Domingo III do Tempo Comum
O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me ungiu
para anunciar a boa nova aos pobres.
Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos
e a vista aos cegos,
a restituir a liberdade aos oprimidos
e a proclamar o ano da graça do Senhor.
Lc 4, 18-19
A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é,verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstracta, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.
Na primeira leitura, exemplifica-se como a
Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez
proclamada, é geradora de alegria e de festa.
No Evangelho, apresenta-se Cristo como a
Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a
esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se,
também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra
libertadora.
A segunda leitura apresenta a comunidade
gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos,
onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa
verdadeira comunhão e solidariedade.
Dehonianos
LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO III DO
TEMPO COMUM
I Leitura: Ne 8, 2-4a.5-6.8-10
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»
O Livro de Neemias pertence ao período que se segue ao regresso
dos exilados judeus da Babilónia. Estamos nos séculos V/IV a.C.; para os
habitantes de Jerusalém, é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade
sem muralhas e sem portas, uma sombra negra da cidade bela que tinha sido.
Neemias vai começar a sua actividade com a reconstrução da muralha e com o
combate às injustiças cometidas pelos ricos contra os pobres.Depois, procura
restaurar o culto. Neemias reúne todo o Povo “na praça que fica diante da Porta
das Águas”, a fim de escutar a leitura da Lei. Trata-se de recordar ao Povo o
compromisso fundamental que Israel assumiu com o seu Deus: só assim será
possível preparar esse futuro novo que Neemias sonha para Jerusalém e para o
Povo de Deus.
Salmo 18 B As vossas palavras,
Senhor, são espírito e vida
II
Leitura: 1 Cor
12, 12-30
«Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um na sua
parte»
A segunda leitura vem na sequência da que lemos no domingo
passado. Paulo está preocupado porque, na Igreja de Corinto, os “carismas”
(dons de Deus para benefício de toda a comunidade), utilizados em benefício
próprio, geravam individualismo, divisão, luta pelo poder, desprezo pelos que
aparentemente não possuíam dons especiais. É uma situação intolerável: aquilo
que devia beneficiar todos é usurpado por alguns e está a pôr em causa a
unidade e a comunhão desta Igreja.
ALELUIA Lc
4, 18
O Senhor enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres,
a proclamar aos cativos a redenção
Evangelho
Lc 1, 1-4; 4, 14-21
«Cumpriu-se
hoje esta passagem da Escritura»
O
Evangelho de hoje é constituído por dois textos diferentes. No primeiro ,trata-se
de uma investigação cuidada dos “factos que se realizaram entre nós”, a fim de
que os crentes verifiquem “a solidez da doutrina em que foram instruídos”.
Estamos na década de 80 quando, desaparecidas já as “testemunhas oculares” de
Cristo, o cristianismo começa a defrontar-se com uma série de heresias e de
desvios doutrinais, que põem em causa a identidade cristã. Era, pois,
necessário, recordar aos crentes as suas raízes e a solidez dessa doutrina
recebida de Jesus, através do testemunho legítimo que é a tradição transmitida
pelos apóstolos.. Na segunda parte, apresenta-se o início da pregação de
Jesus,. O cenário de fundo é o do culto sinagogal, no sábado. O serviço
litúrgico celebrado na sinagoga consistia em orações e leituras da Lei e dos
Profetas, com o respectivo comentário. Os leitores eram membros instruídos da
comunidade ou, como no caso de Jesus, visitantes conhecidos pelo seu saber na
explicação da Palavra de Deus..
PALAVRA DE
DEUS PARA A SEMANA DE 28 DE JANEIRO A 02 DE FEVEREIRO
S. Tomás de Aquino, presbítero e
doutor (Memória)
Hebr 9, 15.24-28 – Salmo 97 – Mc 3,
22-30
«Cristo
ofereceu-Se uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão e aparecerá
segunda vez para a salvação dos que O esperam»
29 TER
Hebr 10, 1-10 – Salmo 39 – Mc 3, 31-35
«Quem
fizer a vontade de Deus
esse
é meu irmão, minha irmã e minha Mãe»
PREPARANDO A LITURGIA PARA FESTA DA
APRESENTAÇÃO DO SENHOR:
Mal
3, 1-4
«Entrará no seu templo o Senhor a quem buscais»
Salmo 23
Hebr
2, 14-18
«Devia tornar-Se semelhante em tudo aos seus irmãos»
Lc 2, 22-40
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
30 QUA
Hebr 10, 11-18 – Salmo 109 – Mc 4, 1-20
«O
semeador saiu a semear»
31 QUI
S. João Bosco, prersbítero (Memória
Hebr 10, 19-25 – Salmo 23 – Mc 4, 21-25
«Traz-se
a lâmpada para ser posta no candelabro.
Com
a medida com que medirdes vos será medido»
01 SEX
Hebr 10, 32-39 – Salmo 36 – Mc 4, 26-34
«O
homem lança a semente e dorme,
enquanto
ela cresce, sem ele saber como»
02 SAB
Apresentação do Senhor (Festa)
Mal 3, 1-4 – Salmo 23 – Hebr 2, 14-18 –
Lc 2, 22-40
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 27 DE JANEIRO (09:30h)
·
Mãe de Maria
Cândida da Silva; da Associação por Manuel Paulo Mesquita da Silva; Pai e
familiares de Fernando Moura; António Araújo, das Lapas; Manuel Pinto da Costa;
Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Joaquim Moreira e esposa, do Alto;
Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das
Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; José
Carlos e seus familiares; Maria Adelaide, de Vila;
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 02 DE FEVEREIRO (18:30h)
·
João de Jesus
Pinto, sua mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida
Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Emídio Luís;
António Pinto Melo; Helena de Jesus
Martins, marido e filho.
31
JAN - Conferência: Como é que o Sínodo refletiu sobre o Ano da Fé? Associação Católica do Porto, R Passos Manuel, 54, 21:30h
01
FEV - Reunião Conselho Paroquial de
Pastoral, resid. paroq, 21:00h
02
FEV - Oração de Vésperas do 1º sábado, Igreja, 18:00h
-
Celebração da Eucaristia: Apresentação do Senhor, 18:30h
No Evangelho de Lucas e
neste texto em particular, Jesus manifesta de forma bem nítida a consciência de
que foi investido do Espírito de Deus e enviado para pôr cobro a tudo o que
rouba a vida e a dignidade do homem. A nossa civilização, há vinte e um séculos
que conhece Cristo e a essência da sua proposta. No entanto, o nosso mundo
continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras. Porque é que a proposta
libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha
volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma acção imediata (a situação de
tantos imigrantes; a situação de tantos idosos, sem amor e sem cuidados, que
sobrevivem com pensões de miséria; as crianças de rua e os sem abrigo que
dormem nos recantos das nossas cidades; a situação de tantas famílias
devastadas pelo desemprego, destruídas pela droga e pelo álcool…)?
A fidelidade ao “caminho” percorrido por
Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido
a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus?
Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer,
em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?
Repare-se, neste texto, como Jesus “actualiza”
a Palavra de Deus proclamada e a torna um anúncio de libertação que toca de
muito perto a vida dos homens. Os que proclamam a Palavra, que a explicam nas
homilias, têm esta preocupação de a tornar uma realidade “tocante” e um anúncio
verdadeiramente transformador e libertador, que atinge a vida daqueles que os
escutam?
Dehonianos