Louvai o Senhor, que salva os corações atribulados.
Que sentido têm o
sofrimento e a dor que acompanham a caminhada do homem pela terra? Qual a
“posição” de Deus face aos dramas que marcam a nossa existência? A liturgia do
5º Domingo do Tempo Comum garante-nos que o projeto de Deus para o homem não é
um projeto de morte, mas é um projeto de vida verdadeira, de felicidade sem
fim.
Na primeira leitura, um
crente chamado Job comenta, com amargura e desilusão, o facto de a sua vida
estar marcada por um sofrimento atroz e de Deus parecer ausente e indiferente
face ao desespero em que a sua existência decorre… Apesar disso, é a Deus que
Job se dirige, pois sabe que Deus é a sua única esperança e que fora d’Ele não
há possibilidade de salvação. A oração de Job está carregada de desespero, de amargura e de revolta
contra esse Deus incompreensível e prepotente que Se recusa a pôr um fim ao
drama do seu amigo Job. O grito de revolta de Job brota de um coração dolorido
e sem esperança e é a expressão da angústia de um homem que, na sua miséria, se
sente injustiçado e condenado pelo próprio Deus; mas é também o grito do crente
que sabe que só em Deus pode encontrar a esperança e o sentido para a sua
existência.
A segunda leitura sublinha,
especialmente, a obrigação que os discípulos de Jesus assumiram no sentido de
testemunhar diante de todos os homens a proposta libertadora de Jesus. Na sua ação
e no seu testemunho, os discípulos de Jesus não podem ser guiados por
interesses pessoais, mas sim pelo amor a Deus, ao Evangelho e aos irmãos.
A partir do momento
em que encontrou Cristo e escutou o seu desafio, Paulo foi convocado para evangelizar.
Ele apaixonou-se por Cristo, pelo seu projeto de libertação em favor de todos
os homens; e essa “paixão” obriga-o a dar testemunho da Boa Nova de Jesus.
No Evangelho manifesta-se a
eterna preocupação de Deus com a felicidade dos seus filhos. Na ação
libertadora de Jesus em favor dos homens, começa a manifestar-se esse mundo
novo sem sofrimento, sem opressão, sem exclusão que Deus sonhou para os homens.
Os “milagres” de Jesus anunciam que Deus quer criar um mundo novo, onde não há
impuros, nem proscritos, nem condenados; anunciam uma nova era, de homens
novos, vivendo a plenitude da vida e da felicidade. É isso que Jesus veio
fazer, e é essa a missão que os discípulos de Jesus devem procurar concretizar
na terra.
Liturgia da Palavra do Domingo V do Tempo Comum
I Leitura Job 7, 1-4.6-7
«Agito-me
angustiado até ao crepúsculo»
Job
é o tipo de todo o homem que sofre e que não sabe encontrar explicação para o
sofrimento. No entanto, ele sabe que o Senhor não é estranho a esse sofrimento;
por isso, se abandona nas suas mãos, invocando-O e esperando a sua resposta. Se
Job tivesse conhecido a Paixão de Cristo seguida da Ressurreição, teria encontrado
resposta mais completa para a sua dor!
Salmo 146
(147)
Louvai o Senhor,
que salva os corações atribulados
II Leitura: 1 Cor 9, 16-19.22-23
«Ai de mim se não evangelizar!»
O que leva S. Paulo a pregar o Evangelho é exclusivamente a
consciência que tem de que o deve pregar para salvação de todos. Até o direito
que tem de ser assistido materialmente pelos irmãos ele rejeita, para ficar
mais livre na sua pregação. E é na fidelidade à urgência deste serviço na fé e
no amor a Cristo que ele experimenta a alegria da liberdade.
Aclamação ao Evangelho Mt 8, 17
Cristo suportou as nossas enfermidades e tomou sobre Si as
nossas dores.
Evangelho Mc
1, 29-39
«Curou
muitas pessoas, atormentadas por várias doenças»
Ao
contrário de Job, sofredor e incapaz de superar o mal, Jesus cura as doenças e
expulsa os demónios. Assim Se afirma Senhor da vida e da morte, e anuncia desde
já a ressurreição. E quer levar esta Boa Nova a toda a parte; por isso, não se
deixa ficar preso pelos interesses, sempre limitativos, dos seus beneficiários,
mas alarga a sua acção a todos os lados. Todavia esta actividade tão intensa
não O impede de procurar um lugar ermo para aí orar ao Pai.
O projeto de Deus
para os homens e para o mundo não é um projeto de morte, mas de vida; o objetivo
de Deus é conduzir os homens ao encontro desse mundo novo (o “Reino de Deus”)
de onde estão ausentes o sofrimento, a maldição e a exclusão, e onde cada
pessoa tem acesso à vida verdadeira, à felicidade definitiva, à salvação.
