é a palavra de Deus
e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.
A liturgia do 15º Domingo do Tempo Comum convida-nos a tomar consciência da importância da Palavra de Deus e da centralidade que ela deve assumir na vida dos crentes.
A primeira leitura garante-nos que a Palavra de Deus é verdadeiramente fecunda e criadora de vida. Ela dá-nos esperança, indica-nos os caminhos que devemos percorrer e dá-nos o ânimo para intervirmos no mundo. É sempre eficaz e produz sempre efeito, embora não atue sempre de acordo com os nossos interesses e critérios. Assim como a chuva e a neve que descem do céu fecundam a terra e multiplicam a vida nos campos, assim a Palavra de Deus não deixará de se concretizar e de criar vida plena para o Povo de Deus.
A segunda leitura apresenta uma temática (a solidariedade entre o homem e o resto da criação. É a Palavra de Deus é que fornece os critérios para que o homem possa viver “segundo o Espírito” e para que ele possa construir o “novo céu e a nova terra” com que sonhamos. Se o homem aderir a Cristo e passar a viver “segundo o Espírito”, superará o destino de maldição e de morte em que o pecado o tinha lançado; então, também o resto da criação será libertado e nascerá o novo céu e a nova terra. Até lá, vai nascendo – no meio da dificuldade e da dor – esse Homem Novo, bem como esse Novo Céu e Nova Terra com que todos sonhamos. Porquê na dificuldade e na dor? Porque a vida “segundo o Espírito” supõe a renúncia ao egoísmo, aos interesses mesquinhos, ao comodismo, ao orgulho e a opção por um caminho de entrega e de dom da própria vida a Deus e aos outros.
O Evangelho propõe-nos, em primeiro lugar, uma reflexão sobre a forma como acolhemos a Palavra e exorta-nos a ser uma “boa terra”, disponível para escutar as propostas de Jesus, para as acolher e para deixar que elas dêem abundantes frutos na nossa vida de cada dia. Garante-nos também que o “Reino” proposto por Jesus será uma realidade imparável, onde se manifestará em todo o seu esplendor e fecundidade a vida de Deus. Diante da Palavra de Jesus, há várias atitudes… Há aqueles que têm um coração duro como o chão de terra batida dos caminhos: a Palavra de Jesus não poderá penetrar nessa terra e dar fruto. Há aqueles que têm um coração inconstante, capaz de se entusiasmar instantaneamente, mas também de desanimar perante as primeiras dificuldades: a Palavra de Jesus não pode aí criar raízes. Há aqueles que têm um coração materialista, que dá sempre prioridade à riqueza e aos bens deste mundo: a Palavra de Jesus é aí facilmente sufocada por esses outros interesses dominantes. Há também aqueles que têm um coração disponível e bom, aberto aos desafios de Deus: a Palavra de Jesus é aí acolhida e dá muito fruto. Os verdadeiros discípulos (a “boa terra”) identificam-se com aqueles que escutam as parábolas, as entendem e acolhem a proposta do “Reino”.Liturgia da Palavra do Domingo XV do Tempo Comum
I Leitura Is 55, 10-11
«A
chuva faz a terra produzir»
Na
terceira leitura deste domingo, o Senhor vai comparar a palavra de Deus à
semente, que é lançada à terra. Mas, desde já, nesta primeira leitura, nos é
dito, pela boca do profeta, que a semente da palavra tem em si mesma uma força
divina que a torna eficaz, cheia de capacidade para que possa produzir todo o
alimento de que o homem necessita para o seu espírito.
Salmo 64
(65)
A semente caiu em boa terra e deu muito fruto.
II Leitura: Rom 8, 18-23
«As criaturas esperam a revelação dos filhos de Deus»
O pecado do homem faz com que toda a criação, de que o homem
é a cabeça, participe no estado de escravatura a que ele próprio se reduziu,
mas a libertação, que de Deus nos vem por Jesus Cristo, há-de estender-se a
todas as criaturas e fazer como que uma nova criação. E assim todos e tudo
encontrarão a unidade em Deus, por Jesus Cristo.
Aclamação ao Evangelho
A semente é a palavra de Deus e o semeador é Cristo.
Quem O encontra viverá eternamente.
Evangelho: Mt 13, 1-23
«Saiu o semeador a semear»
Jesus fala em parábolas. Hoje apresenta a do semeador.
