Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos
fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos
mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a
salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3° Domingo da
Páscoa procura responder.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e
continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos
discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial - no encontro comunitário,
no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da
Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço -
que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado.
Depois desse "encontro", os discípulos são convidados a dar
testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.
A primeira leitura apresenta-nos, precisamente, o
testemunho dos discípulos sobre Jesus. Depois de terem mostrado, em gestos
concretos, que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação,
Pedro e João convidam os seus interlocutores a acolherem a proposta de vida que
Jesus lhes faz. O que é preciso fazer para que essa oferta de salvação que Deus
continua a fazer se torne efetiva? É necessário "arrepender-se" e
"converter-se". Estes dois verbos definem o movimento de reorientar a
vida para Deus, de forma a que Deus passe a estar no centro da vida do homem e
o homem passe a "dar ouvidos" às propostas de Deus e a viver de
acordo com os projetos de Deus. Ora, uma vez que Cristo é a manifestação de
Deus, "arrepender-se" e "converter-se" significa aderir à
pessoa de Cristo, crer n'Ele, acolher o projeto que Ele traz, entrar no Reino
que Ele anuncia e propõe.
A segunda leitura lembra que o cristão, depois de
encontrar Jesus e de aceitar a vida que Ele oferece, tem de viver de forma
coerente com o compromisso que assumiu E essa coerência deve manifestar-se no
reconhecimento da debilidade e da fragilidade que fazem parte da realidade
humana e num esforço de fidelidade aos mandamentos de Deus.
Liturgia da Palavra do Domingo III de Páscoa
I Leitura Atos
3, 13-15.17-19
«Matastes
o autor da vida; mas Deus ressuscitou-o dos mortos»
O
plano da salvação, traçado por Deus, cumpriu-se em Jesus Cristo, que realizou
todas as profecias do Antigo Testamento. Contudo perante o desígnio de Deus, a
atitude dos judeus é de incompreensão: do verdadeiro Servo de Deus fizeram o
«Servo sofredor».
Mas
Deus ressuscitou Jesus! Ele está vivo e continua a Sua obra de restauração da
humanidade. Aqueles que não reconheceram o Messias, quando estava entre eles,
têm agora a possibilidade de se converter, pois a Sua ação renovadora continua
através dos Sacramentos.
Salmo 4
Fazei brilhar sobre nós, Senhor, a luz do vosso rosto.
II Leitura: 1 Jo 2, 1-5a
«Ele é a vítima de propiciação pelos nossos pecados e também
pelos do mundo inteiro»
Vencer o mal e responder, de modo perfeito, a Deus, é um
ideal que ultrapassa as nossas forças. Não devemos, porém, desanimar. Com
efeito, Jesus Cristo, para nos livrar do mal, aceitou ser vítima de expiação
por todos nós, tornando-se assim o nosso advogado, o nosso intercessor junto do
Pai. Só Ele pode fortificar a nossa fé e sustentar a nossa fidelidade.
Exige-se-nos apenas que amemos a Cristo, esforçando-nos por traduzir a nossa
fidelidade pela observância dos Seus mandamentos.
Aclamação ao Evangelho Lc 24, 32
Senhor Jesus, abri-nos as Escrituras, falai-nos e inflamai o
nosso coração.
Evangelho Lc 24,
35-48
«Assim
está escrito que o Messias havia de sofrer
e
de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia»
Jesus
aparece, visivelmente, aos Apóstolos e convida-os a tocarem o Seu corpo
glorificado, a fim de que não subsistam dúvidas acerca da realidade corporal da
Sua Ressurreição. Ele não é apenas um espírito imortalizado. Ele ressuscitou
também no Seu corpo, como o provam as cicatrizes da Paixão e a refeição tomada
diante deles.
A
salvação alcançada por Jesus é, na verdade, total. Não abrange apenas a alma.
Também o nosso corpo será glorificado. O que é necessário é que o cristão saiba
sempre respeitar o seu corpo. Só assim a renovação iniciada com os Sacramentos
se tornará, no futuro, «glória incorruptível».
