A liturgia deste domingo sugere-nos uma
reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam.
Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que
ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns
pelos outros.
A primeira leitura fala-nos do profeta
como uma “sentinela”, que Deus colocou a vigiar a cidade dos homens. Atento aos
projetos de Deus e à realidade do mundo, o profeta apercebe-se daquilo que está
a subverter os planos de Deus e a impedir a felicidade dos homens. Como
sentinela responsável alerta, então, a comunidade para os perigos que a
ameaçam. O profeta/sentinela é a prova de que Deus, cada dia, continua a
oferecer ao seu Povo caminhos de salvação e de vida. O profeta/sentinela
demonstra, sem margem para dúvidas, que Deus não quer a morte do pecador, mas
que ele se converta e viva.
Na segunda leitura, Paulo convida os
cristãos de Roma (e de todos os lugares e tempos) a colocar no centro da
existência cristã o mandamento do amor. Trata-se de uma “dívida” que temos para
com todos os nossos irmãos, e que nunca estará completamente saldada. O amor
está no centro de toda a nossa experiência religiosa. No mandamento do amor,
resume-se toda a Lei e todos os preceitos.
O Evangelho deixa clara a nossa
responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros.
Trata-se de um dever que resulta do mandamento do amor. Jesus ensina, no
entanto, que o caminho correto para atingir esse objetivo não passa pela
humilhação ou pela condenação de quem falhou, mas pelo diálogo fraterno, leal,
amigo, que revela ao irmão que a nossa intervenção resulta do amor.
A comunidade de Jesus tem de ser uma
família de irmãos, que vive em harmonia, que dá atenção aos pequenos e aos
débeis, que escuta os apelos e os conselhos do Pai e que vive no amor
Liturgia da Palavra do Domingo XXIII do
Tempo Comum
I Leitura Ez
33, 7-9
«Se não falares
ao ímpio, pedir-te-ei contas do seu sangue»
A
palavra de Deus, anunciada, acreditada, posta em prática, faz nascer o povo de
Deus, a Igreja de Deus. E cada membro deste povo é, por sua vez, anunciador,
profeta, desta palavra de Deus. Por isso, há-de anunciá-la com as suas
palavras, se o puder fazer, mas sempre com a sua vida. Deste modo, cada filho
da Igreja é, ao mesmo tempo, construtor da Igreja.
Salmo
94 (95)
Se
hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.
II
Leitura: Rom 13, 8-10
«A
caridade é o pleno cumprimento da lei»
Toda a lei moral cristã, toda a Lei de Deus, se resume na caridade,
que é o amor segundo Deus. Todos e cada um dos preceitos cristãos são
aplicações concretas desta lei da caridade, que os envolve e os anima a todos.
Aclamação
ao Evangelho 2 Cor 5, 19
Em
Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e
confiou-nos a palavra da reconciliação.
Evangelho: Mt
18, 15-20
«Se te escutar,
terás ganho o teu irmão»
Esta
passagem do Evangelho tem em vista a vida em Cristo dos membros da comunidade
cristã entre si. Desde o início a Igreja sentiu, no meio de si, dificuldades na
vida de comunidade. Onde houver homens, haverá dificuldades de convivência.
Mas, por isso mesmo, essas dificuldades deverão ser resolvidas humanamente, e
sempre à luz de Deus, que é como quem diz, à luz da caridade de Cristo, sempre
em ordem à unidade, e à construção no amor, nunca à destruição. É então, na
unidade, que a comunidade se tornará a morada do Senhor, onde os homens O
poderão encontrar.
