1 de maio de 2015

Os Mistérios do Rosário e a Alegria do Evangelho: Mistérios da dor (Terças e Sextas-feiras)

“Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora
 (EG 270)
1. A Agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras

Leitura bíblica: “Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani, e Jesus disse aos seusdiscípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar». Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai». Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d'Ele aquela hora. Jesus dizia: «Abbá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres»” (Mc 14,32-37).

Meditação: “Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão não está plenamente confiado no triunfo. Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos. Embora com a dolorosa consciência das próprias fraquezas, há que seguir em frente, sem se dar por vencido, e recordar o que disse o Senhor a São Paulo: «Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza» (2Cor 12, 9)” (EG 85).

Prece: “Recebei-me, ó Rainha incomparável; acolhei-me debaixo da vossa proteç ão ; s corre i -me em todas as minha s necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora da minha morte” (Papa Francisco, Ato de consagração a Nossa Senhora da Aparecida, 24-12-2013).

2. A Flagelação de Jesus

Leitura bíblica: “Pilatos, desejando agradar à multidão, soltoulhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-O para ser crucificado” (Mc 15,15).

Meditação: “Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo. Os evangelizadores contraem assim o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua voz” (EG 24). “Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora dos
outros. Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos verdadeiramente entrar em contacto com a vida concreta dos outros e conhecermos a força da ternura” (EG 270).

Prece: “Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor, estou chateado com este, com aquela. Peço-vos por ele e por ela». Rezar pela pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização. Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno” (EG 101).
a Alegria do Evangelho
3. A Coroação de Espinhos

Leitura bíblica: “Os soldados levaram Jesus para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a côrte. Revestiram-n'O com um manto de púrpura e puseram-lhe nacabeça uma coroa de espinhos, que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l'O: «Salve, rei dos judeus»” (Mc 15,16-18).

Meditação: “O ideal cristão convidará sempre a superar a suspeita, a desconfiança permanente, o medo de sermos invadidos, as atitudes defensivas que nos impõe o mundo atual. Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade confortável ou no círculo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da dimensão social do Evangelho. Entretanto o Evangelho convida-nos sempre a abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que interpela, com os seus sofrimentos e as suas reivindicações, com a sua alegria contagiosa permanecendo lado a lado” (EG 88).

Prece: Maria, Mãe da Consolação, dai-nos a força da Vossa ternura, para que saibamos tocar e curar com amor, a carne sofredora do Vosso Filho, na miséria dos outros (cf. EG 270).
Rosário e a Alegria do Evangelho

4. Jesus a Caminho do Calvário

Leitura bíblica: “Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos»” (Lc 23,27.28).

Meditação: “Maria é a mulher de fé, que vive e caminha na fé, e «a sua excecional peregrinação da fé representa um ponto de referência constante para a Igreja»” (EG 287). “A comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar». Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização patenteia muita paciência, e evita deter-se a considerar as limitações” (EG 24).

Prece: “Maria, Vós que tendes o coração trespassado pela espada e compreendeis todas as penas” ( c f . E G 2 8 6 ) , “Vós, que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável” (EG 288), ajudai-nos, para que “não deixemos cair os braços” (EG 151), perante as dificuldades mais duras da vida.

5. Crucifixão e Morte de Jesus

Leitura bíblica: “Crucificaram com Jesus dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. (…) Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». Alguns dos presentes disseram: «Está a chamar por Elias». Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem tirá-lo dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou”. (Mc 15,27.33-37)

Meditação: “Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias” (EG 6).
Rosário e a Alegria do Evangelho
Prece: “Mãe de todos, sinal de esperança para os povos que sofrem as dores do parto até que germine a justiça” (EG 286), intercedei por nós, nos momentos mais obscuros, para que “não deixemos que nos roubem a esperança” (EG 86).

Oh Maria, concebida sem pecado,          Rogai por nós que recorremos a vós.                    Avé Maria…

Oh Maria, refúgio dos pecadores,           Rogai a Jesus por nós, pecadores.                          Avé, Maria…

Oh Maria, Rainha da Paz,                            Rogai por nós.                                                                 Avé, Maria…

Salvé, Rainha…

Oh Senhora minha

Oração final

“Virgem e Mãe Maria, Vós que, movida pelo Espírito, acolhestes o Verbo da vida
na profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a dizer o nosso «sim»
perante a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.

Vós, cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João o Batista, fazendo-o exultar no seio de sua mãe.
Vós, estremecendo de alegria, cantastes as maravilhas do Senhor.
Vós, que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável,
e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito
para que nascesse a Igreja evangelizadora.

Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que vence a morte.
Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da beleza que não se apaga.

Vós, Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas intercedei pela Igreja,
da qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixão por instaurar o Reino.

Estrela da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão,
do serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres,
para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua luz.


Mãe do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos, rogai por nós.  Ámen. Aleluia”! (EG 288)