30 de setembro de 2012

DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM



DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM
30 de Setembro de 2012


Nisto conhecemos o amor de Deus:
Ele deu a vida por nós;
também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.
           1 Jo 3, 16

A liturgia do 26º Domingo do Tempo Comum apresenta várias sugestões para que os crentes possam purificar a sua opção e integrar, de forma plena e total, a comunidade do Reino. Uma das sugestões mais importantes é a de que os crentes não pretendam ter o exclusivo do bem e da verdade, mas sejam capazes de reconhecer e aceitar a presença e a acção do Espírito de Deus através de tantas pessoas boas que não pertencem à instituição Igreja, mas que são sinais vivos do amor de Deus no meio do mundo.

A primeira leitura, recorrendo a um episódio da marcha do Povo de Deus pelo deserto, ensina que o Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem estar limitado por regras, por interesses pessoais ou por privilégios de grupo. O verdadeiro crente é aquele que, como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer à sua volta.

A segunda leitura convida os crentes a não colocarem a sua confiança e a sua esperança nos bens materiais, pois eles são valores perecíveis e que não asseguram a vida plena para o homem. Mais: as injustiças cometidas por quem faz da acumulação dos bens materiais a finalidade da sua existência afastá-lo-ão da comunidade dos eleitos de Deus.

No Evangelho temos uma instrução, através da qual Jesus procura ajudar os discípulos a situarem-se na órbita do Reino. Nesse sentido, convida-os a constituírem uma comunidade que, sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, procura acolher, apoiar e estimular todos aqueles que actuam em favor da libertação dos irmãos; convida-os também a não excluírem da dinâmica comunitária os pequenos e os pobres; convida-os ainda a arrancarem da própria vida todos os sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino.


LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO XXVI DO TEMPO COMUM


I Leitura:                            Num 11, 25-29


«Estás com ciúmes por causa de mim?

Quem dera que todo o povo fosse profeta!»


Uma das grandes fraquezas humanas é o espírito de inveja e de partidarismo; e essa atitude de espírito é um dos maiores impedimentos à unidade e à colaboração. Tal atitude aparece até dentro da comunidade do povo de Deus, como se pode ver já nesta passagem do Antigo Testamento. Mas um espírito recto e humilde, como o de Moisés, saberá antes agradecer ao Senhor os dons que reconhecer nos outros, e não lhos invejar. É preciso antes compreender que o povo de Deus é todo ele animado pelo Espírito de Deus, o qual assiste a cada um em ordem à função que lhe cabe no meio desse povo.

                       

Salmo 18   

Refrão:                Os preceitos do Senhor alegram o coração                                       


II Leitura:                            Tg 5, 1-6


«As vossas riquezas estão apodrecidas»


O Apóstolo que escreveu o texto que hoje nos é proclamado pertenceu à primeira geração cristã. Por ele se vê como a fé, que inspirou, na Sagrada Escritura, páginas da mais alta mística, inspirou igualmente orientações muito práticas para a vida social, no que diz respeito ao uso dos bens temporais e à justiça para com o próximo.


ALELUIA                                               Jo 17, 17b.a


Refrão:                A vossa palavra, Senhor, é a verdade;  santificai-nos na verdade                                         

Evangelho:                         Mc 9, 38-43.45.47-48


«Quem não é contra nós é por nós.

Se a tua mão é para ti ocasião de escândalo, corta-a»


O Espírito de Deus, que encheu a terra inteira, quer atingir, pela sua acção, todos os homens. Onde quer que a sua acção se manifeste, aí está a sua presença. E os filhos da Igreja devem alegrar-se com isso, procurando sempre, à luz do Espírito, discernir o que é ou não fruto desse mesmo Espírito. É à luz do Espírito de Deus que cada qual procurará ajuizar das suas próprias atitudes, deixando para trás tudo o que for obstáculo ao reino de Deus.         


PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 01  A  06  DE OUTUBRO

seg 1 out
Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja, padroeira das missões  (MO)

Job 1, 6-22 – Salmo 16 – Lc 9, 57-62

“Quem for o mais pequeno entre vós, esse será o maior”

Ter 2 out
Santos Anjos da Guarda  (MO)

Job 3, 1-3. 11-17. 20-23 – Salmo 87 – Lc 9, 51-56

“Tomou a decisão de se dirigir a Jerusalém”

Qua 3 out
Job 9, 1-12. 14-16 – Salmo 87 – Lc 9, 57-62

“Seguir-Te-ei para onde quer que fores”

Qui 4 out
São Francisco de Assis  (MO)

Job 19, 21-27 – Salmo 26 – Lc 10, 1-12

“A vossa paz repousará sobre eles”

Sex 5 out
Job 38, 1. 12-21; 40, 3-5 – Salmo 138 – Lc 10, 13-16

“Quem me rejeita,  rejeita Aquele que Me enviou”

Sáb 6 out
São Bruno, presbítero  (MF)

Job 42, 1-3. 5-6. 12-16 – Salmo 118 – Lc 10, 17-24

“Alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos Céus”


PREPARANDO A LITURGIA PARA  O PRÓXIMO DOMINGO:

Gen 2, 18-24

«E os dois serão uma só carne»
 
Salmo  127

O Senhor nos abençoe em toda a nossa vida.

Hebr 2, 9-11

«Aquele que santifica e os que são santificados

procedem todos de um só»

 Mc 10, 2-16
«Não separe o homem o que Deus uniu»


INTENÇÕES LEMBRADAS NA EUCARISTIA  DE 30 DE SETEMBRO

  

·         Ricardo Luís e filha; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; 30.º dia por Maria Emília Leal Teixeira

INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA  DE 07 DE OUTUBRO   (09:30h)


·         João de Jesus Pinto, de Requim e sua mãe; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós; Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; António Vieira, esposa e filho; Joaquim Pinto Vieira e esposa; Maria Rosa Leal Pinheiro; Emídio Luís; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Maria Pinto da Costa e marido, de Requim; António da Silva Pinto e seus pais; Manuel Joaquim Teixeira

O Evangelho deste domingo apresenta-nos um grupo de discípulos que têm dificuldade em entender que, para seguir Jesus, é preciso cortar com certos sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a radicalidade que a opção pelo Reino exige. As dificuldades que estes discípulos apresentam não nos são estranhas: também fazem parte da nossa vida e do caminho que, dia a dia, percorremos…

                Jesus exige dos discípulos o corte radical com os valores, os sentimentos, as atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino. O discípulo de Jesus nunca está acomodado, instalado, conformado; mas está sempre atento e vigilante, procurando detectar e eliminar da sua existência tudo aquilo que lhe impede o acesso à vida plena. Naturalmente, a renúncia ao egoísmo, ao comodismo, ao orgulho, aos esquemas pessoais, à vontade de poder e de domínio, ao apelo do êxito, ao aplauso das multidões, é um processo difícil e doloroso; mas é também um processo libertador e gerador de vida nova. O que é que eu necessito, prioritariamente, de “cortar” da minha vida, para me identificar mais com Jesus, para merecer integrar a comunidade do Reino, para ser mais livre e mais feliz?

O apelo de Jesus à sua comunidade no sentido de não “escandalizar” (afastar da comunidade do Reino) os pequenos, faz-nos pensar na forma como lidamos, enquanto pessoas e enquanto comunidades, com os pobres, os que falharam, os que têm atitudes moralmente reprováveis, aqueles que têm uma fé pouco consistente, aqueles que a vida marcou negativamente, aqueles que a sociedade marginaliza e rejeita… Eles encontram em nós a proposta libertadora que Cristo lhes faz, ou encontram em nós rejeição, injustiça, marginalização, mau exemplo? Quem vê o nosso testemunho tem razões para aderir a Cristo, ou para se afastar de Cristo?