Domingo II do Tempo Comum
20 de
janeiro de 2013
“Fazei tudo o que Ele vos disser”
Jo 2, 5
A liturgia de hoje apresenta a
imagem do casamento como imagem que exprime de forma privilegiada a relação de
amor que Deus estabeleceu com o seu Povo. A questão fundamental é, portanto, a
revelação do amor de Deus.
A primeira leitura define o amor
de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e
transforma a esposa. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.
O Evangelho apresenta, no contexto de um
casamento, um “sinal” que aponta para o essencial do “programa” de Jesus:
apresentar aos homens o Pai que os ama e com o seu amor os convoca para a
alegria e a felicidade plenas.
A segunda leitura fala dos
“carismas” – dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus.
Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir
para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade.
É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de
membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Para
São João, os “milagres” são sempre “sinais” que nos reenviam para além da materialidade
dos factos. A água é um elemento vital. Mas é, antes de mais, um elemento
ordinário e bruto. A água encontra-se na natureza, não precisa de ser
fabricada. O vinho é fruto da vinha, mas também do trabalho do homem, como
dizemos na Eucaristia. Jesus manda encher as talhas de água, a água que é
símbolo da nossa vida ordinária, de todos os dias. Jesus toma esta água
ordinária para a transformar com a força do amor. Por este “sinal”, Jesus quer
vir ter connosco na nossa vida ordinária, para aí colocar a sua presença de
amor, o amor do Pai, o Espírito Santo. Toma a nossa vida, com as nossas
alegrias, os nossos amores, as nossas conquistas humanas, importantes mas
tantas vezes efémeras, com os nossos tédios, os nossos dias sem gosto e sem
cor, os nossos fracassos e mesmo os nossos pecados, também eles ordinários. E
aí, Ele “trabalha-nos” pelo seu amor, no segredo, para fazer brotar em nós a
vida que tem o sabor do vinho do Reino. Isto, Ele cumpre-o em particular cada
vez que participamos na Eucaristia. Dehonianos
LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO II DO
TEMPO COMUM
I Leitura: Is. 62, 1-5
«A esposa é a alegria do marido»
O amor entre Deus e o seu povo é frequentemente comparado, na Sagrada Escritura, ao amor dos esposos. Jerusalém é a imagem de todo o povo de Deus, é a imagem antecipada da própria Igreja. Pelo amor que lhe tem, o Senhor fará dela sua esposa; será essa a glória de Jerusalém, da Igreja, a Esposa de Cristo. Com esta leitura prepara-se a compreensão da leitura do Evangelho deste dia, onde se lê o “sinal” das Bodas de Caná.
Salmo 95
Anunciai em todos os povos as maravilhas do Senhor
II
Leitura: 1 Cor 12,
4-11
«Um só e o mesmo Espírito, distribuindo a cada um conforme Lhe agrada»
Começamos hoje a leitura da terceira parte desta epístola, de que se leu o ano passado a segunda parte. Por ser bastante longa, é assim distribuída por mais de um ano. Ao dirigir-se a uma comunidade onde eram frequentes as divisões, o Apóstolo apela para a unidade, fruto da acção do Espírito de Deus, que é a fonte comum de todos os dons que existem na Igreja. Assim, a unidade na Igreja não provém de qualquer motivo humano, mas do facto de todos os dons que nela existem procederem do mesmo e único Espírito.
ALELUIA 2 Tes 2, 14
«Deus chamou-nos, por meio do Evangelho,
a tomar parte na glória de Nosso Senhor Jesus Cristo»
Evangelho Jo 2, 1-11
O primeiro milagre de Jesus
O milagre que Jesus fez nas Bodas de Caná pertence ainda ao ciclo da Epifania. De facto, por meio dele o Senhor Se manifestou. A transformação da água em vinho e o facto de tal ter acontecido num banquete de núpcias e ainda o chamar-lhe o Evangelho um “sinal” leva-nos a perscrutar o mistério desta epifania ou manifestação do Senhor. Aquela não era ainda a hora de Jesus, que havia de chegar na hora da Cruz; mas aquele “sinal” apontava já para lá, para a hora das núpcias do Cordeiro, a hora do sacrifício que sela a Aliança, nova e definitiva, entre Deus e os homens, pelo Sangue de Jesus.