A palavra “tolerância” é uma palavra profundamente
cristã, que sugere o respeito pelo outro, pelas suas diferenças, até pelos seus
erros e falhas. No entanto, o que significa “tolerância”? Significa que cada um
pode fazer o mal ou o bem que quiser, sem que tal nos diga minimamente
respeito? Implica recusarmo-nos a intervir quando alguém toma atitudes que
atentam contra a vida, a liberdade, a dignidade, os direitos dos outros? Quer
dizer que devemos ficar indiferentes quando alguém assume comportamentos de
risco, porque ele “é maior e vacinado” e nós não temos nada com isso? Quais são
as fronteiras da “tolerância”? Diante de alguém que se obstina no erro, que
destrói a sua vida e a dos outros, devemos ficar de braços cruzados? Até que
ponto vai a nossa responsabilidade para com os irmãos que nos rodeiam? A
“tolerância” não será, tantas vezes, uma desculpa que serve para disfarçar a
indiferença, a demissão das responsabilidades, o comodismo?
O Evangelho deste domingo sugere a nossa
responsabilidade em ajudar cada irmão a tomar consciência dos seus erros.
Convida-nos a respeitar o nosso irmão, mas a não pactuar com as atitudes
erradas que ele possa assumir. Amar alguém é não ficar indiferente quando ele
está a fazer mal a si próprio; por isso, amar significa, muitas vezes,
corrigir, admoestar, questionar, discordar, interpelar… É preciso amar muito e
respeitar muito o outro, para correr o risco de não concordar com ele, de lhe
fazer observações que o vão magoar; no entanto, trata-se de uma exigência que
resulta do mandamento do amor…
A Igreja
tem o direito e o dever de pronunciar palavras de denúncia e de condenação,
diante de atos que afetam gravemente o bem comum… No entanto, deve distinguir
claramente entre a pessoa e os seus atos errados. As ações erradas devem ser
condenadas; os que cometeram essas ações devem ser vistos como irmãos, a quem
se ama, a quem se acolhe e a quem se dá sempre outra oportunidade de acolher as
propostas de Jesus e de integrar a comunidade do Reino.
Palavra de Deus para a semana de 8 a 13 de setembro
8
Seg
Natividade da Virgem Santa Maria – FESTA
Miq 5,
1-4a ou Rom 8, 28-3 - Salmo 12 - Mt 1, 1-16. 18-23 ou Mt 1, 18-23
Sois ditosa, ó Virgem Santa Maria, sois digníssima de
todos os louvores,
porque de Vós nasceu o sol da justiça, Cristo, nosso
Deus.
9
Ter
S. Pedro Claver, presbítero – MF
Na Diocese do Porto – Aniversário da Dedicação da
Igreja Catedral.
1 Cor 6,
1-11 - Salmo 149 - Lc 6, 12-19
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor.
10
Qua
1 Cor 7,
25-31 - Salmo 44 (45) - Lc 6, 20-26
Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa.
11
Qui
1 Cor 8,
1b-7. 11-13 - Salmo 138 (139) - Lc 6, 27-38
Se nos amarmos uns aos outros,
Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.
12
Sex
Santíssimo Nome de Maria – MF
1 Cor 9,
16-19. 22b-27 - Salmo 83 (84) - Lc 6, 39-42
A vossa palavra, Senhor, é a verdade: consagrai-nos na
verdade.
13
Sáb
S. João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja – MO
1 Cor 10,
14-22 - Salmo 115 (116) - Lc 6, 43-49
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o
Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
8
Seg
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Natividade da Virgem Santa Maria – FESTA
Miq 5,
1-4a ou Rom 8, 28-3 - Salmo 12 - Mt 1, 1-16. 18-23 ou Mt 1, 18-23
Sois ditosa, ó Virgem Santa Maria, sois digníssima de
todos os louvores,
porque de Vós nasceu o sol da justiça, Cristo, nosso
Deus.
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9
Ter |
S. Pedro Claver, presbítero – MF
Na Diocese do Porto – Aniversário da Dedicação da
Igreja Catedral.
1 Cor 6,
1-11 - Salmo 149 - Lc 6, 12-19
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça, diz o Senhor.
