28 de agosto de 2015

Domingo XXI Tempo Comum


«Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»

A liturgia do 21º Domingo do Tempo Comum fala-nos de opções. Recorda-nos que a nossa existência pode ser gasta a perseguir valores efémeros e estéreis, ou a apostar nesses valores eternos que nos conduzem à vida definitiva, à realização plena. Cada homem e cada mulher têm, dia a dia, de fazer a sua escolha.
Na primeira leitura, Josué convida as tribos de Israel reunidas em Siquém a escolherem entre “servir o Senhor” e servir outros deuses. O Povo escolhe claramente “servir o Senhor”, pois viu, na história recente da libertação do Egipto e da caminhada pelo deserto, como só Deus pode proporcionar ao seu Povo a vida, a liberdade, o bem estar e a paz. O caminho que Deus nos propõe – caminho que somos livres de aceitar ou não – é um caminho que nos liberta do egoísmo, do orgulho, da auto-suficiência, da escravidão dos bens materiais e que nos projecta para o amor, para a partilha, para o serviço, para o dom da vida, para a verdadeira felicidade.
Na segunda leitura, Paulo diz aos cristãos de Éfeso que a opção por Cristo tem consequências também ao nível da relação familiar. Para o seguidor de Jesus, o espaço da relação familiar tem de ser o lugar onde se manifestam os valores de Jesus, os valores do Reino. O matrimónio cristão não pode tornar-se uma competição para ver quem tem mais direitos ou mais obrigações, mas uma comunhão de vida de pessoas que, a exemplo de Cristo, fazem da sua existência uma partilha e um serviço a todos os irmãos que caminham ao seu lado.Com a sua partilha de amor, com a sua união, com a sua comunhão de vida, o casal cristão é chamado a ser sinal e reflexo da união de Cristo com a sua Igreja.
O Evangelho coloca diante dos nossos olhos dois grupos de discípulos, com opções diversas diante da proposta de Jesus. Um dos grupos, prisioneiro da lógica do mundo, tem como prioridade os bens materiais, o poder, a ambição e a glória; por isso, recusa a proposta de Jesus. Outro grupo, aberto à acção de Deus e do Espírito, está disponível para seguir Jesus no caminho do amor e do dom da vida; os membros deste grupo sabem que só Jesus tem palavras de vida eterna. É este último grupo que é proposto como modelo aos crentes de todos os tempos.


LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM


I Leitura   Jos 24, 1-2a.15-17.18b

«Queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus»

Depois de entrar na Terra Prometida e antes da solene renovação da Aliança em Siquém, o povo de Deus, composto de gente vinda de várias tribos e que encontra a Terra Prometida cheia de cultos aos deuses dos pagãos, é convidado a fazer uma solene profissão de fé no Senhor, o único Deus capaz de salvar, tal como Pedro irá fazer, na terceira leitura, depois do discurso de Jesus sobre o Pão da vida.
               
Salmo   33 (34)
            
Saboreai e vede como o Senhor é bom.

II Leitura   Ef 5, 21-32
                 
«É grande este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»

O matrimónio cristão não modifica os quadros humanos em que ele é celebrado, mas reveste-os de uma significação nova. Nesta passagem, a união do homem e da mulher no matrimónio é apresentada como imagem do mistério da união de Cristo e da Igreja: Cristo amou a Igreja, deu a vida por ela, purificou-a no seu Sangue. Assim, neste amor de Cristo pelo seu povo terão também os esposos o modelo do amor com que hão-de amar-se um ao outro e constituir a sua família.

Aclamação ao Evangelho   Jo 6, 63c.68c

As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida: Vós tendes palavras de vida eterna.

Evangelho   Jo 6, 60-69
                   «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»

O discurso de Jesus sobre o Pão da Vida desiludiu muitos discípulos, que, por isso, se afastaram. Jesus tenta explicar o sentido espiritual das suas palavras, que, sem deixarem de dizer o que querem dizer, vão mais além do que aquilo que à primeira vista parecem dizer. Essas palavras são espírito e vida. São palavras que levam à fé. E é esta fé que S. Pedro acaba por professar. Assim, o discurso sobre o Pão da vida termina, como sempre as narrações de S. João, com um solene ato de fé.

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM


Deut 4, 1-2.6-8 

«Não acrescentareis nada ao que vos ordeno... 
mas guardareis os mandamentos do Senhor»

Salmo     14 (15)                                 

Quem habitará, Senhor, no vosso santuário?

Tg 1, 17-18.21b-22.27                      

«Sede cumpridores da palavra»

Mc 7, 1-8.14-15.21-23 
«Deixais o mandamento de Deus
para vos prenderdes à tradição dos homens»


PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 24 A 29 DE AGOSTO


24 Seg Ap 21, 9b-14 - Salmo 144 (145) - Jo 1, 45-51
           Senhor, Vós sois o Filho de Deus, Vós sois o Rei de Israel.         

