Domingo de Ramos na Paixão do Senhor
24 de
março de 2013
Cristo obedeceu até
à morte
e morte de cruz.
Por isso Deus O
exaltou
e Lhe deu um nome
que está acima de todos os nomes.
Filip 2,8-9
A liturgia deste último Domingo da Quaresma convida-nos a
contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa
humanidade, fez-Se servo dos homens, deixou-Se matar para que o egoísmo e o
pecado fossem vencidos. A cruz (que a liturgia deste domingo coloca no
horizonte próximo de Jesus) apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse
caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.
A primeira leitura
apresenta-nos um profeta anónimo, chamado por Deus a testemunhar no meio das
nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta
confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projectos de Deus. Os
primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.
A segunda leitura apresenta-nos
o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a
obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo
caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe.
O Evangelho
convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma
vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera
egoísmo e escravidão. Na cruz revela-se o amor de Deus, esse amor que não
guarda nada para si, mas que se faz dom total.
Celebrar a paixão e morte de Jesus é abismar-se na
contemplação de um Deus a quem o amor tornou frágil… Por amor, Ele veio ao
nosso encontro, assumiu os nossos limites, experimentou a fome, o sono, o
cansaço, conheceu a mordedura das tentações, tremeu perante a morte, suou
sangue antes de aceitar a vontade do Pai; e, estendido no chão, esmagado contra
a terra, atraiçoado, abandonado, incompreendido, continuou a amar. Desse amor
resultou vida plena, que Ele quis repartir connosco “até ao fim dos tempos”:
esta é a mais espantosa história de amor que é possível contar; ela é a boa
notícia que enche de alegria o coração dos crentes.
Contemplar a cruz onde se manifesta o amor e a entrega de
Jesus significa assumir a mesma atitude e solidarizar-se com aqueles que são
crucificados neste mundo: os que sofrem violência, os que são explorados, os
que são excluídos, os que são privados de direitos e de dignidade… Significa
denunciar tudo o que gera ódio, divisão, medo, em termos de estruturas, valores,
práticas, ideologias. Significa evitar que os homens continuem a crucificar
outros homens. Significa aprender com Jesus a entregar a vida por amor… Viver
deste jeito pode conduzir à morte; mas o cristão sabe que amar como Jesus é
viver a partir de um dinâmica que a morte não pode vencer: o amor gera vida
nova e introduz na nossa carne os dinamismos da ressurreição.
LITURGIA
DA PALAVRA DO DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR
I Leitura: Is. 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam,
mas sei que não ficarei desiludido»
Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do
Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a
palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência
total, pela salvação dos homens. Jesus, o “servo” sofredor que faz da sua vida
um dom por amor, mostra aos seus seguidores o caminho: a vida, quando é posta
ao serviço da libertação dos pobres e dos oprimidos, não é perdida mesmo que
pareça, em termos humanos, fracassada e sem sentido.
Salmo
21 (22)
Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?
II
Leitura: Filip
2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Esta leitura é também um cântico, mas
agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades
cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu
aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à
glória de “Senhor”, que é a própria glória de Deus. Paulo tem consciência de que está a pedir aos seus
cristãos algo realmente difícil; mas é algo que é fundamental, à luz do exemplo
de Cristo. Também a nós é pedido, nestes últimos dias antes da Páscoa, um passo
em frente neste difícil caminho da humildade, do serviço, do amor
Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou
e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes.
Com a chegada de Jesus a Jerusalém e os
acontecimentos da semana santa, chegamos ao fim do “caminho” começado na
Galileia. Tudo converge, no Evangelho de Lucas, para aqui, para Jerusalém: é aí
que deve irromper a salvação de Deus. Em Jerusalém, Jesus vai realizar o último
acto do programa enunciado em Nazaré: da sua entrega, do seu amor afirmado até
à morte, vai nascer esse Reino de homens novos, livres, onde todos serão irmãos
no amor; e, de Jerusalém, partirão as testemunhas de Jesus, a fim de que esse Reino
se espalhe por toda a terra e seja acolhido no coração de todos os homens.
PALAVRA DE
DEUS PARA A SEMANA DE 25 A 30 DE MARÇO
Seg 25
Is 42, 1-7 - Salmo 26 (27) - Jo 12, 1-11
«Deixa-a
em paz: ela
tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura»
Is 49, 1-6 - Salmo 70 (71) - Jo 13, 21-33. 36-38
«Um
de vós há-de entregar-me...