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10
Qua
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1 Cor 7,
25-31 - Salmo 44 (45) - Lc 6, 20-26
Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa.
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11
Qui
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1 Cor 8,
1b-7. 11-13 - Salmo 138 (139) - Lc 6, 27-38
Se nos amarmos uns aos outros,
Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito.
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12
Sex
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Santíssimo Nome de Maria – MF
1 Cor 9,
16-19. 22b-27 - Salmo 83 (84) - Lc 6, 39-42
A vossa palavra, Senhor, é a verdade: consagrai-nos na
verdade.
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13
Sáb
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S. João Crisóstomo, bispo e doutor da Igreja – MO
1 Cor 10,
14-22 - Salmo 115 (116) - Lc 6, 43-49
Se alguém Me ama, guardará a minha palavra, diz o
Senhor;
meu Pai o amará e faremos nele a nossa morada.
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XXIV DO TEMPO COMUM
EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ
Num 21, 4b-9 «Quem era mordido, olhava para a serpente de bronze e
ficava curado»
Salmo 77 (78) Não esqueçais as obras do Senhor.
Filip 2, 6-11 «Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Jo 3, 13-17 «O Filho do homem será exaltado»
Intenções para a Eucaristia de 7 de setembro (10:00h)
1.º Aniv. Falec. de Antero Pinto; 30.º dia por Rosa de Jesus Carneiro; Martinho Pinto; João de Jesus Pinto de Requim, mãe e sogros; Natália Fernanda da Silva Alves e seus avós, Margarida Teixeira de Jesus, marido e filho; Maria Rosa Leal Pinheiro; Maria da Graça da Glória, marido e filho; Emídio Luís, Maria da Conceição Alves e filho; António Pinto Melo; Alexandre da Silva Azeredo; Missa de Ação de Graças
Intenções para a Eucaristia de 14 de setembro (10:00h)
José Ferreira Aguiar e Joaquim Ferreira; Familiares de Madalena Teixeira
de Almeida e de António Casimiro Almeida; Luísa Pereira e marido, do Alto;
António Pereira da Silva Guimarães; Carlos André; Maria da Conceição Soares;
José de Azeredo e Silva
Agenda
7 set
- Eucaristia, igreja, 10:00h
14 set
- Eucaristia, igreja, 10:00h
Deus continua a chamar, todos os dias, profetas/sentinelas
que alertem o mundo e os homens. Pelo Batismo, todos nós fomos constituídos
profetas. Recebemos do nosso Deus a missão de dizer aos nossos irmãos que
certos valores que o mundo cultiva e endeusa são responsáveis por muitos dos
dramas que afligem os homens. O que é que devemos denunciar? Tudo aquilo que
contradiz os projetos de Deus. Portanto, o profeta/sentinela tem de ser alguém
que vive em comunhão com Deus, que medita a Palavra de Deus, que dialoga com
Deus e que, nessa intimidade, vai percebendo o que Deus quer para os homens e
para o mundo. Aliás, é dessa relação forte com Deus que o profeta/sentinela
tira também a coragem para falar, para denunciar, para agir. Portanto,
dificilmente seremos fiéis à nossa missão profética sem um relacionamento forte
com Deus.
Na última ceia, despedindo-se dos discípulos, Jesus
resumiu desta forma a proposta que veio apresentar aos homens: “amai-vos uns
aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Este não é “mais um mandamento”, mas é
“o mandamento” de Jesus. O cristão é aquele que, como Cristo, ama sem cálculo,
sem contrapartidas, sem limite, sem medida. Na nossa experiência cristã, só o
amor é essencial; tudo o resto é secundário.
É
importante sentirmos que a nossa dívida de amor nunca está paga. Há sempre mais
um irmão que é preciso amar e acolher; há sempre mais um gesto de solidariedade
que é preciso fazer; há sempre mais um sorriso que podemos partilhar; há sempre
mais uma palavra de esperança que podemos oferecer a alguém.