25 Ter Tes 2, 1-8 - Salmo 138 (139) - Mt 23, 23-26
           A palavra de Deus é viva e eficaz,
           conhece os pensamentos e intenções do coração.

26 Qua 1 Tes 2, 9-13 - Salmo 138 (139) - Mt 23, 27-32
            Quem observa a palavra de Cristo, nesse o amor de Deus é perfeito.

27 Qui 1 Tes 3, 7-13 – Salmo 89 (90) - Mt 24, 42-51
              Vigiai e estai preparados,
              porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem.

28 Sex 1 Tes 4, 1-8 - Salmo 96 (97) - Mt 25, 1-13
              Vigiai e orai em todo o tempo,
              para vos apresentardes sem temor  diante do Filho do homem.

29 Sáb 1 Tes 4, 9-11 - Salmo 97 (98), 1. 7-8. 9 ou Jer 1, 17-19 - Mc 6, 17-29
              Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
              amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.



23  Agosto             S. ROSA DE LIMA, virgem 

Nasceu em Lima (Peru) no ano 1586; já durante o tempo que viveu em sua casa se dedicou de modo invulgar à prática das virtudes cristãs; mas quando tomou o hábito da Ordem Terceira de S. Domingos, fez os maiores progressos no caminho da penitência e da contemplação mística. Morreu no dia 24 de Agosto de 1617.

24  Agosto             S. BARTOLOMEU, Apóstolo      
       
Nasceu em Caná. O apóstolo Filipe conduziu o a Jesus. Diz a tradição que depois da ascensão do Senhor pregou o Evangelho na Índia e aí recebeu a coroa do martírio.
               
25  Agosto             S. LUÍS DE FRANÇA

Nasceu em 1214 e subiu ao trono de França aos vinte e dois anos de idade. Contraiu matrimónio e teve onze filhos a quem ele próprio deu uma excelente educação. Distinguiu se pelo seu espírito de penitência e oração e pelo seu amor aos pobres. Na administração do reino, foi notável o seu zelo pela paz entre os povos, e mostrou se tão diligente na promoção material dos seus súbditos como na sua promoção espiritual. Empreendeu duas cruzadas para libertar o sepulcro de Cristo e morreu perto de Cartago no ano 1270.

26  Agosto             S. JOSÉ DE CALASANZ, presbítero  

Nasceu em Aragão (Espanha) no ano 1557 e recebeu uma excelente formação cultural. Foi ordenado sacerdote e, depois de ter exercido o ministério na sua pátria, partiu para Roma, onde se dedicou à educação das crianças pobres e fundou uma Congregação (Escolas Pias) cujos membros (Escolápios) deviam dedicar se a esta nobre missão. Teve de sofrer duras provações e foi nomeadamente vítima de invejas e calúnias. Morreu em Roma no ano 1648.

27  Agosto             S. MÓNICA          

Nasceu em Tagaste (África) no ano 331, de uma família cristã. Ainda muito jovem foi dada em matrimónio a um homem chamado Patrício. Teve vários filhos, entre os quais Agostinho, por cuja conversão derramou muitas lágrimas e orou insistentemente a Deus. Exemplo de mãe verdadeiramente santa, alimentou a sua fé com uma vida de intensa oração e enriqueceu a com suas virtudes. Morreu em Óstia no ano 387.

28  Agosto             S. AGOSTINHO, bispo e doutor da Igreja  
   
Nasceu em Tagaste (África) no ano 354. Depois de uma juventude perturbada, quer intelectualmente quer moralmente, converteu se à fé e foi baptizado em Milão por S. Ambrósio no ano 387. Voltou à sua pátria e aí levou uma vida de grande ascetismo. Eleito bispo de Hipona, durante trinta e quatro anos foi perfeito modelo do seu rebanho e deu lhe uma sólida formação cristã por meio de numerosos sermões e escritos, com os quais combateu fortemente os erros do seu tempo e ilustrou sabiamente a fé católica. Morreu no ano 430.

29  Agosto             MARTÍRIO DE S. JOÃO BAPTISTA

A censura que João Batista fez a Herodes Agripa pela sua conduta desonesta e imoral que o Evangelho nos descreve, valeu-lhe a morte por degolação (Mat. 14, 1-12). É o seu nascimento para o céu que a Igreja hoje celebra.



O Evangelho deste domingo põe claramente a questão das opções que nós, discípulos de Jesus, somos convidados a fazer… Todos os dias somos desafiados pela lógica do mundo, no sentido de alicerçarmos a nossa vida nos valores do poder, do êxito, da ambição, dos bens materiais, da moda, do “politicamente correto”; e todos os dias somos convidados por Jesus a construir a nossa existência sobre os valores do amor, do serviço simples e humilde, da partilha com os irmãos, da simplicidade, da coerência com os valores do Evangelho…

Temos de fazer a nossa escolha, sabendo que ela terá consequências no nosso estilo de vida, na forma como nos relacionamos com os irmãos, na forma como o mundo nos vê e, naturalmente, na satisfação da nossa fome de felicidade e de vida plena.