermos o verdadeiro significado da expressão, temos de recordar o que
significava o “mar” no ideário judaico: era o lugar dos monstros, onde residiam
os espíritos e as forças demoníacas que procuravam roubar a vida e a felicidade
do homem. Dizer que os seus discípulos vão ser “pescadores de homens” significa
que a missão do cristão é continuar a obra libertadora de Jesus em favor do
homem, procurando libertar o homem de tudo aquilo que lhe rouba a vida e a
felicidade. Trata-se de salvar o homem de morrer afogado no mar da opressão, do
egoísmo, do sofrimento, do medo – as forças demoníacas que impedem a felicidade
do homem.
Ser cristão é, finalmente, deixar tudo e
seguir Jesus. Dehonianos