A palavra de Deus, fonte de vida, continua a ser semeada sobre a terra imensa
dos homens, e produzirá muito fruto, se essa terra for capaz de a receber. A
palavra vem a nós em cada celebração litúrgica, na leitura individual da
Sagrada Escritura, no eco que dentro de nós se faz ouvir a partir das vezes em
que, no passado, a escutámos, desde os tempos, talvez distantes, da catequese
ou da família onde crescemos, e até nos acontecimentos da vida e na própria voz
da criação. Tudo nos repete a palavra de Deus.
Quando escutamos a Palavra de Deus, sentimo-nos confiantes,
otimistas, com o coração a transbordar de esperança; sentimos que o caminho que
Deus nos indica é, efetivamente, um caminho de felicidade e de vida plena …
Depois, voltamos à nossa vida do dia a dia e reencontramos a monotonia, os
problemas, o desencanto; constatamos que os maus, os corruptos, os violentos,
parecem triunfar sempre e nunca são castigados pelo seu egoísmo e prepotência,
enquanto que os bons, os justos, os humildes, os pacíficos são continuamente
vencidos, magoados, humilhados… Então perguntamos: podemos confiar nas
promessas de Deus? A Palavra de Deus que hoje nos é proposta responde a estas
dúvidas. Ela garante-nos: a Palavra de Deus não falha; ela indica sempre
caminhos de vida plena, de vida verdadeira, de liberdade, de felicidade, de paz
sem fim.
Vivemos na era do relógio. “Tempo é dinheiro” –
dizemos. Passamos a vida numa correria louca, contando os minutos, sem tempo
para as pessoas, sem tempo para Deus, sem tempo para nós. Tornamo-nos
impacientes e exigentes; achamos que ser eficiente é ter feito ontem aquilo que
é pedido para hoje… E achamos que Deus também deve seguir os nossos ritmos.
Queremos que Ele aja imediatamente, que nos resolva logo os problemas, que atue
de imediato, ao sabor dos nossos desejos e projetos. É preciso, no entanto,
aprender a respeitar o ritmo de Deus, o tempo de Deus
No nosso
tempo manifesta-se, cada vez mais, uma preocupação séria com a forma como
usamos o mundo que Deus nos ofereceu. Aquilo que nos deve mover, no entanto,
não é a simples preocupação com o esgotamento dos recursos, ou com a destruição
das condições de habitabilidade do nosso planeta; mas o que nos deve mover é a
ideia da fraternidade que deve unir o homem e as outras coisas criadas por
Deus. Só quando se instalar essa consciência de fraternidade, podemos libertar
toda a criação do egoísmo e da exploração em que o homem a encerrou e fazer
aparecer o “novo céu e a nova terra” que se estão já a construir-se na terra,
na nossa história, sempre que os seguidores de Jesus aceitam o seu convite e se
dispõem a viver “segundo o Espírito”.
Palavra de Deus para a semana de 14 de julho a 19 de julho
14
Seg
S. Camilo de Lelis, presbítero – MF
Is 1, 10-17
– Salmo 49 (50) - Mt 10, 34 – 11, 1
Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
15
Ter
S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – MO
Is 7, 1-9 -
Salmo 47 (48) - Mt 11, 20-24
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos
corações.
16
Qua
Nossa Senhora do Carmo – MO
Is 10, 5-7.
13-16 - Salmo 93 (94) - Mt 11, 25-27
Bendito, sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
17
Qui
Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros,
mártires – MO
Is 26, 7-9.
12. 16-19 - Salmo 101 (102) - Mt 11, 28-30
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
18
Sex
B. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
Is 38, 1-6.
21-22. 7-8 - Salmo Is 38 - Mt 12, 1-8
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
19
Sáb
Miq 2, 1-5
- Salmo 9 (10) - Mt 12, 14-21
Em Cristo,
Deus reconcilia o mundo consigo
e
confiou-nos a palavra da reconciliação
14
Seg
|
S. Camilo de Lelis, presbítero – MF
Is 1, 10-17
– Salmo 49 (50) - Mt 10, 34 – 11, 1
Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus.
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15
Ter |
S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja – MO
Is 7, 1-9 -
Salmo 47 (48) - Mt 11, 20-24
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos
corações.
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16
Qua
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Nossa Senhora do Carmo – MO
Is 10, 5-7.