Não
cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes»
Is 50, 4-9ª - Salmo 68 (69) - Mt 26,
14-25
«O
Filho do homem vai partir, como está escrito.
Mas
ai daquele por quem vai ser entregue!»
MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR
Ex 12, 1-8. 11-14 - Salmo 115 (116) - 1
Cor 11, 23-26 - Jo 13, 1-15
«Amou-os
até ao fim»
CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR
Is 52, 13 – 53, 12 - Sal 30 (31) - Hebr
4, 14-16 – 5, 7-9 - Jo 18, 1 – 19, 42
«Eis
o Homem»
VIGÍLIA PASCAL NA NOITE SANTA
Gen. 1, 1. 26-31a - Sal. 103(104) - Gén.
22, 1-2, 9a, 10-13, 15-18 - Sal. 15(16) -Ex. 14, 15 – 15, 1- Sal. Ex. 15, 1-2,
3-4, 5-6, 17-18 Is 54, 5-14 - Sal.
29(30) – Sal. Is. 12, 2-3, 4bde, 5-6 - Is. 55, 1-11 - Bar. 3, 9-15, 32 – 4, 4 -
- Sal. 18(19) - Ez. 36, 16-33 – Sal. 41(42) - Rom. 6, 3-11 - Sal. 117 (118)
- Lc. 24, 1-12
PREPARANDO
A LITURGIA PARA O
DOMINGO DE
PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Act. 10, 34a,
37-43
Salmo 117
(118)
Este
é o dia que o Senhor fez: exultemos
e cantemos de alegria.
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 24 DE MARÇO (09:30h)
·
Maria da
Conceição Moreira, de Vila; António Carneiro Silva e sogro; Manuel Barbosa
Araújo; Manuel da Silva Pinto; Martinho da Silva Pereira; António Araújo das
Lapas; Manuel Pinto da Costa; Maria Emília Ferreira, da Sra. da Piedade;
António Pereira de Freitas e esposa; 3.º aniversário do falecimento de Ricardo
Luís; 30.ª dia por Manuel Vieira Ribeiro; Emídio Ribeiro; Avós e padrinhos de
Maria de Fátima
INTENÇÕES PARA A EUCARISTIA DE 31 DE MARÇO (08:30h)
·
Joaquim Moreira e
esposa, do Alto; Maria Luísa de Sousa e marido, de Vila Nova; Joaquim Vieira e
esposa, das Regadas; Gualter Ferraz Pinto, de Vila Nova; Maria Emília Leal
Teixeira
28 MAR – Quinta Feira Santa - Missa Vespertina
da Ceia do Senhor Igreja, 20:30h
29 MAR
– Sexta da Paixão do Senhor – Celebração
da Paixão, Igreja, 20:30h
30 MAR–Sábado Santo
–Vigília Pascal na Noite Santa, Mosteiro de Vila Boa do Bispo, 20:30h
31 MAR - DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR – Igreja, 08:30h
08 ABR –
Conferência: A Fé Professada, P. Emanuel Brandão de Sousa, Igreja Paroquial de
Várzea do Douro, 21:30h
IÇAR AS VELAS DA NOSSA FÉ…NA BARCA DA IGREJA…
(DA QUARESMA À PÁSCOA)
SEMANA
|
TEMÁTICA
|
ATIVIDADE
|
ORAÇÃO
|
ATITUDE
|
6ª
Semana santa
REMAR
CONTRA A
MARÉ
|
Estamos em plena
semana santa. Jesus é o Servo, que tem de tornar o seu rosto duro como pedra,
para afogar em abundância de bem, todas as forças do mal, que contra ela
avançam. “Desmedida, a revolta imensidão, transforma, dia a dia, a embarcação
numa errante e alada sepultura, mas corto as ondas sem desanimar” (M. Torga).
“Também Jesus sentirá medo e angústia: quando chegar a sua hora, Ele sentirá
sobre si mesmo todo o peso dos pecados da humanidade, como uma onda alta que
está prestes a cair sobre Ele. Esta, sim, será uma tempestade terrível, não
cósmica, mas espiritual. Será o derradeiro e extremo assalto do mal contra o Filho de Deus”
|
Colocar ou desenhar debaixo do barco, as ondas
Colocar no círio o traço horizont. da
Cruz
|
oração
penitencial feita pelo então Cardeal Ratzinger, na 9ª estação da Via Sacra de
Sexta-Feira Santa, em
Roma, poucos dias antes de ser eleito Papa
Em
anexo
|
Participar
nas celebra-
ções
do
Tríduo Pascal
|