Jesus ressuscitou
verdadeiramente, ou a ressurreição é fruto da imaginação dos discípulos? Como é
possível ter a certeza da ressurreição? Como encontrar Jesus ressuscitado? Nós,
como os primeiros discípulos, temos de percorrer o nem sempre claro caminho da
fé, até chegarmos à certeza da ressurreição. Chega-se ao encontro com o Senhor
ressuscitado inserindo-nos nesse contexto em que Jesus Se revela - no encontro comunitário,
no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da
Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço. É
nesse "caminho" que vamos encontrando Cristo vivo, atuante, presente
na nossa vida.
É que Cristo continua
presente no meio da sua comunidade em marcha pela história. Quando a comunidade
se reúne para escutar a Palavra, Ele está presente e explica aos seus
discípulos o sentido das Escrituras. Não sentimos, tantas vezes, a presença de
Cristo a indicar-nos caminhos de vida nova e a encher o nosso coração de
esperança quando lemos e meditamos a Palavra de Deus? Não sentimos o coração
cheio de paz - a paz que Jesus ressuscitado oferece aos seus - quando escutamos
e acolhemos as propostas de Deus, quando procuramos conduzir a nossa vida de
acordo com o plano de Deus?
O Ressuscitado
continua a "sentar-se à mesa" com os seus discípulos, a estabelecer
laços com eles, a partilhar as suas inquietações, anseios, dificuldades e
esperanças, sempre solidário com a sua comunidade. Podemos descobrir este Jesus
ressuscitado que se senta à mesa com os homens sempre que a comunidade se reúne
à mesa da Eucaristia, para partilhar esse pão que Jesus deixou e que nos faz
tomar consciência da nossa comunhão com Ele e com os irmãos.
Jesus lembra aos
discípulos: "vós sois as testemunhas de todas estas coisas". O
testemunho que Cristo nos pede passa, mais do que pelas palavras, pelos nossos
gestos. Jesus vem, hoje, ao encontro dos homens e oferece-lhes a salvação
através dos nossos gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor sem
limites. São esses gestos que testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo
está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
Palavra de Deus para a semana de 20 a 25 de abril
20
Seg
Act 6, 8-15
- Salmo 118 (119) - Jo 6, 22-29
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus
21
Ter
S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja – MF
Act 7, 51 –
8, 1ª - Salmo 30 (31) - Jo 6, 30-35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor;
quem vem a Mim nunca mais terá fome.
22
Qua
Act 8, 1b-8
- Salmo 65 (66) - Jo 6, 35-40
Quem acredita no Filho de Deus tem a vida eterna:
Eu o ressuscitarei no último dia, diz o Senhor.
23
Qui
S. Jorge, mártir – MF S. Adalberto, bispo e mártir – MF
Act 8,
26-40 - Salmo 65 (66) - Jo 6, 44-51
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
24
Sex
S. Fiel de Sigmaringa, presbítero e mártir – MF
Act 9, 1-20
- Salmo 116 (117) - Jo 6, 52-59
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor.
25
Sáb
S. Marcos, Evangelista – FESTA
1 Pedro 5,
5b-14 - Salmo 88 (89) - Mc 16, 15-20
Nós pregamos Cristo crucificado, poder de Deus e
sabedoria de Deus.
20
Seg
|
Act 6, 8-15
- Salmo 118 (119) - Jo 6, 22-29
Nem só de pão vive o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus |
21
Ter |
S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja – MF
Act 7, 51 –
8, 1ª - Salmo 30 (31) - Jo 6, 30-35
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor;
quem vem a Mim nunca mais terá fome. |
22
Qua
|
Act 8, 1b-8
- Salmo 65 (66) - Jo 6, 35-40
Quem acredita no Filho de Deus tem a vida eterna:
Eu o ressuscitarei no último dia, diz o Senhor. |
23
Qui
|
S. Jorge, mártir – MF S. Adalberto, bispo e mártir – MF
Act 8,
26-40 - Salmo 65 (66) - Jo 6, 44-51
Eu sou o pão vivo descido do Céu, diz o Senhor.
