Eu sou o pão vivo que desceu do Céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
Jo 6, 51
A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema
dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da
sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os
homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.
No Evangelho, Jesus reafirma que o objetivo final da sua
missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos
são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a
aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projeto, a interiorizar a sua proposta.
A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um
momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um
banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem
vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à
disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”).
Os “simples” são aqueles que não têm o coração
demasiado cheio de si próprio, que não se fecham no orgulho e na autossuficiência,
que reconhecem a sua pequenez e finitude e que se entregam com humildade e
confiança nas mãos de Deus; os “insensatos que buscam o caminho da prudência”
são aqueles que estão dispostos a mudar, que não se conformam com a vida do homem
velho e querem ir mais além… Uns e outros são o paradigma da atitude de
abertura aos dons de Deus, de disponibilidade para acolher a vida de Deus… São
aqueles que reconhecem que precisam de Deus e dos seus dons pois, por si sós,
são incapazes de encontrar o caminho para a realização, para a felicidade, para
a vida plena.
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por
Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu
do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem
continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem
escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e
entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em
que acreditam. O viver como “filhos da
luz” implica a oração, o louvor, a ação de graças. Um cristão que tem Deus como
a coordenada fundamental da sua existência e que se sente chamado a fazer parte
da família de Deus é um cristão que vive em diálogo contínuo com Deus. É nesse
diálogo que ele percebe os planos e os projetos de Deus para si próprio e para
o mundo e encontra a coragem para percorrer o caminho da fidelidade e do
compromisso.
LITURGIA DA PALAVRA DO DOMINGO XX DO TEMPO COMUM
I Leitura Prov 9, 1-6
«Vinde
comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei»
Personificada
numa dona de casa, a Sabedoria de Deus convida os homens a participarem do seu
banquete. No Antigo Testamento, a Palavra de Deus é frequentemente comparada a
um banquete oferecido aos homens. O pão e o vinho são tidos como símbolo do
alimento que dá a vida em plenitude. A imagem do banquete assume maior
expressão na Eucaristia que nos é dado celebrar.
Salmo Salmo 33
(34)
Saboreai e vede como o Senhor é bom.
II
Leitura: Ef 5, 15-20
«Procurai compreender qual é a vontade de Deus»
Deus criou o homem livre e não quer sobrepor-se a essa
liberdade. Deixa a cada um a possibilidade de fazer as suas opções. Porém, uma
escolha consciente só é possível, tendo presente determinada hierarquia de
valores que ajudará a decidir, não apenas acerca do acto, como também do tempo
próprio para o realizar.
Aclamação
ao Evangelho Jo 6, 56
Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor.
Evangelho Jo
6, 51-58
«A minha carne é verdadeira comida
e o meu sangue é verdadeira bebida»
A ceia pascal judaica estava intimamente ligada à
libertação dos hebreus da escravatura egípcia. Ao comerem a Páscoa, os judeus
tinham consciência de serem o povo libertado por Deus. Cristo associa também os
discípulos à Sua morte redentora. Os participantes na celebração eucarística,
ao comerem o pão e beberem o sangue derramado na cruz pela multidão dos homens,
reconhecem-se no povo redimido por Cristo.
PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM
Jos
24, 1-2a.15-17.18b «Queremos
servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus»
Salmo 33 (34) Saboreai e
vede como o Senhor é bom.
Ef
5, 21-32 «É grande
este mistério, em relação a Cristo e à Igreja»
Jo
6, 60-69 «Para quem
iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna»
PALAVRA DE DEUS PARA A SEMANA DE 17 A 22 DE AGOSTO
17 Seg Jz 2,
11-19 - Salmo 105 (106) - Mt 19, 16-22
Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é
o reino dos Céus.
18 Ter Jz 6,
11-24a - Salmo 84 (85) - Mt 19, 23-30
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre, para nos
enriquecer na sua pobreza.
19 Qua Jz 9, 6-15
- Salmo 20 (21) - Mt 20, 1-16a
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração.
20 Qui Jz 11, 29-39a - Salmo 39 (40) - Mt 22, 1-14
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os
vossos corações.
21 Sex Rut 1, 1-2a. 3-6. 14b-16. 22 - Salmo 145 (146) - Mt
22, 34-40
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, guiai-me na
vossa verdade.
22 Sáb Is 9, 1-6 -
Salmo 112 (113) - Lc 1, 26-38
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco;
bendita sois Vós entre as mulheres.
16 agosto S. ESTÊVÃO DA HUNGRIA
Nasceu na Panónia cerca do ano 969; tendo recebido o Batismo,
foi coroado rei da Hungria no ano 1000. No seu reino foi justo, pacífico e
piedoso, observando com toda a diligência as leis da Igreja e procurando sempre
o bem dos súbditos. Fundou vários episcopados e auxiliou com o máximo zelo a
vida da Igreja. Morreu em Szekesfehérvar no ano 1038.