Talvez nem sempre entendamos o sentido do sofrimento que nos espera em cada
esquina da vida; talvez nem sempre sejam claros, para nós, os caminhos por onde
se desenrolam os projetos de Deus… Mas Jesus veio garantir-nos absolutamente o
empenho de Deus na felicidade e na libertação do homem. Resta-nos confiar em
Deus e entregarmo-nos ao seu amor.
O encontro com Jesus
e com o “Reino” é sempre uma experiência libertadora. Aceitar o convite de
Jesus para O seguir e para se tornar “discípulo” significa a rutura com as
cadeias de egoísmo, de orgulho, de comodismo, de autossuficiência, de
injustiça, de pecado que impedem a nossa felicidade e que geram sofrimento,
opressão e morte nas nossas vidas e nas vidas dos nossos irmãos. Quem se
encontra com Jesus, escuta e acolhe a sua mensagem e adere ao “Reino”, assume o
compromisso de conduzir a sua vida pelos valores do Evangelho e passa a viver
no amor, no perdão, na tolerância, no serviço aos irmãos. É um “levantar-se”,
um ressuscitar para a vida nova e eterna.
O exemplo de Jesus
mostra que o aparecimento do “Reino de Deus” está ligado a uma vida de comunhão
e de diálogo com Deus. Rezar não é fugir do mundo ou alienar-se dos problemas
do mundo e dos dramas dos homens… Mas é uma tomada de consciência dos projetos
de Deus para o mundo e um ponto de partida para o compromisso com o “Reino”. Só
na comunhão e no diálogo íntimo com Deus percebemos os seus projetos e
recebemos a força de Deus para nos empenharmos na transformação do mundo. É
preciso, portanto, que o discípulo encontre espaço, na sua vida, para a oração,
para o diálogo com Deus.
Palavra de Deus para a semana de 9 a 14 de fevereiro
9
Seg
Gen 1, 1-19 - Salmo 103 (104) - Mc 6, 53-56
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo
10
Ter
S. Escolástica, virgem – MO
Gen 1, 20 – 2, 4a - Salmo 8 - Mc 7, 1-13
Inclinai o meu coração para as vossas ordens
e dai-me a graça de cumprir a vossa lei.
11
Qua
Nossa Senhora de Lurdes – MF
Gen 2, 4b-9. 15-17 - Salmo 103 (104) - Mc 7, 14-23
A vossa palavra, Senhor, é a verdade: consagrai-nos na
verdade
12
Qui
Gen 2, 18-25 - Salmo 127 (128) - Mc 7, 24-30
Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode
salvar as vossas almas
13
Sex
Gen 3, 1-8 - Salmo 31 (32) - Mc 7, 31-37
Abri, Senhor, o nosso coração, para recebermos a
palavra do vosso Filho
14
Sáb
S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo,
Padroeiros da Europa – FESTA
Act 13, 46-49 - Sal 116 (117) - Lc 10, 1-9
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus.
9
Seg
|
Gen 1, 1-19 - Salmo 103 (104) - Mc 6, 53-56
Jesus proclamava o Evangelho do reino
e curava todas as doenças entre o povo
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10
Ter |
S. Escolástica, virgem – MO
Gen 1, 20 – 2, 4a - Salmo 8 - Mc 7, 1-13
Inclinai o meu coração para as vossas ordens
e dai-me a graça de cumprir a vossa lei.
|
11
Qua
|
Nossa Senhora de Lurdes – MF
Gen 2, 4b-9. 15-17 - Salmo 103 (104) - Mc 7, 14-23
A vossa palavra, Senhor, é a verdade: consagrai-nos na
verdade
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12
Qui
|
Gen 2, 18-25 - Salmo 127 (128) - Mc 7, 24-30
Acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode
salvar as vossas almas
|
13
Sex
|
Gen 3, 1-8 - Salmo 31 (32) - Mc 7, 31-37
Abri, Senhor, o nosso coração, para recebermos a
palavra do vosso Filho
|
14
Sáb
|
S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo,
Padroeiros da Europa – FESTA
Act 13, 46-49 - Sal 116 (117) - Lc 10, 1-9
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus.
