“Jesus
quer que toquemos a miséria humana, que toquemos a carne sofredora
“
(EG 270)
1.
A Agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras
Leitura
bíblica: “Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada
Getsémani, e Jesus disse aos seusdiscípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou
orar». Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia.
Disse-lhes então: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e
vigiai». Adiantando-se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível,
se afastasse d'Ele aquela hora. Jesus dizia: «Abbá, Pai, tudo Te é possível:
afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu
queres»” (Mc 14,32-37).
Meditação:
“Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é
a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados
com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão não está plenamente
confiado no triunfo. Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da
batalha e enterra os seus talentos. Embora com a dolorosa consciência das
próprias fraquezas, há que seguir em frente, sem se dar por vencido, e recordar
o que disse o Senhor a São Paulo: «Basta-te a minha graça, porque a força
manifesta-se na fraqueza» (2Cor 12, 9)” (EG 85).
Prece:
“Recebei-me, ó Rainha incomparável; acolhei-me debaixo da vossa
proteç ão ; s corre i -me em todas as minha s necessidades, espirituais e temporais,
sobretudo na hora da minha morte” (Papa Francisco, Ato de consagração a Nossa
Senhora da Aparecida, 24-12-2013).
2.
A Flagelação de Jesus
Leitura
bíblica: “Pilatos, desejando agradar à multidão, soltoulhes Barrabás;
e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-O para ser crucificado” (Mc
15,15).
Meditação:
“Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida
diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se for necessário – até à
humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de Cristo no povo.
Os evangelizadores contraem assim o «cheiro de ovelha», e estas escutam a sua
voz” (EG 24). “Às vezes sentimos a tentação de ser cristãos, mantendo uma
prudente distância das chagas do Senhor. Mas Jesus quer que toquemos a miséria
humana, que toquemos a carne sofredora dos
outros.
Espera que renunciemos a procurar aqueles abrigos pessoais ou comunitários que
permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos
verdadeiramente entrar em contacto com a vida concreta dos outros e conhecermos
a força da ternura” (EG 270).
Prece:
“Todos nós provamos simpatias e antipatias, e talvez neste
momento estejamos chateados com alguém. Pelo menos digamos ao Senhor: «Senhor,
estou chateado com este, com aquela. Peço-vos por ele e por ela». Rezar pela
pessoa com quem estamos irritados é um belo passo rumo ao amor, e é um ato de evangelização.
Façamo-lo hoje mesmo. Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno” (EG
101).
a
Alegria do Evangelho
3.
A Coroação de Espinhos
Leitura
bíblica: “Os soldados levaram Jesus para dentro do palácio,
que era o pretório, e convocaram toda a côrte. Revestiram-n'O com um manto de
púrpura e puseram-lhe nacabeça uma coroa de espinhos, que haviam tecido. Depois
começaram a saudá-l'O: «Salve, rei dos judeus»” (Mc 15,16-18).
Meditação:
“O ideal cristão convidará sempre a superar a suspeita, a
desconfiança permanente, o medo de sermos invadidos, as atitudes defensivas que
nos impõe o mundo atual. Muitos tentam escapar dos outros fechando-se na sua privacidade
confortável ou no círculo reduzido dos mais íntimos, e renunciam ao realismo da
dimensão social do Evangelho. Entretanto o Evangelho convida-nos sempre a
abraçar o risco do encontro com o rosto do outro, com a sua presença física que
interpela, com os seus sofrimentos e as suas reivindicações, com a sua alegria
contagiosa permanecendo lado a lado” (EG 88).
Prece:
Maria, Mãe da Consolação, dai-nos a força da Vossa ternura, para
que saibamos tocar e curar com amor, a carne sofredora do Vosso Filho, na
miséria dos outros (cf. EG 270).
Rosário
e a Alegria do Evangelho
4.
Jesus a Caminho do Calvário
Leitura
bíblica: “Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas
mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas
e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós
mesmas e pelos vossos filhos»” (Lc 23,27.28).
Meditação:
“Maria é a mulher de fé, que vive e caminha na fé, e «a sua
excecional peregrinação da fé representa um ponto de referência constante para
a Igreja»” (EG 287). “A comunidade evangelizadora dispõe-se a «acompanhar».
Acompanha a humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados
que sejam. Conhece as longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização
patenteia muita paciência, e evita deter-se a considerar as limitações” (EG
24).
Prece:
“Maria, Vós que tendes o coração trespassado pela espada e
compreendeis todas as penas” ( c f . E G 2 8 6 ) , “Vós, que permanecestes
firme diante da Cruz com uma fé inabalável” (EG 288), ajudai-nos, para que “não
deixemos cair os braços” (EG 151), perante as dificuldades mais duras da vida.
5.
Crucifixão e Morte de Jesus
Leitura
bíblica: “Crucificaram com Jesus dois salteadores, um à direita e outro à
esquerda. (…) Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até
às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
«Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?». Alguns dos presentes disseram:
«Está a chamar por Elias». Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e,
pondo-a na ponta duma cana, deu-lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem
tirá-lo dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou”. (Mc
15,27.33-37)
Meditação:
“Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem
Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas
as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e
transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce
da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados.
Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves
dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a
alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo
no meio das piores angústias” (EG 6).
Rosário e a Alegria do Evangelho
Prece:
“Mãe de todos, sinal de esperança para os povos que sofrem as
dores do parto até que germine a justiça” (EG 286), intercedei por nós, nos
momentos mais obscuros, para que “não deixemos que nos roubem a esperança” (EG
86).
Oh Maria, concebida sem pecado, Rogai por nós que recorremos a vós. Avé Maria…
Oh Maria, refúgio dos pecadores, Rogai a Jesus por nós, pecadores. Avé, Maria…
Oh Maria, Rainha da Paz, Rogai por nós. Avé,
Maria…
Salvé,
Rainha…
Oh
Senhora minha…
Oração
final
“Virgem
e Mãe Maria, Vós que, movida pelo Espírito, acolhestes o Verbo da vida
na
profundidade da vossa fé humilde, totalmente entregue ao Eterno, ajudai-nos a
dizer o nosso «sim»
perante
a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.
Vós,
cheia da presença de Cristo, levastes a alegria a João o Batista, fazendo-o
exultar no seio de sua mãe.
Vós,
estremecendo de alegria, cantastes as maravilhas do Senhor.
Vós,
que permanecestes firme diante da Cruz com uma fé inabalável,
e
recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes
os discípulos à espera do Espírito
para
que nascesse a Igreja evangelizadora.
Alcançai-nos
agora um novo ardor de ressuscitados para levar a todos o Evangelho da vida que
vence a morte.
Dai-nos
a santa ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da
beleza que não se apaga.
Vós,
Virgem da escuta e da contemplação, Mãe do amor, esposa das núpcias eternas intercedei
pela Igreja,
da
qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua
paixão por instaurar o Reino.
Estrela
da nova evangelização, ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão,
do
serviço, da fé ardente e generosa, da justiça e do amor aos pobres,
para
que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia
fique privada da sua luz.
Mãe
do Evangelho vivente, manancial de alegria para os pequeninos,
rogai por nós.
Ámen. Aleluia”! (EG 288)