17 de agosto de 2015

Domingo XX Tempo Comum


Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. 
Quem comer deste pão viverá eternamente. 
                                                                                       Jo 6, 51

A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.
No Evangelho, Jesus reafirma que o objetivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”). Os “simples” são aqueles que não têm o coração demasiado cheio de si próprio, que não se fecham no orgulho e na autossuficiência, que reconhecem a sua pequenez e finitude e que se entregam com humildade e confiança nas mãos de Deus; os “insensatos que buscam o caminho da prudência” são aqueles que estão dispostos a mudar, que não se conformam com a vida do homem velho e querem ir mais além… Uns e outros são o paradigma da atitude de abertura aos dons de Deus, de disponibilidade para acolher a vida de Deus… São aqueles que reconhecem que precisam de Deus e dos seus dons pois, por si sós, são incapazes de encontrar o caminho para a realização, para a felicidade, para a vida plena.
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam. O viver como “filhos da luz” implica a oração, o louvor, a ação de graças. Um cristão que tem Deus como a coordenada fundamental da sua existência e que se sente chamado a fazer parte da família de Deus é um cristão que vive em diálogo contínuo com Deus. É nesse diálogo que ele percebe os planos e os projetos de Deus para si próprio e para o mundo e encontra a coragem para percorrer o caminho da fidelidade e do compromisso.


LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO XX DO TEMPO COMUM


I Leitura                 Prov 9, 1-6
«Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei»

Personificada numa dona de casa, a Sabedoria de Deus convida os homens a participarem do seu banquete. No Antigo Testamento, a Palavra de Deus é frequentemente comparada a um banquete oferecido aos homens. O pão e o vinho são tidos como símbolo do alimento que dá a vida em plenitude. A imagem do banquete assume maior expressão na Eucaristia que nos é dado celebrar.
               
 Salmo  Salmo 33 (34)
Saboreai e vede como o Senhor é bom.

II Leitura:             Ef 5, 15-20
«Procurai compreender qual é a vontade de Deus»

Deus criou o homem livre e não quer sobrepor-se a essa liberdade. Deixa a cada um a possibilidade de fazer as suas opções. Porém, uma escolha consciente só é possível, tendo presente determinada hierarquia de valores que ajudará a decidir, não apenas acerca do acto, como também do tempo próprio para o realizar.

Aclamação ao Evangelho                   Jo 6, 56
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor.

Evangelho             Jo 6, 51-58
«A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida»

A ceia pascal judaica estava intimamente ligada à libertação dos hebreus da escravatura egípcia. Ao comerem a Páscoa, os judeus tinham consciência de serem o povo libertado por Deus. Cristo associa também os discípulos à Sua morte redentora. Os participantes na celebração eucarística, ao comerem o pão e beberem o sangue derramado na cruz pela multidão dos homens, reconhecem-se no povo redimido por Cristo.



PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM



Jos 24, 1-2a.15-17.18b      «Queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus»

Salmo     33 (34)                  Saboreai e vede como o Senhor é bom.

Ef 5, 21-32                            «É grande este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»

Jo 6, 60-69                           «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»


PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 17 A 22 DE AGOSTO


17 Seg  Jz 2, 11-19 - Salmo 105 (106) - Mt 19, 16-22
             Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus.

18 Ter  Jz 6, 11-24a - Salmo 84 (85) - Mt 19, 23-30
            Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos enriquecer na sua pobreza.


19 Qua  Jz 9, 6-15 - Salmo 20 (21) - Mt 20, 1-16a
              A palavra de Deus é viva e eficaz, 
             conhece os pensamentos e intenções do coração.


20 Qui  Jz 11, 29-39a - Salmo 39 (40) - Mt 22, 1-14
             Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.


21 Sex Rut 1, 1-2a. 3-6. 14b-16. 22 - Salmo 145 (146) - Mt 22, 34-40
            Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, guiai-me na vossa verdade.


22  Sáb Is 9, 1-6 - Salmo 112 (113) - Lc 1, 26-38
             Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; 
             bendita sois Vós entre as mulheres.