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO VI DO TEMPO COMUM
Lev
13, 1-2.44-46 «O leproso
deverá morar à parte, fora do acampamento»
Salmo
31 (32) Sois o meu
refúgio, Senhor; dai-me a alegria da vossa salvação
1
Cor 10, 31 – 11, 1 «Sede meus
imitadores, como eu o sou de Cristo»
Mc
1, 40-45 «A lepra
deixou-o e ele ficou limpo»
Intenções para a Eucaristia de 7 de fevereiro (18:30h)
Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; António da Silva Luís, do Lameu; Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; Rosa de Jesus Carneiro e Martinho Pinto, de Carvalho de Vila; Aniversário natalício de Ricardo Luís e 30.º dia de Palmira Pereira de Jesus; Fernando Pinto Melo; Ação de Graças do
centenário de vida de Eugénia Vieira; Aniversário falecimento de António José
Lino; 7.º dia de Manuel Madureira Vieira
Intenções para a Eucaristia de 15 de fevereiro (10:00h)
Luísa Pereira e marido,
do Alto; Menino Carlos André; Maria da Conceição Soares; José de Azeredo e
Silva; Associados da Mensagem de Fátima; José Araújo, das Lapas; da Associação
por Manuel Madureira Vieira
Agenda
15 fev
-
Domingo VI Tempo Comum - Eucaristia,
Igreja, 10:00h
Como é que um Deus bom, cheio de amor, preocupado com a
felicidade dos seus filhos, Se situa face ao drama do sofrimento humano? A
única resposta honesta é dizer que não temos uma resposta clara e definitiva
para esta questão. O “sábio” autor do livro de Job lembra-nos, contudo, a nossa
pequenez, os nossos limites, a nossa finitude, a nossa incapacidade para
entender os mistérios de Deus e para compreender os caminhos por onde se
desenrolam os projetos de Deus. De uma coisa podemos estar certos: Deus ama-nos
com amor de pai e de mãe e quer conduzir-nos ao encontro da vida verdadeira e
definitiva, da felicidade sem fim… Talvez nem sempre sejamos capazes de
entender os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo quando as coisas não
fazem sentido do ponto de vista da nossa humana lógica, resta-nos confiar no
amor e na bondade do nosso Deus e entregarmo-nos confiadamente nas suas mãos.
Para o cristão, o valor realmente absoluto e ao qual tudo o
resto se deve subordinar é o amor. O cristão sabe que, em certas circunstâncias,
pode ser convidado a renunciar aos próprios direitos e à própria liberdade,
porque a caridade ou o bem dos irmãos assim o exigem. O amor é, para o cristão,
o “bem maior”, em vista do qual ele pode renunciar a “bens menores”. O
discípulo de Jesus não pode impor os seus direitos a qualquer preço, sobretudo
quando esse preço implica desprezar os irmãos.
A expressão “ai de mim
se não anunciar o Evangelho” traduz a atitude de quem descobriu Jesus
Cristo e a sua proposta e sente a responsabilidade por passar essa proposta
libertadora aos outros homens. Implica o dom de si, o esquecimento dos seus
interesses e esquemas pessoais, para fazer da sua vida um dom a Cristo, ao
Reino e aos outros irmãos. Para o discípulo de
Jesus, o amor deve, sempre, estar acima dos próprios interesses e tornar-se
dom, serviço, entrega total.
15 fev
- Domingo VI Tempo Comum - Eucaristia, Igreja, 10:00h
Como é que um Deus bom, cheio de amor, preocupado com a
felicidade dos seus filhos, Se situa face ao drama do sofrimento humano? A
única resposta honesta é dizer que não temos uma resposta clara e definitiva
para esta questão. O “sábio” autor do livro de Job lembra-nos, contudo, a nossa
pequenez, os nossos limites, a nossa finitude, a nossa incapacidade para
entender os mistérios de Deus e para compreender os caminhos por onde se
desenrolam os projetos de Deus. De uma coisa podemos estar certos: Deus ama-nos
com amor de pai e de mãe e quer conduzir-nos ao encontro da vida verdadeira e
definitiva, da felicidade sem fim… Talvez nem sempre sejamos capazes de
entender os caminhos de Deus e a sua lógica… Mas, mesmo quando as coisas não
fazem sentido do ponto de vista da nossa humana lógica, resta-nos confiar no
amor e na bondade do nosso Deus e entregarmo-nos confiadamente nas suas mãos.
Para o cristão, o valor realmente absoluto e ao qual tudo o
resto se deve subordinar é o amor. O cristão sabe que, em certas circunstâncias,
pode ser convidado a renunciar aos próprios direitos e à própria liberdade,
porque a caridade ou o bem dos irmãos assim o exigem. O amor é, para o cristão,
o “bem maior”, em vista do qual ele pode renunciar a “bens menores”. O
discípulo de Jesus não pode impor os seus direitos a qualquer preço, sobretudo
quando esse preço implica desprezar os irmãos.
A expressão “ai de mim
se não anunciar o Evangelho” traduz a atitude de quem descobriu Jesus
Cristo e a sua proposta e sente a responsabilidade por passar essa proposta
libertadora aos outros homens. Implica o dom de si, o esquecimento dos seus
interesses e esquemas pessoais, para fazer da sua vida um dom a Cristo, ao
Reino e aos outros irmãos. Para o discípulo de
Jesus, o amor deve, sempre, estar acima dos próprios interesses e tornar-se
dom, serviço, entrega total.