13 de julho de 2014

Domingo XV Tempo Comum

A semente
é a palavra de Deus
e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.

A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na vida dos crentes.
A primeira leitura garante-nos que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e produz sempre efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios. Assim como a chuva e a neve que descem do céu fecundam a terra e multiplicam a vida nos campos, assim a Palavra de Deus não deixará de se concretizar e de criar vida plena para o Povo de Deus.
A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação. É a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver “segundo o Espírito” e para que ele possa construir o “novo céu e a nova terra” com que sonhamos. Se o homem aderir a Cristo e passar a viver “segundo o Espírito”, superará o destino de maldição e de morte em que o pecado o tinha lançado; então, também o resto da criação será libertado e nascerá o novo céu e a nova terra. Até lá, vai nascendo – no meio da dificuldade e da dor – esse Homem Novo, bem como esse Novo Céu e Nova Terra com que todos sonhamos. Porquê na dificuldade e na dor? Porque a vida “segundo o Espírito” supõe a renúncia ao egoísmo, aos interesses mesquinhos, ao comodismo, ao orgulho e a opção por um caminho de entrega e de dom da própria vida a Deus e aos outros.
O Evangelho propõe-nos, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e exorta-nos a ser uma “boa terra”, disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas dêem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Garante-nos também que o “Reino” proposto por Jesus será uma realidade imparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus. Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes… Há aqueles que têm um coração duro como o chão de terra batida dos caminhos: a Palavra de Jesus não poderá penetrar nessa terra e dar fruto. Há aqueles que têm um coração inconstante, capaz de se entusiasmar instantaneamente, mas também de desanimar perante as primeiras dificuldades: a Palavra de Jesus não pode aí criar raízes. Há aqueles que têm um coração materialista, que dá sempre prioridade à riqueza e aos bens deste mundo: a Palavra de Jesus é aí facilmente sufocada por esses outros interesses dominantes. Há também aqueles que têm um coração disponível e bom, aberto aos desafios de Deus: a Palavra de Jesus é aí acolhida e dá muito fruto. Os verdadeiros discípulos (a “boa terra”) identificam-se com aqueles que escutam as parábolas, as entendem e acolhem a proposta do “Reino”.



Liturgia da Palavra do Domingo XV do Tempo Comum

I Leitura                 Is 55, 10-11
«A chuva faz a terra produzir»

Na terceira leitura deste domingo, o Senhor vai comparar a palavra de Deus à semente, que é lançada à terra. Mas, desde já, nesta primeira leitura, nos é dito, pela boca do profeta, que a semente da palavra tem em si mesma uma força divina que a torna eficaz, cheia de capacidade para que possa produzir todo o alimento de que o homem necessita para o seu espírito.        
               
Salmo     64 (65)
A semente caiu em boa terra e deu muito fruto.

II Leitura:             Rom 8, 18-23
«As criaturas esperam a revelação dos filhos de Deus»

O pecado do homem faz com que toda a criação, de que o homem é a cabeça, participe no estado de escravatura a que ele próprio se reduziu, mas a libertação, que de Deus nos vem por Jesus Cristo, há-de estender-se a todas as criaturas e fazer como que uma nova criação. E assim todos e tudo encontrarão a unidade em Deus, por Jesus Cristo.
               
Aclamação ao Evangelho  
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.


Evangelho:            Mt 13, 1-23
«Saiu o semeador a semear»

Jesus fala em parábolas. Hoje apresenta a do semeador. A palavra de Deus, fonte de vida, continua a ser semeada sobre a terra imensa dos homens, e produzirá muito fruto, se essa terra for capaz de a receber. A palavra vem a nós em cada celebração litúrgica, na leitura individual da Sagrada Escritura, no eco que dentro de nós se faz ouvir a partir das vezes em que, no passado, a escutámos, desde os tempos, talvez distantes, da catequese ou da família onde crescemos, e até nos acontecimentos da vida e na própria voz da criação. Tudo nos repete a palavra de Deus.      

Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimo-nos confiantes, otimistas, com o coração a transbordar de esperança; sentimos que o caminho que Deus nos indica é, efetivamente, um caminho de felicidade e de vida plena … Depois, voltamos à nossa vida do dia a dia e reencontramos a monotonia, os problemas, o desencanto; constatamos que os maus, os corruptos, os violentos, parecem triunfar sempre e nunca são castigados pelo seu egoísmo e prepotência, enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são continuamente vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas promessas de Deus? A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde a estas dúvidas. Ela garante-nos: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre caminhos de vida plena, de vida verdadeira, de liberdade, de felicidade, de paz sem fim.   
Vivemos na era do relógio. “Tempo é dinheiro” – dizemos. Passamos a vida numa correria louca, contando os minutos, sem tempo para as pessoas, sem tempo para Deus, sem tempo para nós. Tornamo-nos impacientes e exigentes; achamos que ser eficiente é ter feito ontem aquilo que é pedido para hoje… E achamos que Deus também deve seguir os nossos ritmos. Queremos que Ele aja imediatamente, que nos resolva logo os problemas, que atue de imediato, ao sabor dos nossos desejos e projetos. É preciso, no entanto, aprender a respeitar o ritmo de Deus, o tempo de Deus
No nosso tempo manifesta-se, cada vez mais, uma preocupação séria com a forma como usamos o mundo que Deus nos ofereceu. Aquilo que nos deve mover, no entanto, não é a simples preocupação com o esgotamento dos recursos, ou com a destruição das condições de habitabilidade do nosso planeta; mas o que nos deve mover é a ideia da fraternidade que deve unir o homem e as outras coisas criadas por Deus. Só quando se instalar essa consciência de fraternidade, podemos libertar toda a criação do egoísmo e da exploração em que o homem a encerrou e fazer aparecer o “novo céu e a nova terra” que se estão já a construir-se na terra, na nossa história, sempre que os seguidores de Jesus aceitam o seu convite e se dispõem a viver “segundo o Espírito”.  

Palavra de Deus para a semana de 14 de julho a 19 de julho  


14
Seg
S. Camilo de Lelis, presbítero – MF
Is 1, 10-17 – Salmo 49 (50) - Mt 10, 34 – 11, 1
Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
15
Ter
S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – MO
Is 7, 1-9 - Salmo 47 (48) - Mt 11, 20-24
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.
16
Qua
Nossa Senhora do Carmo – MO
Is 10, 5-7. 13-16 - Salmo 93 (94) - Mt 11, 25-27
Bendito, sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
17
Qui
Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros, mártires – MO
Is 26, 7-9. 12. 16-19 - Salmo 101 (102) - Mt 11, 28-30
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
18
Sex
B. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
Is 38, 1-6. 21-22. 7-8 - Salmo Is 38 - Mt 12, 1-8
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
19
Sáb
Miq 2, 1-5 - Salmo 9 (10) - Mt 12, 14-21
Em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo
e confiou-nos a palavra da reconciliação

PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM


Sab 12, 13.16-19                

«Após o pecado, dais lugar ao arrependimento»

Salmo     85 (86)                  

Senhor, sois um Deus clemente e compassivo.

Rom 8, 26-27                      

«O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis»

Mt 13, 24-43                       

«Deixai-os crescer ambos até à ceifa»        


Intenções para a Eucaristia de 13 de julho (10:00h)

Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; António da Silva Luís, do Lameu; António Pereira da Silva Guimarães; Carlos André; Luísa Pereira e marido, do Alto; José de Azeredo e Silva; familiares de Madalena Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; 30.º dia por Luís Vieira Azevedo; Aniv. Natalício de João Ferreira; José Ferreira Aguiar; Manuel Duarte Moreira.


Intenções para a Eucaristia de 20 de julho (10:00h)

Maria da Conceição Soares; Emídio Ribeiro; José Gomes de Araújo; Maria da Conceição Moreira, de Vila; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto da Costa; José da Silva Pinto; Associados da Mensagem de Fátima; António Pereira de Freitas e esposa.

Agenda

20 jul
    • Eucaristia, igreja, 10:00h
    • Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h 

A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida, faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar para a Palavra de Jesus e para os valores do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e que preferem um caminho de independência e de auto-suficiência, à margem de Deus e das suas propostas.
A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota nessa pequena camada de terra que aí há, mas que morre rapidamente por falta de raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se entusiasmarem com o “Reino”, mas incapazes de suportarem as contrariedades, as dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que vêem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que rapidamente perdem a coragem e entram num jogo de cedências e de meias tintas quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho.
A semente que caiu entre os espinhos e que foi sufocada por eles, faz-nos pensar em corações materialistas, comodistas, instalados, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade fundamental. É a realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus, fazem do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro Deus a que tudo sacrificam.
A semente que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na aventura do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como Jesus, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de hoje me faz.