16  agosto              S. ESTÊVÃO DA HUNGRIA

Nasceu na Panónia cerca do ano 969; tendo recebido o Batismo, foi coroado rei da Hungria no ano 1000. No seu reino foi justo, pacífico e piedoso, observando com toda a diligência as leis da Igreja e procurando sempre o bem dos súbditos. Fundou vários episcopados e auxiliou com o máximo zelo a vida da Igreja. Morreu em Szekesfehérvar no ano 1038.

17  agosto              S. BEATRIZ DA SILVA, virgem

          Filha de pais portugueses, nasceu em Ceuta (África Setentrional) por volta de 1426. Ainda jovem, veio para Campo Maior (Portugal) e daqui passou à corte de Castela em 1447 como dama de honor da Infanta D. Isabel de Portugal. Para se poder dedicar a uma vida cristã mais perfeita, retirou se da corte para um mosteiro de Toledo, onde permaneceu mais de 30 anos. Em 1484 fundou o Instituto que mais tarde tomou o título da Imaculada Conceição de Nossa Senhora (Concecionistas) e que foi aprovado pelo papa Inocêncio VIII em 1489. Pouco depois de fazer profissão religiosa, faleceu com fama de santidade. Foi canonizada por Paulo VI a 3 de Outubro de 1976.

19  agosto              S. JOÃO EUDES, presbítero
          
          Nasceu na diocese de Séez (França) no ano 1601; recebeu a ordenação sacerdotal e dedicou se durante vários anos à pregação nas paróquias. Fundou duas Congregações: uma destinada à formação sacerdotal dos seminaristas e outra para a educação das mulheres cuja vida cristã corria perigo. Fomentou com particular zelo a devoção aos Corações de Jesus e de Maria. Morreu em 1680.

20  agosto              S. BERNARDO, abade e doutor da Igreja
      
      Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua atividade e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e ascética. Morreu em 1153.

21  agosto              S. PIO X, papa

     Nasceu na aldeia de Riese, na região de Veneza, em 1835. Depois de ter desempenhado santamente o ministério sacerdotal, foi sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza e papa eleito no ano 1903. Adotou como lema do seu pontificado «Instaurare omnia in Christo», ideal que de facto orientou a sua ação pontifícia, na simplicidade de espírito, pobreza e fortaleza, dando assim um novo incremento à vida cristã na Igreja. Teve também de combater energicamente contra os erros que nela se infiltravam. Morreu no dia 20 de Agosto de 1914.


Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus é encontrar-se, hoje, com esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que tornou presente na sua “carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor, partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz (“sangue”). Participar no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida, aceitar que ela é um caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida definitiva.
Sentar-se à mesa da Eucaristia é também identificar-se com Jesus, viver em união com Ele. Na Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Por isso, é a própria vida de Cristo que passa a circular nas veias dos crentes. Quem acolhe essa vida que Jesus oferece torna-se, portanto, um com Ele. Comer cada domingo (ou cada dia) à mesa com Jesus desse alimento que Ele próprio dá e que é a sua pessoa, leva os crentes a uma comunhão total de vida com Jesus e a fazer parte da família do próprio Jesus. Convém termos consciência desta realidade: celebrar a Eucaristia é aprofundarmos os laços familiares que nos unem a Jesus, identificarmo-nos com Ele, deixarmos que a sua vida circule em nós. Este crente, identificado com Cristo, torna-se uma pessoa nova, à imagem de Cristo.
O “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projeto que Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em todas as suas palavras. Como Jesus, o crente que celebra a Eucaristia tem de levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem de lutar, como Jesus, contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como Jesus, por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem de construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor, serviço, partilha, doação até às últimas consequências. Se a Eucaristia for, de facto, uma experiência profunda e sentida de adesão a Cristo e ao seu projeto, dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à de Cristo em favor dos nossos irmãos e da construção de um mundo novo.


22  agosto               VIRGEM SANTA MARIA, RAINHA

A festa litúrgica da Virgem Santa Maria foi instituída por Pio XII. Celebra-se na oitava da Assunção de N.ª Senhora, para manifestar claramente a conexão que existe entre a realeza de Maria e a sua Assunção ao céu.