13-16 - Salmo 93 (94) - Mt 11, 25-27
Bendito, sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque revelastes aos pequeninos os mistérios do reino.
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17
Qui
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Bb. Inácio de Azevedo, presbítero, e Companheiros,
mártires – MO
Is 26, 7-9.
12. 16-19 - Salmo 101 (102) - Mt 11, 28-30
Vinde a Mim, todos vós que andais cansados e oprimidos,
e Eu vos aliviarei, diz o Senhor.
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18
Sex
|
B. Bartolomeu dos Mártires, bispo – MO
Is 38, 1-6.
21-22. 7-8 - Salmo Is 38 - Mt 12, 1-8
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me.
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19
Sáb
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Miq 2, 1-5
- Salmo 9 (10) - Mt 12, 14-21
Em Cristo,
Deus reconcilia o mundo consigo
e
confiou-nos a palavra da reconciliação
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PREPARANDO A LITURGIA PARA O DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM
Sab
12, 13.16-19
«Após o
pecado, dais lugar ao arrependimento»
Salmo 85
(86)
Senhor, sois
um Deus clemente e compassivo.
Rom 8, 26-27
«O Espírito
intercede por nós com gemidos inefáveis»
Mt 13, 24-43
«Deixai-os
crescer ambos até à ceifa»
Intenções para a Eucaristia de 13 de julho (10:00h)
Albino Teixeira Pinto e esposa, de Requim; António da
Silva Luís, do Lameu; António Pereira da Silva Guimarães; Carlos André; Luísa
Pereira e marido, do Alto; José de Azeredo e Silva; familiares de Madalena
Teixeira de Almeida e de António Casimiro Almeida; 30.º dia por Luís Vieira
Azevedo; Aniv. Natalício de João Ferreira; José Ferreira Aguiar; Manuel Duarte
Moreira.
Intenções para a Eucaristia de 20 de julho (10:00h)
Maria da
Conceição Soares; Emídio Ribeiro; José Gomes de Araújo; Maria da Conceição
Moreira, de Vila; Manuel de Araújo Barbosa; Manuel da Silva Pinto; Manuel Pinto
da Costa; José da Silva Pinto; Associados da Mensagem de Fátima; António
Pereira de Freitas e esposa.
20 jul
- Eucaristia, igreja, 10:00h
- Adoração ao Santíssimo Sacramento, igreja, 15:00h
A semente que caiu em terrenos duros, de terra batida,
faz-nos pensar em corações insensíveis, egoístas, orgulhosos, onde não há lugar
para a Palavra de Jesus e para os valores do “Reino”. É a realidade de tantos
homens e mulheres que vêem no Evangelho um caminho para fracos e vencidos, e
que preferem um caminho de independência e de auto-suficiência, à margem de
Deus e das suas propostas.
A semente que caiu em sítios pedregosos, que brota
nessa pequena camada de terra que aí há, mas que morre rapidamente por falta de
raízes profundas, faz-nos pensar em corações inconstantes, capazes de se
entusiasmarem com o “Reino”, mas incapazes de suportarem as contrariedades, as
dificuldades, as perseguições. É a realidade de tantos homens e mulheres que
vêem em Jesus uma verdadeira proposta de salvação e que a ela aderem, mas que
rapidamente perdem a coragem e entram num jogo de cedências e de meias tintas
quando são confrontados com a radicalidade do Evangelho.
A semente que caiu entre os espinhos e que foi
sufocada por eles, faz-nos pensar em corações materialistas, comodistas,
instalados, para quem a proposta do “Reino” não é a prioridade fundamental. É a
realidade de tantos homens e mulheres que, sem rejeitarem a proposta de Jesus, fazem
do dinheiro, do poder, da fama, do êxito profissional ou social o verdadeiro
Deus a que tudo sacrificam.
A semente
que caiu em boa terra e que deu fruto abundante faz-nos pensar em corações
sensíveis e bons, capazes de aderirem às propostas de Jesus e de embarcarem na
aventura do “Reino”. É a realidade de tantos homens e mulheres que encontraram
na proposta de Jesus um caminho de libertação e de vida plena e que, como
Jesus, aceitam fazer da sua vida uma entrega a Deus e um dom aos homens. Este é
o quadro ideal do verdadeiro discípulo; e é esta a proposta que o Evangelho de
hoje me faz.