17 agosto S. BEATRIZ DA SILVA, virgem
Filha de pais portugueses, nasceu em Ceuta (África
Setentrional) por volta de 1426. Ainda jovem, veio para Campo Maior (Portugal)
e daqui passou à corte de Castela em 1447 como dama de honor da Infanta D.
Isabel de Portugal. Para se poder dedicar a uma vida cristã mais perfeita,
retirou se da corte para um mosteiro de Toledo, onde permaneceu mais de 30
anos. Em 1484 fundou o Instituto que mais tarde tomou o título da Imaculada
Conceição de Nossa Senhora (Concecionistas) e que foi aprovado pelo papa
Inocêncio VIII em 1489. Pouco depois de fazer profissão religiosa, faleceu com
fama de santidade. Foi canonizada por Paulo VI a 3 de Outubro de 1976.
19 agosto S. JOÃO EUDES, presbítero
Nasceu na diocese de Séez (França) no ano 1601; recebeu a
ordenação sacerdotal e dedicou se durante vários anos à pregação nas paróquias.
Fundou duas Congregações: uma destinada à formação sacerdotal dos seminaristas
e outra para a educação das mulheres cuja vida cristã corria perigo. Fomentou
com particular zelo a devoção aos Corações de Jesus e de Maria. Morreu em 1680.
20 agosto S. BERNARDO, abade e doutor da Igreja
Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma
piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi
eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua atividade
e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos
religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa
para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e
ascética. Morreu em 1153.
21 agosto S. PIO X, papa
Nasceu na aldeia de Riese, na região de Veneza, em 1835.
Depois de ter desempenhado santamente o ministério sacerdotal, foi
sucessivamente bispo de Mântua, patriarca de Veneza e papa eleito no ano 1903.
Adotou como lema do seu pontificado «Instaurare omnia in Christo», ideal que de
facto orientou a sua ação pontifícia, na simplicidade de espírito, pobreza e
fortaleza, dando assim um novo incremento à vida cristã na Igreja. Teve também
de combater energicamente contra os erros que nela se infiltravam. Morreu no
dia 20 de Agosto de 1914.
Participar no
encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus é
encontrar-se, hoje, com esse Cristo que veio ao encontro dos homens e que
tornou presente na sua “carne” (na sua pessoa física) uma vida feita amor,
partilha, entrega, até ao dom total de si mesmo na cruz (“sangue”). Participar
no encontro eucarístico, “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus, é
acolher, assimilar e interiorizar essa proposta de vida, aceitar que ela é um
caminho para a felicidade, para a realização plena do homem, para a vida
definitiva.
Sentar-se à mesa da
Eucaristia é também identificar-se com Jesus, viver em união com Ele. Na
Eucaristia, o alimento servido é o próprio Cristo. Por isso, é a própria vida
de Cristo que passa a circular nas veias dos crentes. Quem acolhe essa vida que
Jesus oferece torna-se, portanto, um com Ele. Comer cada domingo (ou cada dia)
à mesa com Jesus desse alimento que Ele próprio dá e que é a sua pessoa, leva
os crentes a uma comunhão total de vida com Jesus e a fazer parte da família do
próprio Jesus. Convém termos consciência desta realidade: celebrar a Eucaristia
é aprofundarmos os laços familiares que nos unem a Jesus, identificarmo-nos com
Ele, deixarmos que a sua vida circule em nós. Este crente, identificado com
Cristo, torna-se uma pessoa nova, à imagem de Cristo.
O “comer a carne” e
“beber o sangue” de Jesus implica um compromisso com esse mesmo projeto que
Jesus procurou concretizar em toda a sua vida, em todos os seus gestos, em
todas as suas palavras. Como Jesus, o crente que celebra a Eucaristia tem de
levar ao mundo e aos homens essa vida que aí recebe… Tem de lutar, como Jesus,
contra a injustiça, o egoísmo, a opressão, o pecado; tem de esforçar-se, como
Jesus, por eliminar tudo o que desfeia o mundo e causa sofrimento e morte; tem
de construir, como Jesus, um mundo de liberdade, de amor e de paz; tem de
testemunhar, como Jesus, que a vida verdadeira é aquela que se faz amor,
serviço, partilha, doação até às últimas consequências. Se a Eucaristia for, de
facto, uma experiência profunda e sentida de adesão a Cristo e ao seu projeto,
dela resultará o imperativo de uma entrega semelhante à de Cristo em favor dos
nossos irmãos e da construção de um mundo novo.
22 agosto VIRGEM
SANTA MARIA, RAINHA
A festa
litúrgica da Virgem Santa Maria foi instituída por Pio XII. Celebra-se na
oitava da Assunção de N.ª Senhora, para manifestar claramente a conexão que
existe entre a realeza de Maria e a sua Assunção ao céu.