PALAVRA DE
DEUS PARA A SEMANA DE 21 A 26 DE JANEIRO
S. Inês, virgem e
mártir
Hebr 5, 1-10 – Salmo 109 - Mc 2, 18-22
«O Noivo está com eles»
«O Noivo está com eles»
S. Vicente, diácono
e mártir
Hebr 6, 10-20 - Salmo 110 - Mc 2, 23-28
«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»
«O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado»
Hebr 7, 1-3.15-17 – Salmo 109 - Mc 3,
1-6
«Será permitido ao sábado salvar a vida ou tirá-la?»
«Será permitido ao sábado salvar a vida ou tirá-la?»
S. Francisco de
Sales, bispo e doutor da Igreja
Hebr 7, 25 – 8, 6 – Salmo 39 - Mc 3,
7-12
«Os espíritos impuros gritavam: ‘Tu és o Filho de Deus’.
Jesus proibia-os severamente que o dessem a conhecer»
«Os espíritos impuros gritavam: ‘Tu és o Filho de Deus’.
Jesus proibia-os severamente que o dessem a conhecer»
Conversão de S. Paulo, Apóstolo
Act 22, 3-16
ou Act 9, 1-22 - Salmo 116 - Mc 16, 15-18
«Ide
por todo o mundo e pregai o Evangelho»
Hebr 9, 2-3.11-14 – Salmo 46 - Mc 3,
20-21
«Os seus parentes diziam: ‘Está fora de Si’»
«Os seus parentes diziam: ‘Está fora de Si’»
PREPARANDO A LITURGIA PARA O PRÓXIMO
DOMINGO:
Ne 8, 2-4a.5-6.8-10
«Liam o Livro da Lei e explicavam o seu sentido»Salmo 18 B
1 Cor 12,
12-30
«Vós
sois corpo de Cristoe seus membros, cada um na sua parte»
Lc 1, 1-4;
4, 14-21
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura»
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 20 DE JANEIRO (09:30h)
·
António Pereira
de Freitas e esposa; Associados da Mensagem de Fátima; José de Araújo; José
Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Maria da Conceição Moreira, de Vila;
António Carneiro Silva e sogro; Manuel Barbosa Araújo; Manuel da Silva Pinto;
Martinho da Silva Pereira; Emídio Ribeiro; António José Lino
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 27 DE JANEIRO (09:30h)
·
Mãe
de Maria Cândida da Silva; da Associação por Manuel Paulo Mesquita da Silva;
Pai e familiares de Fernando Moura; António Araújo, das Lapas; Manuel Pinto da
Costa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Joaquim Moreira e esposa, do
Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das
Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; José
Carlos e seus familiares
18
a 25 JAN – Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: “O que
exige Deus de nós?” (Miqueias
6,6-8)
24
JAN – Missa de Ação de Graças pelos
48 anos do Sr. Pe. Vales ao
serviço desta paróquia , 19:00h
– Adoração ao Santíssimo
Sacramento, Igreja
É espantoso
que o primeiro sinal da vida de Jesus seja numa festa, distante dos lugares
religiosos, sem ressuscitar ninguém nem curar cegos ou paralíticos.
Acontece numa festa que estava prestes a ser
um fiasco. De um modo tão discreto que nem os noivos nem o chefe de mesa se dão
conta. A palavra da mãe de Jesus grava-se no nosso coração: “Fazei o que Ele
vos disser”. É o que Maria está sempre a dizer-nos. E da água que é vida, mas
aqui significava mais purificação religiosa, ritualismo infindável que gerava
escrúpulos e preconceitos, distinções e méritos, Jesus faz vinho, festa
gratuita e abundante, subversão e inconformismo que inverte os esquemas arrumados
e aprisionados do amor: “guardaste o vinho bom até agora”. Ah, que graça e que
espírito tem este vinho bom tocado por Cristo, e nós, tantas vezes, a beber e a
servir “zurrapas” de uma fé acomodada, de uma esperança passiva, de uma
caridade “quanto baste”. A hora de Jesus começada na Páscoa é um hoje contínuo,
em que a alegria e a festa não são para adiar, em que o que partilhamos é que
nos faz felizes.
Se o vinho que Jesus oferece é a graça e o
amor abundante de Deus, podemos encontrá-los na riqueza dos dons que cada um de
nós tem e faz crescer na vida que frutifica apesar da crise. E a unidade dos
cristãos, pela qual rezamos nestes dias, é tanto maior quanto mais somos como
Jesus, a salvar em festa a vida que estava quase a ser desgraça.
Pe. Vítor Gonçalves