Quem comer deste pão viverá eternamente. |
24
Sex
|
S. Fiel de Sigmaringa, presbítero e mártir – MF
Act 9, 1-20
- Salmo 116 (117) - Jo 6, 52-59
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e Eu nele, diz o Senhor. |
25
Sáb
|
S. Marcos, Evangelista – FESTA
1 Pedro 5,
5b-14 - Salmo 88 (89) - Mc 16, 15-20
Nós pregamos Cristo crucificado, poder de Deus e
sabedoria de Deus. |
PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO IV DA PÁSCOA
Actos
4, 8-12 «Em nenhum
outro há salvação»
Salmo 117
(118) A pedra que
os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular.
1
Jo 3, 1-2 «Veremos a
Deus tal como Ele é»
Jo
10, 11-18 «O Bom Pastor
dá a vida pelas suas ovelhas»
Intenções para a Eucaristia de 19 de abril (10:00h)
Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e Silva;
Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel da Silva Pinto e seus familiares;
António Soares Pinheiro; Joaquim Santos (falecido em Tuias); José Gomes de
Araújo; Associados da Mensagem de Fátima; Ação de Graças e familiares de Maria
José Luís, do Lameu
Intenções para a Eucaristia de 19 de abril (9:30h)
Manuel Pinto da Costa; José Pinto da Silva; Maria
Emília Ferreira, da Sra. da Piedade; Manuel Vieira Ribeiro, pais e sogros;
Manuel Alfredo da Fonseca Soares; Alexandre Joaquim Soares; Fernando Pinto
Melo; Fernando Moreira Caetano; Joaquim Moreira e esposa, do Alto; Maria Luísa
de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e esposa, das Regadas; Gualter
Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal Teixeira; Maria da Conceição
Aguiar Pinto e marido; Aniversário natalício de Ana de Jesus Bernardo; António
Pereira de Freitas e esposa
Agenda
26 abr
- Domingo IV da Páscoa – Eucaristia, Igreja, 9:30h
Para os cristãos, Jesus não é
uma figura do passado, que a morte venceu e que ficou sepultado no museu da
história; mas é alguém que continua vivo, sempre presente nos caminhos do
mundo, oferecendo aos homens uma proposta de vida verdadeira, plena, eterna.
Como é que os nossos irmãos que caminham ao nosso lado podem descobrir que
Jesus está vivo e fazer uma experiência de encontro com Cristo ressuscitado?
Através de documentos históricos que demonstrem cientificamente a realidade da
ressurreição? Para Lucas, o fator decisivo para que os homens descubram que
Cristo está vivo é o testemunho dos discípulos. Jesus está vivo e apresenta-se
aos homens do nosso tempo nos gestos de amor, de partilha, de solidariedade, de
perdão, de acolhimento que os cristãos são capazes de fazer; Jesus está vivo e
atua hoje no mundo, quando os cristãos se comprometem na luta pela paz, pela
justiça, pela liberdade, pelo nascimento de um mundo mais humano, mais
fraterno, mais solidário; Jesus está vivo e continua a realizar aqui e agora o
projeto de salvação de Deus, quando os seus cristãos oferecem aos coxos a possibilidade
de avançar em direção a um futuro de esperança, oferecem aos que vivem nas
trevas a capacidade de encontrar a luz e a verdade, oferecem aos prisioneiros a
possibilidade de ter voz e de decidir livremente o seu futuro.
O cristão é uma pessoa que aceitou o convite de Deus para
escolher a luz e que tem de viver, dia a dia, de forma coerente com o
compromisso que assumiu. Não pode comprometer-se com Deus e conduzir a sua vida
por caminhos de orgulho, de autossuficiência, de indiferença face a Deus e às suas
propostas. A vida do cristão não pode ser uma vida de "meias-tintas",
de comodismo, de opções volúveis, de oportunismos, mas tem de ser uma vida
consequente, comprometida, exigente.